Esta dissertação propõe uma abordagem interdisciplinar para o ensino de Filosofia no
Ensino Médio, fundamentada nos conceitos de poder, saber e discurso de Michel
Foucault, entendendo a escola como um espaço atravessado por dispositivos de
governamentalidade e regimes de verdade. Investiga-se de que modo a Filosofia,
articulada à História, à Sociologia, à Literatura e à Língua Portuguesa, pode deslocar-
se do lugar de disciplina isolada para constituir-se como espaço de problematização e
resistência às práticas educativas padronizadas. O problema central da pesquisa
consiste em compreender como a leitura foucaultiana pode fundamentar uma proposta
interdisciplinar capaz de superar a fragmentação do conhecimento e fortalecer a
postura crítica dos estudantes frente à cultura de performatividade que perpassa
currículos e avaliações externas. O objetivo geral é propor e justificar tal abordagem, e
os objetivos específicos incluem mapear a evolução dos conceitos foucaultianos,
analisar sua aplicação à educação, delinear estratégias interdisciplinares e apresentar
um produto pedagógico que materialize essas concepções. O referencial teórico
ancora-se principalmente em Michel Foucault, dialogando com Paulo Freire, Pierre
Bourdieu, Jean-Claude Passeron, Michael Apple, Dermeval Saviani e autores que
discutem a BNCC e a avaliação formativa, como Esteban e Luckesi. Os resultados
esperados incluem a elaboração de uma proposta de ensino interdisciplinar da
Filosofia que promova a autonomia intelectual, a reflexão ética e a consciência crítica
dos estudantes, favorecendo práticas educativas emancipatórias que desestabilizem
discursos normalizadores e consolidem a Filosofia como prática de liberdade e eixo
articulador de uma cultura escolar crítica e democrática.