Introdução: A síndrome hipertensiva na gravidez se tornou um grave problema de saúde
mundial, resultando em altas taxas de hospitalização. É a terceira causa de morte no mundo e a primeira
entre as causas obstétricas diretas. Objetivo: Analisar a associação entre os fatores sociodemográficos,
assistência pré-natal e hipertensão arterial sistêmica prévia com a pré-eclâmpsia. Metodologia: Estudo
transversal retrospectivo com gestantes em uma maternidade pública do estado do Piauí, durante os
meses de março de 2021 a julho de 2022. A população foi constituída pelos prontuários das gestantes
hospitalizadas nos últimos 5 anos (2017 a 2021) pesquisada com a CID-10 O14. A amostra foi de 185
prontuários. Foram usadas medidas de tendência central, separatrizes, frequências simples e relativas.
Foram associadas a dois desfechos: HAS prévia e intercorrência pós-parto. Teste qui-quadrado com
p<0,05. A medida de efeito das variáveis independentes nos desfechos foi a Razão de Prevalência (RP),
medida por meio de regressão de Poisson. IC de 95%. Analisado por software Stata 13. O projeto de
pesquisa foi apreciado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Resultado: Mulheres que apresentavam esse desfecho tinham idade média maior que aquelas que não
apresentaram, associado com o aumento em 5% da HAS prévia (p=0,004). Quando comparadas às
analfabetas, identificou-se que mulheres com alguma escolaridade apresentavam menos chances de HAS
prévia óbito fetal (1,1%; n=2). Quanto à associação de características pré-natais e HAS prévia,
observou-se associação da realização da primeira consulta pré-natal com a HAS prévia, sendo que essa
elevava a prevalência do desfecho em 4,42 vezes (IC: 3,10 – 6,28). Já em relação às características
clínicas e às intercorrências pós-parto, observou-se que, em relação ao termo completo, nascimentos pré-
termo aumentam a prevalência do desfecho em 7,31 vezes (IC95%: 1,71 – 31,32). Conclusão: A
qualidade da assistência pré-natal impacta diretamente no desfecho da pré-eclâmpsia de gestantes com
HAS prévia, cujos impactos efeitos negativos podem ser minimizados. Recomenda-se o incentivo ao pré-natal e a conscientização da equipe de saúde na assistência prestada durante a gravidez para sensibilizar as pacientes, incentivando o empoderamento dessas mulheres, com estímulo ao autocuidado, tendo em vista que o adequado manejo da gestante pode estar relacionado à redução do número de novas complicações na sua gravidez.