As doenças inflamatórias intestinais (DII) representam um grupo de doenças crônicas, de etiologia multifatorial, que afetam o trato gastrointestinal (TGI), podendo cursar com atividade contínua ou intercalando períodos de recidivas e acalmia. Este grupo de doenças inclui a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU). As DII apresentam formas clínicas que variam de leve a grave intensidade, ocorrendo sintomas relacionados ao TGI, manifestações extraintestinais e sistêmicas. A ocorrência de tromboembolismo venoso é uma possível complicação de pacientes com DII, causando impactos para a recuperação dos pacientes. Recentemente, estudos e diretrizes vieram normatizar e promover a tromboprofilaxia nos pacientes de médio e baixo risco, demonstrando intervenções capazes de reduzir de forma marcante o risco de tromboembolismo venoso para os pacientes clínicos. OBJETIVOS: Avaliar os eventos de tromboembolismo venoso e a realização da tromboprofilaxia em pacientes com doenças inflamatórias intestinais internados no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), destacando a ocorrência em mulheres. MÉTODOS: A população do estudo foi composta de todos os usuários do HU-UFPI internados com DII, no período de janeiro de 2013 até junho de 2021. A amostra do estudo foi não probabilística por conveniência. Os dados foram coletados em planilha Microsoft Excel e importados para o programa SPSS 20.0, quando foram analisados, utilizando estatística descritiva. RESULTADOS: Em relação aos aspectos demográficos, a maioria dos participantes foi de adultos jovens, do sexo feminino e residente no interior do estado do Piauí. Houve predomínio de pacientes com doença de Crohn, tipo de internação clínica, sem comorbidades e, durante a internação, não receberam tromboprofilaxia. Dentre 408 pacientes, 9 (2,2%) apresentaram tromboembolismo venoso, sem diferenças estatísticas entre idade, sexo, comorbidades, tabagismo e fenótipo clínico. Dos 399 pacientes internados e sem trombose, 114(28,5%) usaram tromboprofilaxia, também, sem diferença estatística entre idade, sexo, comorbidades, tabagismo e fenótipo clínico. Do grupo que usou tromboprofilaxia, 39(34,2%) fizeram uso de “dose maior” e 75(65,8%) com “dose menor”. Conclusão: A maioria dos pacientes não realizou tromboprofilaxia durante a internação hospitalar; a maioria dos pacientes que fez tromboprofilaxia utilizou dose menor da medicação; e a taxa de tromboembolismo venoso foi alto em pacientes internados. |