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JANAINA OLIVEIRA ROCHA
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Atuação da Psicóloga Escolar e Educacional frente a demandas de perdas e luto
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 20/12/2021
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O desenvolvimento da Psicologia Escolar no Brasil se apresenta alinhado às transformações sociais que constituem a história social, cultural, econômica e política do País. Assim como a Psicologia Escolar passou por transformações produzidas sob a influência dos modelos de sociedade, as percepções construídas acerca de processos de perdas e luto também tem se transformado conforme os moldes sociais são construídos e estabelecidos. Fala-se, pois de mortes e vidas (des)legitimadas socialmente, como as vidas da população LGBTQIA+, as vidas femininas, pretas e pobres. Tais processos de perdas produzidas socialmente são presentes no cotidiano educacional tanto como demandas que emergem no dia a dia da educação, quanto como processos produzidos pelo campo educacional. A crescente demanda relacionada a perdas e luto, sob a ótica da deslegitimação de existências leva para o campo do indefinido as formas de atuação profissional que sejam consoantes com uma perspectiva contextualizada, crítica e interrelacionada com os diversos aspectos de vidas e mortes. Assim, surgiu o anseio de investigar as práticas adotadas pela psicóloga escolar e educacional (PEE) brasileira diante das demandas de perdas e luto nos campos de trabalho educacionais na Educação Básica. A partir disso, objetivou-se, de modo geral, revelar as práticas adotadas pela PEE diante das demandas de morte e luto nos campos de trabalho educacionais. Especificamente, objetivou-se sistematizar as concepções teóricas que fundamentam as ações das PEEs, identificar as demandas sobre perdas e luto que chegam às profissionais e caracterizar as práticas adotadas pelas PEEs quando surgem demandas relacionadas a perdas e luto. Este estudo é de abordagem qualitativa, com base na Psicologia Histórico- Cultural. Ressalta-se que esta pesquisa obteve parecer favorável (3.945.795) do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com seres humanos. Assim, realizou-se a apreensão da realidade pesquisada, que contou com a participação de 62 PEEs de diferentes regiões do Brasil. Os dados foram apreendidos via formulário eletrônico online do Google Docs. Todos os aspectos éticos da foram resguardados conforme as resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde. Os procedimentos analíticos dos dados foram realizados à luz da perspectiva Histórico-Cultural por meio da dialética singular- particular-universal. Como principais resultados, as psicólogas escolares revelaram que as demandas referentes a perdas e luto emergem de forma pontual e individualizada em contexto educacional. Estas são relacionadas às perdas de familiares de escolares, morte de agentes escolares e ao suicídio. As perspectivas adotadas pelas profissionais na mediação das demandas revelam abordagens clássicas da Psicologia, como TCC, Gestalt-terapia e Psicanálise e ainda, abordagens críticas em Psicologia Escolar, como a Teoria Histórico-Cultural e Socioconstrutivista. As psicólogas ainda revelaram adotarem aporte teórico de autoras e autores especializados na área das perdas, como Kübler-Ross, Parkes e Bowlby. Como práticas realizadas, as profissionais relatam desempenhar práticas interventivas individuais, coletivas e multiprofissionais. Ressalta-se a importância de discussões e reflexões críticas das práticas em Psicologia Escolar e Educacional voltadas para o diálogo e trabalho com as perdas e luto em contexto escolar por meio da necessária atuação de profissionais de psicologia na educação como forma de mediar processos mais respeitosos, sensíveis, éticos, críticos e democráticos acerca das vidas e mortes presentes nos contextos educacionais. Além disso, recomenda-se ações que ampliem as discussões de perdas e luto no currículo e calendário escolar, bem como ações de caráter intersetorial, sobretudo que dialoguem com as políticas de saúde e educação. Ademais, recomenda-se a realização de mais pesquisas que estabeleçam relação entre educação, perdas e luto a fim de promover uma reflexão crítica de tais fenômenos, inclusive que ressaltem o contexto de pandemia e pós-pandemia. Afirma-se ainda que os resultados apresentados neste trabalho não são passíveis de generalização, de modo que não se esgotam com o presente estudo.
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DANIA MENDES RIBEIRO
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Cartografia dos processos de subjetivação e enunciação dos movimentos das pessoas em situação de rua
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Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
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Data: 30/11/2021
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A população em situação de rua é constituída por uma heterogeneidade de contextos e sujeitos invisibilizados, com histórias e modos de vida singulares que por diversos vieses passaram a viver em espaços urbanos, onde, cotidianamente, sofrem violência e violações de direitos. Esta cartografia dos processos de subjetivação e enunciação dos movimentos das pessoas em situação de rua parte de inquietações geradas diante dessa realidade e dos atravessamentos macropolítico e micropolítico que marcam essa produção de subjetividade e as instituições estatais operadoras de mortificações de corpos. Construída a partir de uma experiência junto a essa população e da experimentação cartográfica objetivamos: a) cartografar processos de subjetivação e enunciação dos movimentos das pessoas em situação de rua e os agenciamentos dessa produção de subjetividade; b) mapear agenciamentos do desejo e da memória relacionados aos serviços de assistência e aos movimentos das pessoas em situação de rua em Parnaíba-PI; c) Conhecer modos de sujeição e resistência das pessoas em situação de rua relacionados aos seus movimentos na cidade de Parnaíba-PI; d) Analisar os processos de enunciação da população em situação de rua nos contextos da pandemia de Covid-19 e de atuação do Movimento Nacional da População de Rua nas redes sociais. Utilizamos como modo de fazer pesquisa-intervenção a
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cartografia, norteada pela esquizoanálise e algumas ferramentas-conceitos, cartografamos em oficinas e rodas de conversa realizadas a partir do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua e de entrevistas cartográficas realizadas em espaços de ocupação em Parnaíba- PI e composição cartográfica em espaços das redes sociais (Facebook e Instagram) de atuação do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) durante o período de pandemia de Covid-19. Os resultados da cartografia demonstram que diante dos agenciamentos capitalísticos macropolíticos e micropolíticos, a população em situação de rua tem experimentado: a) modos de sujeição e resistência, ora considerando a vivência da condição de situação de rua como possibilidade de vida mais vivível diante dos processos de capturas das instituições familiares, tutelares, assistencialistas, policiais, religiosas e filantrópicas, ora submetendo-se ao serviço de assistência limitado a distribuição de alimento e a encaminhamento para abrigos filantrópicos ou para comunidades terapêuticas; b) modos de reinvenção da vida e enfrentamento das crises e dos impactos psicossociais produzidos pela pandemia, com o uso das redes sociais e outros canais de expressão, para denunciar a negligência do Estado e fortalecer a luta por condições de cidadania em meio à ausência de alojamentos, fechamento de vários equipamentos, disciplinarização dos corpos e ausência de vacinação. Conclui-se que os processos de subjetivação e enunciação cartografados apontam para a importância da organização coletiva das pessoas em situação de rua, exercida pelo MNPR que tem produzido um compromisso ético-político colocando-se como meio de resistência à sujeição colonial-capitalística.
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GEOVANE DE SOUSA OLIVEIRA FILHO
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Trajetórias escolares de piauienses cegos e suas lutas pelo Direito à Educação: Análises da Psicologia Escolar Crítica
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 29/11/2021
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O objetivo da presente dissertação de mestrado foi de compreender as trajetórias de escolarização de pessoas cegas piauienses a partir de suas memórias sociais. Teve como objetivos específicos: Identificar nas memórias sociais das trajetórias de escolarização de pessoas cegas piauienses, situações consideradas negativas e positivas vivenciadas no espaço escolar; analisar a relação existente entre a busca por direitos sociais pelas pessoas cegas e ampliação progressiva de inserção delas no sistema formal de ensino piauiense; conhecer a partir das trajetórias escolares de pessoas cegas piauienses os diferentes elementos contribuintes e aspectos influenciadores para e inserção do mundo do trabalho. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com a metodologia da História Oral, pelo viés das narrativas de trajetórias de vida escolar. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí, sob o número do parecer: 4.021.118. Participaram da pesquisa 10 pessoas cegas que vivenciaram a escolarização básica no estado do Piauí, sendo seis do sexo feminino e quatro do sexo masculino, com idades entre 18 a 50 anos de idade. As entrevistas para narração dos depoimentos foram realizadas de maneira virtual por meio do aplicativo Google Meet. As análises foram feitas a partir da Análise de Conteúdo Temática e teoricamente a partir de pressupostos que embasam a Psicologia Escolar Crítica, com destaque à Psicologia Histórico-cultural e à Pedagogia Histórico-Crítica. A descrição empírica dos dados foi dividida em dois estudos, o primeiro intitulado – “Como foi ser aluno cego na escola?: Trajetórias da escolarização de piauienses cegos”, e o segundo estudo, intitulado: Escolarização de cegos piauienses: memórias sociais e lutas por direitos educacionais”. Entre os achados do primeiro estudo, destacam-se a dificuldade de mediação dos conhecimentos em sala de aula, sem o uso de instrumentos e meios adequados para a inclusão. Também foi identificada exclusão por parte dos colegas, exclusão essa que ora vinha de expressa de forma explícita (agressões físicas, agressões verbais, etc.), como de forma sutil (exclusão de trabalhos em grupo, evitação de diálogos, etc.). Já entre os aspectos positivos, destacam-se a importância da relação afetuosa e de convívio social com alguns colegas e trabalhadores da educação, que motivaram a permanência dessas pessoas na escola apesar das dificuldades enfrentadas. Vale destacar como importante fonte de apoio a Associação de Cegos do Piauí (ACEP), que foi elencada nos depoimentos enquanto uma instituição de apoio no processo de escolarização. Já o estudo 2, evidenciou as trajetórias de luta das pessoas cegas pelos direitos à escolarização, bem como do papel dessa instituição no processo de preparação para a vida social posterior à Educação Básica. O estudo revelou que nas trajetórias de escolarização das pessoas cegas no estado do Piauí, houve a necessidade de luta pelos direitos à escolarização ao longo do processo educacional da Educação Básica. Tais dificuldades encontram-se desde o direito negado de realização de matrículas, quanto no processo de ensino-aprendizagem na sala de aula com práticas excludentes. Tais lutas e dificuldades, serviram de motivação para a escolha profissional após a escolarização básica. Apontou-se, com os estudos, a necessidade de formação política das pessoas cegas do estado, bem como de suas famílias, a respeito dos seus direitos ligados à escolarização e cidadania, assim como a necessidade de uma maior comunicação entre as demandas educacionais das pessoas cegas, com o poder legislativo e as políticas públicas de formação de professores e de inclusão escolar.
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BRUNA SARAIVA CANDEIRA
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Diagnósticos de TDAH e medicalização da vida: estudos de caso em psicologia escolar com crianças no Piauí
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 25/11/2021
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A presente pesquisa objetivou analisar a repercussão do diagnóstico de TDAH na vida de crianças diagnosticadas com o transtorno, através de quatro estudos de caso: Mateus de 7 anos e Rafael de 7 anos, estudantes de escolas públicas, e Renan de 10 anos e Caio de 12 anos, alunos de escolas particulares. Para a composição dos casos, foram realizadas entrevistas de modo virtual (em virtude da Pandemia da Covid-19) com professoras, familiares e com as próprias crianças participantes da pesquisa. Os casos foram analisados a partir da perspectiva da Psicologia Escolar Crítica. A partir desta pesquisa foi possível estabelecer que as reverberações do diagnóstico de TDAH ocorrem em um contexto social marcado pela Medicalização e pela visão da Corrente Organicista de explicação do TDAH. Assim, o diagnóstico gera impactos na vida da criança antes mesmo de concretizar-se: ainda no processo diagnóstico, quando a criança passa a frequentar especialistas da saúde no intuito de descobrirem o que há de errado com ela. As intervenções (medicamentosas e de demais terapias, sobretudo psicoterapia e terapia ocupacional) são as soluções prescritas para o problema encontrado: no caso, o TDAH. Percebe-se a importância de pensar intervenções para além das intervenções na própria criança, uma vez que projetos de intervenções e modificações nos fatores socioeducacionais tem potencial para promover novas possibilidades de comportamento para a criança, visto que tal comportamento se manifestada em determinados contextos. Isso demonstra a relevância do olhar da Corrente Histórico-Cultural, buscando uma compreensão ampliada de cada caso, considerando e buscando driblar as lentes colocadas pelo fenômeno da Medicalização, para propor novas alternativas de consideração ao fato TDAH. Com relação às realidade distintas das crianças matriculadas na rede pública de ensino e na rede particular de ensino da cidade de Parnaíba, percebeu-se que conforme o modo de ensino (dentro da realidade de ensino remoto) há divergências na motivação e no envolvimento da criança durante a aula, assim como que as condições financeiras da família interferem no acesso e na quantidade de tratamentos de saúde feitos pela criança após serem prescritos pelo neuropediatra.
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THAIS DE JESUS AVELINO
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Aprendizagem escolar com/na natureza: sentidos atribuídos por diferentes agentes de uma escola de Educação Infantil
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 10/11/2021
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A presente dissertação possui como objetivo geral investigar os sentidos atribuídos ao aprendizado escolar em contato com a natureza por diferentes agentes mediadores (Projeto Político Pedagógico, professoras, mães e pais) de uma escola de Educação Infantil da planície litorânea piauiense. Utilizou-se o aporte teórico-metodológico da Psicologia Histórico-Cultural para apreender a processualidade e totalidade do fenômeno. A coleta de dados se deu a partir da análise do PPP da instituição, bem como da realização de entrevistas semiestruturadas com professoras, mães e pais. O contexto do estudo envolveu uma escola privada de Educação Infantil, cuja política-pedagógica é embasada na educação montessoriana, que defende em sua prática a integração da natureza no processo de aprendizagem. Ressalta-se que este trabalho foi desenvolvido no cenário de pandemia da COVID-19, em virtude disso, a coleta de dados se deu por meio da plataforma digital Google Meet, sendo cumpridas rigorosamente todas as normativas éticas em pesquisas com seres humanos, conforme o Ofício Circular No 2/2021/CONEP/SECNS/MS. Os resultados se desdobraram em dois estudos em formato de artigos científicos. O estudo I, proveniente da análise do PPP e sua relação dialética com a prática das professoras, teve como resultados quatro unidades de análise que apontam as potencialidades e possibilidades da construção do aprendizado escolar com/na natureza; o vínculo das crianças com o ambiente externo da sala de aula e o cuidado ambiental; bem como os (des)caminhos frente à pandemia da COVID-19. O estudo II, que emergiu a partir dos relatos de mães e pais da instituição de Educação Infantil, se desdobrou em dois eixos analíticos e quatro unidades de análise que apontam atividades práticas ao ar livre; aprendizados constituídos a partir dessas experiências com/na natureza; os desafios da pandemia para as famílias; bem como foram resgatadas reminiscências afetivas e concepções de natureza a partir dos sentidos atribuídos pelas participantes do estudo. Por meio desta dissertação, é defendido que o meio externo à sala de aula representa um espaço formativo constituído por possibilidades de aprendizagem escolar com/na natureza. Espera-se oportunizar reflexões e ações acerca de uma educação mais humanizada e emancipatória que aproxime a criança, a escola e a natureza.
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MONICA DE ARAUJO DAMASCENO
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Movimento estudantil e adversidades da/na escolarização: resistências e enfrentamentos
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 08/11/2021
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O objetivo da presente dissertação de mestrado é compreender a expressão da resistência estudantil nas instituições de ensino superior do estado do Piauí, possui como questionamento inicial entender, de que maneiras a resistência estudantil emerge durante a trajetória educacional e auxilia no enfrentamento das adversidades enfrentadas durante o processo de escolarização? O estudo possui enquanto objetivo geral: Analisar a emergência da resistência estudantil no enfrentamento de adversidades na/da escolarização. E como objetivos específicos: Identificar as demandas de instituições de ensino trazidas por estudantes durante a trajetória educacional; Levantar as adversidades enfrentadas pelo movimento estudantil no cotidiano das instituições de ensino; Verificar as estratégias do movimento estudantil e as redes de proteção existentes nas instituições de ensino, a partir dos relatos dos estudantes. O presente projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva. Contou com a participação de 12 militantes maiores de 18 anos que participam das entidades estudantis no estado do Piauí, no mínimo há um ano. A coleta dos dados se deu mediante
entrevista semiestruturada. A análise dos dados se deu a partir do método histórico- cultural. Posteriormente deu-se início a descrição empírica dos dados, divididos
em dois estudos, estudo 1 - Movimento estudantil no Piauí: demandas educacionais e adversidades vivenciadas na trajetória acadêmica, onde os resultados se dividiram em dois eixos centrais: demandas que chegam as entidades estudantis e dificuldades enfrentadas pelas entidades estudantis. O primeiro eixo apresentou quanto unidades analíticas (demandas acadêmicas, demandas assistenciais, demandas políticas e demandas devido a pandemia), o segundo apresentou cinco unidades analíticas (dificuldades estruturais, dificuldades referentes a precarização, dificuldades referentes as perseguições políticas, dificuldades referentes a falta de mobilização e dificuldades devido a pandemia). O estudo 2 - Resistência estudantil no Piauí, sob a perspectiva da Psicologia Escolar, apresentou resultados divididos em três eixos cada um deles com quatro unidades de análise. O primeiro eixo referente as estratégias de proteção utilizadas pelas entidades. O segundo, voltado a rede de proteção ofertada pela instituição. O terceiro eixo, sobre a expressão da resistência, como elas percebem a resistência estudantil. Por meio desta dissertação, apresenta-se uma análise acerca da resistência estudantil no Piauí diante das adversidades encontradas na trajetória escolar. Apreende-se a resistência como mobilizadora diante dos problemas encontrados, como o assédio, racismo, preconceitos, precarização do ensino,
exclusão social. Ela atua de modo a defender os estudantes, atua como rede de apoio, e está na essência das militantes, sendo fonte propulsora para a luta. Destaca-se que o estudo pode subsidiar políticas públicas voltadas à educação, e a criação de uma rede de apoio com todos que envolvem instituição e para além, pode articular enquanto possíveis colaboradores os sindicatos de professores, associações de pais, mães ou responsáveis, lideranças comunitárias, funcionando, assim, de forma cooperativa, para uma gestão democrática e preocupada com a qualidade do ensino. Pode-se pensar em uma educação para o movimento, garantida no Projeto Político Pedagógico das escolas; e nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de graduação dentro das universidades. Sugere-se estudos em outros contextos, por exemplo durante a educação básica, estudos em outros estados, ou a nível norte/nordeste, de maneira a compreender como tem se estruturado o movimento nessa realidade.
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CÁSSIO MARQUES RIBEIRO
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Cartografia dos processos de subjetivação e enunciação dos movimentos sociais pesqueiros: ANP e MPP.
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Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
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Data: 31/08/2021
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As comunidades tradicionais pesqueiras vêm travando uma luta em defesa da vida e pelo reconhecimento do território das águas. Na Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba e em outros territórios do Brasil, pescadoras e pescadores artesanais que vivem do extrativismo da pesca e de outros extrativismos, ainda enfrentam, permanentemente, problemas socioambientais relacionados à necropolítica, ou seja, às políticas de morte ao território das águas e às políticas de supressão de direitos que afetam seus modos de vida. O objetivo deste estudo é cartografar processos de subjetivação e enunciação dos movimentos sociais de pescadoras e pescadores artesanais na luta pelo reconhecimento do território tradicional pesqueiro. Método: Trata-se de um estudo com o uso da cartografia como método e como modo de fazer pesquisa qualitativa em psicologia e na composição do Movimento dos Pescadores e Pescadoras artesanais - MPP a partir das cidades de Ilha Grande e Parnaíba, Piauí, e do VI Grito da Pesca, realizado em Luziânia-GO. Para a produção das informações realizamos participação observante em encontros, assembleia, audiências, vistorias, vigilância socioambiental, oficinas, incidências e reuniões, com registros em diários cartográficos; além de entrevistas com as lideranças dos movimentos para construção de narrativas, e análise documental. Partimos dos pressupostos teórico-metodológicos da cartografia para a esquizoanálise das informações produzidas no campo pesquisa. Resultados: Os resultados da cartografia e a esquizoanálise dos conflitos socioambientais mostram: a) limitação do acesso ao trabalho artesanal, comprometendo a vida, devido ameaças de perder moradia em função de grilagem de áreas aforadas e de projetos de urbanização, empreendimentos eólicos, turísticos e de resorts/hotéis/grandes pousadas; b) medo de instalação de offshore (parque eólico no leito marinho) e de projetos de perfuração de poços para exploração e extração de petróleo, que podem causar desastres ambientais, como o de derramamento de petróleo cru que ocorreu em 2019; c) disputas internas e tensionamento político e o papel da Articulação Nacional das Pescadoras, na ruptura com a estrutura patriarcal e de colonialidade, que marcam o surgimento do MPP; d) nas comunidades pesqueiras, as mulheres, pescadoras artesanais, protagonizam a luta a partir do próprio corpo-território-de-existência, luta por reconhecimento da identidade pescadora artesanal, paridade e relacionalidade de gênero nos processos instituídos por associações e sindicatos existentes e outras instituições; e) a construção compartilhada de projetos democráticos, populares e emancipadores em saúde de pescadoras e pescadores artesanais a partir da organização social em movimentos sociais pesqueiros como a ANP e MPP; f) uma aposta ecosófica na Demarcação do Território Pesqueiro através do Projeto de Lei 131/2021. Considerações Finais: No embate frente as investidas do capitalismo mundial integrado, as subjetividades de pescadores artesanais, ora sofrem agenciamentos aos modos de empreender sobre o uso da terra, do ar e das águas anunciados pela exploração das empresas estrangeiras, ora produzem resistências frente aos empreendimentos econômicos e energéticos – como corte de cercas acordos com guardas para trânsito no território cercado, organização de movimentos sócio-políticos, realização de audiências e incidências, dentre outros processos. As pescadoras e os pescadores artesanais operam, social e politicamente, no tensionamento dos movimentos sociais pesqueiros não só em prol de seus direitos, mas também em defesa da vida de humanos e não humanos no território das águas.
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HIGOR DE SOUSA MOURA
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DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DA ESCALA DE INDICADORES EM SAÚDE MENTAL PARA ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR
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Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
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Data: 31/08/2021
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Resumo: Os instrumentos de mensuração ocupam papel fundamental na pesquisa e na fundamentação de iniciativas que visam abordar o tema ao qual se direcionam a medir. No contexto da saúde mental dos estudantes universitários, tais instrumentos podem fornecer evidências que permitem aos personagens deste panorama a atuação sobre as variáveis determinantes no processo de promoção da saúde mental, sendo imprescindível, portanto, que tais medidas ofereçam evidências da qualidade das propriedades psicométricas avaliadas. Visando atender tais finalidades, foi construída a Escala de Indicadores em Saúde Mental para Estudantes do Ensino Superior (EISM-EES), cuja base conceitual sobre saúde mental reside na perspectiva positiva, pautada na superação da dicotomia saúde e doença. Objetivo Geral: Elaborar a Escala de Indicadores em Saúde Mental para Estudantes do Ensino Superior (EISM-EES). Método: Construída a partir de etapas sequenciais, inicialmente participaram 40 estudantes universitários que responderam a questões que fundamentaram a elaboração dos itens preliminares que, em seguida, foram submetidos à avaliação de cinco juízes e à validação semântica. As evidências psicométricas e estrutura fatorial foram exploradas por meio de um segundo estudo, iniciado pelo refinamento dos itens da escala via TRI e Modelo de Resposta Graduada de Samejima. Utilizou-se para tal uma amostra de 201 estudantes de graduação, empregando-se Análise Fatorial Exploratória para análise dos dados. A confirmação da estrutura fatorial foi verificada a partir de uma amostra independente de 186 estudantes de graduação e análise via Análise Fatorial Confirmatória. Resultados: A etapa de validação de conteúdo revelou adequabilidade segundo o referencial adotado e apresentou 4 dimensões para a EISM-EES que posteriormente foram reduzidas a 3 (suporte social, autoeficácia e produtivismo acadêmico), resultando em um instrumento final, tridimensional, composto por 16 itens e com indicadores de ajuste adequados. Conclusão: A EISM-EES é um instrumento com propriedades psicométricas satisfatórias para o rastreio de indicadores em saúde mental junto à população de estudantes universitários, cuja utilização poderá fomentar iniciativas de promoção de saúde, prevenção de agravos e estratégias de intervenção pelas IES.
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RACHEL RODRIGUES MACHADO BARROS
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GUARDA COMPARTILHADA, DIVÓRCIO E PSICOLOGIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA.
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Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
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Data: 31/08/2021
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A guarda compartilhada é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que deixaram de ser um casal.No Brasil a legislação passou a determinar como regime preferencial a guarda compartilhada, que deve ser aplicada como regra quando se dissolve o vinculo conjugal. A sociedade passou por transformações estruturais, atualmente, o divórcio é algo bastante frequente. Assim, as discussões judiciais acerca da guarda em sido bastante recorrente. A escolha da legislação brasileira pela guarda compartilhada alicerça seu fundamento no principio do melhor interesse da criança.Contudo, pouco e mencionado sobre os reais impactos desse regime jurídico nos menores. Nesse sentido,esta pesquisa buscou contribuir sanando esta lacuna, já que teve como objetivo central reunir as principais publicações científicas sobre o tema. Para isso, realizou-se duas revisões sistemáticas. Inicialmente, o primeiro estudo utilizou as bases Scielo, Pepsic, BVS e Portal Capem de Periódicos e incluiu artigos disponibilizados na íntegra em idiomas português e inglês, publicados no período de 2010 a 2020.A busca foi realizada através da Comunidade Acadêmica Federada (CAFE), que permitia acesso ao sítio eletrônico das próprias bases, utilizando-se os descritores:“shared parenting” AND “divorce” e “guarda compartilhada” AND “divórcio”, foram encontrados 386 estudos, sendo 10 selecionados para análise. Os resultados permitiram a compreensão do divórcio e guarda compartilhada.Em seguida,a nova pesquisa foi realizada através da
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Comunidade Acadêmica Federada (CAFE), que permitia acesso ao sítio eletrônico das próprias bases, a partir dos seguintes descritores e operadores booleanos: “psychology” AND “shared parenting” e “psicologia” AND “guarda compartilhada” utilizando as bases Scielo, Pepsic, BVS e Portal Capem de Periódicos e incluiu artigos disponibilizados na íntegra em idiomas português e inglês, publicados no período de 2010 a 2020.A partir das estratégias de busca, foram encontrados 543 estudos, sendo 07 selecionados para análise. Os resultados permitiram a compreensão do que a psicologia tem estudado sobre guarda compartilhada. Ao final,dos dois estudos, foi possível verificar que não obstante o considerável número de produções cientifica encontradas mediante a busca com os descritores os artigos que de fato abordavam acerca da guarda compartilhada são escassos.
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DÉBORA FERREIRA MOURA
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ESCALA FEAR OF MISSING OUT (FoMO) NO CONTEXTO DO TRABALHO BRASILEIRO: ELABORAÇÃO E PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS
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Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
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Data: 30/08/2021
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Introdução. Fear of Missing Out - FoMO consiste na apreensão de que outras pessoas podem estar tendo experiências satisfatórias, em que você está ausente, culminando no desejo de permanecer conectado continuamente com o que outras pessoas estão fazendo. Este constructo vem sendo abordado por pesquisadores em associação ao uso de mídias sociais. No que diz respeito a sua operacionalização, existem algumas medidas para tal fenômeno, no entanto, no Brasil, nenhuma até o momento foi desenvolvida ou adaptada para o contexto organizacional. Com isso, este trabalho busca contribuir cobrindo esta lacuna. Objetivo. Elaborar a Escala Fear of Missing Out (FoMO) no Contexto do Trabalho Brasileiro - EFCT, buscando conhecer evidências de sua validade e precisão. Método. Foram projetados dois estudos independentes: O Estudo 1 teve como objetivo a elaboração e verificação da validade de conteúdo da EFCT, com uma amostra de 42 colaboradores de empresas e instituições brasileiras, que responderam um questionário sociodemográfico e questões sobre comportamentos e situações de FoMO no contexto do trabalho, tais respostas fundamentaram a elaboração dos itens que compuseram a versão preliminar da medida. Seguidamente, a EFCT foi submetida a análise de juízes e validação semântica, os resultados apontaram valores de CVC satisfatórios. Os dados foram analisados através dos softwares IRAMUTEQ, e SPSS. No Estudo 2 realizou- se a exploração das evidências de validade e precisão da escala, como também a adequação da estrutura fatorial. Participaram deste estudo 216 colaboradores, idade variando de 18 a 56 anos (M = 32,78; DP = 8,014), sendo a maioria (53,7%) do sexo feminino, que responderam um questionário sociodemográfico e a versão preliminar da EFCT. Para afirmar a unidimensionalidade da medida, contou-se com a Teoria de Resposta ao Item, levando em consideração a natureza ordinal da medida. Ainda foi realizada a análise dos parâmetros dos item, por meio do Modelo de Respostas Graduada de Samejima e por fim, uma Análise Fatorial Exploratória – AFE, para a verificação da estrutura fatorial e consistência interna da medida. Resultados. Os resultados demonstraram parâmetros psicométricos adequados na amostra estudada nas duas versões propostas da escala (completa com 15 itens e a versão reduzida com 05 itens). É um instrumento curto e que facilmente pode ser aplicado, possibilitando o seu uso em pesquisas que objetivam investigar o FoMO no trabalho, como também na prática de profissionais de gestão de pessoas como uma ferramenta que trará informações pertinentes sobre tal fenômeno dentro das organizações, possibilitando a elaboração de planos estratégicos para trabalhar tal fenômeno no cotidiano de seus colaboradores.
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ANDREIA DE MEDEIROS CUNHA
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ELABORAÇÃO E EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS DA ESCALA GLOBAL DE BULLYING AGRESSOR E VÍTIMA (EGB - AV)
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Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
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Data: 30/08/2021
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O bullying é uma forma de agressão intencional (física, verbal ou psicológica) e repetitiva sobre um indivíduo, com desequilíbrio de poder ou força entre vítima e agressor e incapacidade de defesa por parte da vítima. No Brasil existem medidas nacionais ou adaptadas que mensuram o bullying, mas nenhuma avalia, de forma global (agressores e vítimas) na perspectiva multidimensional, com 4 dimensões ou formas de manifestações (Bullying verbal, físico, relacional e cyberbullying). Nesse sentido, esta pesquisa buscou contribuir sanando esta lacuna, já que teve como principal objetivo elaborar, reunindo evidências psicométricas, a Escala Global de Bullying – Agressor e Vítima (EGB - AV). Apesar de escalas internacionais recentes avaliarem o construto sob perspectiva semelhante, optou-se por elaborar uma medida nacional mais condizente com as peculiaridades culturais do nosso país. Para isso, realizou-se um estudo divido em duas etapas. Inicialmente foram examinadas evidências iniciais de validade e precisão da EGB – AV [oriunda das versões preliminares da ECB (Medeiros et al., 2015) e da EVB (Gomes, 2020)], cuja versão preliminar (60 itens) foi analisada, via Teoria de Resposta ao Item (TRI), selecionando-se os melhores itens para compor a versão final (24 itens). Em seguida, avaliou-se a estrutura do modelo hierárquico Tetrafatorial proposto para a EGB – AV, comparando-o com os modelos alternativos (Bifactor e Unifatorial) para as subescalas EGB – A e EGB – V. Uma amostra de 639 estudantes (entre 10 e 17 anos) de escolas públicas e privadas do Estado do Piauí responderam aos itens da escala preliminar, juntamente com questões sociodemográficas. As coletas foram realizadas individualmente em salas de aula, após autorizações legais necessárias, e os dados foram analisados pelos softwares IBM SPSS, Factor e R (pacotes Psych, Mirt, Lavaan, SemTools, SemPlot e Ggplot2). Os resultados demonstraram um modelo hierárquico tetrafatorial mais ajustado (χ2 = 349,47; gl = 243, CFI = 0,99, TLI = 0,99; RMSEA = 0,03, IC+/- 90% = 0,02/0,03), cujos índices confirmaram unidimensionalidade para cada uma das dimensões de bullying, consequentemente, indicando soluções fatoráveis para suas matrizes. A estrutura fatorial consiste em dois fatores de segunda ordem (EGB_V e EGB_A) cada um explicando quatro fatores de primeira ordem (bullying físico, verbal, relacional e cyber), cada qual, por sua vez, saturando três itens com cargas fatoriais todas acima de 0,35. Além disso, a maioria dos indicadores de precisão estão acima de 0,80, para intervalos de confiança de 95%, e itens altamente discriminantes, informativos e com maior capacidade de avaliar sujeitos com magnitudes médias e altas de theta (θ). Ao final, obteve-se uma medida curta, simples, abrangente acessível e psicometricamente adequada e confiável, que poderá ser utilizada para pesquisar antecedentes e consequentes das diversas formas de manifestações do bullying, a fim de propor estratégias de enfrentamento desse fenômeno tão grave, complexo e adoecedor.
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RISLAY CAROLINNE SILVA BRITO
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Estresse frente à COVID-19 e a agressão psicológica nas relações amorosas
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Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
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Data: 30/08/2021
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No Brasil, o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020, sendo com isso declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) pelo Ministério da Saúde. Diante da necessidade de mitigar a propagação do vírus, foram tomadas medidas de controle contra a sua propagação, como quarentenas e isolamento social. Essas medidas afetaram muitos aspectos da vida das pessoas, gerando sérias ameaças à sua saúde e desencadeando vários tipos de problemas. Dentre estes observou-se um risco relevante do aumento potencial da violência por parceiro íntimo (VPI). Relatórios em diversos países mostram um aumento significativo na VPI durante o período da pandemia por COVID-19. Com isso, a presente dissertação propõe investigar a relação entre o estresse frente a COVID-19 e a agressão psicológica em relacionamentos amorosos. A ênfase a esse tipo específico de violência se dá pelo fato de ser uma forma de VPI que se apresenta de forma mais sutil, muitas vezes sendo naturalizada e não reconhecida como violência. Para tanto, foram realizados estudos divididos em três artigos. O primeiro artigo trata-se da adaptação da COVID-19 Stress Scales (CSS), reunindo evidências psicométricas. O segundo artigo trata-se da adaptação e validação da Psychological Aggression Scale (PAS). Por fim, o último artigo propõe conhecer em que medida o estresse frente a COVID-19 explica o comportamento de perpetração da agressão psicológica, controlando os efeitos de idade e sexo. No artigo 1 foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. No primeiro (n = 423) a análise fatorial exploratória sugeriu uma estrutura pentafatorial. No segundo (n= 300) executou-se uma análise fatorial confirmatória testando modelo pentafatorial. Realizou-se a correlação de Pearson (r) que evidenciou relações positivas e estatisticamente significativas entre ansiedade e o estresse frente a COVID, indicando validade convergente. No artigo 2 também foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. No primeiro estudo contou-se com uma amostra de 200 participantes, e através do Factor (versão 10.5) foi realizada a análise fatorial exploratória, que sugeriu uma estrutura unifatorial tanto para a escala de vitimização quanto para a escala de perpetração, com cargas fatoriais que variaram de 0,490 a 0,895 para a primeira e 0,374 a 0,904 para a segunda. Neste estudo, os índices de consistência interna apresentaram-se adequados para ambas as escalas (Vitimização: (α) 0.87 e (Ω) 0.88; Perpetração: (α) 0.85 e (Ω) 0.85). No segundo estudo contou-se com uma nova amostra de 207 participantes, e através do R 3.3.3 (R Core Team, 2017) executou-se uma análise fatorial confirmatória, confirmando a estrutura unidimensional das EAP, que apresentou indicadores que atestam o ajuste do modelo aos dados, apresentando indicadores de precisão acima do recomendado (Vitimização: (α) 0,87 e (Ω) 0,88; Perpetração: (α) 0,86 e (Ω) 0,86). No artigo 3, participaram 264 pessoas. Os resultados deste estudo, por meio de correlações e regressões hierárquicas, demonstraram que os fatores xenofobia (r= 0,18; p<0,001) e estresse pós-traumático (r= 0,16; p<0,001) da medida de estresse da COVID-19 explicaram o comportamento de perpetração da agressão psicológica entre parceiros íntimos [R = 0,26, R2Ajustado = 0,04; F (7,258) = 2,623, p < 0,01]. Esses achados ampliam a discussão sobre a agressão psicológica e o estresse gerado pela pandemia da COVID-19.
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IARA SAMPAIO CERQUEIRA
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Efeitos de Treinos de Habilidades Sociais em bullying e saúde mental de crianças e adolescentes: revisão sistemática com metanálise
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Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
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Data: 21/08/2021
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O bullying escolar, violência que ocorre entre pares no contexto escolar, repetitivamente, a partir de desigualdade de poder, e com capacidade de gerar sofrimento, pode prejudicar a saúde mental de crianças e adolescentes. Pensar estratégias de prevenção de violência, controle/prevenção de psicopatologias, e promoção de saúde se fazem necessário frente a grande ocorrência desse fenômeno, e as Habilidades Sociais tem sido exploradas com esse fim. Reunir evidências sobre a relação desses fenômenos é importante para prática clínica, e contexto escolar, assim o objetivo desta dissertação foi apresentar os efeitos do Treino de Habilidades Sociais em bullying escolar e saúde mental de crianças e adolescentes. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática com metanálise. O método contemplou buscas nas bases de dados: Embase, Pubmed, Cinahl, PsycoINFO, Cochrane, Scielo, e Lilacs. Considerando todos os estudos publicados, a seleção foi feita utilizando o Covidence, a partir de critérios de inclusão e exclusão, que se basearam na estratégia PICOT. A análise de dados foi realizada através de formulário de extração de dados Cochrane e metanálise com o software Review Menager. Os resultados dos dois estudos incluídos indicaram eficiência do Treino de Habilidades Sociais, apesar de as metanálises inferirem efeito nulo, e muito baixa recomendação em relação à bullying -0.01 [-0.11, 0.09], e a saúde mental 1.06 [1.03, 3.14]. Há necessidade de novas pesquisas empíricas que verifiquem os efeitos do THS, com intuito de maximizar sua eficácia, e assim agregar contribuições na vida de crianças e adolescentes.
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FRANCISCO MARCOS GOMES DE BRITO
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Terreiro adentro, terreiro afora: Cartografia da produção de subjetividade de sacerdotes de religiões afro-brasileiras na cidade de Parnaíba-PI
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Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
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Data: 27/07/2021
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As religiões afro-brasileiras foram formadas a partir das matrizes filosófico-espirituais dos povos indígenas de Abya Yala (América) e dos povos nativos de África que foram trazidos ao Brasil como escravizados. Desde seu surgimento, essas religiões se colocaram como dispositivos de resistência frente às violências do regime colonial-capitalístico, que tratou e trata de destruir todas as formas de subjetivação, sobretudo aquelas vivenciadas a partir das noções de coletividade e comunalidade com todas as formas de vida (humanas e não-humanas, visíveis e invisíveis). Sacerdotisas e sacerdotes dessas religiões, produziram, então, não apenas atuações dentro dos terreiros, mas também insurgências micropolíticas que se propagaram para fora deles. Partindo dessa premissa, realizamos uma pesquisa acerca de como se constituem os processos de subjetivação e enunciação de sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda na cidade de Parnaíba/Piauí. Objetivos: a) analisar os modos de subjetivação, sujeição e resistência de sacerdotisas/sacerdotes de Candomblé e Umbanda no seu quefazer religioso e político; b) acompanhar, nos espaços terreiro adentro-terreiro afora a itinerância do fazer-se sacerdotisa/sacerdote; c) mapear narrativas e produção de si mesmas/mesmos de sacerdotisas/sacerdotes umbandistas e candomblecistas. Método: Adotamos a cartografia não só como método, mas também como modo de fazer pesquisa-intervenção, em encruzilhada com a epistemologia decolonial do Quilombismo e as filosofias-espirituais afro-indígenas, que denominamos de Ecosofia de Terreiro. A análise dos processos de subjetivação e enunciação cartografados foi feita a partir da Esquizoanálise, tendo a Ecosofia de Terreiro como transversalidade. A cartografia foi composta a partir de três terreiros de Umbanda e dois de Candomblé, com a participação de duas sacerdotisas e três sacerdotes, os acompanhando nos fazeres internos dos terreiros, mas também em seu trânsito, vivência e exercício político em outros espaços, como rodas de conversa e eventos na cidade e nos próprios terreiros, e, durante a pandemia de COVID-19, em atividades que passaram a acontecer de modo remoto em redes sociais. Partimos da participação observante de suas produções e nos utilizamos do diário cartográfico e de entrevistas cartográficas realizadas de forma remota via plataforma de chamada de vídeo Zoom. Os resultados demonstram que sacerdotisas e sacerdotes produzem a partir das ecosofias de terreiro: a) micropolíticas decoloniais em diferentes âmbitos e espaços, que vão desde a produção de cuidado com os outros e cuidado de si – que perpassa um processo de afirmação de sua produção subjetiva pelas religiões de terreiro, um processo que é sempre coletivo – até a construção de alianças, além de estratégias de levar o terreiro para fora de seus limites físicos (vídeo para YouTube) e levar a comunidade para dentro do terreiro (construção de escolinha); b) uma ética de si, o que foi demonstrado ainda quanto à identidade de gênero e à orientação sexual, uma vez que elas/eles, bem como seus filhos e filhas performam gêneros e sexualidades minoritárias, e para além disso também abrem seus terreiros aos tensionamentos que pessoas trans trazem à estrutura binária do Candomblé; c) lives, reuniões virtuais com sacerdotisas e sacerdotes de todo o Piauí, realizadas durante a pandemia para debater a situação dos terreiros e traçar estratégias mútuas de ajuda. Assim, os modos de subjetivação e os processos de enunciação cartografados apontam para o papel de organização coletiva exercido por sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda a partir de um devir minoritário que se produz também como um devir-grupo, devir-comum, através de um fazer ético, estético e político que se coloca como meio de resistência à sujeição colonial- capitalística.
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HOSANIRA RIOS COSTA
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Cartografia de Processos de Subjetivação em Contextos de Vida Precária e de Perda por Suicídio
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Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
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Data: 27/07/2021
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Introdução: Vivemos em um permanente estado de exceção que caracteriza o capitalismo e a produção de subjetividade na contemporaneidade. Um dos efeitos disso é a produção de modos de vidas precárias, vidas que estão na linha tênue do humano e inumano e que acabam sendo reduzidas à sobrevivência. Nesse contexto, a produção de subjetividade capitalística e o Estado articulam políticas de controle da vida e políticas de morte, agenciando processos de subjetivação segmentados em regimes de sujeição que podem levar, entre outras saídas, a suicídios. Diante disso, como se constituem os modos de subjetivação e intervenção de profissionais junto a pessoas em situação de vulnerabilidade e violência auto infligida e a familiares que vivenciam luto relacionado à perda por suicídio? Como se produz vida diante da violência auto infligida e diante da perda por suicídio? Objetivos: a) Cartografar processos de subjetivação e intervenção de profissionais em contextos de vida precária e de perda por suicídio; especificamente: b) Conhecer processos de subjetivação e intervenção em contextos de perdas; c) Caracterizar processos de subjetivação e intervenção de profissionais em contextos de vida precária e de perdas por suicídio; e d) Analisar processos de subjetivação e intervenção de profissionais em contextos de perdas. Método: utilizamos a Cartografia como método de pesquisa qualitativa em psicologia e a Esquizoanálise como dispositivo de análise dos processos de subjetivação e intervenção cartografados, ou seja, para análise dos lineamentos molares, maleáveis e de fuga que se interconectam simultaneamente e formam linhas da vida. Dessa forma, utilizamos ferramentas-conceitos, dentre as quais: processos de subjetivação, vida precária, luto, vida nua, sofrimento ético-político. Participaram da pesquisa oito profissionais que trabalham com políticas públicas e em diferentes setores nos territórios da cidade de Parnaíba-PI. Os dispositivos de produção de informações da cartografia foram oficinas virtuais realizadas pela plataforma Google Meet, durante os meses de agosto e setembro do ano de 2020, por meio dos seguintes objetos relacionais da arte: poesia e prosa, texto em cena e esquizodrama com intervenções em cena. Resultados e discussão: das narrativas dos profissionais emergiram três analisadores: culpabilização da mulher diante da morte por suicídio; mulher com sofrimento psíquico e usuária de psicotrópico chegando sozinha ao serviço de atenção psicossocial; violência contra a mulher, silenciamento e falta de apoio social. Todas as análises partiram de mulheres que estavam em sofrimento e desejo de não viver ou em processo de luto por suicídio. A precarização da vida dessas mulheres incluiu: violência de gênero, no âmbito doméstico-familiar, silenciamento, além da sobrecarga de cuidar de tudo sozinha. As mulheres são mais culpabilizadas quando perdem alguém por suicídio, o que dificulta a vivência saudável do luto e a criação de linhas de cuidados. A masculinidade hegemônica, afirmadas por homens e mulheres, as instituições das violências, a negligência do Estado e as necrobiopolíticas deixam morrer, fazem matar e agenciam a morte por suicídio. Conclui-se, diante das análises dos processos de subjetivação e enunciação, que as intervenções dos profissionais ora reproduzem práticas instituídas na rede de atenção psicossocial, ora se reinventam instituindo processos inventivos e criativos.
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RUTH DE SOUSA SILVA E SILVA
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Análise Psicossocial do Envelhecimento no Sistema Prisional: Suas Representações Sociais
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Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
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Data: 22/07/2021
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O envelhecimento não se trata apenas de temporalização da vida, nem se refere exclusivamente ao declínio da capacidade funcional, mas também de um acordo entre responsabilidade social e capacidade psicológica individual. Diante disso, torna-se pertinente investigar esse processo no âmbito prisional por se tratar de uma população invisível, cercada por muros, longe da sociedade e afastada de políticas públicas que promovam a dignidade humana. Segundo o Levantamento Nacional de Informação Penitenciária, o Brasil possui cerca de 748. 009 pessoas em privação de liberdade, dentre as quais, 4. 443 pessoas estão no Piauí. A relevância social e acadêmica evidencia-se por contemplar espaços de manifestação do processo de exclusão social e vulnerabilidades psicossociais. Em consonância com essa proposta ressalta- se a perspectiva life-span, paradigma de desenvolvimento ao longo da vida que servirá de embasamento teórico do objeto. Para compreensão dos fenômenos estudados adotou-se também na Teoria das Representações Sociais – TRS de Moscovici, delineamento teórico pertinente à temática proposta. Objetivo: Analisar as representações sociais sobre envelhecimento e privação de liberdade entre homens e mulheres do sistema prisional. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa-descritiva e exploratória com dados transversais. O locus desta dissertação é a Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina em Parnaíba-PI. Participaram 20 homens e 20 mulheres a mais de seis meses de reclusão, com capacidades cognitivas preservadas, em idade superior a 18 anos. Para levantamento de dados utilizou-se um questionário sociodemográfico, Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), com duas palavras indutoras: envelhecimento e privação de liberdade e Entrevista Semiestruturada, abordando suas percepções e significados sobre o envelhecimento; A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí – UFPI, conforme número do parecer: 3.305.207; Todos os trâmites legais e regimentais foram observados para o desenvolvimento da pesquisa. Os dados obtidos através da aplicação do questionário sociodemográfico foram analisados por meio do software SPSS for Windows na versão 24. Os dados colhidos através do TALP foram analisados a partir do software IRAMUTEQ. As respostas da entrevista semiestruturada tratadas mediante análise de conteúdo de Bardin. A dissertação será organizada em dois estudos, intercambiando os instrumentos originados a partir dos resultados encontrados. Resultados: O estudo 1 evidencia que as palavras mais evocadas pelos participantes foram Deus e tempo. Os homens compreendem o envelhecimento pela ótica da religião e as mulheres lhe atribuíram valor cronológico de acordo com a análise prototípica. Quanto aos resultados do material textual as subcategorias cronológico e perdas se destacaram atrelados ao aspecto psicossocial. O Estudo 2 Verificou-se entre os homens representações sobre saudade, sofrimento, angústia, e a fé. Já entre as mulheres, significa dor pela falta dos filhos, sentimento de tristeza e solidão. Portanto, se constata que os grupos compartilharam representações semelhantes sobre a privação de liberdade, destacando aspectos emocionais e psicológicos, se sobressaindo a saudade da família.
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GRAZIELA DE MORAES RUBIM FILGUEIRAS
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Avaliando alienação parental: Identificando práticas paternas através de uma nova medida
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Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
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Data: 15/07/2021
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Esta pesquisa objetivou elaborar a Escala de Práticas Alienantes Paternas (EPA-P), reunindo evidências quanto a estrutura interna do instrumento. Contou-se com uma amostra não probabilística (acidental) de 172 homens que passaram por uma situação de separação/ divórcio. Estes tinham idades entre 19 a 71 anos (M = 39; DP = 39,98), estando em processos de separação amigável (54,3%) e que apenas a mãe detém a guarda dos filhos (50,6%). Estes responderam a versão preliminar da Escala de Prática Alienantes Paternas (EPA-P), composta por 30 itens respondidos numa escala tipo Likert de 5 pontos, variando de 0 (Nunca) a 4 (Sempre). Além de perguntas de caráter demográfico [e.g., sexo, idade, estado civil, tipo de separação, escolaridade, renda, etc]. Inicialmente, considerados os sete diferentes incisos do art 2º, da lei 12.318/10 (Lei de alienação parental), foram realizadas análises fatoriais exploratórias (AFE), por meio do estimador DWLS, para verificar a unidimensionalidade de cada um dos incisos. O método Hull sugeriu a adequação de uma estrutura unifatorial, para cada uma das sete características. Posteriormente, tendo em conta os sete incisos, analisou-se a dificuldade, discriminação e a informação psicométrica dos itens em cada subescala. Destaca-se que a maioria dos itens apresentaram parâmetro de discriminação (a) maiores que 2. Optou-se por escolher um item de cada um dos sete incisos com níveis mais elevados de theta (θ); portanto, sendo os que requeriam níveis mais elevados de práticas alienantes para serem endossados completamente. A avaliação gráfica das curvas de informação dos itens para cada um dos incisos possibilitou classificar os itens 02, 04, 21, 23, 24, 26 e 28 como os mais informativos e, portanto, mais representativos das práticas alienantes. Assim, foi realizada uma nova análise fatorial exploratória, que se encontrou uma estrutura unidimensional, sendo eliminado um item. Dessa forma, foi realizada uma nova AFE com seis itens restantes, que corroborou a estrutura unidimensional {[KMO = 0,89 (IC95% = 0,90 – 0,91) e χ2 Bartlett (21) = 1.828,6 e p < 0,001]; Eigenvalue = 2,59; HullGFI = 0,97}, que apresentaram saturações fatoriais que variaram de 0,52 [itens 21, “Invento que meu (minha) filho (a) está doente para que ele não volte para a casa da mãe.”] a 0,94 [item 26, “Não permito a mãe do meu (minha) filho (a) ir buscá-lo em minha residência para que ela não saiba onde estou morando”]. Os índices de consistência interna da medida (precisão), foram considerados adequados (α de Cronbach = 0,85; e ômega de McDonald = 0,89). Os resultados demonstraram parâmetros psicométricos adequados da EPA-P na amostra considerada, sendo um instrumento curto e de fácil aplicação, que pode ser usado em pesquisas que visem identificar as práticas alienantes paternas, possibilitando a elaboração de planos estratégico para a mitigação desta conduta prejudicial bem como uma aplicação mais segura da lei nº 12.318/2010 por parte dos profissionais que atuam no Poder Judiciário.
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ROBINSON SOUZA DE FRANÇA
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As pessoas não veem o músico como alguém que tá fazendo um trabalho, pensam que é uma brincadeira: modelos de carreira profissional e significados do trabalho para os músicos
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Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
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Data: 12/07/2021
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A precarização atinge número cada vez maior de profissões, impondo obstáculos aos trabalhadores no desenvolvimento de suas carreiras profissionais e nos significados que atribuem às suas atividades laborais. O setor de trabalho na música, que já vinha sendo afetado por esta dinâmica, atualmente, devido à pandemia do COVID-19 passou a experimentar de forma mais intensa os entraves limitadores para o seu prosseguimento. Diante desta realidade a presente pesquisa teve como objetivo analisar os modelos de carreira desenvolvidos e seus desdobramentos nos significados atribuídos por parte dos músicos ao trabalho que executam, mais especificamente, buscou conhecer seus perfis profissionais, identificar suas percepções atribuídas ao trabalho com a música, caracterizar os modelos de carreira desenvolvidos, descrever os significados atribuídos ao trabalho e compreender as relações entre os modelos de carreira dos profissionais dessa área e os significados atribuídos ao trabalho. Para isso, os participantes colaboraram com a pesquisa respondendo a um questionário sociodemográfico, ao Teste de Associação Livre de Palavras e a um roteiro de entrevista semiestruturada com perguntas relativas aos temas pesquisados. O estudo seguiu as normas e procedimentos éticos conforme a Resolução nº. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes foram abordados virtualmente em seus perfis de divulgação profissional e, quando de acordo, tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, contendo informações detalhadas sobre a pesquisa, no qual registraram o consentimento em participar. A análise dos dados foi feita através da Técnica de Análise de Conteúdo, modelo proposto por Bardin. Os resultados apontam para a compreensão da carreira profissional no seu sentido financeiro, de provimento de renda, bem como para o gostar do que faz. Os profissionais autônomos se reconhecem no modelo de carreira empreendedora, enquanto os profissionais de instituições no modelo de âncoras de carreira. Os participantes atribuíram importância ao trabalho que desenvolvem, discorrendo que ele significa “tudo” em suas vidas, em primeiro plano quando avaliado frente a outras dimensões de suas vidas. De forma geral, foi possível concluir que os trabalhadores estão enfrentando a intensificação de precariedades no trabalho com a música neste momento de pandemia, criando estratégias para superar as dificuldades, buscando atividades paralelas à música para se manterem e continuarem trabalhando como músicos.
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JHÉSSICA PAULA DE BRITO
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Modelos de Carreira e Aprendizagem no Trabalho: um Estudo com Profissionais de Tecnologia da Informação em Tempos de Indústria 4.0
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Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
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Data: 06/07/2021
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Assim como o campo do trabalho, as trajetórias de carreira e aprendizagem sofreram impactos pelas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais no mundo e, diante do cenário de crescente desenvolvimento tecnológico caracterizado hoje pela iminência da indústria 4.0, destaca-se o setor de Tecnologia da Informação. Neste sentido, a presente pesquisa teve como objetivo geral investigar o processo de construção dos modelos de carreira adotados por profissionais de Tecnologia da Informação (TI) na atualidade e identificar quais as estratégias de aprendizagem envolvidas neste processo. A partir deste intento, buscou-se ainda aprofundar aspectos referentes às dimensões da carreira e da aprendizagem no trabalho no contexto da Indústria 4.0. O estudo, em um desenho qualitativo, foi realizado com nove profissionais de TI que trabalham em empresas das cidades de Teresina e Parnaíba; a coleta de dados foi realizada através do questionário sócio demográfico, do Teste de Associação Livre de Palavras – TALP e de um roteiro de entrevista semiestruturado, construídos a partir dos temas abordados. A análise dos dados foi realizada por meio da análise de conteúdo, segundo Bardin, a qual gerou três eixos temáticos para o resultado da TALP e 11 eixos temáticos para os resultados da entrevista. De forma geral, os resultados demonstraram que o processo de desenvolvimento de carreira e aprendizagem dos profissionais de TI é pautado na dinâmica da própria área de atuação e guiados pela necessidade de atualização, sendo observadas características marcantes dos modelos portifólio e craftcareer; quanto ao processo de aprendizagem no trabalho, foi relatado uma maior frequência da aprendizagem informal e uso da estratégia comportamental de aplicação prática. Por meio dos dados levantados foi possível concluir que a dinâmica da área, bem como o crescimento tecnológico influencia na construção dos processos de carreira e aprendizagem dos profissionais acessados.
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THAMYRIS TABOSA DE SOUSA
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Representações Sociais da Qualidade de Vida entre pessoas vivendo com HIV
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Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
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Data: 30/06/2021
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O HIV e a aids são epidemias atualmente controladas que receberam muitos investimentos ao longo da história, alcançando inclusive o caráter crônico. As pessoas vivendo com HIV (PVHIV) com boa adesão ao tratamento podem conviver melhor com a doença e com isso, melhorar a qualidade de vida. Por isso, estratégias para reforçar a adesão ao tratamento através grupos de apoio tem sido utilizadas. Contudo, a doença ainda impacta negativamente em aspectos psicossociais das PVHIV, o que pode influenciar na percepção que estas possuem sobre a Qualidade de vida (QV). Objetivo: Apreender e comparar as representações sociais sobre HIV, aids e qualidade de vida entre as PVHIV que participam do Grupo de Adesão (ao tratamento) e que não participam. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com corte transversal, amostra não probabilística e por conveniência. Submetida e aceita em Comitê de Ética e Pesquisa, contou com 22 pessoas adultas vivendo com HIV, de ambos os sexos, divididas em dois grupos: participantes do Grupo Adesão (41%) e não participantes do grupo (59%), as quais responderam aos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, entrevista semiestruturada e Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Que foram analisados respectivamente através de estatística descritiva; Classificação Hierárquica Descendente (CHD) por meio do software Iramuteq; e análise de Redes Semânticas. Resultados: os resultados do Estudo 01 evidenciam que as representações sobre o HIV estão associadas à mudanças e adaptações, ao sigilo da condição sorológica, ao impacto da estigmatização social e uso de enfrentamentos positivos e negativos. As representações da aids estão associadas à vulnerabilidade e necessidade de tratamento. A diferença nas representações dos participantes e não participantes do grupo adesão foi principalmente o enfrentamento positivo do primeiro grupo em relação ao segundo. O Estudo 2 demonstra representações sociais da QV positivas, relacionada diretamente ao tratamento e seus efeitos e semelhantes entre os dois grupos estudados.
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ANA GABRIELA AGUIAR TREVIA SALGADO
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Análise Psicossocial da velhice LGBT: um estudo das Representações Sociais entre transexuais e travestis
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Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
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Data: 28/06/2021
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Introdução: Estima-se que no Brasil, no ano de 2019, mais de 32 milhões de habitantes tinham idade igual ou superior a 60 anos. Com o aumento da expectativa de vida, a proporção de idosos na população brasileira aumenta significativamente, ilustrando o fenômeno que ocorre mundialmente, de envelhecimento da população. Envelhecer é um processo natural, que faz parte do ciclo de vida de todos os organismos vivos. Carregada de particularidades, a velhice segue como uma fase da vida humana carregada de estereótipos e concepções negativas. Por esse motivo, abordar determinados assuntos, como diferentes orientações sexuais e identidades de gênero na velhice, ainda é um tabu. A partir do entendimento de que a população idosa, principalmente os idosos LGBT, necessita de maior atenção e cuidados, tem-se desenvolvido um maior número de pesquisas sobre o tema, a fim de contribuir com mais conhecimento que possa proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar para essa população. Objetivos: Apreender e analisar as representações sociais que são formadas pelas pessoas transexuais e travestis acerca da velhice LGBT e da sexualidade. Método:Participaram deste estudo 34 pessoas adultas brasileiras – sendo 16 travestis, 7 mulheres-trans e 11 homens-trans – com idades entre 18 e 57 anos (M = 26,6 anos; DP = 8,4 anos). A maioria declarou-se com estado civil solteiro (79,4%), com renda mensal de até 1 salário-mínimo (47,1%), nível médio de escolaridade (32,4%) e residentes do estado do Piauí (35,3%). A coleta de dados foi realizada a partir dos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e roteiro de entrevista semiestruturada. Para análise, foram utilizados: análise estatística descritiva com o uso do software SPSS 25.0 para o questionário sociodemográficos; Classificação Hierárquica Descendente (CHD) através do software Iramuteq para entrevista semiestruturada; análise prototípica através do software Iramuteq para a TALP. Resultados: As representações sociais identificadas neste estudo evidenciam quatro conteúdos sobre a velhice LGBT: a morte pela transfobia como um obstáculo para atingir a velhice, a esperança associada à incerteza de conseguir uma velhice tranquila, o desejo de uma velhice tranquila pela expectativa da garantia de uma aposentadoria e de um lar para viver, e o medo do preconceito que cria barreiras para as pessoas LGBT jovens e, mais ainda, para as idosas. Em relação à sexualidade, as representações sociais verificadas evidenciam a vivência da sexualidade a partir do ato sexual.
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DÉBORAH LIMA DE CARVALHO
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A saúde mental na política de assistência estudantil do Instituto Federal do Piauí
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Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
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Data: 10/05/2021
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Essa dissertação propõe uma pesquisa sobre a saúde mental no contexto da assistência estudantil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). O Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010, que dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) consolidou a assistência estudantil como direito social e orienta a implantação da Assistência Estudantil (AE) nas Instituições Federais de Ensino Superior. O IFPI regulamenta, através da Resolução n.º 14/2014, a Política de Assistência Estudantil (POLAE) objetivando diminuir as desigualdades educacionais e propiciar a formação integral. A assistência à saúde do estudante faz parte dessas ações, incluindo, o cuidado em saúde mental. Portanto, a POLAE pode configurar-se como um potente dispositivo de promoção da saúde mental. Nesse sentido, buscouse analisar a concepção, planejamento e o desenvolvimento da saúde mental na assistência estudantil do IFPI e suas implicações para o alcance dos objetivos da POLAE. Metodologicamente, o estudo define-se como uma pesquisa qualitativa, sob o enfoque das práticas discursivas a partir do construcionismo social, e com caráter interventista. Escolhemos como instrumentos para produção das informações de pesquisa: a) a análise de documentos institucionais, b) entrevistas semiestruturadas e c) roda de conversa, no formato de reunião virtual, com caráter interventivo. Participaram da pesquisa dois grupos distintos de servidores, sendo 03 gestores (servidores que participaram da construção do documento de normatização da POLAE) e 09 executores (servidores que compõem a comissão de AE no IFPI Campus Oeiras). Os dados foram analisados com base na técnica do mapa dialógico organizados em duas categorias: 1) Trajetória da Assistência Estudantil no IFPI e 2) Saúde mental na Política de Assistência Estudantil do IFPI. Em resumo, em termos institucional, percebe-se um esforço por parte do IFPI em oferecer uma educação integral, de modo a universalizar a AE abrangendo as áreas propostas pela PNAES. Muito embora as práticas discursivas levantadas apontem contradições em função das ações viabilizadas pela AE privilegiarem aspectos socioeconômicos. Entende-se que, no caminho de construção de uma política universal, o(a) estudante deve ser assistido(a) na saúde de forma integral, incluindo a saúde mental. Porém, ocorre que as concepções que fundamentam tal construção não atendem a integralidade como preconizada pela atenção psicossocial e termina por oferecer um cuidado em saúde mental fragmentado. Em termos interventivos, ao oportunizar aos(as) executores(as) da POLAE, no campus investigado, uma aproximação com a perspectiva da determinação social da saúde, percebemos um movimento de ampliação da compreensão sobre a produção social da saúde e o reconhecimento de dispositivos institucionais potentes para a promoção da saúde mental. Ademais, foi problematizado acerca dos desafios em apreender elementos do processo cuidado-saúde-doença a partir de uma concepção de saúde ampliada, a partir dos marcadores sociais expressos no perfil que caracteriza o corpo discente do IFPI, de modo a superar práticas encarnadas pelo modelo privativo e individualizante de pensar a saúde mental, o que fragiliza o alcance dos objetivos da AE no âmbito dos Institutos Federais.
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LAURENTINO GONÇALO FERREIRA FILHO
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Contribuições comportamentais e nutricionais da dieta sem glúten e caseína em criança com Transtorno do Espectro Autista
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Orientador : ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
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Data: 29/04/2021
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A dieta livre de caseína e glúten (SGSC) tem sido fonte de pesquisas como terapia alternativa para melhoria dos sintomas comportamentais e gastrointestinais no Transtorno do Espectro Autista (TEA), no entanto, os resultados têm apontado divergências. Assim, o presente estudo tem como objetivo investigar se a restrição de caseína e glúten melhora os sintomas comportamentais e gastrointestinais do TEA. Realizou-se um estudo de caso que consistiu em uma intervenção SGSC durante dois meses, com um mês de seguimento. Participou uma criança de cinco anos de idade, sexo masculino, com diagnóstico médico para TEA. Os instrumentos utilizados foram: 1) triagem: questionário sociodemográfico, avaliação do estado nutricional, formulário de registro alimentar - Recordatório alimentar de 24 horas, 2) questionário de sintomas gastrointestinais ROMA III versão QPGS-RIII (Adaptado do Questionnaire on Pediatric Gastrointestinal Symptoms), 3) avaliação dos sintomas comportamentais através da Childhood Autism Rating Scale – CARS-BR, além disso, técnicas da Análise do Comportamento como a psicoeducação parental e a economia de fichas foram utilizadas para facilitar a cooperação da criança na realização da dieta e se esta produziria mudanças nos padrões sintomatológicos gastroinstestinais e comportamentais, tendo em vista o eixo intestino-cérebro. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí (CAAE: 20305519.6.0000.5214). Os resultados evidenciam uma redução da manifestação e frequência dos seguintes sintomas gastrointestinais: diarreia, dores abdominais, distensão abdominal, flatulências e seletividade alimentar. Constipação, fezes anormais e escape houve redução a curto prazo, se estabilizou, e volta a aparecer no follow up. Oito domínios da CARS-BR evidenciaram evolução: resposta emocional, expressão corporal, uso do objeto, uso do olhar, uso da audição, uso do paladar, olfato e tato, medo ou nervosismo e atividade; seis mantiveram-se estáveis: relação interpessoal, imitação, comunicação verbal, comunicação não verbal, grau e consistência das respostas da inteligência e impressão geral; um apresentou declínio: adaptação à mudança. Demonstrou-se que a Psicologia pode contribuir no manejo da dieta, mas outras pesquisas necessitam ser realizadas para testar a efetividade de um protocolo de intervenção dietética com restrição de glúten e caseína para crianças com TEA em conjunto com intervenções psicológicas.
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IARA DO NASCIMENTO TEIXEIRA
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Phubbing, Dependência da Internet e Dependência do Smartphone: O Impacto Tecnológico Digital no Compromisso Com o Relacionamento Amoroso
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Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
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Data: 29/04/2021
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A tecnologia de comunicação móvel, em especial o smartphone, tem exercido um papel cada vez maior na vida das pessoas. Apesar do seu comprovado impacto benéfico ao facilitar tarefas do dia a dia e conectar pessoas independente da distância, há uma crescente de estudos que se preocupam com os danos que estas tecnologias podem causar às relações humanas. A presente dissertação se propõe a investigar os efeitos da dependência do smartphone, da dependência da internet e do phubbing no compromisso com as relações amorosas. Para atender a este objetivo, a dissertação foi dividida em quatro artigos, sendo o artigo 1 uma revisão sistemática de literatura acerca das relações entre o phubbing e dependências tecnológicas; o artigo 2 uma revisão sistemática com meta-análise sobre o uso do modelo de investimento, escolhido para estudar o compromisso; o artigo 3 a validação da escala do modelo de investimento; o artigo 4 apresenta o estudo correlacional dos construtos estudados. No artigo 1 foram analisados 14 artigos, provenientes das bases de dados Scielo, PubMed, PsycInfo, Scopus e Web os Sciente entre os anos de 2016 e 2020. O resultado realçou uma tendência de aumento dos estudos que relacionam o phubbing com dependências tecnológicas, apontando que a dependência da internet e a dependência do smartphone são as que possuem maior influência. No artigo 2 foram incluídos 16 artigos dos últimos 5 anos que correlacionavam os fatores da escala do modelo de investimento, permitindo estudar o poder de efeito de cada fator no compromisso. As bases de dados utilizadas foram PsycInfo, Scopus, Web of Science e PubMed e, condizentes com a literatura, a satisfação apresentou o maior poder de efeito (r=0,66), seguido do investimento (r=0,51) e alternativas (r=-0,41). No artigo 3 participaram 406 pessoas (71,9% mulheres e 28,1% homens), com média de idade de 27 anos (min. 18; máx. 61; dp=7,02). Todos estavam em algum relacionamento amoroso, sendo: 60,6% namorando, 29,6% casados, 9,1% noivos e 0,7% recasados. A duração média das relações foi de 5 anos (min. 6 meses; máx. 42,5 anos; dp= 72,17). Foi realizado uma análise fatorial confirmatória da estrutura do modelo de investimento. Tanto a versão com 22 itens, quanto a reduzida com 13 atingiram bons índices de ajustamento e alfa de Cronbach adequados. No artigo 4 os resultados apontam para a existência de uma correlação negativa entre fatores da dependência da internet e dependência do smartphone com o compromisso. Espera-se que resultados obtidos contribuam para a discussão acadêmica dos efeitos da tecnologia na vida amorosa dos sujeitos e possam ser utilizados para melhoria da qualidade de vida dos casais.
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JOSÉ VICTOR DE OLIVEIRA SANTOS
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Representações sociais do envelhecimento masculino, idoso gay e homofobia entre gays idosos
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Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
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Data: 28/04/2021
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Mesmo diante da homofobia, tendo em vista que os idosos gays da atualidade vivenciaram a ditadura militar, este público tem alcançado a velhice. Estudos com idosos gays discutem sobre homofobia internalizada, invisibilidade, solidão, duplo preconceito, dificuldades no acesso à saúde e suporte psicossocial. Visto isso, torna-se relevante social e academicamente pesquisar o envelhecimento deste público. O envelhecimento, ser idoso gay e a homofobia são aspectos que permeiam a vida destes idosos, a forma com que eles são experienciados, com seus obstáculos, superações e vivências, motivou a condução de um estudo com idosos gays cuja análise se embasa no paradigma das representações sociais. Objetivo: Apreender e analisar as representações sociais de idosos gays acerca do envelhecimento masculino, idoso gay e homofobia. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória de corte transversal, de forma que a amostra será não-probabilística e por conveniência. Participaram 20 homens gays idosos com idades entre 60 e 75 anos, média de 63,25 (DP=3,58). Para apreensão dos dados, realizou-se uma entrevista semiestruturada sobre envelhecimento masculino, idoso gay e homofobia que foram analisadas mediante o programa IRAMUTEQ, que realiza a classificação hierárquica descendente e análise prototípica. Resultados: Sobre o envelhecimento masculino esta análise dividiu as representações sociais dos participantes em classes de proximidade lexical, que resultaram em quatro classes: mudanças biopsicossociais, negação da velhice, aceitação das mudanças e cuidar para ter saúde. No estudo sobre idosos gays, as representações sociais foram divididas em cinco classes. A primeira expressa o preconceito da sociedade. A segunda e terceira ancoram numa nova fase da vida e que ser idoso gay é diverso, depende do que cada um construiu. A quarta e quinta focalizam no gostar de homens e nas particularidades de ser gay. O estudo sobre as representações sociais da homofobia obteve três classes. A primeira aborda imagens de preconceito existentes na sociedade. A segunda apresenta representações sociais envolvendo relatos de homofobia internalizada e vivência do preconceito. E a terceira, apresenta representações sociais sobre as violações físicas e identitárias. No estudo quatro, a estruturação das representações sociais evidenciou que o envelhecimento masculino é ancorado em aspectos da velhice e masculinidades. A objetivação do idoso gay nas especificidades e estereótipos de ser gay na velhice e sobre a homofobia a identificação das vulnerabilidades, manifestações das violações e desconhecimento da sociedade sobre a vida de homens gays. Evidenciou-se preocupação com questões de saúde, solidão e características da prática sexual. Percebe-se que a homofobia internalizada está presente em suas representações sociais e que este estigma moldou o estilo de vida destes idosos. Os idosos que envelheceram em cidades pequenas relatam maior frustração com a sexualidade. Espera-se que este estudo subsidie discussões sobre o tema em diferentes contextos.
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CARLOS EDUARDO SOARES REIS
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Sofrimento infantil contemporâneo: concepções de estudantes de Psicologia
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Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
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Data: 12/04/2021
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A infância tem sido marcada pelas transformações do mundo contemporâneo. Numa sociedade guiada pela lógica capitalista na qual o consumismo, a alta performance, a medicalização e a busca por identidades padronizadas são aspectos marcantes, as formas de sofrer das crianças estão perpassadas por problematizações sobre as demandas por produtividade, o uso das telas, a influência da publicidade, a patologização etc. Assim, tendo em vista a proximidade do tema sofrimento com a atuação da psicologia, a presente pesquisa objetiva compreender as concepções dos estudantes de psicologia sobre o sofrimento infantil na contemporaneidade. Por meio de um delineamento qualitativo, foram realizadas cinco entrevistas online com estudantes de psicologia (2 homens e 3 mulheres) do oitavo ao décimo período da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR) por meio do aplicativo Whatsapp partindo da pergunta “o que você acha que faz as crianças sofrerem hoje?”. Utilizou-se a proposta de Bardin para a análise de conteúdo das falas dos entrevistados. Tal análise deu origem a dois eixos de interpretação: “Eixo I – Macrosofrimento infantil: a culpa é do sistema?” e “Eixo II - Microsofrimento infantil: a culpa é da família?”. No primeiro eixo, as categorias envolvem uma concepção de sofrimento ligada a questões amplas como o sistema econômico, a cultura do consumo e a patologização da infância. No segundo eixo a perspectiva de sofrimento foca no papel da família e na insatisfação dos estudantes com as discussões sobre esse tema na graduação. Dessa forma, pode-se constatar que as concepções são marcadas por um embate entre perspectivas sociais e individuais que ora se explicam, ora se confundem com as ênfases curriculares; por experiências pessoais e familiares para embasar seus argumentos e pela carência de discussões na graduação.
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AUREA SOUZA AGUIAR SANTOS
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INFÂNCIA E SOFRIMENTO: É UM TRANSTORNO SOFRER NA CONTEMPORANEIDADE
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Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
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Data: 09/04/2021
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Na contemporaneidade, a infância tem sido marcada por um cerceamento e modelagem das características presentes nas crianças. E essa é a fase considerada
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ideal para serem feitos os investimentos visando a hiperqualificação, como projeto para um adulto de sucesso. Por isso, quando se trata do sofrimento na
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infância, os caminhos parecem convergir para um processo de patologização e medicalização do sofrer, pois numa sociedade marcada pela busca incessante de ser feliz, sofrer pode parecer fracasso. E a criança que sofre pode sinalizar, então, o fracasso da família ou da instituição de ensino. Dessa forma, temos visto que o sofrimento na infância acaba sendo explicado, medicado, interditado, porque a criança representa a “esperança”, o futuro da nação e precisa “dar certo”. Diante desse contexto, discutimos as questões emergentes acerca da infância e os modos dela lidar com o sofrimento na contemporaneidade. Para isso, buscamos conhecer o que é o sofrimento para as crianças e como elas lidam com essas experiências. Pesquisar acerca dos processos de subjetivação na infância, diante do sofrimento na contemporaneidade, convocou-nos para uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de narrativas (auto)biográficas com 08 (oito) crianças, com
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idades entre 07 (sete) a 11(onze) anos. Todas estudam em uma escola privada no município de Parnaíba-Piauí e para a produção das suas narrativas, elas assistiram a um vídeo-estímulo com cenas do filme “Divertida Mente”. Em seguida, narraram suas experiências através de desenhos; de áudios e por meio de
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vídeo-chamada em uma plataforma de vídeo conferência. A análise das narrativas foi realizada a partir das reflexões teórico-críticas ancoradas em pensadores da Escola de Frankfurt e em teóricos contemporâneos. Das 08 (oito) crianças que participaram do estudo, apenas 01 (uma) não realiza atividades de aula ou terapia fora do contexto escolar, mas já fez durante um período, sinalizando o atravessamento da infância pelos imperativos contemporâneos de felicidade, de sucesso e de bem-estar. Para elas, o sofrimento está relacionado a algo negativo, ruim e difícil de ser vivido; por isso, logo buscam estratégias para mudar o pensamento e, assim, restabelecer a felicidade. Elas relataram que as perdas, reais ou simbólicas, são experiências tristes que as fazem sofrer. Verificamos nas narrativas dessas crianças que a medicalização e a patologização de seus modos de ser são, para elas, experiências de sofrimento. Como a pesquisa
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foi realizada em meio à pandemia da COVID-19, esta foi presente para todas as crianças, como uma vivência sofrida, tanto pelo fechamento das escolas e isolamento social imposto, quanto pelo medo constante do contágio e da morte.
Observamos durante a pesquisa as artimanhas do capitalismo, que ora considera a criança potencial consumidora de suas mercadorias; ora ele consome a infância e a imagem das crianças para vender seus produtos e serviços. E identificamos como o consumo tem sido a estratégia usada pelas crianças para lidarem com suas experiências de sofrimento. Em suma, compreendemos que as vivências de sofrimento das crianças na contemporaneidade têm sido atravessadas pelos discursos capitalistas para interdição do sofrimento via mercantilização da vida.
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YAMILA LARISSE GOMES DE SOUSA
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Saúde-adoecimento-cuidado do professor da rede pública de ensino do Piauí: contribuições da Psicologia Histórico-Cultural
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 12/02/2021
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O conceito de saúde tem se ampliado ao longo do tempo, faz-se necessário uma discussão que considere aspectos políticos, sociais e culturais que nela interferem. Esse fato deve ser considerado quando se trata da saúde do professor, pois além do equilíbrio individual é importante o bem-estar social. A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das mais estressantes. A atividade de ensinar gera consequências na saúde física e mental dos professores, ensinar tornou-se desgastante o que impacta no desempenho profissional. Na atividade docente estão presentes múltiplos fatores psicossociais que podem estar relacionados com a especificidade de suas funções, e ou contexto institucional e social onde a função é exercida. A profissão docente atravessa significativos desafios, advindos das constantes mudanças ocorridas no mundo do trabalho. As condições ruins que são provenientes deste cenário, as exigências em relação ao papel do professor e sua desvalorização, cada vez mais estão associadas ao adoecimento físico e mental destes profissionais. Em razão disso, há o questionamento: Quais fatores psicossociais interferem na saúde do professor do ensino básico na rede pública no contexto piauiense? Com o intuito de responder esse questionamento a presente pesquisa objetiva analisar fatores psicossociais que interferem na saúde do professor da educação básica na rede pública de ensino no Piauí. Além de realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o adoecimento docente na rede pública de ensino; associar as demandas ligadas à saúde com o trabalho docente; relacionar as vulnerabilidades dos professores e a sua vinculação com a saúde; caracterizar as ações de cuidados relacionadas à saúde dos docentes. Essa pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí, conforme número do parecer: 3.502.776. Trata-se de um estudo do tipo documental, os documentos analisados foram do banco de dados da Unidade de Gestão e Inspeção Escolar/UGIE da Secretaria do Estado de Educação/SEDUC. Foram analisados os 5141 documentos de registro das 21 Gerências Regionais de Educação/GRE do estado do Piauí. Para a coleta de dados foi realizada a autorização Institucional e Termo de Compromisso de Utilização de Dados – TCUD. Após a coleta, os dados serão analisados por meio do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences(SPSS) versão 25, fez-se uso da análise descritiva e do teste qui-quadrado, que foram organizados em tabelas e gráficos. Posteriormente, os dados foram analisados teoricamente a partir da Psicologia Escolar crítica e Histórico-cultural. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam auxiliar a promoção de saúde, na promoção de práticas conjugadas com políticas públicas intersetoriais, reflexões sobre a necessidade de maiores articulações entre a educação e a saúde, entre a escola, a comunidade e os dispositivos de saúde e assistência, independentes e além de políticas especificas para esta finalidade, de modo a superar a lógica da individualização e não responsabilizar ou culpabilizar professores. À vista disso, os benefícios do cuidado com a saúde dos professores também podem colaborar para que as escolas possam cumprir seu papel na transmissão do conhecimento e humanização do cidadão.
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ELLERY HENRIQUE BARROS DA SILVA
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Violência nas escolas públicas do Piauí na perspectiva dos estudantes: uma análise a partir da Psicologia Histórico-Cultural
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Orientador : FAUSTON NEGREIROS
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Data: 12/02/2021
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As discussões acerca da violência nas escolas têm se ampliado ao longo dos tempos, tal fenômeno necessita uma maior contextualização dos acontecimentos em torno dos campos sociais, para compreender como ela é produzida e reproduzida dentro do espaço educacional. Entende-se por violência escolar como uma manifestação histórico-cultural que age de forma multifacetada, nela estão associados os elementos culturais e sociais praticadas pelos membros pertencentes ao meio escolar (docente, discente, servidores, comunidade). Dentre tais ações, podem-se inferir as brigas, as discussões, os danos ao patrimônio público, as relações de conflitos interpessoais, as agressões físicas, psicológicas, virtuais, e a violência simbólica. Nessa perspectiva, as mudanças socioeconômicas e socioculturais ocorridas na sociedade têm sido um condicionante para as modificações no entorno da escola. Em razão disso, emerge o questionamento: qual a frequência da violência nas escolas públicas do Piauí a partir da perspectiva dos estudantes em relação a família, os professores, os funcionários e a estrutura física? Com o intuito de responder esse questionamento a presente pesquisa objetiva investigar a relação da frequência de violência nas escolas públicas do Piauí com a perspectiva dos estudantes e em relação com a família, os professores, os funcionários e a estrutura física. Além de: realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a violência escolar no cenário brasileiro; verificar evidências psicométricas de validade e precisão dos itens que mensuram violência nas escolas públicas do Piauí; identificar a prevalência da violência dos estudantes nas escolas públicas do Piauí relacionada com os professores; averiguar a relação entre a presença e orientação das famílias dos estudantes com as situações de conflitos em decorrência da violência no ambiente escolar; e analisar a relação da prevalência de violência dos estudantes com a satisfação dos funcionários e com a estrutura física nas escolas públicas do Piauí. Essa pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí, conforme número do parecer: 3.502.770. Trata-se de um estudo do tipo documental, que analisou os documentos do banco de dados da Unidade de Gestão e Inspeção Escolar/UGIE da Secretaria do Estado de Educação/SEDUC. Foram analisados os 57.906 documentos de registros das 21 Gerências Regionais de Educação/GRE do estado do Piauí. Após a coleta, os dados foram organizados em planilhas e posteriormente, analisados por meio do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21, através deste, foram realizadas as análises descritivas, seguida de uma análise fatorial exploratória e foi verificada a consistência interna por meio do índice de alfa de Cronbach, também foi realizado um teste t e correlações. Os resultados seguem apresentados por meio de estudos. No Estudo 1, por meio da revisão sistemática acerca da violência nas escolas, revelou-se que o maior número de pesquisas se concentra em estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil, além de uma ampla variedade de pesquisas quanto às abordagens (qualitativos, quantitativos e métodos mistos) e diversidade de procedimentos e instrumentos de investigação (entrevistas, aplicação de escalas, questionários, observação) sobre o objeto de estudo. O Estudo 2, uma pesquisa com documentos, analisou-se que dentre as violências mais frequentes estão: a verbal, a moral, a material e a social. Quanto ao gênero dos participantes, os estudantes do sexo masculino pontuam mais (propensos a serem agressores e vítimas) se comparado às estudantes do sexo feminino. Já o Estudo 3 pretende trazer reflexões acerca da violência escolar sob a perspectiva dos estudantes piauienses, sobretudo relacionando-se com os professores, com as famílias, com os funcionários e com a estrutura física. À vista disso, acredita-se que a presente investigação poderá subsidiar programas e políticas públicas educacionais voltadas para a segurança, bem-estar dos atores e atrizes sociais da escola, formação continuada de educadores, promoção de cultura de paz na escola e na família. A fim de que possam colaborar para o desenvolvimento de uma escola mais segura, democrática e potencialmente transformadora.
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DALILIAN CARLA SOARES DE ALENCAR TRINDADE
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Trabalho emocional e autorregulação emocional: um estudo sobre as condições de trabalho informal das diaristas em atividade doméstica
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Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
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Data: 03/02/2021
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O reconhecimento das emoções como um fenômeno intrínseco ao ser humano desperta, há cerca de três décadas, o interesse na compreensão dos comportamentos das pessoas em contextos sociais relacionados à afetividade no trabalho. Neste cenário, surge o conceito de trabalho emocional para se referir ao processo no qual as pessoas tomam como referência um padrão de sentimento ideal construído na interação social e o manejam para atender às regras de expressão emocional da organização ou ocupação. No entanto, na literatura nacional, os estudos sobre esse fenômeno são incipientes, especialmente na ocupação de trabalhadoras domésticas diaristas, o que gerou o seguinte questionamento: Como as condições de trabalho dessas trabalhadoras repercutem em seu estado afetivo-emocional? Foram adotadas estratégias metodológicas de natureza qualitativa e, sob o olhar da psicossociologia do trabalho – que possibilita analisar o contexto social da participante – o presente estudo investigou o quanto as condições de trabalho da diarista podem influenciar as demandas de trabalho emocional e as estratégias de autorregulação emocional vivenciadas por parte desta categoria laboral em seu contexto de trabalho. Trata-se de pesquisa social qualitativa descritiva, cujo o aporte teórico esteve pautado no modelo de autorregulação emocional desenvolvido por Grandey, tendo como base o conceito de trabalho emocional elaborado por Hochschild e o desenvolvimento teórico sobre regulação emocional de Gross. Participaram da pesquisa sete contratantes de serviços domésticos em diárias e sete trabalhadoras domésticas diaristas, todos do sexo feminino, residentes em um município do estado do Piauí. Para apreensão dos dados realizou-se questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas que foram categorizados por meio da Técnica da Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos sugerem que o contexto de trabalho das trabalhadoras domésticas diaristas é permeado por relações hierárquicas, vínculos laborais frágeis e condições de trabalho precárias que ensejam da parte delas um esforço constante para concretização do trabalho emocional. Foram identificadas diversas demandas oriundas do contexto de trabalho vivenciado pelas trabalhadoras que, ora despertavam emoções positivas causando sentimento de satisfação e reconhecimento pelo trabalho realizado, ora despertavam emoções negativas, fazendo-as se sentirem humilhadas e desvalorizadas demandando das trabalhadoras autocontrole emocional. Conclui-se que algumas trabalhadoras se mostraram ativas no uso de estratégias de autorregulação emocional adotando posturas que as preservassem de experimentar a dissonância emocional – como selecionar a situação que não quer mais vivenciar por lhe causar sofrimento, mas a maioria delas optava pela supressão emocional, que pode estar relacionada ao contexto de vulnerabilidade social e trabalhista em que estão inseridas.
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