Esta pesquisa investiga o conceito de formação cultural (Bildung) como estratégia de resistência ao autoritarismo e ao racismo no ensino de Filosofia no Ensino Médio, a partir da Teoria Crítica de Theodor Adorno (1903–1969). Para este filósofo da Escola de Frankfurt, a educação deve despertar o pensamento crítico, permitindo que os indivíduos compreendam e questionem a realidade social em que estão inseridos. O estudo tem como objetivo revisar o conceito de Bildung em Adorno, evidenciando sua relevância para práticas educativas que enfrentem as estruturas de dominação presentes no contexto escolar. A pesquisa foi conduzida por meio de uma revisão sistemática da produção acadêmica brasileira (2019–2023), mapeando tendências e lacunas na discussão sobre a formação cultural como resistência. Posteriormente, realizou-se uma análise conceitual das contribuições de Adorno, ressaltando a evolução do conceito de Bildung desde o Iluminismo até a crítica à Indústria Cultural. Como desdobramento prático, elaborou-se uma proposta de intervenção pedagógica voltada à criação de um Jornal Escolar Antirracista, concebido como espaço formativo que articula a experiência crítica dos estudantes com a promoção da autonomia intelectual. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza descritiva, que integra revisão bibliográfica e desenvolvimento de um percurso didático direcionado a turmas do 2º ano do Ensino Médio. Espera-se que a intervenção proposta favoreça o desenvolvimento da consciência crítica dos estudantes frente a discursos autoritários, racistas e discriminatórias, ao mesmo tempo em que oferece aos docentes subsídios teóricos e metodológicos para consolidar práticas educativas críticas no ensino de Filosofia.