Introdução: O adoecimento psíquico e o cuidado em saúde mental na gestação, merecem devida atenção, sobretudo em pacientes que já possuem acompanhamento psiquiátrico prévio a gestação. A discussão e a decisão acerca do tratamento psiquiátrico deve envolver uma boa relação médico-paciente e uma capacitação da equipe multiprofissional de pré-natal para atender essas demandas Objetivo: Avaliar a assistência em saúde mental de gestantes prestada por médicos da Atenção Primária à Saúde (APS) de Teresina-PI bem como propor um produto (vídeo-dispositivo) para Mestrado Profissional visando educação médica continuada. Métodos: Realizou-se um estudo transversal e quantitativo. Coletou-se os dados por meio de um formulário eletrônico sobre perfil social e profissional, além de questões relacionadas ao atendimento as gestantes com transtorno mental e/ou em uso de psicofarmácos respondidas por médicos com vínculos ativos na APS do município, que realizam o atendimento de pré-natal de mulheres na de Estratégia Saúde da Família (ESF). Resultados: Dos 61 entrevistados, foi encontrado um predomínio do sexo feminino (82%), com idade média de 38 anos. A maioria (62,3%) respondeu que possui especialização ou residência médicas concluídas, o tempo médio de formação médica foi de 11 anos e 44,3% dos médicos exerciam atividade acadêmica. Em relação ao atendimento clínico, a maioria referiu dar início a um pré-natal, quando se descobriu gravida, esta mulher estava em uso de medicação. Dos entrevistados, 83,6% apresentaram dúvidas de como orientar alguma gestante sobre a manutenção ou interrupção do uso de psicofármacos que ela estava usando. Quanto à leitura ou acesso a material cientifico de atualização sobre medicações psiquiátricas na gravidez, 65,6% dos entrevistados responderam que não lêem ou acessam material sobre o tema. Quanto à avaliação do grupo de medicamentos considerados potencialmente mais arriscados para ser utilizado durante a gestação os resultados mostraram que 45,9% dos médicos responderam que consideram os benzodiazepínicos. Dos participantes, 70,5% responderam que não se sentem à vontade e sempre encaminham a gestante ao especialista, 90,2 % responderam que encontram dificuldades de encaminhamento das gestantes ao médico psiquiatra e a principal dificuldade em relação às gestantes foi considerada o manejo medicamentoso (68,9%). Conclusão: Na percepção e vivência clínica dos médicos entrevistados, observou-se que se deparam com frequência no atendimento pré-natal de gestantes com transtornos mentais e/ ou em uso de medicamentos psiquiátricos. No entanto, o atendimento médico dessas gestantes implica em dificuldades nesse manejo clínico na APS. É extremamente importante propor melhorias na educação médica.