Desde a sua criação, em 2014, o curso de Licenciatura em Educação do Campo está voltado para a formação de professores para atuarem em escolas do campo. São consideradas escolas do campo, de acordo com o decreto presidencial n° 7352, de 4 de novembro de 2010, aquelas que atendem predominantemente os agricultores familiares, os extrativistas, os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os assentados e acampados da reforma agrária, os trabalhadores assalariados rurais, os quilombolas, os caiçaras, os povos da floresta, os caboclos e outros que produzam suas condições materiais de existência a partir do trabalho no meio rural. Quanto ao perfil dos candidatos, buscamos aqueles que ainda não possuem formação em nível superior e que sejam vinculados às práticas produtivas e sociais do campo: os residentes em áreas rurais, os participantes de movimentos sociais (bem como de associações, cooperativas e sindicatos de camponeses), e os alunos oriundos de Escolas Técnicas, Agrotécnicas, Escolas Famílias Agrícolas, Casas Familiares Rurais, Escolas de Assentamentos e demais escolas rurais. Anualmente ocorrem dois processos seletivos para ingresso no curso, com 60 vagas cada um. O curso está organizado em regime de alternância e apoia-se em duas dimensões formativas integradas: o tempo-universidade e o tempo-comunidade. As atividades do tempo-universidade são realizadas nos meses de janeiro/fevereiro e julho/agosto. Durante encontros sistemáticos ao longo do tempo-universidade, os alunos têm aulas e estudam através de atividades planejadas pelo professor. As atividades que configuram a dimensão tempo-comunidade são realizadas entre os tempos-universidade, de modo a desenvolver no aluno a análise e a apreensão crítica do contexto social em que ele próprio está inserido. Ao término das duas etapas realiza-se o Seminário Integrador, no qual os alunos socializam o conhecimento obtido durante o tempo-universidade e colocado em prática durante o tempo-comunidade. Nas palavras de Paulo Freire: “A teoria sem a prática vira verbalismo, assim como a prática sem teoria vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade”. O egresso do curso tem como campo de atuação a docência multidisciplinar com ênfase em Ciências Humanas e Sociais, para atuar nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio das escolas do campo e escolas rurais. O egresso também estará apto a fazer a gestão de processos educativos e não educativos, desenvolvendo estratégias pedagógicas que visem à formação de sujeitos autônomos e criativos, capazes de produzir soluções para questões inerentes à sua realidade.