A Qualidade de Vida (QV) pode ser compreendida por diversos conceitos dependendo de uma interpretação subjetiva, mas que insere o bem-estar mental, social, cultural sem necessariamente ter um estado total de ausência de doença. Dessa forma, falar em QV remete a diversos influenciadores e o uso de psicofármacos é um deles. O objetivo deste estudo foi avaliar a QV de pacientes que fazem uso de psicotrópicos e são atendidos pela Atenção Primária, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na zona rural do município de União/Piauí. Trata-se de estudo transversal com 76 pacientes adultos cadastrados na UBS. Utilizou-se um questionário contendo o instrumento WHOQOL-bref e perguntas sobre características sociodemográficas, além de consulta aos prontuários. Após apreciação descritiva, realizou-se a análise estatística. Quanto à prevalência dos medicamentos psicotrópicos, a prescrição mais frequente foi a de antidepressivos seguido dos ansiolíticos. Quanto aos transtornos psiquiátricos, o registro mais citado nos prontuários foi a ansiedade, seguido da falta de registro sobre qual transtorno o paciente teria para justificar a prescrição de psicofármacos. As maiores médias de QV em três domínios foram apresentadas pelos pacientes que fazem uso de medicação fitoterápica, com escores acima de 70. Os pesquisados são em maioria do sexo feminino, faixa etária acima de 40 anos, casados e com o diagnóstico de ansiedade, as variáveis estatisticamente significantes foram estado civil e depressão. As maiores médias de QV foram observadas no domínio relações sociais e as menores médias no domínio meio ambiente. As mulheres apresentaram maiores médias de QV quando comparados aos homens. Considerando que nenhum domínio teve o valor máximo alcançado são necessários esforços para a melhoria da QV em pacientes com adoecimento mental da Atenção Primária, por meio de ações promovidas tanto por profissionais de saúde quanto por gestores públicos.