Memória e patrimônio arqueológico: vozes sertanejas na área do Parque Nacional Serra da Capivara
Memória. Arqueologia. Patrimônio.
Este trabalho busca através dos aportes teóricos da arqueologia pública e da arqueologia colaborativa discutir a valorização e visibilidade da memória de sertanejos da área do Parque Nacional Serra da Capivara em relação aos seus espaços e o patrimônio arqueológico. A partir da década 70 a região ganhou destaque no cenário nacional por conta da grande quantidade de sítios arqueológicos descobertos e pesquisados pela Missão Franco Brasileira. Com a criação do Parque Nacional no ano de 1979, o processo de desapropriação gerou uma situação de conflito entre instituições gestoras do Parque e as comunidades tradicionais por conta de práticas culturais cotidianas que “ameaçavam a preservação do patrimônio arqueológico”. Apesar de a área ser pesquisada há mais de quarenta anos, existe uma lacuna de pesquisas sobre a memória das comunidades tradicionais que ocupam a região. Partindo desta perspectiva tomamos como uso da história oral para estudar este contexto e levantamos o problema: qual a relação de memória das comunidades do entorno do Parque Nacional Serra da Capivara com o patrimônio arqueológico e com o PARNA? Como se pode estabelecer uma valoração simétrica em relação à memória das pessoas e a conservação dos espaços arqueológicos?