Dissertações/Teses

2024
Descrição
  • LETÍCIA PEREIRA LOUZEIRO
  • MARCADORES DAS AFRICANIDADES NAS CONCEPÇÕES DE NASCIMENTO, VIDA E MORTE EM PESSOAS NEGRAS NO INTERIOR DO PIAUÍ
  • Orientador : CARLA FERNANDA DE LIMA
  • Data: 29/07/2024
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  • A presente pesquisa tem como objetivo investigar marcadores das africanidades nas concepções de nascimento, vida e morte de pessoas negras no interior do Piauí. Tais marcadores podem ser identificados nas vivências, experiências e cotidianos de pessoas negras no município de Corrente-PI, onde nasci. Para relatar tais histórias, que são ao mesmo tempo particulares e sociais, percorri o trajeto da Escrevivência de Conceição Evaristo, que me possibilitou retratar experiências coletivas, na medida em que se compreende existir um comum constituinte entre autora e protagonistas. Ao me encontrar com pessoas negras em um bairro vulnerabilizado na minha cidade natal, percebi que muitos marcadores africanos nas concepções de nascimento, vida e morte foram se perdendo e alguns que ainda permaneciam não eram reconhecidos por aquela comunidade como marcador de suas raízes africanas. Isso me movimentou para pontuar esses marcadores, mas também me movimentou a buscar entre pessoas negras de territórios de matrizes africanas da cidade essas concepções, a fim de conhecer mais sobre os resquícios de África em terra correntina. Assim, no dingo-dingo, ir e vir, dos encontros, foi possível reconhecer como as religiões afro-brasileiras e de matrizes africanas mantém vivas concepções africanas sobre a vida e são capazes de nos devolver o que nos é roubado pelo ocidente: marcadores da nossa africanidade que podem nos trazer saúde mental. Portanto, foi possível perceber a concepção de morte ocidental, identificar marcadores das africanidades que resistem no contexto vivenciado e gerar vida e esperança através da busca pelas raízes do povo negro no interior piauiense.

  • EMANUELE LEAL DA SILVA
  • Amor e prisão: percepções das relações afetivas sexuais de mulheres em cumprimento de pena no estado do Piauí
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 20/07/2024
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  • O sistema carcerário é um dos assuntos que sempre esteve em vigor no meio jurídico e social, no entanto, as atenções são mais voltadas ao público masculino por serem a maioria dentro do sistema prisional, se fazendo necessário discussões sobre as mulheres encarceradas, mesmo o número sendo bem menor que os homens, uma vez que o número de presas vem crescendo exponencialmente em todo o mundo. O aumento das mulheres na criminalidade é um fenômeno relacionado a diferentes aspectos, porque perpassa diferentes segmentos sociais e contextos históricos, onde a mulher amplia sua participação na sociedade, inclusive na criminalidade. Diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa é analisar as percepções das relações afetivas sexuais de mulheres em cumprimento de pena de regime fechado. E de modo específico, pretendeu-se: identificar a influência da privação de liberdade na manutenção dos vínculos afetivos sexuais; compreender a repercussão das visitas íntimas na vida das mulheres encarceradas; avaliar o impacto da privação de liberdade na saúde mental destas mulheres. Dessa forma, foram propostos dois estudos: Estudo I - Relações afetivas e o encarceramento feminino: Uma revisão de escopo. Com o objetivo de mapear as produções científicas que abordam a mulher encarcerada e as relações afetivas dentro da prisão. No qual os achados da revisão permitiram a obtenção de um panorama da discussão acerca da perda do vínculo afetivo em mulheres encarceradas, de modo a ter mais estudos desse tipo de estudo e alcançar o objetivo inicial almejado. Contudo, faz-se necessário sugerir a necessidade de mais estudos, teóricos e empíricos, sobre a temática nos bancos de dados nacionais e internacionais, visto que há uma carência de pesquisas correlacionando acerca dos vínculos afetivos e mulheres em situação de cárcere. O Estudo II - Percepções das relações afetivas sexuais de mulheres em cumprimento de pena no estado do Piauí. A partir de um estudo de métodos mistos (quantitativo e qualitativo) do tipo exploratória. A pesquisa foi realizada em duas penitenciárias femininas do Estado do Piauí e contou com a participação de 49 mulheres, com idade a partir de 18 anos. Para a coleta dos dados foram utilizados: questionário sociodemográfico, uma entrevista semiestruturada e o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Atendendo todas as normas éticas estabelecidas pela Resolução n. 466/2012 e 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde e submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar). Para a análise dos dados quantitativos foi utilizado o Software SPSS for Windows– versão22. Sendo utilizadas medidas de tendência central (frequência, média, mediana) e medidas de dispersão (desvio-padrão) para descrever as características sociodemográficas dos participantes, como também a frequência para análises das escalas utilizadas. Para análise dos dados qualitativos textuais, foi utilizado o software IRAMUTEQ (Interface de Repourles Analyses Multidimensionnelles de Texteset de Questionnaires versão 0.7). Foram realizadas as seguintes análises: Nuvem de palavras, Análise de similitude e a Classificação pelo método de Reinert. Os resultados apresentados amostra que a maioria das detentas são ré primária (57,1%) e recebia visitas familiares (63,3%). Elas tinham em média 25 anos quando cometeram o primeiro delito e estavam presas por cerca de 15 meses. Antes da prisão, 49% trabalhavam, mas apenas 4,1% tinham carteira assinada; atualmente, 32,7% trabalham na prisão. Apenas 6,1% recebem visitas íntimas. A maioria (95,9%) recebe assistência médica, mas apenas 59,2% são orientadas sobre ISTs. Em relação a percepção de sofrimento mental mensurado pelo Self Report Questionnarie (SRQ-20), 71,1% da amostra apresentou uma pontuação média indicativa de que existem indícios de sofrimento mental. Em relação ao conteúdo qualitativo das entrevistas, o corpus textual foi constituído das 49 entrevistas que resultou em 258 segmentos textuais com 8918 palavras. Destas, houveram 1319 formas de palavras, no qual 678 foram mencionadas uma única vez (equivalente a 7,6% das palavras). A análise de nuvem de palavras revelou 26 termos com frequência acima de 20 repetições no corpus textual que refletem as preocupações e experiências das mulheres em relação às visitas íntimas. Palavras como "gente", "receber" e "bom" podem indicar a importância deste tipo de contato e das interações positivas durante esses encontros. A análise de similitude revelou cinco nuvens de palavras distintas, cada uma representando diferentes temas e aspectos das experiências relatadas. Por fim, a CHD, composta de 74,42% (192) do total de STs do corpus. Desta análise, resultaram 4 classes distintas, cada classe representou uma temática a partir dos textos analisados, nomeados da seguinte forma: Classe 1 - Visita Íntima: Necessidade e Desafios; Classe 2 - Visita Íntima: Significados e Desejos; Classe 3 - Desafios e Transformações: Experiências em Meio ao Mundo das Drogas; Classe 4 - Desafios na Assistência Prisional.

  • CAROLINE FERNANDA DA COSTA SILVA
  • Privação de Afeto e Bem-Estar Subjetivo entre Casais na Pandemia da Covid-19
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 20/07/2024
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  • A presente pesquisa objetivou verificar em que medida a comunicação afetiva, o bem-estar subjetivo, a privação de afeto e a satisfação no relacionamento se correlacionam. E, de modo específico, pretendeu-se: investigar se a permanência no relacionamento após o período pandêmico se relaciona com a privação de afeto, comunicação afetiva e bem-estar subjetivo; identificar se homens e mulheres se diferencia entre as variáveis estudadas; verificar a relação entre comunicação afetiva e bem-estar subjetivo e satisfação no relacionamento; averiguar a relação entre privação de afeto, bem-estar subjetivo e satisfação no relacionamento. Foram propostos quatro estudos: Estudo I – Um estudo teórico, que visa compreender para o fenômeno do Bem-estar Subjetivo (BES) e a Psicologia Positiva. Sua fundamentação teórica irá nos nortear como alicerce para a pesquisa empírica desta dissertação, buscando aplicar conceitos e analisar os segmentos da teoria proposta, focando no Bem-Estar Conjugal e o seu impacto no período da pandemia da Covid-19. Estudo II – é uma revisão de escopo sobre a privação afetiva e o impacto no BES de casais no período pandêmico, que permitiu a obtenção de um panorama da discussão acerca da Teoria da Troca de Afeto, que engloba a privação de afeto, que apontou a necessidade de mais estudos, teóricos e empíricos, sobre a temática. O Estudo III, que visou adaptar, além de reunir evidências psicométricas no contexto brasileiro da Affectionate Communication Scale Trait‐Given (TAS-G), Affectionate Communication Scale Trait‐Received (TAS-R) e Affection Deprivation Scale. Contou-se com 200 pessoas da população geral (Midade = 31,51 anos), em maioria da região nordeste (81,5%), mulheres (79,6%), que se reconhecem como cisgêneros (99%), heterossexuais (78,6%), com status de relacionamento solteiros (48,7%) e casados (34,2%). A Análise Fatorial Exploratória (AFE) demonstrou que os instrumentos TAS-G, TAS-R e ADS uma estrutura unifatorial, como teoricamente proposto; além de apresentarem bons índices de consistência interna de (α e Ω) > 0,80, apontando adequabilidade dos instrumentos para o Brasil. Por fim, o Estudo IV, objetivou verificar em que medida a comunicação afetiva, o bem-estar subjetivo, a privação de afeto e a satisfação no relacionamento se correlacionam. Participaram 407 pessoas da população geral (Midade = 29,54 anos), em maioria da região nordeste (83%), mulheres (80%), que se reconhecem como cisgêneros (98%), heterossexuais (70%), com status de relacionamento solteiros (48,5%) e casados (28%). Os resultados, por meio da correlação de Pearson, apontaram que aquelas pessoas que se mantiveram nos relacionamentos desde o período pandêmico apresentaram maiores índices de comunicação de afetuosa, bem-estar subjetivo. Ademais, de maneira contraria, índices de privação afetiva, que se refere a um estado intenso ou duradouro, no qual alguém falha em receber níveis adequados ou desejados de afeto de outrem, foram relacionados a não permanência nos relacionamentos amorosos. Além disso, por meio do teste t de Student, para amostras independentes, foi observado que os homens tendem a experimentar mais afetos positivos e as mulheres mais afetos negativos quando comparados entre si. Em resumo, os resultados dessa dissertação reforçam o papel protetivo do afeto nas relações interpessoais, evidenciando a importância da comunicação afetiva na manutenção dos relacionamentos e no bem-estar.

  • ALEXSANDRA SANTOS SAMPAIO
  • Explorando as Emoções Frente à Matemática: Instrumentos e Dimensões Psicométricas
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 18/07/2024
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  • A matemática é um componente relevante da educação e um critério fundamental nos sistemas educacionais em grande parte do mundo. Devido a importância atribuída à matemática compreendeu-se que as emoções são importantes no seu processo de aprendizagem. Particularmente, a ansiedade matemática (AM) é um subtipo de ansiedade, manifesta através de respostas emocionais negativas a situações envolvendo matemática. Níveis elevados de AM podem levar a estresse, comportamento de evitação e baixo desempenho em matemática. Essa pesquisa de caráter exploratório tem como foco de estudo as emoções frente à matemática, especialmente a AM, tendo como objetivo geral: investigar as emoções frente à matemática através da identificação e validação de um instrumento, a fim de compreender suas propriedades psicométricas e as dimensões emocionais associadas à matemática. Como objetivos específicos têm-se: identificar os instrumentos acerca das emoções frente à matemática, realizar uma análise fatorial confirmatória do instrumento AEQ-M para verificar a estrutura de fatores e testar a validade e confiabilidade no contexto brasileiro como instrumento de avaliação das emoções associadas à matemática. Os resultados apontaram uma heterogeneidade entre os instrumentos selecionados, observa-se que a AEQ-M desempenha um papel importante na avaliação de variadas emoções relacionadas à matemática, em diferentes contextos e circunstâncias. Com relação à validação do instrumento para o contexto brasileiro, verificou-se um modelo trifatorial com evidências satisfatórias de consistência interna e confiabilidade.

  • LARISSE DE SOUSA SILVA
  • Cartografias do devir-mulher-quilombola: a luta pela terra na comunidade das Queimadas em Crateús-CE
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 16/07/2024
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  • Introdução: A colonização, que resultou na invasão dos territórios dos povos originários e no sequestro, tráfico e escravização de milhões de africanos, também marca a resistência desses mesmos povos, especialmente, os da diáspora africana. E uma das expressões mais fortes dessa resistência entre os africanos escravizados e os negros aqui nascidos foram, inicialmente, a formação de quilombos e, posteriormente, a existência de territórios tradicionais de povos remanescentes de quilombos. Estes são temas que aparecerão neste trabalho. A presente pesquisa trata-se de uma cartografia construída com a participação de mulheres negras quilombolas da comunidade das Queimadas em Crateús, no Ceará (CE), sobre o processo de luta pela terra. Utilizamos a seguinte pergunta problematizadora para nos guiar: como se apresenta o processo do devir-mulher-quilombola em mulheres negras na luta pela terra na comunidade das Queimadas em Crateús-CE? O objetivo do trabalho é cartografar processos de subjetivação e enunciação de mulheres na luta pela terra na comunidade das Queimadas. Nos caminhos metodológicos optamos pela pesquisa cartográfica, que se propõe a uma pesquisa-intervenção, e nos propomos também a uma construção científica feminista decolonial. A construção do conhecimento deu-se através da observação participativa, com rodas de conversa, entrevistas semiestruturadas com três mulheres e a realização de quatro encontros com o coletivo de mulheres em forma de Círculos de Cultura como ferramenta para o processo cartográfico. A análise dos processos de subjetivação parte de uma perspectiva esquizoanalítica, considerando os enunciados analisadores e as afetações produzidas do/no encontro com as mulheres quilombolas, cuja discussão expressa os deslocamentos da pesquisadora perante a imersão na comunidade em seus processos de reconhecimento e devir-mulher-quilombola. Resultados: a produção de subjetividade das mulheres quilombolas está marcada pelos elementos do dispositivo da racialidade que coexistem com a resistência às violências e a luta pelo reconhecimento do corpo-território-quilombola, de modo que emergem como expressão dos processos de subjetivação o trabalho árduo, a memória dos troncos velhos, a luta pela titulação da terra, o luto pelas perdas, a dor, o sofrimento ético-político, o cuidado individual e coletivo. Tudo isso perpassado por uma multiplicidade de devir-mulher-quilombola.

  • GIZELLY DE CASTRO LOPES
  • Entre as linhas da vida e a arte da pesca: Cartografia de processos de subjetivação e corpovivências das mulheres marisqueiras.
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 17/06/2024
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  • Introdução: O presente estudo percorre por entre linhas que se entrelaçam na linha da vida, da pesca artesanal e do crochê, que tecem modos de vida das mulheres pescadoras artesanais/marisqueiras. As comunidades tradicionais de pesca e mariscagem, historicamente, tiveram e têm seus modos de vida e existência negligenciados pelo Estado e ameaçados pelos grandes empreendimentos econômicos que invadem e exploram seus territórios e suas águas, impossibilitando o livre acesso às áreas tradicionais e interferindo na dinâmica das vidas humanas, não humanas e mais que humanas. Nos últimos anos, com o avanço global do capitalismo, intensificaram-se os conflitos ambientais e as políticas de morte contra as comunidades tradicionais, corroborados pela flexibilização das leis ambientais e trabalhistas (Félix-Silva, Oliveira, Bezerra, 2021). Diante desse cenário, historicamente, existe um movimento de luta e resistência contra as políticas de desenvolvimento em detrimento da vida, cultura e trabalho das comunidades tradicionais pesqueiras. A frente dessas lutas, destacam-se as mulheres que criaram, em 2005, a Articulação Nacional das Pescadoras Artesanais (ANP) e impulsionaram, ao lado dos homens, o surgimento do Movimento de Pescadores e Pescadores Artesanais (MPP), em 2010. São as mulheres que protagonizam a participação junto ao Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP) e formam lideranças em movimentos sociais pesqueiros contra as diferentes formas de violências enfrentadas por pescadoras e pescadores artesanais e em defesa dos territórios tradicionais pesqueiros, além de lutar em prol dos direitos trabalhistas e previdenciários, reconhecimento das doenças ocupacionais e da valorização das mulheres na pesca artesanal (Félix-Silva et al., 2021). Nestas linhas, realizamos diálogos com Suely Rolnik, Silva Federici, Maria Lugones, Margareth Rago, Judith Butler, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Félix Guattari e outros autores e autoras para acompanhar as corpovivências e os processos de subjetivação das mulheres das águas que estão emaranhados por múltiplas linhas e marcados por lógicas de sujeição que coexistem com modos de resistência. Temos, neste estudo, como Objetivo: Geral cartografar processos de subjetivação e corpovivências de mulheres marisqueiras. E específicos: a) acompanhar as múltiplas linhas da vida das mulheres das águas a partir da sua relação com a arte, a vida e o trabalho artesanal da pesca; b) mapear as narrativas das marisqueiras acerca de seus modos de viver da pesca artesanal; e c) analisar processos de subjetivação, sujeição e resistência das catadoras de marisco. Método: Trata-se de uma cartografia de processos de subjetivação e corpovivências, que nos permite acompanhar os movimentos das mulheres marisqueiras no território e os processos de subjetivação articulados à arte e ao trabalho extrativista da pesca artesanal, reconhecendo e analisando os atravessamentos de gênero, raça e classe. Esta cartografia foi realizada com 17 marisqueiras da Ilha Grande - Piauí, a partir de seis encontros virtuais pela plataforma Google Meet e nove encontros presenciais, entre 14 de maio de 2021 e 08 de junho de 2023, perfazendo um total de 15 encontros. Para acompanhar os processos de subjetivação e mapear as corpovivências das mulheres marisqueiras, por meio da oralidade, foram utilizados, nos encontros remotos, objetos relacionais da arte, ora confeccionados pelas marisqueiras, ora selecionados pelos pesquisadores a partir de temas geradores extraídos do território tradicional pesqueiro, bem como participamos de encontros presenciais realizados pelo núcleo de estudo e pesquisa Tenda de Artes e Educação em Saúde (TeArES), ANP e MPP. As narrativas das mulheres foram gravadas, transcritas e registradas nos diários cartográficos. Para a análise dos processos de subjetivação que emergiram das linhas de pesca e das corpovivências cartografadas, recorremos às concepções de subjetividade e processos de subjetivação da esquizonálise e a conceitos de autoras e autores que pensam a produção de subjetividade colonial-capitalística na contemporaneidade. Os resultados mostram: Na Ilha Grande, as marisqueiras compõem e assumem cargo de direção na Associação de Catadores de Marisco da Ilha Grande, proporcionando discussões sobre a mariscagem, compartilham com a comunidade sobre a vida nas águas, cuidam de si e dos outros, além de lutar pela preservação do meio ambiente em torno da reprodução dos bens comuns: vida, educação, culinária, agricultura familiar, trabalho artesanal da pesca e território das águas. As corpovivências narradas pelas marisqueiras apontam a percepção de si no âmbito da pesca, nas tarefas domésticas, no cuidado com membros da família e com a comunidade; multiplicidade do corpo-território, sobrecarga de trabalho ao desenvolver várias funções ao mesmo tempo durante a mariscagem, além de sua presença na confecção dos materiais para pesca, no manuseio, no preparo e na venda dos seus produtos. Percebemos a determinação e coragem no enfrentamento dos desafios no território das águas, por outro lado, demostram preocupação com atenção à saúde, uma vez que os serviços especializados são distantes do território e não contemplam as demandas das mulheres das águas. Apontam a confiabilidade na união entre elas para manutenção da vida, minimização dos conflitos e fortalecimento da comunidade, e apesar dos desafios que comunidades tradicionais pesqueiras estão vulneráveis, mantêm viva as práticas tradicionais e o cuidado de si para garantir o cuidado do mundo.

  • RAFAEL PINHEIRO DOS SANTOS
  • Cartografia dos processos de subjetivação e enunciação em grupos de arte e saúde mental de pessoas com sofrimento psíquico
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 15/05/2024
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  • Introdução: Apesar da transformações que tivemos no modelo da assistência em saúde mental e dos avanços na garantia de direitos das pessoas com transtornos mentais, regulamentados a partir da Lei 10.2016, de abril de 2001, a atenção psicossocial, no Brasil, vem sofrendo vários sucateamentos, dificultando cada vez mais o uso de ferramentas potentes como a arte no tratamento das pessoas com sofrimento psíquico grave, seja este tratamento institucionalizado nos Centro de Atenção Psicossociais (CAPS), ou na Atenção Básica (AB), nos centros de convivência, e principalmente nos Pontos de Cultura. Esses espaços, em alguns estados e em momentos anteriores ao início do processo de sucateamento das políticas de saúde mental (Yasui, 2019), eram marcados por atividades com arte ou pela presença de vários profissionais da arte-terapia, potencializando o objetivo de aliar a arte ao cuidado das pessoas com sofrimento psíquico (Galvanese et al, 2016). Como sabemos, a arte associada à afirmação da vida e a movimentos antimanicomiais ao longo da história, tem sido concebida enquanto criação e invenção de mundos finitos e infinitos e mediação das relações humanas que possibilitam novos modos de existência, potencializando também formas de resistência ao maquinário opressor dos nossos desejos. No Brasil, não só a Semana da Arte Moderna de 22 é um momento importante para compreender a mudança de paradigma, com também a psiquiatra Nise da Silveira e Arthur Bispo do Rosários com sua arte bruta são personagens centrais para que possamos entender a arte enquanto ferramenta de cuidado às pessoas com transtornos mentais (Frayze-Pereira, 2003; Weinreb, 2002). Corroborando essa perspectiva, em seus movimentos despsicologizantes, Lygia Clark utilizava o conceito de arte e a prática com objetos relacionais como forma de descoberta de novas sensações, novas subjetividades em seus pacientes (Rolnik, 2002). Não só quando utilizada como uma necessária ferramenta de intervenção, também quando experimentada nos contextos da vida cotidiana, a arte é sentida também como um processo de produção de saúde, pois arte também é o cuidar de si, é o produzir de sensações e subjetividade (Cruz Santos et al, 2021). Amarante & Torre (2018) apontam que frentes inovadoras como arte-cultura objetivam enfrentar e superar o estigma manicomial de enclausuramento e exclusão, e que a ocupação dos espaços da cidade por meio da arte é um processo vivo de invenção de saúde. Dito isto, este estudo parte de uma experiência de um período de dez anos de atuação em serviço da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da cidade de Parnaíba, localizada no litoral do Piauí, ao Nordeste do Brasil, considerando que as vivências percebidas e as experimentações de outras vivências foram disparadoras e reveladoras para que eu pudesse começar a ampliar meu olhar acerca de como a arte é caminho vitalizador para processos de descoberta e de singularização, além de observar que a rede de suporte em saúde mental para os usuários é bem maior que o território físico de um serviço institucional. Essa prerrogativa é reforçada com o fato de que a atenção de base comunitária em relação às demandas de saúde mental na cidade de Parnaíba sempre foi um trabalho tímido ou quase nulo. O CAPS II, inaugurado em 2010, é visto como um importante ponto da rede de atenção psicossocial, mas, que historicamente, vem se constituindo um serviço muito institucionalizado com a grande maioria de suas ações acontecendo entre os muros do serviço. Com o surgimento da pandemia de Covid-19 e a chegada do coronavírus no Brasil, em 2020, o CAPS II se tornou parte de um processo de mínimo suporte para esses usuários e usuárias na cidade de Parnaíba, transformando-se, praticamente, em um serviço ambulatorial. A Covid me fez perceber que as ferramentas que usuários deste serviço dispunham, antes da pandemia, para manejar o cuidado de si estavam restritas ao serviço institucional; carecendo, assim, de redes de cuidado para dirimir o sofrimento psíquico. Os dias seguidos de minha atuação profissional no serviço durante a pandemia refletiram em uma noção de impotência e limitações em promover processos de cuidados em saúde. Essas e outras enunciações me atentaram a buscar responder questionamentos produzidos nessa minha caminhada: é possível construir, apresentar e /ou ampliar uma rede de suporte mútuo entre os participantes para além do serviço instituído? Como promover processos de desterritorialização e produção de novas subjetividades a partir da arte enquanto afirmação de um modo de vida? São essas direções que me guiam nos primeiros passos implicados neste projeto de pesquisa até os dias atuais, nos quais passeamos pelas vivências de pessoas com sofrimento psíquico enquanto participantes de encontros envolvendo a arte e objetos relacionais da arte como dispositivos de mediação do cuidado na cidade de Parnaíba. Para pensar essas questões e ampliar a discussão, traçamos os seguintes Objetivos: a) cartografar processos de subjetivação e enunciação em grupos de arte e saúde mental de pessoas com sofrimento psíquico; b) mapear processos de subjetivação em andanças de pessoas com sofrimento psíquico pela cidade; c) analisar processos de (des)territorialização em arte e saúde mental de pessoas com sofrimento psíquico. Pontuo aqui a escolha da cartografia enquanto método de pesquisa e sua perspectiva ético-estético-política, ou seja, modo de fazer pesquisa que envolve cuidado, produção criativa e fiação. Quero encarnar a pesquisa, mapeando a criação e as transformações do campo, acompanhando os processos de subjetivação, pois a aposta é transformar para conhecer, logo todo ato de pesquisar é transformador. Trata-se da construção de um percurso que começa do meu caminhar enquanto mediador de grupos de arte na atenção psicossocial até meu escrever, pois acredito estar produzindo uma pesquisa com os participantes e não sobre eles. As ferramentas e conceitos da Análise Institucional e da Esquizoanálise serão suportes desta cartografia e para a discussão dos analisadores que emergem como matéria de expressão dos processos de subjetivação e enunciação. A contribuição da Análise Institucional para os estudos na área da atenção psicossocial traz a importância de intervenções nas ações de saúde mental, promovendo um movimento de desinstitucionalização de pessoas com sofrimento psíquico, e que intervenções extramuro atuam nesse processo de desospitalização de sujeitos institucionalizados (Freire, Fontenele & Silveira, 2019). A Esquizoanálise como corrente analisadora deste estudo reconhece a loucura como uma forma de existência e nos oferece suporte para uma cartografia de linhas, de processos (des)territorializantes, uma conversação entre linhas segmentadas e linhas rizomáticas e os devires enquanto fenômenos de transformação desses sujeitos (Deleuze & Guattari, 2012). Na escuta e convivência com os participantes procuro perceber que mundos cada uma e cada um carrega consigo, que histórias são contadas, que singularizações e (des)territorializações são produzidas. A partir desse ponto umbilical de (des)territorialização é que o mundo se constitui, que os processos de subjetivação se configuram (Guattari, 2012). Outra ferramenta metodológica é o diário cartográfico como dispositivo de implicação para o pesquisar. É uma peça-chave do processo metodológico da pesquisa e da análise das informações, pois é neste material que encontro os meus sinais de afetação e implicação. Para permitir esse processo, oito participantes caminham e produzem juntos e juntas comigo. São usuários e usuárias do Centro de Atenção Psicossocial II Walterdes Sampaio; vidas que diariamente precisam enfrentar todo o maquinário de opressão e encaixe manicomial e não permitir que suas subjetividades sejam aprisionadas em territórios despersonalizados. A intencionalidade dos encontros não se configura exclusivamente com o uso dos objetos relacionais da arte (Tenda do Conto; Exposição de fotografias; bordados em crochê ou ponto cruz; Rodas de conversa; Esquizodrama, e a Esquizodança), já que outros momentos de tecitura dessas relações e dessa rede de afetos estão se dando a partir de passeios sugeridos, como um café coletivo, ou exposições em feirinhas, pescaria em grupo, debate com alunos universitários. O que importa mais aqui, já que os lugares de encontros pela cidade também importam, é o encontro, é o desejo enquanto produção, é a desterritorialização, é a luta contra os manicômios existenciais e a produção de vida enquanto produção de saúde. As primeiras impressões desses encontros vitais nos levam a apostar na possibilidade dos seguintes resultados: a) promoção de dispositivos relacionada aos processos de cuidado em saúde mental, já que a pesquisa, apesar de ter que caminhar para um fim enquanto critério metodológico, pretende continuar viva, representada por uma teia de conexões e relações rizomáticas entre os participantes mesmo após o encerramento dos encontros; b) processos de desinstitucionalização de sujeitos com o uso dos objetos relacionais da arte; c) estabelecimento/reconhecimento de novas políticas de amizade, novas redes de apoio, suporte afetivo dos sujeitos. Portanto, as inúmeras possibilidades da pesquisa enquanto intervenção para o cuidado terapêutico nos apresentam inventividades que estão diretamente associadas ao uso da arte relacional enquanto proposta de cuidado com as pessoas que são acometidas por um sofrimento psíquico. Seja a literatura e a poesia, a dança, a música, o teatro e o cinema que com seu exercício estético, possibilitando performances dos modos de ser e existir, seja a Tenda do Conto como possibilidade de construção de novas subjetividades, seja a arte como uma forma de resistência aos processos psiquiatrizantes como afirmação de uma vida potente e libertadora.

  • LUCIANA KELLY DA SILVA FONSECA
  • Estudo comparativo das Representações Sociais da Velhice feminina, Qualidade de vida e Covid-19 entre idosas brasileiras e espanholas
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 26/02/2024
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  • O envelhecimento é um processo complexo que envolve mudanças físicas, psicológicas e sociais significativas. Essas mudanças são sensíveis às demandas socioeconômicas, raciais, culturais, de gênero e territoriais. A pandemia de COVID-19 intensificou consideravelmente os desafios enfrentados pela população idosa, amplificando desafios já existentes e expondo vulnerabilidades únicas relacionadas ao envelhecimento feminino. Assim sendo, a presente pesquisa tem como objetivo geral comparar as representações sociais dos construtos Velhice Feminina, Qualidade de vida (QV) e Covid-19 entre mulheres idosas dos países Brasil e Espanha, através do aporte teórico- metodológico das Representações Sociais. O estudo é de cunho exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa de amostra não-probabilística e por conveniência. A pesquisa contou com 51 mulheres idosas brasileiras e 51 mulheres idosas espanholas. Para a coleta dos dados, foram aplicados questionários sociodemográficos, a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e entrevistas em profundidade. As respostas colhidas através questionário sociodemográfico serão processadas no software IBM SPSS versão 25.0, os dados das entrevistas e as respostas da TALP serão submetidos ao programa Iramuteq. O Estudo 1, teve como objetivo analisar por meio de comparação as Representações Sociais de mulheres idosas dos países Brasil e Espanha a respeito da velhice feminina. Foi possível identificar que as RS das idosas estão ancoradas em perspectivas como Dificuldades que são mencionadas de maneira correlatas entre as participantes mesmo com diferenças culturais e sociais nos países estudados; Dicotomia entre gratidão por sua vida mas também tristeza por estar passando por esta fase; Qualidade de vida, sendo análogos ao apoio da família, saúde e dinheiro como diretamente ligado ao bem estar; e ainda aspectos de Compreensões negativas em ambos os grupos de idosas sobre as repercussões físicas, psicológicas e sociais desta fase da vida. Espera-se que esta pesquisa possa ofertar subsídios na elaboração de estratégias e implementação de melhorias nas práticas psicossociais face aos construtos velhice feminina, qualidade de vida na velhice feminina e COVID-19 nos países estudados, a fim de fornecer subsídios teórico-práticos para os serviços de assistência social, saúde e para mulheres idosas. O Estudo 2 objetivou-se comparar sob a ótica de idosas do Brasil e da Espanha suas representações sociais sobre a Pandemia da COVID-19. As participantes mencionam que esses países tiveram como resultado diferentes impactos e complicações durante e após o período pandêmico, podendo mencionar, sobretudo consequências nos âmbitos sociais, políticos, econômicos e na saúde em geral. Diante dos resultados obtidos, é possível identificar que se organizam em três eixos distintos: (1) essas mulheres expressaram suas percepções e impactos em relação à doença de maneira predominantemente negativa; (2) elas discorreram sobre os efeitos adversos na saúde mental, descrevendo complicações que reverberam em diversos aspectos de suas vidas; e por último, (3) essas idosas mantiveram uma perspectiva esperançosa em relação ao futuro, especialmente após as ondas de COVID-19, como o avanço da ciência  em relação a vacina que auxiliou no impacto da doença no organismo humano, bem como a fé que ajudou a fortalecer esse olhar de esperança. Nesse aspecto, espera-se que este artigo possa cooperar na propagação de informações cientificamente comprovadas podendo alcançar diferentes áreas que auxiliem na mitigação dos impactos que foram revelados a partir do olhar dessa mulher mais velha. No Estudo 3 que se propôs a estudar comparativamente as Representações Sociais das mulheres idosas brasileiras e espanholas a respeito da Qualidade de vida, foi identificado que apesar de algumas diferenças serem notoriamente indiscutíveis nos países Brasil e Espanha por serem tidos como em desenvolvimento e desenvolvido, respectivamente, o que se evidenciou foi que as mulheres idosas ancoram suas RS sobre a QV em questões relacionadas a saúde, bem- estar social e apoio familiar, ora trazendo perspectivas semelhantes ora dissemelhantes por conta das diferenças socias, econômicas e culturais. Ao que confere o estudo 4 que foi a Cartilha bilingue teve o intuito de ofertar para a sociedade uma devolutiva tangível deste trabalho, informando essas mulheres sobre algumas dificuldades e potencialidades que podem atravessar o caminho nessa fase de vida, assim, foi pensada e elaborada a partir dos resultados gerais desta Dissertação de Mestrado, com conteúdo que foram retirados das falas das mulheres participantes da pesquisa, assim como também de referencial bibliográfico cientificamente comprovado sobre o tema.

  • MARCELLY DE OLIVEIRA BARROS
  • AUTOLESÃO NA EDUCAÇÃO PÚBLICA DO PIAUÍ: PERSPECTIVAS DA PSICOLOGIA ESCOLAR CRÍTICA
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 31/01/2024
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  • Diante do caráter complexo de múltiplas realidades e vivências, as pessoas desenvolvem maneiras de lidar com a inevitável dor em todas as suas facetas. Sentir muito, sentir pouco, sentir nada, a complexidade do sentir e do deixar ir e vir, a busca por ele ou até mesmo a fuga dele, todo esse emaranhado, pode gerar no ser humano diversas sensações, estas moldadas pela maneira que se vivenciam experiências, pela realidade de tais vivências e pelo contexto em que estas estão/são submetidas. A autolesão, por sua vez, consiste no ato de causar a si mesmo algum tipo de ferimento, ela pode estar relacionada a percalços psíquicos, situações cotidianas de estresse e/ou traumáticas, luto, ansiedade, desejo, preconceito, violência, questões sociais e culturais, dentre uma série de fatores. Tendo em vista sua insurgência e/ou transparência no contexto educacional estar ganhando expressivos números e indicadores, este estudo, portanto, tem como objetivo investigar a atuação de psicólogas(os) escolares frente às demandas de autolesão na educação pública do estado do Piauí de acordo com a perspectiva da Psicologia Escolar Crítica. Assim, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com 15 psicólogas (os) escolares que atuam na educação pública do estado do Piauí em Gerências Regionais de Educação (GREs), a partir das macrorregiões do estado em que estão inseridas. Com a intenção de explicar o  fenômeno, foi utilizado a fundamentação do Materialismo Histórico-Dialético e o método Histórico Cultural de Vygotsky para análise de dados. Os resultados encontrados foram divididos em dois estudos. O estudo 01, “(Re)Cortes da dor: autolesão sob perspectiva de Psicólogas Escolares do ensino público do Piauí”, que analisa a partir dos relatos das psicólogas(os), a ocorrência do fenômeno autolesivo entre alunas e alunos do ensino público piauiense e suas multicausalidades, mediante análise foram estabelecidos dois recortes: “Recorte 01- Ali vi o ar, o alívio contraditório na dor”, “Recorte 02- Marcar a dor: os marcadores de autolesão na escola,” que, por sua vez, foram trabalhadas em três unidades de análise: “A dor familiar”, “O machucar do ser machucado” (questões relacionadas ao bullying e preconceitos) e “Cicatrizes (in)visíveis” (impactos da saúde mental). O Estudo 02, tem como tema: “Tocando a ferida: Práticas de psicólogas frente a autolesão na Educação Pública Piauiense.” Seu objetivo é analisar as práticas e possíveis intervenções da psicóloga(o) frente a autolesão, como demandas educacionais da escola pública. Dois recortes foram analisados: “Recorte 1- Ataduras em ação: práticas de psicólogas frente a autolesão”, que compreendem três unidades- Principais Práticas, Modelos de Atendimento e Autolesão e Psicologia Escolar Crítica; “Recorte 2- Entre linhas e (desa)fios: dificuldades na costura de práticas profissionais”. As ações pontadas como mais desenvolvidas foram: Encaminhamentos- 100% (15 psicólogas), Escuta Individual- 100% (15), Ações Coletivas- 80% (12), Ações com a família- 60% (9),  companhamento com os estudantes- 40% (6), realização de Relatórios 33% (5) e utilização da Lei de Notificação Compulsória - 33% (5). Portanto, conclui-se que um viés clínico de escuta é desenvolvido, porém não há um foco em um caráter psicoterápico, tendo em vista a realização igualmente significativa de encaminhamentos e de ações coletivas. Por isso, compreender a demanda de autolesão, como um fenômeno presente e amplo, conhecer a rede de apoio e buscar o aporte teórico-prático necessário para ações coletivas no contexto educacional é fundamental para uma prática que toque a ferida de uma maneira mais empática e transformadora. 

  • AMADEU ANTONIO PEREIRA NETO
  • Comunidade LGBTQIA+ e currículos de graduação em psicologia do nordeste brasileiro: investigação acerca dos sentidos atribuídos e fundamentos epistemológicos
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 30/01/2024
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  • Apesar de todos os esforços e lutas na busca por garantias de direitos da população LGBTQIAP+, estes ainda se deparam, no dia a dia, com diversas formas de preconceito e violências, que podem ser uma das principais razões para o sofrimento mental. Assim, se faz necessário que essas questões sejam trabalhadas tanto no cotidiano dos serviços de saúde mental, quanto no processo formativo da/o/e profissional psicóloga/o/e. Para tanto, o presente estudo traz como objetivo geral, investigar os sentidos atribuídos e os fundamentos epistemológicos envolvidos na abordagem da comunidade LGBTQIA+ nos currículos de graduação em Psicologia na região Nordeste do Brasil. Este estudo é de abordagem qualitativa, com delineamento documental, a partir do qual serão analisados os Projetos Pedagógicos de Curso (PPC) para a graduação em psicologia nos Institutos de Ensino Superior (IES) públicos (Federal e Estadual) do Nordeste brasileiro. A análise dos dados está estruturada em dois estudos científicos. O estudo 1 teve como objetivo identificar as formas como se apresentam os sentidos acerca da comunidade LGBTQIA+ nos Projetos Pedagógicos (PPC) para os cursos de formação em Psicologia das Instituições de ensino superior do Nordeste brasileiro. O foco é compreender em quais disciplinas dos cursos as concepções da comunidade LGBTQIA+ são estudadas e discutidas; quais instituições incluem disciplinas dedicadas a abordar essas questões e investigar quais os principais eixos debatidos nas disciplinas que versam sobre essas temáticas. Para a melhor análise, os PPCs foram processados usando o software Iramuteq, por meio da classificação hierárquica descendente. Este estudo revelou, a partir das análises, que 19 PPCs apresentaram alguma citação em seu ementário que
    estivessem relacionados com os temas pesquisados. O conteúdo, analisado foi categorizado em seis classes. O estudo 2 tem como objetivo realizar uma análise abrangente das disciplinas de educação e desenvolvimento presentes nos cursos de psicologia de instituições de ensino superior públicas do Nordeste, focalizando a interseção entre educação, desenvolvimento e a comunidade LGBTQIA+. A análise dos dados foi realizada usando a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Os resultados das análises das disciplinas que exploram a temática do Desenvolvimento conduziram à identificação de três eixos categóricos de análise: "Desenvolvimento na Infância"; "Desenvolvimento na Adolescência" e "Desenvolvimento na Velhice". Dentro do contexto das disciplinas educacionais, identificaram-se três eixos fundamentais: "Educação sexual"; "Educação
    inclusiva"; e "Críticos culturais educativos". Em síntese, assinala-se a importância do debate das temáticas relacionadas à comunidade LGBTQIA+ em uma perspectiva ética, considerando os
    direitos humanos e todos os fatores políticos, sociais e culturais que perpassam

  • KATRINE SILVA DE CARVALHO
  • EFEITOS DO MINDFULNESS NAS FUNÇÕES EXECUTIVAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DESENVOLVIMENTO TÍPICO
  • Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Data: 29/01/2024
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  • Este estudo visa avaliar o efeito da Terapia Cognitiva baseada em Mindfulness sobre as Funções Executivas de crianças e adolescentes com desenvolvimento típico. A presente pesquisa é constituída de dois estudos. ESTUDO I. Eficácia de Intervenções baseadas em Mindfulness sobre as Funções Executivas de Crianças e Adolescentes: Uma Revisão Sistemática. Teve como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre a eficácia da intervenção em Mindfulness nas Funções Executivas de crianças e adolescentes. Esta revisão seguiu as diretrizes PRISMA e partiu da seguinte pergunta de pesquisa “Programas de intervenção em Mindfulness tem se mostrado eficazes para as funções executivas de crianças e adolescentes?”. Foram incluídos nessa pesquisa os estudos que obedeceram aos seguintes critérios de elegibilidade: (1) estudos empíricos; (2) estudos com crianças e adolescentes com desenvolvimento típico; (3) que investigassem funções executivas; (4) utilizassem o Mindfulness como intervenção; (5) artigos publicados na integra de 2017 até 2022. As buscas foram realizadas nas bases de dados: Web of Science, PsycNet, Scopus, CINAHL e Medline, utilizando os seguintes descritores: Mindfulness; Executive functions; Interventions; Adolescent; children e Randomized controlled trials. Os artigos encontrados foram avaliados por dois pesquisadores, de forma cega. Após a leitura dos textos, os pesquisadores selecionaram os artigos que cumpriram os critérios de inclusão e realizaram a extração de dados a partir de categorias pré estabelecidas como importante para análise desses estudos. ESTUDO II. Efeitos da Terapia Cognitiva baseada em Mindfulness nas Funções Executivas de crianças e adolescentes com desenvolvimento típico. Trata-se de um estudo quantitativo, ensaio clínico, aleatório, duplo cego, placebo-controlado, de medidas repetidas, onde os participantes responderam a todos os instrumentos antes, após, e uma semana depois das intervenções. A amostra foi não probabilística, com efeito bola de neve. Contou com a participação de 10 crianças com desenvolvimento típico. Os critérios de Inclusão foram: (1) ter idade entre 9 e 12 anos; (2) Ser autorizado pelo responsável para participar do estudo. Os critérios de exclusão foram: (1) ser diagnosticado com algum transtorno psicológico; (2) Ser acompanhado por um Terapeuta Cognitivo-Comportamental; (3) praticar quaisquer tipos de meditação; (4) está tomando algum tipo de medicação. Foram utilizados os seguintes instrumentos: (1) Entrevista de Triagem para verificar critérios de inclusão e exclusão; (2) questionário sociodemográfico; (3) Teste de classificação de cartas Wisconsin –WCST. Após aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa, foi realizada divulgação e convite para participação na pesquisa. Com os interessados foi realizada triagem. As crianças que cumpriram os critérios de inclusão assinaram o termo de assentimento livre e esclarecido e os pais o termo de consentimento livre e esclarecido, estes ainda responderam ao questionário sociodemográfico. Logo após a triagem, as crianças foram distribuídas aleatoriamente, entre os grupos controle e experimebtal, após formados os grupos, foi realizada, antes da intervenção, a aplicação do teste que avalia FE. Em seguida, foi dado início as intervenções. Com o GE foram realizados treinamentos em Terapia Cognitiva baseada em Mindfulness adaptado para crianças e adolescentes, e com grupo GC realizado leitura de histórias sobre as emoções básicas. As intervenções foram aplicadas pela própria pesquisadora e tiveram duração de 4 semanas, acontecendo 2 vezes na semana com duração de 40 a 60 minutos, para os dois grupos. O pesquisador responsável pela análise dos dados é cego quanto à condição que o participante foi alocado. Foram realizadas análises de normalidade, e a partir desses resultados foi escolhida a ANOVA para comparação dos resultados alcançados pelos grupos, antes e após as intervenções. Embora os resultados desse este estudo não tenham apresentado diferenças estatísticas significativas, observou-se que a intervenção baseada em Mindfulness discretamente pode apresentar efeitos mais amplos nas funções executivas que o grupo controle.

  • RONIEL SOUSA DAMASCENO
  • CRÍTICA E POLÍTICA EM PAULO FREIRE: INVESTIGAÇÃO PARA UMA PRÁXIS DA LIBERTAÇÃO EM PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 26/01/2024
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  • O objetivo desta dissertação de mestrado é apontar e construir elementos teórico-práticos que fundamentem a atuação da(o) psicóloga(o) na escola pública como práxis da libertação, a partir de uma síntese dialógica entre os primeiros escritos de Paulo Freire e as produções em Psicologia Escolar e Educacional. Para tanto, foi necessário, num primeiro momento, revisitar a história do movimento crítico realizado nesse campo de conhecimento psicológico e, num segundo momento, analisar o conteúdo da produção bibliográfica que aborda o trabalho da(o) psicóloga(o) escolar numa perspectiva crítica. Feito isso, tínhamos as condições teóricas e epistemológicas necessárias para que, munidos metodologicamente tanto da teoria e do método materialista histórico-dialético quanto do delineamento teórico-bibliográfico, pudéssemos nos aproximar, de forma objetiva e rigorosa, da totalidade do legado freireano com o objetivo de selecionar os primeiros livros escritos desse conjunto, orientados por critérios pré-estabelecidos pelos autores. O processo de leitura e análise dos livros selecionados foi orientado por três perspectivas articuladas, a saber: I) a crítica teórico-histórica da psicologia escolar/educacional; II) o conteúdo relatado nas produções científicas que tratam da prática da psicologia nas escolas públicas; III) o método dialético. Ao longo da discussão, estruturamos dois artigos dialeticamente articulados, que desvelam as contribuições do pensamento freireano para a prática da psicologia na escola pública e para a perspectiva crítica, bem como enfatizam elementos crítico-políticos como estruturantes de um modo de fazer-saber a educação e a psicologia escolar em solo brasileiro. No primeiro artigo, objetivamos discutir as implicações políticas da prática psicológica em instituições públicas de ensino, mediada dialeticamente por elementos teóricos do pensamento freireano, extraindo dele os seguintes núcleos temáticos: (a) Engajamento crítico; (b) Abertura dialógica; (c) Ética amorosa. Esses elementos teóricos revelam à psicologia novas formas de atuação no cotidiano escolar e mostram que uma ação política de libertação precisa avançar de forma atenta aos limites institucionais e históricos de seu tempo e, superando processos de alienação e reificação, precisa assumir a radicalidade da existência humana como práxis transformadora e autenticamente humanizadora. No segundo artigo, buscamos compreender a conceção crítica de educação de Freire, alcançando, assim, os respectivos núcleos temáticos: (a) Problematização; (b) Ação investigativa; (c) Inserção crítica. Esses elementos evidenciam que uma práxis libertadora no campo da psicologia escolar e educacional pode ser revelada pela proposição de práticas criativas referidas às particularidades locais e aos saberes que os sujeitos escolares já possuem, pois uma ação educativa para a libertação é incompatível com uma psicologia que, consciente ou mistificada, tem sido uma prática de dominação. Em síntese, em nossa pesquisa desenvolvemos a crítica como elemento mediador para o conhecimento da realidade escolar e a política como elemento transformador dessa mesma realidade. Portanto, elas estão dialeticamente correlacionadas: nem a política se justifica sem a crítica, nem a crítica faz sentido se não for movida pela política, sendo que ambas as categorias teóricas precisam ser inscritas como práxis concreta.


  • WESLEY RODRIGUES DA COSTA
  • Experiências de aprendizagem organizacional nas vivências das equipes de trabalho de saúde em uma cidade do Litoral Piauiense.
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 26/01/2024
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  • Introdução: O trabalho é compreendido como um campo dinâmico e processual no qual estão envolvidos aspectos históricos, econômicos, políticos e culturais. Desta forma, o trabalho na modalidade equipes apresenta-se como mecanismo para compartilhar conhecimentos multidisciplinares. Fundamentação teórica: Por equipes, entende-se que constituem um grupo de pessoas que realizam tarefas com o intuito de atingir um objetivo em comum. A rapidez com que os acontecimentos e as informações perduram, constituem fator acelerado das relações com o mercado e contribuem para o desenvolvimento de novas necessidades e aspirações na profissão, pautadas no âmbito da aprendizagem organizacional que é um processo em que pode ocorrer uma reestruturação dos trabalhadores e das organizações por meio da ampliação de conhecimentos e capacidades em se adequar às exigências do mercado de trabalho; destaca-se dessa forma a complexidade que envolve o processo de aprendizagem em equipes, que por sua vez compreende um fenômeno social que se desenvolve e muda ao longo do tempo, envolvendo vários comportamentos. Objetivo: Diante destas observações, o presente estudo teve por objetivo investigar a experiência de aprendizagem organizacional dos profissionais em equipes de trabalho no exercício de suas atividades nas UBS em uma cidade do Litoral Piauiense. Método: O presente estudo é de matriz qualitativa exploratória e descritiva. O estudo contou com a participação de 19 profissionais. A escolha dos participantes levou em conta o critério de inclusão de ser profissional inserido em uma equipe de trabalho em alguma das UBS do Litoral Piauiense; dentre os critérios de exclusão – profissionais que estivessem em licença, férias ou que não concordassem em participar. Como técnica de coleta de dados foi utilizado um roteiro de entrevista semiestruturada e um questionário sociodemográfico a fim de que se pudesse conhecer o perfil dos participantes. as entrevistas foram realizadas nos locais de trabalhos dos referidos participantes. Independente da situação, durante a abordagem foi perguntado para cada trabalhador da UBS se poderá participar de uma pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba, e, após o aceite, o respondente teve acesso a um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no qual ele poderia assinar se estivesse de acordo. A presente pesquisa foi realizada mediante solicitação de anuência da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal da cidade onde a pesquisa foi realizada e parecer de aprovação ao projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa nº 5.868.954. O estudo seguiu as normas e procedimentos éticos conforme as Resoluções 466/12 e 510/2016, ambas do Conselho Nacional de Saúde que estabelecem as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A análise dos dados foi feita por meio da técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016). Resultados: Os resultados evidenciaram a comunicação e o alinhamento entre os integrantes das equipes como aspecto fundamental para atingir as metas estabelecidas, além de evidenciar também a realização de tarefas em caráter de interdependência como fator fundamental para o funcionamento do serviço de saúde. Em relação à aprendizagem, os resultados demostraram que a aprendizagem tanto formal quanto informal foi considerada como mecanismo necessário para a realização do trabalho na área da saúde, tendo em conta que as tecnologias mudam constantemente e é preciso que o profissional esteja sempre atualizado. Sugerem-se que estudos futuros possam investigar aspectos que ficaram em aberto como a percepção da comunidade a respeito do pertencimento dos membros à equipe; características como estilos de liderança e coesão intragrupo em equipes de saúde – de modo a contribuir para ampliar o conhecimento teórico e fomentar a elaboração de estratégias organizacionais que contribuam para os processos de trabalho e desenvolvimento dos trabalhadores.

  • MARIA GABRIELA DO NASCIMENTO ARAUJO
  • POLÍTICA SOCIOEDUCATIVA E A PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL: DEMANDAS E PRÁTICAS NO MEIO-NORTE BRASILEIRO
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 22/01/2024
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  • O presente estudo traz como objetivo explorar as demandas presentes nas instituições de atendimento socioeducativo, a fim de realizar um levantamento do público-alvo e práticas das psicólogas atuantes, em seguida, com base nos referenciais técnicos de atuação da Psicóloga Escolar, analisar as possibilidades de ação desse profissional neste âmbito. A pesquisa contou com a participação de 20 psicólogas atuantes em unidade de atendimento socioeducativo da região Meio-Norte. A análise de dados foi realizada a partir da perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural e foi estruturada na forma de 2 artigos científicos. O estudo 1 buscou revelar a realidade abstrata do processo de escolarização dos jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, a partir da descrição das práticas e público-alvo de atuação das psicólogas. Este estudo revelou, a partir das análises, 2 eixos analíticos intitulados “desde cedo, a carne mais barata: à quem serve as medidas socioeducativas?” e “o poder da ‘família’: conflitos familiares e afiliação a facções criminosas como fatores determinantes”. O estudo 2 também buscou captar o real imediato da realidade estudada, no entanto o fenômeno de análise foram as demandas e práticas realizadas pelas psicólogas nas unidades de atendimento socioeducativo. Este, revelou 2 eixos analíticos tendo como títulos “retrato do silêncio: levantamento de demandas presentes nas unidades de atendimento socioeducativo” e “no coração da mudança: possibilidades de intervenção da psicóloga junto as medidas socioeducativas”. Em síntese, os dados analisados evidenciaram que ainda há um distanciamento entre as medidas socioeducativas e a educação, dificultando o processo de ressocialização dos jovens. Partindo disso, estima-se que os resultados dessa presente pesquisa colaborem para o delineamento práticas mais democráticas e humanizadas, no que diz respeito à psicologia junto às medidas socioeducativas.

2023
Descrição
  • MATEUS EGILSON DA SILVA ALVES
  • REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA VELHICE E QUALIDADE DE VIDA ENTRE HOMENS BRASILEIROS E ESPANHÓIS
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 21/12/2023
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  • Se vivencia atualmente algo novo quanto ao acelerado envelhecimento populacional mundial segundo a OMS. Nesse interim, Espanha e Brasil despontam como países com envelhecimento populacional acelerado e em transição demográfica. Os papéis de gênero são importantes determinantes quando trata-se desta temática. Em ambos os países esta variável também ganha destaque, homens possuem menor expectativa de vida e apresentam maior mortalidade, vicissitudes que impactam a velhice e a percepção da Qualidade de Vida (QV). Todavia que a QV na velhice se trata de um objeto multidimensional, que tende a influenciar em como as pessoas idosas podem sentir-se seguros, produtivos e saudáveis, com efeito sob o conceito de saúde como um espectro de aspectos objetivos e subjetivos. Estudos por meio da teoria das Representações Sociais (RS) mostram-se capazes de sintetizar aspectos relacionados ao envelhecimento, velhice e a QV. Objetiva-se comparar as representações sociais acerca da Velhice e QV entre homens brasileiros e espanhóis. Como especificamente: I): Identificar os campos semânticos das representações em relação à velhice entre homens brasileiros e espanhóis. II) Verificar a estrutura prototípica das RS acerca da QV entre homens do Brasil e Espanha. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória, a partir de dados transversais e com amostragem não probabilística por conveniência. Contou-se com a participação de 130 homens sendo 65 brasileiros e 65 espanhóis (Md idade 66,30, Dp 6,88; Md idade 69,27, Dp 7,71, respectivamente). Como critérios de inclusão adaptou-se os de estudo prévio de Alves et al. (2023): (1) possuir mais
    de 60 anos no Brasil e acima de 55 anos na Espanha; (2) possuir nacionalidade brasileira ou espanhola; (3) aceitar participar voluntariamente da pesquisa; (4) concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram adotados como critérios de exclusão a manifestação de alguma escusa, não comprovação da fidedignidade do respondente nos casos online e a negação à participação. Seguiu-se os procedimentos éticos sob parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFPI sob número: 4.942.097, assegurando anonimato e confidencialidade das respostas. A coleta de dados transcorreu em ambos os países na modalidade presencial e online, seguindo-se um protocolo com as etapas: 1) divulgação online; 2) triagem através de videoconferência para confirmação do respondente; 3) aplicação dos instrumentos de pesquisa e TCLE entre pesquisador e participante. Os instrumentos na forma impressa e online via Google Forms, foram: I) Questionário Sociodemográfico (QS); II) Entrevista Semiestruturada; III) TALP (Técnica de Associação Livre de Palavras). Os dados do QS foram analisados no software IBM SPSS 25.0 que forneceu estatísticas descritivas. Os dados referentes as entrevistas semiestruturadas e a TALP foram processados por meio do auxílio do software Iramuteq versão 0.7. Os resultados obtidos foram condensados em dois artigos científicos: Estudo 1) composto pelos dados obtidos a partir da entrevista semiestruturada e que revelam RS acerca da velhice similares entre os grupos investigados, com objetivação ainda muito associada ao paradigma de ganhos e perdas, e com paralelos de representação da velhice variante entre declínio e dádiva; Estudo 2) Oriundo dos dados obtidos com a TALP e analisados à luz da abordagem estrutural, possibilitando o resgaste do núcleo central e periférico das RS da QV dos respondentes, que apontam que idosos brasileiros possuem RS cristalizadas em eixos como saúde, trabalho e dinheiro. Dados que concatenam com as RS do público espanhol que também resgatam variáveis essenciais para QV na velhice como saúde, suporte social e dinheiro, contudo com emissão de elementos periféricos contrastantes que indicam uma percepção mais dinâmica da QV. Os achados dos estudos agregam ao debate das políticas públicas existentes que podem ser aprimoradas para o trabalho com o envelhecimento populacional masculino e verifica-se o impacto social e cultural ao considerar que as percepções sobre QV refletem os sistemas de crenças e valores dos homens investigados.

  • ANDRÉA LOPES ALMEIDA DINIZ
  • O Divórcio Judicial em Tempos da Pandemia da Covid-19
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 11/12/2023
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  • A pandemia da COVID-19 revelou um cenário desafiador não apenas restrito ao Brasil, mas no âmbito mundial. Diante da complexidade desse contexto e tendo em vista as repercussões nas relações afetivas, quer sejam conjugais e/ou familiares, surge a importância de estudos nessa área. Nesta perspectiva, a presente dissertação teve como objetivo geral analisar as implicações da pandemia da COVID-19 no divórcio judicial. Para tanto, pretendendo alcançar êxito nos objetivos propostos, além de um referencial teórico,  foram realizados dois estudos, organizados em três capítulos. O primeiro capítulo compreende uma revisão da literatura com ênfase nos conceitos relacionados à família, casamento e divórcio, visando a uma melhor compreensão do tema e destacando os principais aspectos dentro de uma perspectiva histórica, social e afetiva. Ademais, fornece subsídios para os capítulos subsequentes. O segundo capítulo, o Estudo I, apresenta uma revisão do escopo acerca dos estudos empíricos publicados sobre o tema, pautada nas diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR), que apresenta um checklist de etapas a serem seguidas nesse tipo de revisão. A formulação da questão norteadora foi elaborada a partir da estratégia mnemônica “participante”, “conceito”, “contexto” (PCC), respectivamente representados por P = casais, C = divórcio e C = pandemia. Foram utilizados os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): divorce, separated e pandemic, combinadas às suas respectivas traduções em português: divórcio, separação e pandemia, sendo utilizados também os operadores boleanos “and” e “or”. Para tanto, realizou-se um levantamento de artigos nas bases de dados: Scopus, PsycArticles, PsycInfo, Embase e Pubmed. Após a busca nas respectivas bases, os arquivos rastreados foram exportados para a plataforma web Rayyan, em agosto de 2022. Após minuciosa avaliação dos critérios de inclusão, sete estudos foram analisados. Os resultados evidenciam que houve uma convergência de dificuldades econômicas, legais e parentais, além de violência doméstica. Revelam, também, uma escassez de estudos na temática abordada, inclusive, nenhum brasileiro. Por fim, o terceiro e último capítulo, o Estudo II, refere-se à pesquisa do tipo descritiva e exploratória, de caráter quantitativo, realizada a partir da análise de base de dados secundários. Os dados foram coletados nos registros disponibilizados no acervo do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba (TJPB), referente aos processos de divórcios que tramitam que tramitam nas Varas de Família da Comarca de João Pessoa, Paraíba. Para a análise dos dados, foram extraídas as estatísticas descritivas, utilizando-se as medidas de frequência dos processos. Dessa forma, foi possível observar que, no período pandêmico, houve aumento nas taxas de divórcios, demonstrando um aumento inicial, que pode refletir os impactos causados pela pandemia, que contribuiu para uma convivência intensa da família, devido ao isolamento social, o que pode ter resultado numa pressão adicional no relacionamento dos casais, levando-os a perceberem que precisavam terminar o relacionamento. Nesse sentido, enfatiza-se a necessidade de abordagens multidimensionais e suporte em crises para, se possível, estabelecer vínculos saudáveis.

  • MARIANE CARDOSO CARVALHO
  • A PERCEÇÃO DO SUPORTE SOCIAL EM MULHERES QUE GESTARAM NA PANDEMIA DA COVID-19
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 24/11/2023
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  • A COVID-19 se revelou como o maior desafio enfrentado pela humanidade, desde o fim da Segunda Grande Guerra. Tendo em vista as alterações fisiológicas, tanto no sistema imunológico quanto respiratório, sofridas por mulheres no período gravídico, as gestantes foram incluídas no grupo de risco, frente ao perigo de contágio. Deste modo, a presente dissertação objetiva conhecer a percepção do suporte social das mulheres que gestaram na pandemia da COVID-19. Para tal finalidade, a dissertação foi dividida em dois estudos: O Estudo I trata-se de uma revisão de escopo da literatura, que se propôs a explorar o estado da arte , foi utilizado uma extensão do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses para revisões de escopo (PRISMA-ScR). A busca nas bases de dados SciELO; Web of Science; MEDLINE; PsycNET; Scopus, resultou no rastreio de 1407 estudos, o qual 24 atenderam aos critérios pré-estabelecidos. Os dados obtidos revelaram que o suporte social funciona como estratégia na redução da solidão gestacional. Dessa forma, gestantes que receberam baixo apoio social em isolamento durante a pandemia apresentaram níveis mais altos de problemas relacionados a sofrimento psíquico. Para o Estudo II realizou-se uma pesquisa de campo que teve por objetivo conhecer a percepção do suporte social de mulheres que gestaram no período pandêmico da COVID-19 considerando-se o período mais crítico da pandemia. Como critério de inclusão, as participantes deveriam ter gestado entre abril/2020 a dezembro/2021, sendo excluídas da amostra mulheres que gestaram fora desse período. A pesquisa foi realizada na modalidade on-line, por meio de um link do Google Forms de forma não probabilística (por conveniência). A amostra contou com 224 mulheres com idade média de 30 anos (DP = 5,69), variando de 18 até 46 anos. Os Instrumentos utilizados foram três escalas (Escala de Percepção do Suporte Social (EPSS); Escala Medo da COVID-19 no Período Perinatal (EMC19-9); Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) e um questionário sócio demográfico. Os resultados das análises evidenciam que apesar das mulheres se perceberem recebendo o suporte social, as relações esperadas entre suporte social e medo da COVID-19 e entre este e os fatores da DASS-21, não apresentaram correlações estatisticamente significativas. Foram verificadas correlações estatisticamente significativas entre medo da COVID-19 e os fatores da DASS-21, a saber: depressão (r = 0,38, p < 0,01), ansiedade (r = 0,50, p < 0,01) e estresse (r = 0,48, p < 0,01). Também foi possível encontrar resultados que indicam que o medo da COVID-19, exerce poder preditivo para os sintomas de: depressão (β = 0,35, p < 0,000), ansiedade (β = 0,44, p < 0,000) e estresse (β = 0,44, p < 0,000). Desta forma, se considera que o medo da COVID-19 explica 14% de sintomas de depressão, 24% de sintomas de ansiedade e 23% de sintomas de estresse manifestados pelas mulheres que gestaram no período mais crítico da pandemia. Os achados na literatura revelam que suporte social atua como fator de proteção e que estes têm a finalidade de evitar que essas pessoas experimentem sintomas de adoecimento mental. O estudo empírico não demostrou haver correlações significativas entre o suporte social, mas sim entre o medo da COVID-19 e os fatores da DASS-21.

  • ANTONIO JOELMIR PORTELA DA SILVA
  • Manicômio “vivo em ato”: atualizações do “desejo de manicômio” e do gesto manicomial na terceirização do cuidado familiar
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 31/07/2023
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  • A presente pesquisa trata sobre a institucionalização de famílias durante a hospitalização de usuários de Saúde Mental em um município referência para esse tipo de intervenção na planície litorânea piauiense. O hospital escolhido para a realização do estudo, é a Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba, mesmo sendo um hospital geral, guarda uma ala psiquiátrica, nos moldes manicomial, asilar e segregadora, acumula inúmeras contradições ao longo do tempo, inclusive após o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil e de reordenamento da Rede de Atenção Psicossocial. Tal estrutura, supreendentemente, permanece ainda hoje e compõe o ponto de atenção hospitalar como serviço de referência, no tocante a escancarar como o manicômio e sua racionalidade permanecem vivos, e se atualizam na própria estrutura e dinâmica da instituição e da cidade, inclusive sob a condição de para que a internação psiquiátrica ocorra, tanto o paciente como seu familiar (acompanhante) precisam ficar internados e vivenciar na pele o manicômio em suas vidas. Nesse sentido, temos como objetivo geral: refletir sobre os efeitos das relações entre a lógica manicomial e o capitalismo na terceirização do cuidado na Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba. Como objetivos específicos: a) descrever o dispositivo manicomial e suas relações com a cidade e a Rede de Atenção Psicossocial; b) apreender as atualizações do gesto manicomial e as operacionalizações do “desejo de manicômio” na Santa Casa de Misericórdia de Parnaíba; e c) discutir a terceirização do cuidado familiar, enquanto nova expressão da lógica manicomial na Saúde Mental. Para alcançar esses objetivos, essa pesquisa parte com o foco em lançar visibilidade sobre os atravessamentos de viver o manicômio sob sua pele ao ter que acompanhar um familiar em internação psiquiatria, enfatizando as contradições desse dispositivo e o desdobramento capitalista entorno dele. Para isso é utilizada a produção de sentido no cotidiano, onde assumo o lugar de pesquisador-trabalhador. Esperamos que com essa pesquisa possamos elucidar as atualizações manicomiais na Rede de Atenção Psicossocial de Parnaíba, que estão operacionalizadas na terceirização do cuidado em Saúde Mental.

  • DOUGLAS PINHEIRO AMARANES
  • Tornar-se Quilombo Urbano: Ressignificando Territórios e Identidades na Comunidade Boa Esperança
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 31/07/2023
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  • A presente pesquisa investigou os processos de ressignificação do território e identidades
    negras na luta pelo autorreconhecimento da Comunidade Boa Esperança em quilombo
    urbano. A metodologia utilizada foi a História Oral, que permitiu o envolvimento do
    pesquisador, dos participantes da pesquisa e suas oralidades. Os instrumentos utilizados
    foram diários de campo e entrevistas semiestruturadas gravadas. A pesquisa buscou
    compreender como a comunidade se autorreconhece como um quilombo urbano e como isso
    influencia sua luta pela defesa de seu território. Além disso, a pesquisa também investigou
    as narrativas e memórias dos moradores, buscando entender como as histórias coletivas são
    construídas e quais narrativas disputam o silenciamento ou a exaltação do que é apreendido
    nas memórias da luta da comunidade.

  • GEICE MARIA PEREIRA DOS SANTOS
  • Vivências de Pessoas Negras na periferia: os marcadores das Africanidades nas encruzilhadas do enraizamento
  • Orientador : CARLA FERNANDA DE LIMA
  • Data: 31/07/2023
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  • Introdução: Nessa busca por autocompreensão e compreensão de nossos iguais, traçamos meios de chegar no espaço onde nos encontramos hoje. Usaremos nessa escrita em alguns momentos a primeira pessoa do singular e do plural, porque nos entendemos enquanto um povo. Algumas experiências foram individuais, mas a vivência e a construção foi coletiva. Nesse sentido, usaremos o nosso lugar de pesquisadoras para permitir que a voz de pessoas negras ecoe, e nos permitimos usar nossa forma de conhecimento, nossa matriz africana de produção de ciência e de filosofia da ancestralidade. Objetivos: Essa dissertação visou compreender as interlocuções entre as vivências marcadoras das africanidades de pessoas negras(os) de um bairro periférico da cidade de Parnaíba e da minha experiência de vida com minhas(meus) mais velhas(os), além de conhecer a história de vida de pessoas negras(os) do bairro; Levantar as memórias coletivas e ancestrais, saberes, fazeres e dizeres compartilhados por pessoas negras(os); Apreender o diálogo entre os Marcadores das Africanidades do povo negro no bairro periférico estudado e na minha família. Método: A pesquisa se baseou na estratégia metodológica dos caminhos percorridos com os Odus, construção Afrorreferenciada proposta por Eduardo Oliveira (Machado, 2019) e teve como ferramenta metodológica de análise a Escrevivência, proposta por Conceição Evaristo, levando ao que chamamos de Encruzilhadas do Enraizamento. Esse estudo foi realizado à medida que nos movimentamos no território e fomos identificando seus desdobramentos, circularidades e as transformações na comunidade, o que foge da lógica de modelos prontos a serem seguidos, sendo construído à medida que experienciávamos o território. A metodologia dos Odus apresenta uma sequência de 8 Caminhos dos Odus elaboradas por Oliveira (Machado, 2014) que são: Odu de Origem, Odu de Transição, Odu de Desconstrução, Odu de Transformação, Odu de Beleza, Odu de Natureza, Odu de Espaço e o Odu de Tempo. Cabe ressaltar que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisas Humanas da UFDPar/CMRV. Resultados: O caminhar pela comunidade permitiu a realização de três estudos, o primeiro nos lançamos na criação de três escrevivências, que entrelaçam as vivências das/os participantes do centro de referência da comunidade e da pesquisadora das entrevistas, o que possibilitou as encruzilhadas do enraizamento, pois havia uma interseção entre as nossas lutas, vivências e modos de resistências na periferia e o segundo estudo tratamos de realizar o protagonismo de dona Maria da Luz e seu José, através dos caminhos dos Odus, identificando os Marcadores das Africanidades em suas travessias de vida e o terceiro estudo, foi voltado a apresentação da proposta metodológica afrorreferenciada da Encruzilhada da Enraizamento. Discussão: A aplicação de métodos afrorreferenciados se mostraram efetivos no entendimento das vivências negras num território negro periféricos, pois, segundo Petit (2016) estes espaços contem marcas que nos conecta, com a nossa linhagem, as práticas de saúde, artísticas, práticas espirituais e religiosas e outros presentes no seio familiar e coletiva, além de permitir a liberdade de germinar novos métodos ao longo do caminho, como a encruzilhada do enraizamento. Consideramos que este estudo abre possibilidades para maiores aprofundamentos, a fim de sulear nossas narrativas, saberes e viveres, uma vez que a realização de estudos afrorreferenciados em territórios periféricos ainda são extremamente necessários, pois estudos que adentraram estes territórios ainda carregam as marcas e considerações do colonizador, branco e ocidental.

  • FRANCISCA MARIA VÉRAS LINHARES
  • JOVENS EM MEDIDA SOCIOEDUCATIVA: BIOGRAFIA MENOR versus CORPOS NA GUERRA EM PARNAÍBA/PI/BR
  • Orientador : SHARA JANE HOLANDA COSTA ADAD
  • Data: 31/07/2023
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  • A construção do jovem socialmente perigoso, no Brasil, envolve sobretudo, determinações discriminatórias e estigmatizantes, elaboradas sobre as pessoas negras, empobrecidas e periféricas, sujeitos históricos e culturalmente marcados para morrer. Em 2019, por exemplo, foram 45.503 homicídios registrados, deles, 34.466, o correspondente a mais de ¾, são de pessoas negras, sendo que mais da metade (23.327) do total geral são jovens (Cerqueira et al., 2019). Os dados demonstram a realidade que foi construída no Brasil a partir da colonização até os dias de hoje. Isso revela o Mito da Democracia Racial vivenciado no Brasil e o abolicionismo inconcluso que impõem ao povo preto condições de miséria e criminalização no intuito de excluir e matar. A biografia do corpo marcado para morrer ou a necrografia acontece na incorporação de etiquetas que estigmatizam os jovens negros no Brasil e no mundo, autorizando suas mortes. São os efeitos da Necropolítica (Mbembe, 2018) a tática de extermínio que produz a morte ou deixa viver. Nesse sentido, os mais diversos dispositivos de controle social atuam como mantenedores dos privilégios das elites e consequentemente submetem parcelas específicas da população a políticas de regulação dos corpos e promoção da morte. Mesmo com tal imposição, o objetivo desta pesquisa é investigar qual juventude é produzida pelos jovens em cumprimento medida socioeducativa (MSE) em meio aberto em Parnaíba-PI e descobrir suas grafias de vida ou Biografia Menor, que evidencia como eles habitam seus territórios, traçam linhas de fuga e produzem vida. Para a produção dos dados, a Sociopoética foi valorizada como ethos, considerando-se seus princípios, que promovem experiência decolonizadoras (Gauthier e Adad, 2020). Na oficina de produção de dados foram inventados devires-criaturas-vida que revelam o confeto Problema-Guerra-Negócio-de-Facção, contorno importante na produção da subjetividade juvenil em Parnaíba-PI. Além dessa denúncia, os dados evidenciaram linhas de fuga para produção e ampliação da vida através da arte das manobras radicais em motocicletas e nas relações de amor e amizade.

  • FRANCISCO EZEQUIEL LIMA ARAUJO
  • Efeitos do tempo de tela na memória de trabalho e atenção em crianças e adolescentes: uma revisão sistemática
  • Orientador : ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
  • Data: 31/07/2023
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  • O tempo de tela tem aumentado entre crianças e adolescentes e seus impactos são preocupação de profissionais da saúde, educadores e pais. O presente objetiva investigar os achados da literatura mais recentes (2 anos) sobre os efeitos do uso de mídias de tela e na memória de trabalho e atenção em crianças e adolescentes. Para isso, foram conduzidas buscas nas bases de dados PubMed, Embase, Web of Science, LILACs e PyscINFO para identificar a literatura relevante. Todo o desenvolvimento da pesquisa seguiu as diretrizes PRISMA. Utilizou-se as seguintes palavras-chaves e suas variações: “screen time”, “mobile phone”, “smartphone”, “tablet”, “videogame”, “attention”, “working memory”, “child”. Para tanto, foram empregados em conjunto com os operadores booleanos AND e OR. Identificaram-se 130 artigos, 60 deles foram selecionados para leitura completa e, 48 foram excluídos após os critérios de elegibilidade, assim, 12 artigos inclusos na revisão. A maioria dos estudos que investigaram a atenção encontraram efeitos negativos quanto ao uso excessivo dessas mídias, especialmente para a atenção sustentada e concentração. Verificou-se que o uso em baixos níveis de exposição foi associado a melhora na memória de trabalho, todavia, quando esses níveis se tornam excessivos, efeitos deletérios podem emergir. Os achados da literatura recente ainda são inconsistentes, pois fatores como idade, gênero, tipo de conteúdo, tipo de mídia, contexto de uso, influenciam nos efeitos produzidos a longo prazo. Mais estudos que mensurem os efeitos do tempo de tela sobre a atenção e memória necessitam ser realizados para se compreender tais efeitos.

  • SAMANTHA RAVENA DIAS GOMES
  • ESCALA AUTOPERCEÇÃO DA FLEXIBILIDADE COGNITIVA (EFC): VALIDAÇÃO PARA O CONTEXTO BRASILEIRO
  • Orientador : ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
  • Data: 31/07/2023
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  • O presente estudo teve como objetivo realizar a validação do instrumento Escala Autopercecção da Flexibilidade Cognitiva (EFC) em uma amostra de estudantes universitários brasileiros. O estudo foi constituído pelas seguintes etapas: tradução, retrotradução (tradução reversa – Backtranslation), revisão por comitê de especialistas, estudo-piloto e verificação dos parâmetros psicométricos por meio de dois estudos. Deste modo no Estudo 1 foi realizada Análise Fatorial Exploratória, com amostra de 200 participantes de instituição pública com idades entre 18 e 35 anos (M = 22,99; DP = 4,96) e no Estudo 2 Análise Confirmatória dos dados obtidos da amostra de 200 participantes de instituição privada com idades entre 18 a 35 anos (M = 20,84; DP = 5,66). A EFC apresentou estrutura adequada para uso no contexto brasileiro, com estrutura bifatorial (fator 1: dimensão estratégias funcionais e fator 2: dimensão percepção das situações) e índices gerais de consistência interna adequados (α = 0,80 e ω= 0,81). Os resultados evidenciaram índices de ajuste satisfatórios, confirmando a estrutura bifatorial [CFI = 0,90, TLI = 0,88, RMSEA = 0,06] com cargas fatoriais variando de 0,383 a 0,752 no fator 1 e de 0,372 a 0,533 no fator 2, para o total de 10 itens ao final das análises. Considera-se que os objetivos propostos foram alcançados, oferecendo uma medida com evidências de validade e parcimonioso, fato que poderá viabilizar sua inserção em estudos futuros, contribuindo para avanços no conhecimento científico relacionado a instrumentos que avaliem a flexibilidade cognitiva.

  • DANILO CARVALHO DE SA
  • Sexualidade no Autismo na Vida Adulta
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 14/07/2023
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  • Com a ampliação dos estudos e conhecimentos acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a sexualidade tem sido um tema emergente, especialmente considerando as características clínicas do próprio transtorno, como dificuldades na comunicação, no reconhecimento de emoções e na interação social. No entanto, o estudo sobre a sexualidade de pessoas adultas autistas, inerente à condição no espectro, ainda é recente e, historicamente, esteve associado a estereótipos ou não consideraram a percepção das próprias pessoas diagnosticadas. Diante disso, a presente dissertação teve como objetivo geral analisar como a sexualidade de autistas adultos tem sido debatida pela literatura científica. Para isso, estrutura-se a partir de dois estudos de revisão sistemática de literatura que tiveram como objetivos: I) investigar a produção científica sobre autismo acerca da sexualidade de pessoas autistas adultas; e II) investigar os instrumentos que têm sido utilizados para avaliação da sexualidade de pessoas autistas. Para tanto, foram realizadas buscas nas seguintes bases de dados: Portal de Periódicos CAPES, PubMed, Scielo, PsyINFO, EMBASE, SCOPUS, Medline, BVS, Springer. Foram consideradas as etapas de busca, análise de títulos, resumos e leitura na íntegra, bem como exclusão de artigos duplicados e fora dos critérios de elegibilidade. O Estudo 1 é composto de 20 artigos na amostra final. Os temas mais abordados pelos artigos que compuseram esta revisão foram: grupos de minorias sexuais e de gênero, relacionamento romântico, experiências sexuais e educação sexual. Os resultados apontam que a sexualidade e os relacionamentos românticos íntimos são uma parte importante da vida e do bem-estar de pessoas autistas, contrariando estereótipos de que autistas são, em sua maioria, assexuais. Observou-se que pessoas autistas, em comparação com pessoas não autistas, tendem a se identificar mais fora dos padrões da heteronormatividade, bem como podem estar mais vulneráveis e expostas a riscos em seus relacionamentos amorosos e sexuais. No Estudo 2, foram rastreados 05 estudos empíricos com metodologias diversas. Como principais ferramentas de avaliação, as pesquisas utilizam-se de instrumentos que avaliam domínios como identidade de gênero e/ou percepção de gênero, orientação sexual, comportamento sexual, raça e etnia, conhecimento autorreferido sobre saúde sexual e avaliação de conhecimento sobre saúde sexual, assim como, o grau de inteligência dos sujeitos. Ressalta-se que nos estudos foram utilizados escalas e instrumentais já publicados na literatura cientifica. Destaca-se a importância de pesquisas que incorporem a percepção de pessoas autistas sobre suas próprias experiências sexuais, do desenvolvimento de políticas assistenciais, educacionais e de saúde que considerem as particularidades da sexualidade no TEA, a promoção de educação em saúde, qualificação de profissionais de saúde e tratamentos adequados, buscando a garantia do direito à expressão sexual e favorecendo uma vivência da sexualidade mais saudável, consciente e protegida. Por fim, compreende-se a importância de se investigar a sexualidade de pessoas autista a partir de uma perspectiva heterogênea e não estigmatizada, investido em estudos que avaliem os diferentes domínios de sexualidade e de metodologias diversificadas.

  • INGRYD SILVA COSTA
  • Novos possíveis para atenção à crise psíquica grave em contextos rurais
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 06/07/2023
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  • A pesquisa em questão, tendo como base o olhar para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, seus avanços e entraves, buscou refletir e problematizar sobre o cuidado à crise psíquica grave na esfera da Atenção Básica na realidade de município pequeno porte, especificamente no norte do Estado do Maranhão, em contextos rurais. Problematizando que o cuidado para usuárias (os) com sofrimento psíquico grave. É sob esse cenário de preocupações em que se inserem as questões de pesquisa que pretendemos investigar. Assim, objetivos específicos, são: 1- Acompanhar famílias da zona rural com histórico de usuários com crise psíquica grave. 2- Identificar as concepções e sentidos de crise psíquica grave junto aos familiares da zona rural e as necessidades de acolhida e cuidado em saúde mental por parte dos serviços de saúde. 3- Produzir analisadores acerca dos limites e desafios da Reforma Psiquiátrica e da Política de Saúde Mental diante das situações de crise psíquica grave em contextos rurais. Em relação ao caminho metodológico foi utilizado os direcionamentos da Análise Institucional (AI). A pesquisa foi realizada com moradores de áreas rurais da cidade de Água Doce do Maranhão, usuários que passaram por internação psiquiátrica e seus familiares. Ao todo participaram das entrevistas 9 pessoas: dentre os usuários, 2 mulheres e 1 homem e entre os familiares: 2 homens e 4 mulheres. Como ferramenta foi utilizada entrevistas e diários de campo. Após as entrevistas realizadas com as famílias e os usuários de saúde mental, emergiram 3 blocos, a saber: a) “A vida que insiste”: condições de vida na zona rural; b) “Nós estamos no meio da mata”: a experiência de usuário e de familiar da saúde mental em contexto de zona rural; c)“O problema não é geográfico é político”: cuidado em saúde mental na zona rural. Que abordam as concepções de crise psíquica; a insuficiente retaguarda à saúde mental por parte dos serviços de saúde; os cuidados que acontecem de maneira informal por parte dos familiares; e uma cobertura ainda escassa em relação à Reforma Psiquiátrica.

  • LAYANE SOUZA SILVA
  • Saúde mental, abuso de álcool e qualidade do sono: impactos da pandemia por COVID-19 em piauienses
  • Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Data: 29/06/2023
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  • O surgimento da COVID-19 foi considerado uma emergência de saúde pública de interesse
    internacional, com alto risco de transmissibilidade que se espalhou por todo mundo,
    caracterizando-se como uma pandemia a nível global. Seu impacto incluiu o aumento de
    sofrimento psíquico e adoecimento mental provocados diretamente pela infecção e/ou por seus
    desdobramentos secundários, causando preocupação quanto à apresentação da ansiedade, abuso
    de álcool e má qualidade do sono. Pesquisar como a pandemia da COVID-19 afetou a saúde
    mental das pessoas no cenário piauiense é de grande relevância social e acadêmica, dado o
    impacto da pandemia nessa população e o conhecimento de resultados inéditos que podem ser
    utilizados para auxiliar a compreensão dos impactos do contexto pandêmico na saúde mental,
    bem como orientar medidas de prevenção e intervenção no público estudado em situações de
    crises sanitárias. Dessa forma, essa pesquisa objetivou verificar a relação entre ansiedade frente a
    COVID-19 com a qualidade do sono e abuso do álcool no Piauí. Trata-se de um estudo
    quantitativo, de corte transversal contendo uma amostra não probabilística por conveniência de
    303 pessoas com idade acima de 18 anos. Visando atingir os objetivos propostos foram utilizados
    os seguintes instrumentos: Questionário sociodemográfico, Self-Report Questionnaire (SRQ-20),
    Coronavirus Anxiety Scale (CAS), Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT),
    Morningness and Eveningness Questionnaire versão de autoavaliação (MEQ-AS)1 e o Pittsburgh
    Sound Quality Index (PSQI). A coleta de dados foi realizada por meio de redes sociais de forma
    online, através do compartilhamento do link com o formulário para respostas, contendo o Termo
    de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Posteriormente a análise dos dados foi realizada
    utilizando o software estatístico SPSS. Os dados revelaram que a amostra apresentou níveis
    respectivamente baixos de ansiedade disfuncional e baixo risco para consumo nocivo de álcool,
    assim como sofrimento mental leve durante o período pandêmico de coleta dos dados (agosto a
    setembro de 2022), porém revelando má qualidade de sono explicada pela apresentação de
    ansiedade desencadeada pela COVID-19. A amostra apresentou características e fatores
    singulares de manutenção da saúde mental que funcionaram com proteção para os impactos da
    pandemia nessa população, como atividades de manutenção à saúde mental, escolaridade,
    espiritualidade e suporte social.

  • GLEYDE RAIANE DE ARAUJO
  • Depressão como consequente do bullying em crianças e adolescentes: o papel moderador dos valores sociais
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 20/06/2023
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  • O bullying, os valores sociais e a depressão são relacionados na literatura. Diante disso chega-se a seguinte questão problema: os valores sociais assumem uma função protetora em crianças e adolescentes envolvidos em episódios de bullying no desenvolvimento de depressão? Nesse sentido para alcançar os objetivos propostos serão realizados três estudos. O estudo 1, teve como objetivo compreender a relação entre perpetração de bullying e depressão em crianças e adolescentes. Para isso foi realizado uma revisão de escopo, seguindo os critérios PRISMA. A análise dos estudo revelou que perpetração de bullying e depressão se associam de diferentes maneiras: preditiva e correlacional. O estudo 2 teve como objetivo elaborar e validar a Escala Global de Bullying – Agressor e Vítima ( EGB – AV). Foram realizadas análises de análise fatorial exploratória, análise fatorial confirmatória, tri e análise fatorial confirmatória multigrupo com os softwares Factor, R e SPSS. Os índices da medida se mostraram psicometricamente adequados (CFI = 0,93; TLI = 0,92; RMSEA = 0,04) e o instrumento se mostrou invariante para sexo e tipo de escola. No estudo 3, o objetivo foi verificar o papel moderador dos valores sociais (interativos e normativos) na relação entre bullying e depressão em crianças e adolescentes. Foram realizadas  análises descritivas e moderação (SPSS e PROCESS) em que foi possível identificar que valores interativos (afetividade, convivência e apoio social) moderaram a relação entre perpetração de bullying e depressão. Os resultados indicam que os valores interativos atenuam a vivência de depressão em agressores. Conclui-se que os achados da pesquisa apresentam três importantes desfechos que auxiliam na compreensão do bullying: 1. A relação entre perpetração de bullying e depressão, indicando que esses indivíduos precisam de cuidado em saúde mental; 2. A elaboração de uma medida parcimoniosa e global de bullying; 3.  A compreensão de que o bullying prediz depressão e que ações pautadas em suporte social podem amenizar sintomas depressivos em perpetradores.

  • DÉBORA CRISTIANE PORTO DE GÓIS RIBEIRO
  • Representações sociais da Psicoterapia e Qualidade de vida: um estudo comparativo entre pessoas idosas que fazem psicoterapia e que não fazem no contexto da pandemia da Covid-19.
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 08/05/2023
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  • A presente pesquisa, dentro de uma abordagem qualitativa de caráter exploratório, direcionou seu interesse à psicoterapia com pessoas idosas, tendo como objetivo geral apreender e comparar as representações sociais sobre psicoterapia na velhice, qualidade de vida e pandemia da Covid-19 entre pessoas idosas que fazem psicoterapia e aquelas que não fazem. Como objetivos específicos: Analisar as representações sociais da Pandemia da Covid-19 entre pessoas idosas que fazem psicoterapia e aquelas que não fazem; comparar as representações sociais da psicoterapia na velhice, de pessoas idosas que fazem e aquelas que não fazem psicoterapia; compreender as representações sociais da qualidade de vida na velhice entre pessoas idosas que fazem psicoterapia e aquelas não fazem; elaborar uma cartilha informativa sobre psicoterapia para pessoas idosas. Utilizou-se como base a teoria das Representações Sociais e como instrumentos de coleta de dados o questionário sociodemográfico, o Teste de associação livre de palavras-TALP e a entrevista semiestruturada. Os resultados foram analisados pelo Software SPSS, o TALP e a entrevista foram analisados pela Classificação Hierárquica Descendente no IRAMUTEQ. Os resultados apontaram que a pandemia da Covid-19 foi um evento negativo que trouxe vários prejuízos para o campo emocional e psicológico de pessoas idosas conforme as representações sociais tanto dos idosos que fazem psicoterapia, quanto daqueles que não fazem. A psicoterapia ainda é pouco conhecida e utilizada pelos idosos, que trazem suas representações sociais permeadas por preconceitos e pela falta de informações. Idosos que fazem psicoterapia carregam em suas representações sociais condutas positivas frente as dificuldades enfrentadas na pandemia da Covid -19 e apresentaram uma melhor avaliação da sua qualidade de vida, mesmo em situações adversas, em que psicoterapia atua como um suporte para tolerar situações de crise e gerar bem-estar.

  • LORENNA E SILVA MENDES BARRADAS
  • OS RITUAIS DE DESPEDIDA POR LUTO NO CONTEXTO DA COVID- 19
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 27/04/2023
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  • Introdução: Com o advento da pandemia de Covid-19, os rituais de luto precisaram ser intensamente modificados, ocorrendo, em função das orientações sanitárias, com impedimentos e restrições. Objetivos: É com o intuito de se debruçar sobre essa temática que este trabalho tem como objetivo estudar sobre a temática dos rituais de luto sob interferência da pandemia de covid-19. Dessa forma, pretende explanar sobre o processo de ritualização de luto atravessado pelo advento da pandemia de Covid-19, analisar a produção científica realizada quanto ao tema no início da pandemia, bem como apresentar o modo como as pessoas experienciaram os rituais de luto pela morte de pessoa por Covid-19. Método: Como meio de alcançar esses objetivos, foram realizadas uma revisão de literatura, uma revisão sistemática e um estudo empírico, organizados em três capítulos, nesta sequência. Resultados: Conclui-se da revisão de literatura que a morte é um tabu que foi colocado em evidência pela Covid-19, à revelia da população mundial, mas que possibilitou olhá-la de frente e propor novas formas de encará-la. Já na revisão sistemática, discutiu-se sobre como o tema dos rituais de luto sob interferência da Covid-19 estava sendo estudado pelo mundo, com estudos analisados que se apresentaram em maior número com delineamento qualitativo/teórico e fazendo previsões, a partir da articulação teórica, de repercussões ruins quanto ao luto por morte de Covid-19. Por fim, o estudo empírico, apresentou a experiência dos familiares, a qual se deu com impedimentos e frustrações; de forma não satisfatória por ter sido diferente da tradicional, rápida e sem contato com o corpo do familiar morto; sem compartilhamento de dor emocional por meio do afeto entre familiares e amigos; com sentimentos intensificados pela não possibilidade de escolha em realizar os rituais; com mais informações sobre as limitações em relação aos rituais do que sobre suas alternativas; e uma forma de despedida que deixou muitos vazios, sendo a mais complexa, traumática e fora do normal para a situação de falecimento.

  • DEIVISON WARLLA MIRANDA SALES
  • ENCRUZANÁLISE: CLÍNICA DAS ENCRUZILHADAS COM SUBJETIVIDADES PERIFÉRICAS
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 31/03/2023
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  • Introdução: Saúdo os mais velhos, os mais novos e os meus iguais. Para abrir caminhos para esta escrita, peço licença a Èṣú, operador dos processos de comunicação e transmutação abertura e fechamento. Neste estudo, as encruzilhadas têm lugar plural, como signo e operador epistêmico para compor trânsitos e interseções e transversalizações, mas também como método de análise e intervenção clínica. Interessa a esta pesquisa especificamente o encontro da clínica com o que estamos chamando de subjetividades periféricas, como forma de se referir às vidas que estão afastadas dos diversos centros: políticos, sociais, econômicos, étnico-raciais, de gênero e sexualidades, etc. A partir da inspiração das epistemologias das encruzilhadas de Exu, os objetivos deste trabalho foram descritos como caminhos e podem ser pensados separadamente e de modo entrecruzado, pois são indissociáveis e co-imbricados: Caminho Um: Cartografar a clínica em seu encontro com subjetividades periféricas, Caminho Dois: Mapear processos interseccionais das subjetividades periféricas em seu encontro com a clínica, Caminho Três: Experimentar a invenção de uma clínica descolonizada e descolonizante que sentipense onde/quando/com quem se encontra; Caminho Quatro: Entrecruzar a clínica com epistemologias das encruzilhadas. Como método de pesquisa utilizado, a cartografia de Deleuze e Guattari foi atravessada por Exu como intercessor em seu caminhar como processo de constituição de uma pesquisa que permite desvios, modificações, interferências, diferenCriações, a partir do primado dos encontros, do entrecruzamento entre vidas periféricas e a clínica que contempla um coletivo de forças para empreender uma análise das conexões, dos cruzos, das variações, inseparabilidade entre conhecer-fazer, pesquisar-intervir, crítica-clínica. A partir da análise de diários cartográficos construídos na experiência do encontro da clínica subjetividades periféricas no meu trabalho no Programa Corra pro Abraço em Feira de Santana/Bahia em 2018 e na psicoterapia online entre 2020 e 2021. Foram analisados o entrecruzamento de processos analíticos com os processos de subjetivação e resistência das subjetividades periféricas de 4 participantes: uma mulher negra em situação de rua, uma travesti negra, um homem negro em situação de rua e uma bicha preta. Como análise dos dados, propomos o que estamos chamando de Encruzanálise que, a partir das epistemologias das encruzilhadas, foi percorrida em duas vias: enquanto entrada por analisar quais linhas-caminhos (micro e macro) se entrecruzam nas narrativas na constituição das subjetividades e saída ao analisar-propor a criação-destruição em movimentos de intensificação-multiplicação-pluralização de caminhos de saída, de novos possíveis e resistência tanto das subjetividades periféricas, quanto da clínica. Como resultados alcançados através da cartografia do encontro da clínica com dois personagens com pseudônimos Maria Molambo, Gira Mundo, Maria Navalha e Madame Satã (enquanto entidades que habitaram/habitam as ruas), pudemos mapear nas subjetividades periféricas analisadas processos plurais de natureza macro e micropolítica que envolviam racismo (estrutural, institucional, interpessoal), machismo, aporofobia, violência policial, sorofobia,  necropolítica, mas também processos de resistência, potencialização e intensificação das vidas periféricas na arte, nas sabedorias das oralituras periféricas. Os resultados destas encruzanálises apontam para a potência da experimentação de outro ethos clínico através da influência das epistemologias das encruzilhadas em gingas de uma clínica que sentipensa onde/quando e com quem se encontra. 

  • MAYLLA MARIA SOUZA DE OLIVEIRA
  • Cartografia de escrevivências: modos de viver e fazer arte de pescadoras artesanais
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 27/03/2023
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  • Historicamente, os povos e as comunidades tradicionais têm seus territórios invadidos e expropriados para exploração de riquezas e violação de direitos em nome da ordem do Estado e do progresso do capital. Nesse cenário, são as mulheres que estão à frente da luta em defesa da vida e do território das
    águas, campos e florestas. Inspirada nas “escrevivências” de Conceição Evaristo e a partir do pensamento ecofeminista, com ênfase na reprodução da vida e no trabalho reprodutivo da pesca artesanal, com a concepção de comunidade das sobreviventes, percebemos que é uma luta coletiva e importante no que diz respeito à produção de subjetividade. Objetivou-se cartografar processos de subjetivação, sujeição e resistência, em escrevivências de pescadoras artesanais. Método: Trata-se de uma cartografia de escrevivências, com recursos heteroautobiográficos, um modo de acompanhar os processos de subjetivação, marcados por atravessamentos macro e micropolíticos, denúncias e enunciados que expressam sujeição e resistência e que produzem afetação ao corpo-território. A produção de informações se deu por meio de encontros, rodas de conversa e reuniões que ocorreram presencial e remotamente, em virtude da pandemia de Covid-19, descritos na tabela 1, no corpo do texto. A exemplo: a) VI Encontro Nacional das Pescadoras; Tenda do escuta; Mulheres na luta por moradia, terra e território (Live da resistência); IV seminário interestadual de pescadores e pescadoras: Construindo o bem viver (Crateús-CE); XV Romaria da terra e das águas do Piauí (Piripiri-PI); VIII Grito da Pesca Artesanal (Luziânia-GO) e reuniões presenciais de moradores, pescadoras, pescadores e movimentos sociais frente a situações de conflitos no território da Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba (APA) e outros. Ao todo, foram 31 encontros, 17 presenciais e 14 na modalidade remota, realizados entre março de 2021 e novembro de 2022, com registro de escrevivências 33 mulheres dos movimentos sociais pesqueiros. Neste estudo, além da cartografia de narrativas das mulheres, compartilhamos cartografias de escrevivências da autora, mulher negra, psicóloga de comunidade tradicional pesqueira. A análise cartográfica dos processos de subjetivação é feita a partir da discussão dos enunciados-analisadores que emergem das escrevivências e expressam as relações de poder em disputa e as linhas de forças da vida no território tradicional pesqueiro. Resultados: a) reconheceu-se que nossos corpos se conectam intimamente ao território sagrado, atravessando toda a subjetividade do devir pescadora artesanal, assim potencializando a luta e a resistência pela preservação do território-corpo; b) articulação com os movimentos coletivos de mulheres e essencial na organização pela luta de nossos direitos, valorizando lideranças femininas e o potencial de nossas vozes; c) Os modos de vida que resistem encontram-se no território, nas relações, no bem viver e no comum gerado pela prática da pesca artesanal nas comunidades considerando a importância de nossas histórias e assim de nossa ancestralidade, na construção de escrevivências, que compõem cartografias de lutas nos territórios das águas.

  • ALDA VANESSA CARDOSO FERREIRA
  • Pandemia da COVID-19, Velhice e Qualidade de Vida: um Estudo das Representações Sociais de Mulheres Idosas
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 01/03/2023
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  • Atingir o marco da velhice tornou-se uma possibilidade mesmo nos países mais pobres, apesar de que envelhecer por si só não é o suficiente, posto que também há a necessidade de se agregar qualidade aos anos vividos. No que se refere às condições de saúde, nos últimos anos, a globalização facilitou a maior disseminação de agentes patológicos. Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou caráter emergencial de pandemia, tendo em vista o rápido contágio global provocado pelo novo coronavírus. Pôde-se constatar que as pessoas idosas estiveram entre as mais vulneráveis no que diz respeito à morbidade e mortalidade pelo vírus da COVID-19, com 8 de 10 mortes em pessoas com 65 anos ou mais. Neste sentido, a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus – COVID-19 – afetou a vida da maioria dos cidadãos a nível global, especialmente os idosos, visto que domínios relacionados à qualidade de vida, saúde e bem-estar pioraram devido o contexto pandêmico em várias partes do mundo. Ao investigar a qualidade de vida sob a perspectiva dos idosos é necessário levar em conta as particularidades deste grupo, dado que as expectativas, concepções e as experiências entre pessoas idosas e mais jovens são divergentes e, portanto, a qualidade de vida subjetiva pode variar em função da faixa etária, de modo a ser influenciada pelos valores individuais e da sociedade em que vive. Assim, esta dissertação tem como objetivo geral apreender as representações sociais da qualidade de vida na velhice no contexto da pandemia da covid-19 de idosas brasileiras e chilenas. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa. Utilizou-se dados com recorte transversal, amostra não probabilística e por conveniência. Contou-se com a participação de 125 mulheres idosas (100 brasileiras e 25 chilenas). Para a coleta dos dados, utilizou-se questionário sociodemográfico, Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e entrevista semiestruturada. Os dados coletados por meio da TALP foram submetidos à Análise Prototípica, e os obtidos por meio da entrevista semiestruturada foram submetidos à Classificação Hierárquica Descendente, ambas através do software de análises textuais Iramuteq. O Estudo 1 teve por objetivo identificar as representações sociais acerca da COVID-19 entre mulheres idosas brasileiras. Os resultados apontaram que as representações sociais sobre a COVID-19 enfatizam a morte e o medo da doença causada pelo novo coronavírus. Também fazem parte do campo representacional elementos que se associam a medidas de contenção do próprio vírus. No Estudo 2, objetivou-se verificar o conhecimento compartilhado entre mulheres idosas brasileiras sobre a velhice. Foi possível perceber que as representações sociais da velhice ancoraram-se em aspectos positivos e negativos,
    reconhecendo-a como uma etapa da vida, caracterizada também por fatores cronológicos. O Estudo 3 objetivou realizar uma análise comparativa das representações sociais da qualidade de vida entre mulheres idosas brasileiras e chilenas. Observou-se que as representações sociais da qualidade de vida tanto das brasileiras quanto das chilenas estavam associadas à saúde e às repercussões da pandemia. Contudo, também foi possível identificar algumas particularidades entre esses grupos. O Estudo 4 correspondeu à elaboração de uma cartilha bilíngue (em português e espanhol), com base nos discursos das participantes e na literatura científica, voltada para a compreensão da COVID-19, velhice e qualidade de vida.

  • CLEITON UCHÔA DE MELO
  • COVID‐19 RUMINATION SCALE (C‐19RS) E A COVID-19 PERCEIVED RISK SCALE (CPRS): ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO PARA O CONTEXTO BRASILEIRO
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 27/02/2023
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  • Tendo em vista a gravidade da pandemia de COVID-19, o desconhecimento dos seus efeitos a longo prazo e a identificação de uma lacuna na literatura nacional sobre as temáticas aqui discutidas, este estudo teve como objetivo adaptar as medidas COVID‐19 Rumination Scale (C‐19RS) e a COVID-19 Perceived Risk Scale (CPRS), buscando averiguar evidências de validade (construto e convergente) e de precisão das medidas. Para alcançar o objetivo principal, foram realizados dois estudos. O Estudo 1, teve como finalidade a verificação de evidências de validade e precisão das medidas C‐19RS e CPRS. Participaram 233 pessoas, com idades variando de 18 a 74 anos (M=26,88; DP= 9,88). Para a C-19-RS os resultados da análise fatorial exploratória indicaram a extração de um único fator, composto por 6 itens e uma consistência interna (α = 0.85 e ω= 0.86) igualmente favorável. A CPRS apresentou uma estrutura bifatorial, condizente com o estudo original, e índices de consistência interna adequados (Dimensão Cognitiva: α = 0,74 e ω= 0,75; Dimensão Emocional: α = 0,87 e ω= 0,86). O Estudo 2 objetivou investigar evidências mais robustas da estrutura fatorial das medidas C‐19RS e CPRS no contexto brasileiro, com o intento de comprovar sua dimensionalidade e reunir evidências de validade complementares. Participaram desta etapa 203 com idades variando de 18 a 74 anos (M=26,98; DP= 10,51). Para a C-19RS os resultados indicaram bom ajuste para o modelo testado, confirmando a estrutura unifatorial (CFI= 0,987; TLI= 0,978; RMSEA= 0,032; consistência interna: ω=0,85 e α = 0,84) com cargas fatoriais variando de 0,652 a 0,847. Em relação a CPRS, o modelo de medição hipotético confirmou a estrutura bifatorial (CFI= 0,994; TLI= 0,991 e RMSEA= 0,076) com cargas fatoriais variando de 0,486 a 0,916 no fator Dimensão Cognitiva e de 0,731 a 0,853 no fator Dimensão Emocional. Considera-se que foram alcançados os objetivos propostos e espera-se com isso, que os resultados permitam que pesquisadores e outros profissionais possam contar com instrumentos confiáveis e de simples aplicação, que podem auxiliar na avaliação e investigação dos construtos em questão, servindo de base para futuras intervenções e produção de conhecimento sobre os impactos da pandemia de COVID-19.

  • ANA BEATRIZ DE CARVALHO SOUZA
  • Segurança do trabalho, qualidade de vida e comportamentos preventivos relacionados a COVID-19
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 27/02/2023
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  • A pesquisa tem como principal objetivo verificar a influência da percepção de segurança do trabalho e impacto na qualidade de vida nos comportamentos preventivos relacionados a COVID-19. Especificamente, propõe-se reunir evidências psicométricas de escalas que mensurem o impacto da pandemia na qualidade de vida, clima de segurança no trabalho e comportamentos preventivos na COVID-19; identificar a relação entre o impacto na qualidade de vida durante a COVID-19 e comportamentos preventivos na população geral, além de verificar a relação entre o impacto da COVID-19 na qualidade de vida, clima de segurança e comportamentos preventivos, em trabalhadores inseridos regularmente no mercado de trabalho. A fim de alcançar os objetivos, foram realizados dois artigos empíricos. O artigo 1 foi dividido em dois estudos, o primeiro contou com 203 participantes oriundos de cidades nordestinas (Midade = 26,98; DP = 10,51), variando de 18 até 74 anos. A maioria do sexo feminino (67%), os quais responderam a Escala de Impacto da COVID-19 na Qualidade de Vida (COV19-QoL), a Escala do Comportamento Preventivo de infecção por COVID-19 (ECPI19) e questionário sociodemográfico. Por meio de análises fatoriais exploratórias reuniram evidências de validade interna das escalas COV19-QoL e ECPI19, ambas resultaram em um único que explicam 59% e 53% da variância total, respectivamente. Ademais, via TRI foram atestados o poder de discriminação, dificuldade e quantidade de informação adequadas. Com cargas fatoriais e índices de consistência internas (alfa de Cronbach e Ômega de McDonald) igualmente satisfatórios. No segundo estudo, estes modelos foram testados em amostra independente, composta por 233 participantes oriundos de cidades nordestinas (Midade =26,88; DP = 9,87), variando de 18 até 74 anos. A maioria foi do sexo feminino (62,2%), os quais responderam aos mesmos instrumentos do primeiro estudo. Por meio de análises fatoriais confirmatórias categórica WLSMV foi possível avaliar o bom ajuste dos modelos unifatoriais da COV19-QoL (CFI = 0,99, TLI = 0,99, RMSEA = 0,02 e Pclose = 0,74) e ECPI19 (CFI = 0,98, TLI = 0,96, RMSEA = 0,09 e Pclose = 0,06), que apresentam boas evidências de consistência internas (alfa de Cronbach e Ômega de McDonald). O segundo artigo, contou-se com uma amostra composta por 376 participantes oriundos de cidades nordestinas (Midade = 27,19 anos; DP = 9,96), variando de 18 até 74 anos. A maioria foi do sexo feminino (64,1%). Quanto ao contexto da pandemia, 88,8% afirmaram não fazer parte da linha de frente. Responderam aos mesmos instrumentos do artigo 1, acrescidos da Escala Curta de Clima de Segurança (ECS). Em um primeiro momento, com análise fatorial exploratória robusta reuniu-se evidências de validade interna da ECS, que resultou em um único fator que explicou 71% da variância total, via TRI foram atestados poder de discriminação, dificuldade e quantidade de informação adequadas. Com cargas fatoriais e índices de consistência internas (alfa de Cronbach e Ômega de McDonald) igualmente aceitáveis. Na sequência, correlações r de Pearson, seguidas de regressão múltipla hierárquica sugerem que impacto na qualidade de vida explica de maneira positiva o comportamento preventivo, para além disso, após inserir clima de segurança no modelo, este permaneceu estatisticamente significativo [F(2;373) = 20,42; p < 0,001; R² = 10%], explicando na mesma direção, sugerindo que quanto mais os profissionais se percebem seguros no ambiente de trabalho, para além de uma afetação na sua qualidade de vida, mais comportamentos preventivos irão adotar. A presente pesquisa apresenta contribuição importante para o estudo das temáticas, com evidências animadoras de três instrumentos que tiveram asseguradas as suas qualidades métricas. Com contribuições empíricas e práticas, sugerindo alinhar esforços para combater as dificuldades, o medo de algo novo, da incerteza de protocolos de avaliação e intervenção, com rastreio ajuda para manter um saudável status.

  • RENATA BANDEIRA JARDIM
  • As Representações Sociais de Homens em Processo de Envelhecimento em Situação de Privação de Liberdade: a vivência na pandemia da Covid-19
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 09/02/2023
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  • O Sistema Penitenciário brasileiro é reconhecido por suas condições precárias, como a superlotação das celas, falta de acesso a saneamento básico e disseminação de doenças infectocontagiosas. Todas essas questões pioraram na pandemia da Covid-9, principalmente porque as principais medidas de contenção da propagação do vírus são a higiene contínua e o distanciamento social. Algumas populações tornam-se mais vulneráveis as questões de enfrentamento da pandemia, como os homens em processo de envelhecimento no sistema prisional. A relevância social e científica da dissertação revela-se através da necessidade de contemplar políticas públicas específicas para esse grupo que passa por um processo de exclusão social e vulnerabilidades psicossociais não apenas no contexto pandêmico, mas em toda conjuntura do cárcere. Para o entendimento dos fenômenos apresentados, utilizou-se a Teoria das Representações Sociais-TRS, abordagem teórica apropriada para a temática. Objetivo Geral: Analisar as Representações Sociais de homens em situação de privação de liberdade durante a pandemia da Covid-19. O objetivo do estudo 1 foi identificar as Representações Sociais sobre a pandemia da Covid-19 vivenciadas por homens em processo de envelhecimento em situação de privação de liberdade. O objetivo do estudo 2 Compreender as implicações da pandemia da Covid-19 na qualidade de vida de homens em processo de envelhecimento no sistema prisional. O Objetivo do estudo 3 foi construir uma cartilha informativa que aborda medidas para a melhoria da qualidade de vida de pessoas em processo de envelhecimento dentro do sistema prisional. Método:  Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com utilização de dados transversais e com amostra não-probabilística, contou com a participação de 15 homens privados de liberdade, em processo de envelhecimento. A pesquisa foi realizada em 3 penitenciárias do Piauí. Para levantamento de dados utilizou-se um questionário sociodemográfico, entrevista semiestruturada e o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), com palavras indutoras: qualidade de vida no sistema prisional. Todos os processos legais, éticos foram construídos para o desenvolvimento da pesquisa.  Os dados adquiridos do questionário sociodemográfico foram analisados por meio do software SPSS for Windows na versão 21; as informações colhidas através do TALP, foram analisados pelo software IRAMUTEQ produzindo a Análise Prototípica; as respostas obtidas das entrevistas semiestruturada também foram analisadas pelo IRAMUTEQ resultando na Classificação Hierárquica Descendente. Resultados: A Classificação Hierárquica Descendente (CHD), o corpus principal segmentou em seis ramificações, que constituem as Representações sociais dos homens em processo de envelhecimento dentro do sistema prisional no contexto pandêmico. As classes encontradas demarcam todo o processo da pandemia da Covid-19 relacionando com as vulnerabilidades de envelhecer no cárcere. Os dados coletados por meio da TALP foram possíveis identificar os elementos do núcleo central das representações sociais ada qualidade de vida de homens em processo de envelhecimento no cárcere durante a pandemia, nas quais estão relacionados a saúde, liberdade e envelhecimento. Essas representações estão diretamente associadas a precariedade e vulnerabilidade do sistema prisional.  As demais categorias encontradas apresentam outros aspectos relacionadas a promoção da qualidade de vida no sistema prisional, como ter paz e a presença familiar, questões que foram diretamente afetadas na pandemia. Os elementos periféricos descobertos, não diferem dos elementos do núcleo central, apontando uma representação da qualidade de vida no cárcere vulnerável e estruturalmente negligenciada. De maneira geral, indica-se a importância de políticas públicas voltadas especificamente para esse grupo, a criação de medidas que possam promover a qualidade de vida e validar os Direitos Humanos no encarceramento de pessoas em processo de envelhecimento.

  • TÁSSIO DE OLIVEIRA SOARES
  • A RELAÇÃO ENTRE AUTOCOMPAIXÃO E RESOLUÇÃO DE CONFLITO ROMÂNTICO: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 09/02/2023
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    Introdução. O relacionamento romântico é um espaço que demanda o manejo de conflito à medida que o encontro com o outro, vai mostrando partes de si com as

    quais pode ser difícil lidar. Nessa direção, a autocompaixão, construto da Psicologia Positiva, apresenta-se como um fenômeno que pode auxiliar as pessoas na resolução de conflitos conjugais e/ou românticos, na proporção que as ajuda em situações de sofrimento a lidar com seus conflitos de forma mais proativa e a considerar os seus problemas tão importantes quanto de outras pessoas. Objetivos. Esta dissertação teve por objetivo investigar a relação entre a autocompaixão e os fatores de resolução de conflito romântico; bem como, verificar se há relação entre os elementos positivos de autocompaixão e fatores de resolução de conflitos adaptativos; averiguar como se relacionam os componentes negativos de autocompaixão e fatores não adaptativos de resolução de conflitos. Para atender a estes objetivos, foram realizados uma revisão da literatura e dois estudos que compõem esta dissertação, a saber: a Revisão da Literatura apresenta articulações teóricas entre os construtos autocompaixão e resolução de conflito romântico; o Estudo I trata de uma revisão sistemática da literatura sobre a interface entre autocompaixão e relacionamentos românticos e o Estudo II diz respeito à pesquisa empírica que se propôs a realizar análises estatísticas que indicassem a relação entre autocompaixão e os fatores de resolução de conflito romântico. Método. No Estudo I foi realizada uma revisão sistemática de literatura sobre autocompaixão e resolução de conflito, evidenciando as articulações teóricas entre os construtos. Para tanto, foram realizadas buscas nas bases de dados: Scopus, PsycInfo (APA), Web of Science, BVS, Portal de Periódicos CAPES, INDEXPSI e PEPsic, usando os descritores self-compassion” and romantic relationship” e “autocompaixão” e “relacionamento romântico”, sem ter havido delimitação do recorte temporal das publicações para busca dos achados. No Estudo II foi realizada uma pesquisa empírica que contou com a participação de 306 pessoas do sexo masculino e feminino, com a média de idade de 34 anos (DP =9,19), que estavam em relacionamento romântico há pelo menos há seis meses. Estes responderam aos seguintes instrumentos Escala de Autocompaixão e Escala de Estratégias de Resolução de Conflito Romântico, além de questões sociodemográficas. Para análise de dados foram realizadas Correlação r de Pearson e Regressão. Resultados. Quanto à revisão sistemática da literatura, foram selecionadas 13 publicações referentes à interface autocompaixão e relacionamentos românticos que apontam para um cenário de produção científica incipiente para a temática pesquisada e das quais se puderam identificar categorias temáticas, entre as quais se destacaram “satisfação no relacionamento”, “gestão de conflitos no relacionamento”, “gênero” e “prática clínica”. Já as análises estatísticas demonstraram que a autocompaixão tem relação estatisticamente significativa com os fatores de resolução de conflito, especialmente com os adaptativos, sugerindo que o comportamento autocompassivo pode auxiliar as pessoas a adotar estratégias adaptativas de resolução de conflitos. Os resultados apresentados contribuem para ampliar a discussão em torno dos estudos que investigam a utilização da prática de autocompaixão no contexto dos relacionamentos românticos, mais precisamente no que tange a resolução de conflitos entre os casais. Neste sentindo, espera-se que estes resultados ampliem a compreensão acerca da dinâmica conjugal e contribuam como uma ferramenta facilitadora para os profissionais na construção de estratégias terapêuticas em favor de pessoas e casais.

     

     

     

  • NIELSEN RICARDO FERREIRA VALE
  • Associação entre o tempo de tela e o reconhecimento das expressões faciais emocionais em crianças
  • Orientador : ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
  • Data: 31/01/2023
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  • O tempo em que as crianças passam em frente às telas tem aumentado nos últimos anos; com isso, as interações sociais face a face sofreram modificações. Entretanto, poucos estudos têm investigado os indícios de associação entre o Tempo de Tela (TT) e o Reconhecimento das Expressões Faciais Emocionais (Refe). Dessa forma, a presente dissertação propõe dois estudos. O primeiro estudo corresponde a uma revisão sistemática, que buscou responder à seguinte questão: o que a literatura tem identificado como associação entre o TT e as emoções em crianças? Para tanto, foi realizado um levantamento de artigos nas bases PubMed, Scielo e Web of Science, a partir da combinação dos seguintes descritores: screen time, children, child, emotion, emotions, emotional. A qualidade dos artigos foi avaliada a partir da estrutura recomendada pela PreferredReportingItems for SystematicReviewand Meta-analyses: The PRISMA Statement, euma análise de conteúdo dos resultados foi realizada pelo software IraMuTeQ, a fim de obter uma Nuvem de Palavras e uma Análise de Similitude. Foram selecionados 11 artigos que ofereceram discursões a partir do resultado obtido através da nuvem de palavras, análise de similitude e das categorias analisadas: idade, gênero, problemas no desenvolvimento global. O segundo estudo teve por objetivo investigar a associação entre o tempo de exposição diária às telas com o Refe. Participaram 60 crianças, entre oito e onze anos de ambos os sexos, que formaram o grupo controle (até duas 2 h de telas diárias) n = 30; Midade = 9,43 anos; DP = 1,17 e o grupo de estudo (tempo superior à 2 h de telas) n = 30; Midade= 9,45; DP = 1,13. Utilizou-se os seguintes questionários: sociodemográfico, rastreio do desenvolvimento e o Teste de Acuidade e Freiburg Vision Test. O Refe foi avaliado por meio do Banco de Expressões Emocionais Brasileiro e o uso das mídias de telas foi monitorado pelo Diário do uso de mídias. Os resultados indicaram que as variáveis: alegria 40% (p = 0,01) e 55 % (p = 0,04), medo 70% (p = 0,03) e tristeza 40% (p = 0,02), apresentaram associação entre as variáveis “tempo de tela” e “as emoções em faces e suas intensidades”, indicando que o Grupo de Estudo (GE) acertou significantemente menos estas intensidades em relação ao Grupo Controle (GC).

  • RAIMUNDO NONATO DE SOUSA BARROS NETO
  • Autoconceito e representações sociais do suicídio entre membro da Comunidade LGBTQIA+ brasileiros e chilenos
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 30/01/2023
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  • Além de sofrer com estressores do cotidiano, comuns a maior parte das pessoas, a população LGBTQIA+ sofre ainda com estressores adicionais, específicos dessa comunidade, como a discriminação social. Esse cenário acarreta em diversas implicação negativas para esse grupo, incluindo a desenvolvimento de um autoconceito empobrecido e risco aumentado de suicídio. A presente dissertação teve como objetivo principal apreender o autoconceito e as representações sociais acerca do suicídio entre membros da comunidade LGBTQIA+ brasileiros e chilenos. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com uso de dados transversais e contou com a participação de 140 pessoas LGBTQIA+ (120 brasileiro e 20 chilenos). O Estudo 1, teve por objetivo identificar as representações sociais de pessoas brasileiras não heteronormativas acerca da comunidade LGBTQIA+. Foi possível identificar que os elementos do núcleo central das representações sociais acerca da comunidade LGBTQIA+ se referem ao preconceito e discriminação amplamente vivenciados por esse grupo. Por outro lado, outras categorias evidenciam aspectos positivos da comunidade LGBTQIA+, representada como uma comunidade diversa, alegre e forte. No Estudo 2, Objetivou-se identificar os elementos constituintes do autoconceito e a estrutura representacional de brasileiros acerca de suas vivências LGBTQIA+. Foi possível identificar que no núcleo central e o sistema periférico das representações sociais dos participantes predominaram categorias associadas a características e sentimentos que podem ser compreendidos como positivos, o que sugere um autoconceito saudável. O Estudo 3, objetivou identificar e comparar as representações sociais do suicídio entre membros da comunidade LGBTQIA+ brasileiros e chilenos. Ao comparar os discursos relativos aos grupos que compõem o estudo, nota-se alguns pontos de convergência entre suas RS. Quanto ao ato do suicídio, os participantes o definiram como a ação de tirar a própria vida ou como desistir de viver. Além disso, associaram o pensamento suicida à saúde mental, a dor e sofrimento psíquico e a fuga de uma realidade marcada por problemas. Ambos os grupos concordaram que a população LGBTQIA+ está mais propensa a tentar o suicídio, e que esse cenário está associado a presença de fatores de risco específicos dessa comunidade, como a discriminação social e a não aceitação familiar. O Estudo 4, corresponde a elaboração, com base nos discursos dos participantes dos estudos e na pesquisa em materiais de divulgação científica, de uma cartilha bilíngue (português e espanhol) direcionada para a prevenção do suicídio entre pessoas LGBTQIA+.

  • SILMARIA BANDEIRA DO NASCIMENTO
  • EQUIPES DE TRABALHO E SATISFAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE EQUIPE DE TRABALHO MULTIPROFISSIONAL NA SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 27/01/2023
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  • No decorrer da história humana o trabalho transformou-se de acordo com a época e o contexto histórico e, dentre estas alterações, muitas pesquisas são desenvolvidas sobre equipes de trabalho nas organizações, buscando compreender os processos laborais, efetividade, compromisso e satisfação. Diante da circunstância da pandemia Covid-19(SARS-CoV-2), várias equipes no ambiente da saúde tiveram seus processos de trabalho modificados por situações de emergência, pois no dia 11 de março de 2020 a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarou como uma pandemia global. A referida temática apesar de contemporânea, traz marcas de um trabalho insalubre, visto que as problematicas vivenciadas por estas equipes não iniciaram no cenário pandêmico. Deste modo, a presente pesquisa tem como objetivo central, conhecer como a dinâmica das atividades realizadas em equipes multiprofissionais de trabalho, no contexto da pandemia, tem se expressado na vivência da satisfação dos trabalhadores da saúde. De forma mais específica o estudo buscou analisar as condições de trabalho em que as equipes estão imersas; conhecer o perfil das equipes referente ao seu ambiente laboral em relação a sua efetividade no trabalho; identificar a estruturação das atividades das equipes multidisciplinares bem como os efeitos da interdependência no desempenho de tarefas; compreender a vivência da satisfação no contexto das equipes multiprofissionais em relação aos desafios gerados pelas atividades, bem como o desempenho dos        profissionais e as possíveis recompensas alcançadas; investigar a percepção dos profissionais inseridos na equipe em relação: ao suporte da organização, à troca entre os membros, ao comprometimento e à justiça. O estudo foi realizado com profissionais de diferentes áreas, componentes de duas equipes multiprofissionais em saúde de dois hospitais públicos do Piauí – uma equipe em cada hospital. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva, com amostra não probabilística e por conveniência; os participantes foram convidados a participar do estudo e solicitados a assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o estudo seguiu as normas e procedimentos éticos, conforme as resoluções 466/2012 e 510/2016. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e uma TALP – ambas realizadas via google meet, conforme a disponibilidade e interesse dos profissionais e um questionário sociodemográfico. Os dados das entrevistas e da TALP foram analisados pela técnica de Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016). De maneira geral, os resultados demonstraram a atuação das equipes de trabalho na pandemia como indispensáveis por apresentar elementos que remetem à união, ao fortalecimento e à coesão como também demonstraram diferenças entre as duas equipes. Desta forma, a proposta desta pesquisa atendeu aos objetivos pretendidos e poderá contribuir de alguma forma para o conhecimento da comunidade científica, para a população e sobretudo para a categoria ocupacional na dinâmica das equipes multiprofissionais.

  • SILVANA TEIXEIRA DE ARAÚJO SOUSA
  • 'Apagando incêndios' na Educação Pública: a atuação e os vínculos organizacionais das equipes multiprofissionais no contexto da pandemia da COVID 19.
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 25/01/2023
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  • A pandemia da COVID-19 levou à necessidade de distanciamento social, o que resultou na suspensão das atividades de diversos setores, dentre eles, as equipes multiprofissionais da educação, as quais tiveram de lidar com novas condições laborais, que podem ter afetado os processos de trabalho e vínculos organizacionais desses grupos. Nesse ensejo, a presente pesquisa investigou, a partir de uma perspectiva psicossociológica, a qualidade do vínculo organizacional nas práticas das equipes de trabalho multiprofissionais das escolas públicas de Teresina, no contexto da pandemia da COVID 19. Trata-se de um estudo qualitativo descritivo-exploratório, realizado junto às pedagogas, assistentes sociais, psicólogas e psicopedagogas de três equipes multiprofissionais, lotadas nas Gerências Regionais da Educação em Teresina. Foi utilizado um questionário sociodemográfico e um roteiro de entrevista semiestruturada. Os dados foram transcritos, categorizados e discutidos à luz do referencial da Psicologia Organizacional e do Trabalho, por meio do método de análise de conteúdo de Bardin (2016). O comprometimento é associado pela maioria a questões subjetivas das trabalhadoras, o compromisso ético e social delas.  Entretanto, indícios de entrincheiramento e consentimento foram percebidos em algumas profissionais. Os resultados corroboram com o apresentado na literatura, a qual indica que problemas de condições de trabalho afetam a efetividade das equipes, bem como interferem na satisfação, na realização pessoal e no desejo de permanência na instituição para metade das profissionais de duas equipes. A pandemia é mencionada como fator que agravou as demandas e a sobrecarga de trabalho, mas que também trouxe maior visibilidade para a importância das equipes nas escolas.

  • POLLYANNA NATHÉRCIA DE VASCONCELOS RODRIGUES
  • Os sentidos do trabalho e a satisfação de trabalhadores informais: um estudo com vendedores de comidas de rua no contexto da pandemia covid-19 em Parnaíba-PI
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 23/01/2023
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  • As medidas relacionadas ao isolamento social para conter a velocidade de transmissão da covid-19 e posteriores medidas de proteção individual e coletiva para a retomada gradual das atividades presenciais, acarretaram novos desafios aos trabalhadores cuja rotina de vida atrelada ao contexto laboral, impôs um novo olhar sobre os sentidos do seu trabalho, e de sua capacidade de regular as emoções frente ao contexto, refletindo no quanto este se percebe satisfeito com a sua ocupação. Deste modo, formulou-se o problema de pesquisa “Quais os sentidos atribuídos ao trabalho pelos vendedores de comidas de rua no contexto da pandemia covid-19, e como estes influenciam em sua satisfação laborativa?”. A pesquisa teve por objetivo identificar, no contexto pandêmico de Parnaíba-PI, os sentidos atribuídos ao trabalho e a sua interlocução com a satisfação, por parte de trabalhadores informais do setor alimentício. Participaram do estudo 10 trabalhadores que atuam na venda de comidas de rua em Parnaíba-PI com idade entre 19 e 57 anos, com idade média de 32,5 anos, sendo cinco homens e cinco mulheres. Os participantes foram contatados virtualmente a partir da técnica Bola de Neve, tendo acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido- TCLE. Após a explicitação da pesquisa e do TCLE, foi realizada a entrevista semiestruturada, acompanhada de um questionário sociodemográfico, além da Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), deixando claro o caráter sigiloso das informações, e possibilidade de desistência a qualquer momento. A entrevista aconteceu por meio remoto (GoogleMeet). A análise de dados foi feita por intermédio da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2011), dando oriegem a três eixos centrais que sintetizam as respostas obtidas com a entrevista semiestruturada, sendo eles: 1) Motivos para estar na atividade; 2) Aspectos relativos ao sentido e compreensão sobre o trabalho; e 3) Concepções gerais sobre o trabalho e o trabalhar. A pesquisa demonstrou a vulnerabilidade em que se encontra o trabalhador informal e a falta de atenção social para com a classe investigada que, mesmo com tantas carências, tem encontrado cada dia mais espaço para tornar o seu serviço indispensável na rotina dos parnaibanos.

2022
Descrição
  • CARLINE PACHECO GOMES DA SILVA
  • Envelhecimento, COVID e Qualidade de Vida: Análise das Representações Sociais de Pessoas em Situação de Rua usuárias de um Centro Pop no interior do Nordeste
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 30/11/2022
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  • O envelhecimento humano e a velhice são constituições características do mundo atual. As alterações etárias provocadas por avanços biomédicos e sociais oferta uma nova configuração de vida para a população como um todo. Além disso, pensar em envelhecimento é de suma importância quando analisado o fato histórico vivenciado pelo mundo no ano de 2020, a COVID-19, onde a primeira população apontada como risco foram os idosos. Dessa forma, a pandemia provocada pela COVID-19 obrigou o mundo a repensar a forma de vida, trazendo inúmeras consequências biopsicossociais para serem enfrentadas, afetando diretamente os aspectos de qualidade de vida da população atingida. Assim sendo, uma das populações constantemente invisibilizada em diversos âmbitos trata-se de Pessoas em Situação de Rua, que pautam suas existências na vivência de inúmeras vulnerabilidades, antes mesmo do processo pandêmico apresentado. Por conseguinte, a presente dissertação buscou apreender e analisar as Representações Sociais do envelhecimento, da pandemia da COVID-19 e qualidade de vida entre Pessoas em Situação de Rua. Os resultados obtidos apontam a necessidade de uma maior assistência sociopolítica, bem como um foco nas particularidades desta população. Espera-se que esta construção possa subsidiar futuras políticas de equidade para com a população estudada, além de ampliar a presença desta na literatura científica.

  • LINO DOS SANTOS VERAS
  • IDEAÇÃO SUICIDA: FATORES DE RISCO NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID- 19
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 29/07/2022
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    Os acontecimentos envolvendo a COVID-19, como isolamento social, o aumento

    no consumo de álcool e o impacto na renda familiar, causaram forte pressão psicológica. Os sintomas mentais estão relacionados ao absenteísmo e disfunções exacerbadas, levando a severa incapacidade para o trabalho e um pesado fardo econômico para a sociedade. Devido à sobreposição de fatores de risco, os índices de ideação suicida têm aumentado. Esta dissertação objetiva avaliar os fatores risco de ideação suicida e o medo da covid-19 na pandemia. Para atender a este objetivo, a dissertação foi dividida em dois estudos, sendo o estudo 1 uma revisão sistemática de literatura que propôs investigar a ideação suicida e os fatores de risco durante a pandemia do COVID-19 em jovens adultos. No estudo 1, observou-se que a elevação da ideação suicida durante a COVID-19 sofreu influência de vários fatores, como uso e abuso de substâncias químicas e alcoólicas, estresse, perturbações do sono, entre outros. No Estudo 1 foram pré- selecionados 1416 estudos presentes nos bancos de dados Scielo, PubMed, Scopus, Psycinfo e PsycArticles. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 8 estudos presentes no banco de dado PubMed para obtenção dos resultados e discussão que demosntrou que, a tendência para a ideação suicida tende a se elevar durante a pandemia do COVID-19 e evidenciou os possíveis fatores que podem influenciar do desenvolvimento ou aumento desse fenômeno. No estudo 2 foi realizado uma pesquisa de campo para avaliar a ideação suicida e o medo da COVID-19, foram apliacadas 2 escalas, a escala Multi-atitudinal de Tendência ao Suicídio (EMTS) e a escala de medo da COVID-19 ( Fear of COVID-19 scale); 1 inventário: Frequence of Suicidal Ideation Inventory (FSII-Br) e um questionário sociodemográfico. Foi possível verificar que, apenas dois fatores do risco de tendência ao suicídio relacionam-se de forma positiva e significativa com medo da COVID-19 (p < 0,01, para todos os coeficientes), que são: repulsa de morte (r = 0,54) e repulsa de vida (r = 0,16). Também foi observado diferenças significativas em função do sexo, onde mulheres apresentaram níveis de medo da COVID-19 maiores e médias mais elevadas de frequência de ideação suicida.

  • CINTIA PINTO DO NASCIMENTO
  • A mulher sobre rodas: narrativas (auto) biográficas de mulheres com deficiência vivendo em uma “sociedade de alta performance”
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 28/07/2022
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  • Os modos com os quais a sociedade lida com pessoas com deficiência são marcados por avanços e retrocessos em vários contextos, como economia e política. A opressão vivenciada por esses indivíduos esteve relacionada à ausência de autonomia e liberdade individual. As concepções de deficiência foram se modificando ao longo do tempo, mas mesmo diante dos avanços, modelos ultrapassados com
    prerrogativas do capitalismo e capacitismo estão presentes na contemporaneidade. Discursos de superação, meritocracia, missão divina tensionam o tempo inteiro a luta para a afirmação do modelo social da deficiência, o qual foi fortalecido por mulheres deficientes. Porém, ainda assim, a
    sociedade paralisa e nega os lugares que essas mulheres ocupam a partir da exigência de padrões cada vez mais irrealísticos de “alta performance”. Nesse sentido, o objetivo geral da pesquisa é analisar narrativas (auto) biográficas de mulheres em cadeira-de-rodas na sociedade contemporânea. O
    estudo terá como objetivos específicos: reconhecer a experiência de como é ser mulher cadeirante na
    contemporaneidade; investigar implicações psicossociais do capacitismo na vida das mulheres com deficiência física; discutir modos de ser mulher cadeirante e as interseccionalidades de gênero, classe, raça, sexualidade, maternidade, educação e trabalho na sociedade capacitista; debater como o modelo neoliberal produz incapacidades, diante das expectativas ilusórias de perfeição, construindo uma sociedade capacitista. A escolha metodológica neste trabalho foi a abordagem qualitativa, por meio de uma narrativa (auto)biográfica da própria pesquisadora e reflexões de outras mulheres deficientes a partir de suas falas que tornaram públicas em meios de divulgação. As experiências serão narradas através de fotos, trechos de diários, memórias de cenas, etc. A análise foi realizada a partir das categorias de interseccionalidade e materiais que emergiram das narrativas, possibilitando fazer uma costura com conceitos teóricos e com as vivências de outras mulheres cadeirantes. Ancorado nestes referenciais foi enfatizado o experienciar da deficiência e sua articulação com gênero, raça, sexualidade. O estudo do capacitismo como instituição da mulher cadeirante aponta como resultados implicações psicossociais relacionadas com atravessamentos de sexualidade, maternidade, trabalho, família e precarização da vida, medo, angústia, incerteza, dor, sofrimento psíquico, desamparo e insegurança; além da coragem para assumir seus espaços e enfrentamento da militância por seus direitos, visibilidade e da sororidade.

  • ADRIA MIRANDA DE ABREU
  • Impactos da experiência universitária em mulheres de origem rural
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 28/07/2022
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  •  

    Com base na concepção de educação como agente de transformação social, atrelada a um projeto societário voltado para emancipação humana, mesmo reconhecendo as contradições e os desafios impostos ao setor pelo modo de produção e sociabilidade capitalista, busco nesta pesquisa abordar os efeitos do processo de expansão do ensino superior no Brasil, tendo como foco as políticas afirmativas e políticas de assistência estudantil no acesso às populações rurais às universidades. Voltando o olhar para a particularidade da experiência quanto ao acesso e os desafios quanto à permanência de mulheres de origem rural no ensino superior, bem como explorar os impactos que a vida universitária suscita na formação pessoal e profissional dessas mulheres. Deste modo, a pesquisa define como objetivo geral: Investigar as formas de acesso, a permanência de mulheres de origem rural no ensino superior e os reposicionamentos subjetivos suscitados pela experiência universitária. E como objetivos específicos: a) conhecer as experiências de mulheres de origem rural do ponto de vista do ingresso e da permanência no ensino superior; b) identificar as respostas do ponto de vista acadêmico e da política de assistência estudantil às mulheres de origem rural no ensino superior; e c) compreender os impactos da experiência universitária nos projetos de vida dessas mulheres. Trata-se de um estudo qualitativo, participativo, com estudantes mulheres que possuem matrículas ativas em duas instituições públicas de ensino superior de um município localizado no sul do estado do Maranhão, no Brasil. Em relação a escolha das participantes, optamos pela técnica de snowball (bola de neve), técnica utilizada a partir das redes de referência entre os sujeitos como ferramenta de acesso aos grupos da pesquisa, em que uma entrevistada indica outra até se alcançar o número esperado de participantes. O estudo contou com 8 participantes e estabeleceu como instrumento para produção das informações as entrevistas narrativas em profundidade na modalidade semiestruturada e a roda de conversa. Quanto à técnica de análise dos dados, apoiamos o estudo na análise de conteúdo na categoria análise temática, que gerou quatro categorias: Acesso ao ensino superiorPermanência no ensino superiorFormação pessoal e profissional e por fim, Gênero. Os resultados apontam para a permanência dos desafios presentes para a efetivação do ingresso no ensino superior e a tímida atuação das políticas de acesso, além disso, ressalta-se a importância dos recursos destinados à permanência estudantil e a necessidade de ampliar sua atuação e divulgação, de modo a atender as reais necessidades das estudantes. Destaca-se ainda, o caráter transformador da experiência universitária na trajetória dessas mulheres de origem rural e a potência de proporcionar maior visibilidade à experiência de mulheres, suas lutas e superações,

    configurando-se como prática de enfrentamento ao modelo societário que predetermina modos de ser e existir, contribuindo assim, para a construção de novos modos de existência. Destarte, ressaltamos o aspecto transformador provocado pela vivência universitária e enfatizamos a necessidade de realizar novos estudos mais específicos com o recorte de gênero, para perceber mais detalhes envolvidos nesse diagrama mulher-rural-ensino e assim, contribuir para ampliar a discussão acerca deste tema.

  • MARIA TERESA RODRIGUES DE OLIVEIRA
  • O (re)conhecimento da mulher pescadora no enfrentamento dos conflitos socioambientais em comunidades pesqueiras.
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 20/07/2022
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  • A pesca artesanal reúne uma série de saberes, elementos e práticas que conjugam vida social, com
    organizações política e ações de luta e re-existência para manutenção de suas tradições e
    enfrentamentos às ameaças do poder econômico, especulativo-financeiro-imobiliário, turístico e
    predatório aos territórios de comunidades tradicionais. Apesar da pesca ser relacionada a figura
    masculina, existe participação feminina em diversos processos produtivos da pesca, inclusive na
    defesa dos territórios diante dos conflitos socioambientais. O estudo possui como objetivo
    analisar a atuação sociopolítica da mulher pescadora na defesa de seus territórios frente aos
    conflitos socioambientais. Essa pesquisa trata-se de um estudo empírico de caráter qualitativo. A
    pesquisa ocorreu em dois momentos: a) etapa documental, realizada por meio das mídias sociais:
    Google, Instagram e Facebook, na perspectiva de alcançar uma visão ampla dos conflitos
    socioambientais em diferentes comunidades pesqueiras do país, tendo as mulheres pesqueiras no
    protagonismo na defesas dos seus territórios; b) etapa empírica com a compreensão dessa
    realidade com a especificidade do contexto do litoral piauiense, com a realização de entrevistas
    semiestruturadas com seis mulheres marisqueiras do município de Ilha Grande-PI, organizadas na
    Associação de Catadores de Mariscos. Os dados foram analisados com base no método de análise
    de conteúdo proposta por Minayo, a partir das categorias: Gênero; Políticas Públicas, Conflitos
    Socioambientais e Pesca Artesanal, cada categoria levanta discussões pouco presentes na
    sociedade e entre órgãos competentes na defesa e preservação do território e populações
    tradicionais. Durante a pesquisa foi possível compreender as singularidades nos modos de sentir e
    fazer das mulheres que vivem e sobrevivem da pesca, contribuindo para o reconhecimento delas
    nesse ambiente ainda associado a figura masculina. A existência e importância feminina no setor
    evidencia a necessidade de discussões sobre gênero, dando visibilidade a estas mulheres que
    sofrem com a precarização de serviços básicos, como saneamento básico, moradia e saúde, além
    de se tornarem agentes fundamentais na preservação dos recursos naturais e território frente a invasões e degradação ambiental causados por grandes empreendimentos. Nesse sentido, deseja-se despertar cada vez mais pesquisas que complementem essa problemática e fortaleça discussões que provoquem transformações na realidade de vulnerabilização de comunidades pesqueiras e de suas populações.

  • RAMNSÉS SILVA E ARAÚJO
  • EFEITOS DA NEUROESTIMULAÇÃO E TREINO COGNITIVO NA MEMÓRIA DE TRABALHO DE IDOSOS
  • Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Data: 29/04/2022
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    Com o processo de envelhecimento, o cérebro sofre mudanças complexas estruturais e funcionais,

    que podem influenciar no desempenho de habilidades cognitivas, afetando atividades da vida diária, independência e qualidade de vida global. Evidências recentes sugerem que intervenções que promovem plasticidade neural podem induzir ganhos cognitivos significativos, retardando o surgimento de déficits cognitivos característicos do processo de envelhecimento em idosos. O Treino cognitivo e a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) são técnicas que apresentam potencial para tal plasticidade em pessoas idosas, porém, o uso dessas técnicas juntas carece de mais evidências de ensaios clínicos randomizados para uma melhor compreensão de seus potenciais terapêuticos no declínio cognitivo natural da memória de trabalho durante o envelhecimento. Dessa forma, a presente dissertação propôs 3 estudos, sendo dois de natureza teórica e um empírico. O estudo I corresponde a uma revisão sistemática, que buscou responder à questão “Quais os efeitos da ETCC na memória de trabalho de idosos saudáveis?”, após o levantamento sistemático de artigos, foram rastreados 755 estudos, após aplicados os critérios de elegibilidade pré-estabelecidos restaram 15. De modo geral, os 15 estudos não foram conclusivos quanto aos efeitos sobre a memória de trabalho, entretanto, 10 desses estudos apresentaram melhorias no desempenho da habilidade investigada, enquanto os outros 5 não revelaram nenhum efeito significativo após as intervenções. Concluiu-se que a ETCC pode melhorar o desempenho da memória de trabalho, promovendo alterações neurofisiológicas, neurobiológicas e neuropsicológicas, porém, os achados ainda são inconclusivos quanto ao melhor protocolo a ser adotado para conseguir efeitos significativos em idosos cognitivamente saudáveis. O estudo II correspondeu a uma revisão de escopo que teve o interesse de responder a seguinte questão “Treinos cognitivos para memória de trabalho apresentam evidências de validade?”, após um rastreio de alta sensibilidade na literatura, foram identificados 1814 estudos, sendo selecionados 13 a partir dos critérios de elegibilidade estabelecidos antes da busca. Com exceção de dois estudos que utilizam treinos computadorizados, todos apresentaram melhorias no desempenho da habilidade treinada, memória de trabalho. Concluiu-se, a partir dos achados desta revisão, a existência de treinos que apresentam validade, seja ecológica, estrutural, de conteúdo ou convergente. O estudo III correspondeu a um ensaio clínico controlado aleatório com delineamento crossover, com o objetivo de investigar os efeitos de intervenções com ETCC e Treino Cognitivo na memória de trabalho de idosos cognitivamente saudáveis. O teste não paramétrico de Friedman não identificou diferenças significativas para os períodos T0, T1, e T2, de cada intervenção, assim como não houve diferença no desempenho da memória de trabalho quando comparadas as médias das diferenças entre T0 e T1 das quatro intervenções. Dessa forma, para esse grupo de idosos, a hipótese de que a ETCC quando associada a um treino cognitivo validado para memória de trabalho melhora o desempenho dessa habilidade, não pode ser suportada. Embora não tenham sido evidenciadas diferenças estatísticas, verifica-se a necessidade de ampliação da amostra para que seja possível verificar tamanhos de efeito mais conservadores.

  • IVANÚCIA VELOSO COSTA
  • Tradução, Adaptação e Validação da Escala de Depressão de Beck para a população surda: evidências psicométricas preliminares
  • Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Data: 29/04/2022
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    O objetivo deste trabalho foi compreender e assistir a população surda com um instrumento adaptado à sua língua. Portanto, foram desenvolvidos dois estudos: o primeiro trata-se de uma revisão integrativa que objetivou investigar quais os instrumentos de Avaliação Psicológica estão traduzidos e adaptados para Língua de Sinais tanto a nível nacional como internacional. As buscas partiram de seis bases de dados, com os seguintes descritores: “sign language”; “deaf”; “deafness”; “scale adaptation”; “adaptation questionnaire”; “assessment tool” “psychological instrument"resultando em 670 publicações, após análise, a partir dos critérios de elegibilidade, restaram 12 estudos. Os resultados evidenciam validade e fidedignidade da tradução e adaptação dos instrumentos para a Língua de Sinais. O segundo estudo objetivou traduzir, adaptar e validar a escala de depressão de Beck (BDI) para a Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS. Trata-se de um estudo quantitativo, de corte transversal. A amostra foi composta por 181 indivíduos, 50 surdos, que fazem uso da LIBRAS, com idade entre 18 a 55 anos (M = 34,49 anos; DP = 9,69), e 131 ouvintes, idade variando de 18 a 72 anos, (= 34,44; DP = 13,29). Os participantes responderam ao questionário BDI on line. Uma análise fatorial exploratória foi realizada e dos 21 itens um foi descartado (item 11) por não atingir a carga fatorial mínima. A carga fatorial dos 20 itens foi entre 0,36 (item 21) e 0,76 (item 05). A consistência interna foi satisfatória, com alfa de Cronbach (α) = (0,93). Os resultados do presente estudo embora sendo em caráter preliminar, respaldam a validade do BDI traduzido para a LIBRAS, servindo como parâmetro para novas pesquisas, e contribuindo para o exercício da prática psicológica voltada para a população surda.

     

  • LORENA MOTA REIS
  • Propriedades psicométricas das versões brasileiras das escalas de medo e ansiedade frente à Covid-19
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 26/04/2022
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  • A presente pesquisa objetivou reunir evidências psicométricas para o contexto
    brasileiro das medidas: Fear of COVID-19Scale (FCV-19S) e a Coronavirus
    Anxiety Scale (CAS). Para alcançar esse objetivo, esse trabalho compõe-se de
    três artigos. O Artigo 1 trata-se de uma revisão sistemática que investigou os
    instrumentos em formato de escala e questionários utilizados como medida para
    entender sobre o funcionamento dos construtos psicológicos durante a pandemia.
    Evidências sugerem que os instrumentos psicométricos que têm sido
    desenvolvidos visam os impactos psicológicos que a pandemia da Covid-19 tem
    suscitado como: medo, comportamento obsessivo, ansiedade, estresse, crenças e
    fobias. O Artigo 2 objetivou adaptar a medida FCV-19S para o contexto
    brasileiro. Foram realizados dois estudos. No Estudo 1 (N = 230) avaliamos a
    estrutura fatorial da medida por meio da análise fatorial exploratória, e os
    parâmetros dos itens usando o item teoria da resposta. No Estudo 2 (N = 302),
    avaliamos se a estrutura se replicaria em uma amostra independente e por meio
    de análise fatorial confirmatória, além de avaliar a validade convergente usando
    Modelagem de Equações Estruturais e propor uma versão da medida. As versões
    longa e curta apresentaram uma estrutura unidimensional confiável e padrões
    semelhantes de correlações com depressão, ansiedade e estresse. Por último, o
    Artigo 3 adaptou para o contexto brasileiro a Coronavirus Anxiety Scale (CAS).
    Dois estudos foram realizados, no Estudo 1 (N= 210) foi avaliada a estrutura
    interna além dos itens usando a Teoria de Resposta ao Item (GRM). O Estudo 2
    (N=302) avaliou o ajuste do modelo unidimensional, além de reunir evidências
    de validade convergente com varáveis externas (depressão, ansiedade e estresse).
    Por fim, os resultados mostraram que a CAS é uma ferramenta de triagem
    adequada para avaliar a ansiedade disfuncional relacionada ao coronavírus.

  • TATIANE MENESES DA SILVA
  • Os digitais influencer’s da direita brasileira: uma análise psicopolítica
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 25/03/2022
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  • Uma onda conservadora se instaura e vem se consolidando no cenário mundial. Nos EUA, Donald Trump foi eleito em 2016. No cenário Latino-Americano, precisamente no Brasil, Jair Messias Bolsonaro é eleito em 2018. Diante desse cenário, investigamos os núcleos temáticos disseminadospelos influencer’s digitais de direita no Brasil em três momentos específicos da história recente brasileira (impeachment, eleições 2018, eleições 2020) e as linhas ideológicas sustentadas por eles, a partir dos conteúdos disseminados no YouTube e sua relação com os aparelhos privados de hegemonia para a conformação do campo político-ideológico da direita no Brasil. Tratou-se de um estudo de natureza qualitativa, tendo a análise de conteúdo como centralidade. Menciona-se que os operadores analíticos utilizados no estudo partem da lavra da teoria de Antônio Gramsci e dos trabalhos das historiadoras Virgínia Fontes (2010) e Sônia Regina de Mendonça (2014), e do cientista político Álvaro Bianchi (2008). Quanto ao corpus da pesquisa, nos debruçamos sobre os principais digitais influencer’s da direita no Brasil, precisamente os 4 mais influentes no YouTube. Quanto aos resultados foram identificadas 6 categorias analíticas: 1) capitalismo/libertarianismo; 2) eleições; 3) democracia; 4) corrupção; 5) anticomunismo/antipetismo e 6) conservadorismo. Ademais, constatou-se que os digitais influencer’s tem uma relação direta com os aparelhosprivados de hegemonia, assim como percebe-se tais digitais influencer’s enquanto espécies de intelectuais orgânicos do campo da direita, que apesar de heterogêneos, estão em constante fase de novos rearranjos e articulações na disputa por hegemonia no campo político brasileiro. Por fim, urge que os estudos acerca do campo da direita no Brasil alinhada com ideias e ações extremistas sejam continuados considerando que o desenvolvimento de pesquisas futuras é essencial para traçar estratégias de combate aos autoritarismos e a disputa por hegemonia na cena política brasileira contemporânea.

  • MAYARA GOMES FONTENELE
  • Violência sexual contra crianças e adolescentes nos currículos dos cursos de Psicologia: silêncios e silenciamentos na formação profissional
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 23/03/2022
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  • A violência sexual contra crianças e adolescentes é uma problemática entendida como violação de direitos humanos, com impactos severos, principalmente por se inter-relacionar com diversas outras violências, arrastando silêncios que podem permear toda a vida desse público. Pensar a formação profissional nesse âmbito diz sobre destacá-la como uma ferramenta dentre as estratégias de enfretamento a essa violência, considerando a necessidade de estar em confluência com a gestão das políticas e garantia da letra da lei, enquanto proteção à vida de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o presente estudo buscou investigar como os currículos de graduação em Psicologia do Brasil têm abordado a temática violência sexual contra crianças e adolescentes na formação. O silêncio e silenciamento estão neste trabalho como analisadores dessa difícil realidade enfrentada por muitas crianças e adolescentes no Brasil e no mundo, ou de jovens e adultos que passaram por tais violências em suas infâncias, mesmo tendo que dar seguimento às suas vidas sob essas difíceis marcas e cicatrizes encarnadas em seus corpos e subjetividades. Trata-se de uma pesquisa documental a partir dos Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) de Psicologia do Brasil que localizou os currículos e procurou observar informações curriculares relacionados à temática de violência sexual contra crianças e adolescentes, bem como foi realizada a descrição dos descritores. Após essa fase, a centralidade do estudo deteve-se para as informações advindas das disciplinas. Para tratamento dos dados, foram submetidos à análise textual lexicográfica com o auxílio do software Interface de R pour Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionneires (IRAMUTEQ). Ressalta-se que a interpretação e análise dos dados partiram do referencial teórico da Análise Institucional (AI), com a intencionalidade de desvelar os silêncios que contribuem para a manutenção dos silenciamentos quanto a essa temática. Em suma, a discussão ressoa de forma muito tímida dentro dos currículos de Psicologia, por mais que alguns aspectos importantes sejam debatidos, o estudo faz ver a contínua reprodução do pacto de silenciamento que a sociedade tem tecido com relação a esse assunto, o que se mistura com as ideias hegemônicas de infância e adolescência num país colonizado, com uma cultura sexista profunda que se reverbera nas mais diversas relações sociais e com o distanciamento da Psicologia quanto às questões sociais. Assim, o trabalho parte da afirmação dessas fragilidades para que possamos avançar na produção de outras formas de inserção e atuação a essa problemática.

  • RAILAN BRUNO PEREIRA DA SILVA
  • Os direitos de Pessoas Trans no cenário internacional e brasileiro
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 22/03/2022
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  • Pessoas Trans têm sofrido processos de precarização de suas vidas por meio da ausência sistemática dos seus direitos, como assistência à saúde e social, educação, moradia, emprego e renda. Porém, registra-se avanços no campo dos direitos no cenário internacional e brasileiro. Considerando a dispersão dessas informações, dificuldade de acesso em função do limite do idioma e invisibilização da temática no campo dos direitos, indicamos como objetivo geral: conhecer as legislações que resguardam os direitos da População Trans no cenário internacional e brasileiro. E como específicos: 1) Mapear países que apresentam legislações que resguardam esses direitos; 2) Identificar as áreas dos direitos e as garantias asseguradas nas legislações identificadas; 3) Indicar os avanços dos direitos no campo da saúde para essa população; 4) Problematizar a conformação desses direitos no Brasil em contraste com o encontrado no cenário internacional. O percurso metodológico compreendeu o esforço de realizar uma revisão integrativa de legislações e documentos relacionados aos direitos de Pessoas Trans. Como resultados, encontramos 47 documentos produzidos na Europa (n=24), América (n=16), Ásia (n=05), África (n=01) e Oceania (n=01), de 1982 até 2019. Estes foram classificados em cinco categorias: 1) documentos que resguardam o direito ao reconhecimento civil; 2) documentos que resguardam o direito à saúde; 3) documentos que resguardam o direito à segurança civil; 4) documentos que resguardam o direito ao trabalho; e 5) documentos que resguardam o direito à educação. A análise qualitativa das categorias apontou para necessidade do reconhecimento civil sem restrição ao diagnóstico; na saúde, promoção de acesso em saúde e combate à despatologização; no trabalho, estratégias para incluir e manter essas Pessoas no mercado de trabalho; na segurança civil, elaboração e aplicação de sanções às ações discriminatórias; e na educação, ações inclusivas do ensino básico ao superior. Por fim, considera-se como principais avanços nos documentos a autodeterminação, a despatologização, o combate a transfobia, e redução das iniquidades no mercado de trabalho e no campo educacional. Os principais desafios dizem respeito a permanência de violações de direitos principalmente nos países asiáticos e a falta de dados oficiais sobre violências sofridas, assim como ações de cuidado para segurança civil.

  • MARIANA MARINHO DE ABREU
  • Mulheres de bairros populares em Caxias-MA: vidas que (re)existem
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 21/03/2022
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  • Nossa proposta com o presente estudo é contribuir com a visibilidade da heterogeneidade de situações de opressão, lutas e resistências das mulheres. Porém, propomos fazer de um outro lugar: o das experiências das mulheres nos bairros populares de uma cidade do interior do Maranhão, município de Caxias. Objetivamos assim, investigar as formas como as mulheres que vivem em bairros populares de Caxias-MA vivenciam as estruturas sociais de opressão, seus modos de vida e resistência em suas vivencias diárias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa apoiada na proposta teórico-metodológica de produção de sentido no cotidiano que tem como base o construcionismo a partir da Psicologia Social. Participaram cinco mulheres de quatro bairros populares do município de Caxias-MA. Foi utilizado as seguintes técnicas metodológicas: a observação no cotidiano, conversas no cotidiano e entrevista semi-estruturada. Para a análise foi utilizado o mapa dialógico que originou dois eixos analíticos que tratam sobre: a) a história de vida das mulheres, recuperando suas origens, memórias e ensinamentos, bem como as opressões e dificuldades que atravessam suas vidas e b) a trajetória dessas mulheres a partir de seus bairros, suas formas de resistência, forjadas por suas ações sociais criativas, lutas cotidianas e suas contribuições. Em síntese, observou-se que as mulheres atuam enquanto sujeitas ativas em seus bairros buscando por melhores condições de vida, em prol de educação, infraestrutura, a partir da formação de uma rede feminina de sociabilidade e solidariedade a frente de clube de mães, associação de moradores e grupo de dança enquanto formas de resistência. Logo, entende-se que esse estudo pode contribuir com a literatura e discussões sobre mulheres de contextos periféricos de regiões não metropolitanas.

  • JONATHAN RUAN DE CASTRO SILVA
  • MOTIVAÇÃO NO TRABALHO, CONDIÇÕES LABORAIS E QUALIDADE SUBJETIVA DO SONO DE TRABALHADORES FEIRANTES NO CONTEXTO DAS FEIRAS LIVRES
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 18/03/2022
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  • O sono exerce uma função de reparação física, cognitiva e psíquica no organismo humano, portanto, o indivíduo que não desfruta de uma boa qualidade de sono estará sujeito a prejuízos em sua condição de saúde. Um dos grupos mais suscetíveis a estes danos são trabalhadores informais, que mantêm longas jornadas de trabalho: a exemplo dos feirantes, visto que trabalham por longas horas para manter o sustento básico e não gozam de direitos trabalhistas que lhes assegurem, minimamente, uma saúde ocupacional adequada. Neste contexto, entende-se que existem fatores motivacionais referentes à vivência na referida atividade, que podem ter interferência das condições de trabalho as quais os feirantes estão inseridos. A partir desta realidade, foi elaborado o objetivo do presente estudo – investigar a motivação no trabalho dos trabalhadores informais feirantes considerando suas condições de trabalho e qualidade subjetiva do sono em função de seus contextos laborais. Para tanto, a presente pesquisa localiza a problemática citada em dois momentos: o primeiro, discorrido nos capítulos da fundamentação teórica; o segundo, apresenta dois estudos: o primeiro deles é uma revisão sistemática da literatura a respeito das condições de trabalho e da qualidade do sono que apontou, em seus resultados, a existência de uma relação entre os transtornos do sono e as condições precárias de trabalho; o segundo, empírico, realizou uma pesquisa exploratória-descritiva de natureza qualitativa que abordou aspectos da condições de trabalho, motivação no trabalho e qualidade do sono no contexto dos trabalhadores feirantes. Em decorrência da situação atual de saúde pública e combate à pandemia de COVID-19, no momento da pesquisa contou-se com uma entrevista semiestruturada realizada por meio de ligação telefônica com trabalhadores feirantes de três cidades do norte do Piauí. Os discursos elaborados a partir das questões realizadas, foram transcritos e analisados por meio da Análise de Conteúdo temática. De forma geral, os resultados demonstraram que aspectos do cotidiano do trabalho na feira, como a longa jornada de trabalho e as condições estruturais do contexto do trabalho, assim como a necessidade do sustento familiar interferem, respectivamente, na qualidade do sono e na motivação dos trabalhadores feirantes. Percebeu-se também a necessidade de se pensar em estratégias que minimizem a exposição destes trabalhadores às condições precárias de trabalho, assim como desenvolver ações de prevenção e promoção de saúde ocupacional a este categoria de trabalhadores informais.

  • JOSÉ LUCAS SOARES DE ARAÚJO
  • Clínicas do testemunho: Processos de subjetivação e dessubjetivação no contexto do trabalho em saúde na Pandemia de COVID-19
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 07/02/2022
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  • Introdução: A pandemia de Covid-19 inaugurou uma crise sanitária e epidemiológica que amplia a precarização da vida e revela uma vulnerabilidade que nos é constitutiva, ignorando qualquer predicação, motivo pelo qual construímos plataformas coletivas de mobilidade e sustentação da vida; estratégias como o uso de máscara, o isolamento social e a vacinação, além dos outros serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde que apesar dos boicotes que enfrenta tem se mostrado essencial para a construção de uma vida possível. Contudo, tais estratégias se revelaram insuficientes o que levou a uma alta taxa de mortalidade. Diante disso, nos perguntamos: quais processos de subjetivação forma/são mobilizados nas práticas clínicas de cuidado durante a Pandemia de Covid-19 no contexto hospitalar? Objetivos:Propomos como objetivo principal investigar formas de produção da clínica no trabalho hospitalar durante a pandemia de Covid-19, além de a) conhecer processos de enunciação e enunciados acerca do trabalho em saúde no contexto da pandemia; b) mapear as formas de produção da clínica nos processos de trabalho em saúde no contexto hospitalar; c) analisar processos de subjetivação e dessubjetivação da clínica no trabalho hospitalar durante a pandemia de Covid-19. Método: Utilizamos entrevistas abertas com 3 profissionais de saúde do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) e 2 usuários do mesmo hospital. Submetemos as informações produzidas à análise do discurso foucaultiana com inspiração na discussão de Giorgio Agamben sobre o testemunho, entendendo como este ganha força ao longo da história em cenários de catástrofes, bem como a função subjetiva desempenhado pelos sujeitos e a estrutura de narrativa. Resultados e Discussão: A Covid-19 e o hospital demostram o campo de concentração que caracteriza o Estado de exceção na contemporaneidade e nos fazem colocar em análise a governamentalidade na gestão da vida e da morte. O agravamento do quadro, já bastante precário, culminou com o desprezo das estratégias coletivas de contenção da epidemia do coronavírus; o trabalho em saúde no hospital alcançou o seu colapso. Os resultados da pesquisa mostram que foram tecidas alianças, bem como formas singulares de produção da clínica que coexistem com as formas segmentadas que caracterizam o paradigma biomédico de cuidado. O mapeamento dos quadros da precariedade no contexto hospitalar relevou os processos de saúde e doença além da produção de estratégias para combater os circuitos de produção desigual de vulnerabilidade entre os profissionais de saúde. As vidas destes foram submetidas a um devir-mercadoria sem força de implicação política, logo, não passíveis de luto. A produção da clínica médica se deu em alguns casos através da produção de uma sobrevivência vegetal do corpo, do abuso da vulnerabilidade dos usuários e da manutenção das relações de poder; contudo, esta vulnerabilidade agora compreendida de forma coletiva foi capaz de produzir políticas de cuidado mais horizontais desativando a clínica hierarquizada e centralizada na figura do médico, produzindo singularidades, um resto entre os médicos e os não-médicos. A clínica como um contradispositivo, compõe formas de ampliação do cuidado, sendo capaz de desativar os circuitos de produção de sobrevivências pobres de experiência, potencializando a criação de novas normatividades vitais.

     

  • LORENA ALVES DE JESUS
  • Representações sociais do autismo: um estudo comparativo entre mães e pais
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 31/01/2022
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  • Estima-se que 1-2% das pessoas sejam diagnosticadas com autismo no mundo,
    aproximadamente, 52 milhões, sendo cerca de quatro vezes mais comum em pessoas do sexo
    masculino. No que tange a definição de autismo na atualidade, as referências são os manuais
    diagnósticos: o Manual Estatístico e Diagnóstico dos Transtornos Mentais, quinta edição
    (DSM-V) e a Classificação Internacional de Doenças, décima primeira edição (CID-11)
    (American Psychiatric Association – APA, 2013; Organização Mundial da Saúde – OMS,
    2019). Em linhas gerais os manais abordam déficits na interação social, linguagem e padrões
    restritos de interesses e comportamentos. Esta pesquisa tem como objetivo analisar e comparar
    as representações sociais do autismo entre mães e pais. Método: participaram desse estudo 62
    pessoas; 31 mães com idades entre 26 e 55 anos (M: 36,8; DP:6) e 31 pais com idades entre 25 e
    55 anos (M:38, DP:7,8). A coleta de dados foi realizada a partir dos seguintes instrumentos:
    questionário sociodemográfico, Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e roteiro de
    entrevista semiestruturada. Para análise, foram executadas a análise estatística descritiva com
    o uso do software SPSS 25.0 para o questionário sociodemográficos; Classificação Hierárquica
    Descendente (CHD) através do software Iramuteq para entrevista semiestruturada; análise
    prototípica através do software Iramuteq para a TALP. Resultados: As Representações Sociais
    desse estudo indicam que o autismo é ancorado e objetivado em lógicas biomédicas e
    capacitistas. Para mais, são discutidas diferenças relativas a questões de gênero que predispõe a
    mulher e ao homem um determinado lugar social e as possíveis implicações.

  • HIAGO VERAS GOMES
  • A criminalização da LGBTfobia no Brasil: As Representações Sociais de homens homossexuais e heterossexuais
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 12/01/2022
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  • O Brasil é um país notavelmente LGBTfóbico, sendo líder no ranking mundial de assassinatos de LGBTs. Desde 2001 tenta-se implementar no país uma resposta jurídica-civil como tentativa de barrar tais crimes de ódio. Entretanto, apenas em 2019, com a intervenção do Supremo Tribunal Federal brasileiro, foi que a criminalização fora colocada em pauta e votada, equiparando a LGBTfobia aos crimes de racismo, com penas de prisão e/ou multa. A presente dissertação teve como escopo principal analisar as Representações Sociais de homens homossexuais e heterossexuais acerca da LGBTfobia e sua criminalização no contexto brasileiro. Além disso, o trabalho se propôs a investigar as constituições semânticas acerca das representações destes atores sociais acerca da referida criminalização, como também, compará-las entre si. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, com uso de dados transversais e contou com a participação de 288 homens brasileiros. Os instrumentos utilizados para a realização do estudo foram: procedimento de entrevista semiestruturada; questionário sociodemográfico; e a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Espera-se com o trabalho contribuir com a literatura científica, ofertar visibilidade e promover reflexões acerca da população LGBT+ e da criminalização dos atos relacionados a este público. Por conseguinte, espera-se encorajar novas pesquisas sobre a temática e a elaboração de políticas e projetos que possam ofertar equidade civil e humana em relação a estes atores sociais.

2021
Descrição
  • JANAINA OLIVEIRA ROCHA
  • Atuação da Psicóloga Escolar e Educacional frente a demandas de perdas e luto
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 20/12/2021
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  • O desenvolvimento da Psicologia Escolar no Brasil se apresenta alinhado às transformações sociais que constituem a história social, cultural, econômica e política do País. Assim como a Psicologia Escolar passou por transformações produzidas sob a influência dos modelos de sociedade, as percepções construídas acerca de processos de perdas e luto também tem se transformado conforme os moldes sociais são construídos e estabelecidos. Fala-se, pois de mortes e vidas (des)legitimadas socialmente, como as vidas da população LGBTQIA+, as vidas femininas, pretas e pobres. Tais processos de perdas produzidas socialmente são presentes no cotidiano educacional tanto como demandas que emergem no dia a dia da educação, quanto como processos produzidos pelo campo educacional. A crescente demanda relacionada a perdas e luto, sob a ótica da deslegitimação de existências leva para o campo do indefinido as formas de atuação profissional que sejam consoantes com uma perspectiva contextualizada, crítica e interrelacionada com os diversos aspectos de vidas e mortes. Assim, surgiu o anseio de investigar as práticas adotadas pela psicóloga escolar e educacional (PEE) brasileira diante das demandas de perdas e luto nos campos de trabalho educacionais na Educação Básica. A partir disso, objetivou-se, de modo geral, revelar as práticas adotadas pela PEE diante das demandas de morte e luto nos campos de trabalho educacionais. Especificamente, objetivou-se sistematizar as concepções teóricas que fundamentam as ações das PEEs, identificar as demandas sobre perdas e luto que chegam às profissionais e caracterizar as práticas adotadas pelas PEEs quando surgem demandas relacionadas a perdas e luto. Este estudo é de abordagem qualitativa, com base na Psicologia Histórico- Cultural. Ressalta-se que esta pesquisa obteve parecer favorável (3.945.795) do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com seres humanos. Assim, realizou-se a apreensão da realidade pesquisada, que contou com a participação de 62 PEEs de diferentes regiões do Brasil. Os dados foram apreendidos via formulário eletrônico online do Google Docs. Todos os aspectos éticos da foram resguardados conforme as resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde. Os procedimentos analíticos dos dados foram realizados à luz da perspectiva Histórico-Cultural por meio da dialética singular- particular-universal. Como principais resultados, as psicólogas escolares revelaram que as demandas referentes a perdas e luto emergem de forma pontual e individualizada em contexto educacional. Estas são relacionadas às perdas de familiares de escolares, morte de agentes escolares e ao suicídio. As perspectivas adotadas pelas profissionais na mediação das demandas revelam abordagens clássicas da Psicologia, como TCC, Gestalt-terapia e Psicanálise e ainda, abordagens críticas em Psicologia Escolar, como a Teoria Histórico-Cultural e Socioconstrutivista. As psicólogas ainda revelaram adotarem aporte teórico de autoras e autores especializados na área das perdas, como Kübler-Ross, Parkes e Bowlby. Como práticas realizadas, as profissionais relatam desempenhar práticas interventivas individuais, coletivas e multiprofissionais. Ressalta-se a importância de discussões e reflexões críticas das práticas em Psicologia Escolar e Educacional voltadas para o diálogo e trabalho com as perdas e luto em contexto escolar por meio da necessária atuação de profissionais de psicologia na educação como forma de mediar processos mais respeitosos, sensíveis, éticos, críticos e democráticos acerca das vidas e mortes presentes nos contextos educacionais. Além disso, recomenda-se ações que ampliem as discussões de perdas e luto no currículo e calendário escolar, bem como ações de caráter intersetorial, sobretudo que dialoguem com as políticas de saúde e educação. Ademais, recomenda-se a realização de mais pesquisas que estabeleçam relação entre educação, perdas e luto a fim de promover uma reflexão crítica de tais fenômenos, inclusive que ressaltem o contexto de pandemia e pós-pandemia. Afirma-se ainda que os resultados apresentados neste trabalho não são passíveis de generalização, de modo que não se esgotam com o presente estudo.
  • DANIA MENDES RIBEIRO
  • Cartografia dos processos de subjetivação e enunciação dos movimentos das pessoas em situação de rua
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 30/11/2021
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  •  

    A população em situação de rua é constituída por uma heterogeneidade de contextos e sujeitos invisibilizados, com histórias e modos de vida singulares que por diversos vieses passaram a viver em espaços urbanos, onde, cotidianamente, sofrem violência e violações de direitos. Esta cartografia dos processos de subjetivação e enunciação dos movimentos das pessoas em situação de rua parte de inquietações geradas diante dessa realidade e dos atravessamentos macropolítico e micropolítico que marcam essa produção de subjetividade e as instituições estatais operadoras de mortificações de corpos. Construída a partir de uma experiência junto a essa população e da experimentação cartográfica objetivamos: a) cartografar processos de subjetivação e enunciação dos movimentos das pessoas em situação de rua e os agenciamentos dessa produção de subjetividade; b) mapear agenciamentos do desejo e da memória relacionados aos serviços de assistência e aos movimentos das pessoas em situação de rua em Parnaíba-PI; c) Conhecer modos de sujeição e resistência das pessoas em situação de rua relacionados aos seus movimentos na cidade de Parnaíba-PI; d) Analisar os processos de enunciação da população em situação de rua nos contextos da pandemia de Covid-19 e de atuação do Movimento Nacional da População de Rua nas redes sociais. Utilizamos como modo de fazer pesquisa-intervenção a

    cartografia, norteada pela esquizoanálise e algumas ferramentas-conceitos, cartografamos em oficinas e rodas de conversa realizadas a partir do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua e de entrevistas cartográficas realizadas em espaços de ocupação em Parnaíba- PI e composição cartográfica em espaços das redes sociais (Facebook e Instagram) de atuação do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) durante o período de pandemia de Covid-19. Os resultados da cartografia demonstram que diante dos agenciamentos capitalísticos macropolíticos e micropolíticos, a população em situação de rua tem experimentado: a) modos de sujeição e resistência, ora considerando a vivência da condição de situação de rua como possibilidade de vida mais vivível diante dos processos de capturas das instituições familiares, tutelares, assistencialistas, policiais, religiosas e filantrópicas, ora submetendo-se ao serviço de assistência limitado a distribuição de alimento e a encaminhamento para abrigos filantrópicos ou para comunidades terapêuticas; b) modos de reinvenção da vida e enfrentamento das crises e dos impactos psicossociais produzidos pela pandemia, com o uso das redes sociais e outros canais de expressão, para denunciar a negligência do Estado e fortalecer a luta por condições de cidadania em meio à ausência de alojamentos, fechamento de vários equipamentos, disciplinarização dos corpos e ausência de vacinação. Conclui-se que os processos de subjetivação e enunciação cartografados apontam para a importância da organização coletiva das pessoas em situação de rua, exercida pelo MNPR que tem produzido um compromisso ético-político colocando-se como meio de resistência à sujeição colonial-capitalística.

  • GEOVANE DE SOUSA OLIVEIRA FILHO
  • Trajetórias escolares de piauienses cegos e suas lutas pelo Direito à Educação: Análises da Psicologia Escolar Crítica
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 29/11/2021
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  • O objetivo da presente dissertação de mestrado foi de compreender as trajetórias de escolarização de pessoas cegas piauienses a partir de suas memórias sociais. Teve como objetivos específicos: Identificar nas memórias sociais das trajetórias de escolarização de pessoas cegas piauienses, situações consideradas negativas e positivas vivenciadas no espaço escolar; analisar a relação existente entre a busca por direitos sociais pelas pessoas cegas e ampliação progressiva de inserção delas no sistema formal de ensino piauiense; conhecer a partir das trajetórias escolares de pessoas cegas piauienses os diferentes elementos contribuintes e aspectos influenciadores para e inserção do mundo do trabalho. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com a metodologia da História Oral, pelo viés das narrativas de trajetórias de vida escolar. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí, sob o número do parecer: 4.021.118. Participaram da pesquisa 10 pessoas cegas que vivenciaram a escolarização básica no estado do Piauí, sendo seis do sexo feminino e quatro do sexo masculino, com idades entre 18 a 50 anos de idade. As entrevistas para narração dos depoimentos foram realizadas de maneira virtual por meio do aplicativo Google Meet. As análises foram feitas a partir da Análise de Conteúdo Temática e teoricamente a partir de pressupostos que embasam a Psicologia Escolar Crítica, com destaque à Psicologia Histórico-cultural e à Pedagogia Histórico-Crítica. A descrição empírica dos dados foi dividida em dois estudos, o primeiro intitulado – “Como foi ser aluno cego na escola?: Trajetórias da escolarização de piauienses cegos”, e o segundo estudo, intitulado: Escolarização de cegos piauienses: memórias sociais e lutas por direitos educacionais”. Entre os achados do primeiro estudo, destacam-se a dificuldade de mediação dos conhecimentos em sala de aula, sem o uso de instrumentos e meios adequados para a inclusão. Também foi identificada exclusão por parte dos colegas, exclusão essa que ora vinha de expressa de forma explícita (agressões físicas, agressões verbais, etc.), como de forma sutil (exclusão de trabalhos em grupo, evitação de diálogos, etc.). Já entre os aspectos positivos, destacam-se a importância da relação afetuosa e de convívio social com alguns colegas e trabalhadores da educação, que motivaram a permanência dessas pessoas na escola apesar das dificuldades enfrentadas. Vale destacar como importante fonte de apoio a Associação de Cegos do Piauí (ACEP), que foi elencada nos depoimentos enquanto uma instituição de apoio no processo de escolarização. Já o estudo 2, evidenciou as trajetórias de luta das pessoas cegas pelos direitos à escolarização, bem como do papel dessa instituição no processo de preparação para a vida social posterior à Educação Básica. O estudo revelou que nas trajetórias de escolarização das pessoas cegas no estado do Piauí, houve a necessidade de luta pelos direitos à escolarização ao longo do processo educacional da Educação Básica. Tais dificuldades encontram-se desde o direito negado de realização de matrículas, quanto no processo de ensino-aprendizagem na sala de aula com práticas excludentes. Tais lutas e dificuldades, serviram de motivação para a escolha profissional após a escolarização básica. Apontou-se, com os estudos, a necessidade de formação política das pessoas cegas do estado, bem como de suas famílias, a respeito dos seus direitos ligados à escolarização e cidadania, assim como a necessidade de uma maior comunicação entre as demandas educacionais das pessoas cegas, com o poder legislativo e as políticas públicas de formação de professores e de inclusão escolar.

  • BRUNA SARAIVA CANDEIRA
  • Diagnósticos de TDAH e medicalização da vida: estudos de caso em psicologia escolar com crianças no Piauí
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 25/11/2021
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  • A presente pesquisa objetivou analisar a repercussão do diagnóstico de TDAH na vida de crianças diagnosticadas com o transtorno, através de quatro estudos de caso: Mateus de 7 anos e Rafael de 7 anos, estudantes de escolas públicas, e Renan de 10 anos e Caio de 12 anos, alunos de escolas particulares. Para a composição dos casos, foram realizadas entrevistas de modo virtual (em virtude da Pandemia da Covid-19) com professoras, familiares e com as próprias crianças participantes da pesquisa. Os casos foram analisados a partir da perspectiva da Psicologia Escolar Crítica. A partir desta pesquisa foi possível estabelecer que as reverberações do diagnóstico de TDAH ocorrem em um contexto social marcado pela Medicalização e pela visão da Corrente Organicista de explicação do TDAH. Assim, o diagnóstico gera impactos na vida da criança antes mesmo de concretizar-se: ainda no processo diagnóstico, quando a criança passa a frequentar especialistas da saúde no intuito de descobrirem o que há de errado com ela. As intervenções (medicamentosas e de demais terapias, sobretudo psicoterapia e terapia ocupacional) são as soluções prescritas para o problema encontrado: no caso, o TDAH. Percebe-se a importância de pensar intervenções para além das intervenções na própria criança, uma vez que projetos de intervenções e modificações nos fatores socioeducacionais tem potencial para promover novas possibilidades de comportamento para a criança, visto que tal comportamento se manifestada em determinados contextos. Isso demonstra a relevância do olhar da Corrente Histórico-Cultural, buscando uma compreensão ampliada de cada caso, considerando e buscando driblar as lentes colocadas pelo fenômeno da Medicalização, para propor novas alternativas de consideração ao fato TDAH. Com relação às realidade distintas das crianças matriculadas na rede pública de ensino e na rede particular de ensino da cidade de Parnaíba, percebeu-se que conforme o modo de ensino (dentro da realidade de ensino remoto) há divergências na motivação e no envolvimento da criança durante a aula, assim como que as condições financeiras da família interferem no acesso e na quantidade de tratamentos de saúde feitos pela criança após serem prescritos pelo neuropediatra.

  • THAIS DE JESUS AVELINO
  • Aprendizagem escolar com/na natureza: sentidos atribuídos por diferentes agentes de uma escola de Educação Infantil
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 10/11/2021
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  • A presente dissertação possui como objetivo geral investigar os sentidos
    atribuídos ao aprendizado escolar em contato com a natureza por diferentes
    agentes mediadores (Projeto Político Pedagógico, professoras, mães e pais) de
    uma escola de Educação Infantil da planície litorânea piauiense. Utilizou-se o
    aporte teórico-metodológico da Psicologia Histórico-Cultural para apreender a
    processualidade e totalidade do fenômeno. A coleta de dados se deu a partir da
    análise do PPP da instituição, bem como da realização de entrevistas
    semiestruturadas com professoras, mães e pais. O contexto do estudo envolveu
    uma escola privada de Educação Infantil, cuja política-pedagógica é embasada na
    educação montessoriana, que defende em sua prática a integração da natureza no
    processo de aprendizagem. Ressalta-se que este trabalho foi desenvolvido no
    cenário de pandemia da COVID-19, em virtude disso, a coleta de dados se deu
    por meio da plataforma digital Google Meet, sendo cumpridas rigorosamente
    todas as normativas éticas em pesquisas com seres humanos, conforme o Ofício
    Circular No 2/2021/CONEP/SECNS/MS. Os resultados se desdobraram em dois
    estudos em formato de artigos científicos. O estudo I, proveniente da análise do
    PPP e sua relação dialética com a prática das professoras, teve como resultados
    quatro unidades de análise que apontam as potencialidades e possibilidades da
    construção do aprendizado escolar com/na natureza; o vínculo das crianças com
    o ambiente externo da sala de aula e o cuidado ambiental; bem como os
    (des)caminhos frente à pandemia da COVID-19. O estudo II, que emergiu a
    partir dos relatos de mães e pais da instituição de Educação Infantil, se desdobrou
    em dois eixos analíticos e quatro unidades de análise que apontam atividades
    práticas ao ar livre; aprendizados constituídos a partir dessas experiências com/na
    natureza; os desafios da pandemia para as famílias; bem como foram resgatadas
    reminiscências afetivas e concepções de natureza a partir dos sentidos atribuídos
    pelas participantes do estudo. Por meio desta dissertação, é defendido que o
    meio externo à sala de aula representa um espaço formativo constituído por
    possibilidades de aprendizagem escolar com/na natureza. Espera-se oportunizar
    reflexões e ações acerca de uma educação mais humanizada e emancipatória que
    aproxime a criança, a escola e a natureza.

  • MONICA DE ARAUJO DAMASCENO
  • Movimento estudantil e adversidades da/na escolarização: resistências e enfrentamentos
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 08/11/2021
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  • O objetivo da presente dissertação de mestrado é compreender a expressão da
    resistência estudantil nas instituições de ensino superior do estado do Piauí, possui
    como questionamento inicial entender, de que maneiras a resistência estudantil
    emerge durante a trajetória educacional e auxilia no enfrentamento das
    adversidades enfrentadas durante o processo de escolarização? O estudo possui
    enquanto objetivo geral: Analisar a emergência da resistência estudantil no
    enfrentamento de adversidades na/da escolarização. E como objetivos
    específicos: Identificar as demandas de instituições de ensino trazidas por
    estudantes durante a trajetória educacional; Levantar as adversidades
    enfrentadas pelo movimento estudantil no cotidiano das instituições de ensino;
    Verificar as estratégias do movimento estudantil e as redes de proteção existentes
    nas instituições de ensino, a partir dos relatos dos estudantes. O presente projeto
    foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do
    Piauí. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva. Contou com a participação
    de 12 militantes maiores de 18 anos que participam das entidades estudantis no
    estado do Piauí, no mínimo há um ano. A coleta dos dados se deu mediante

    entrevista semiestruturada. A análise dos dados se deu a partir do método histórico-
    cultural. Posteriormente deu-se início a descrição empírica dos dados, divididos

    em dois estudos, estudo 1 - Movimento estudantil no Piauí: demandas
    educacionais e adversidades vivenciadas na trajetória acadêmica, onde os
    resultados se dividiram em dois eixos centrais: demandas que chegam as entidades
    estudantis e dificuldades enfrentadas pelas entidades estudantis. O primeiro eixo
    apresentou quanto unidades analíticas (demandas acadêmicas, demandas
    assistenciais, demandas políticas e demandas devido a pandemia), o segundo
    apresentou cinco unidades analíticas (dificuldades estruturais, dificuldades
    referentes a precarização, dificuldades referentes as perseguições políticas,
    dificuldades referentes a falta de mobilização e dificuldades devido a pandemia).
    O estudo 2 - Resistência estudantil no Piauí, sob a perspectiva da Psicologia
    Escolar, apresentou resultados divididos em três eixos cada um deles com quatro
    unidades de análise. O primeiro eixo referente as estratégias de proteção utilizadas
    pelas entidades. O segundo, voltado a rede de proteção ofertada pela instituição. O
    terceiro eixo, sobre a expressão da resistência, como elas percebem a resistência
    estudantil. Por meio desta dissertação, apresenta-se uma análise acerca da
    resistência estudantil no Piauí diante das adversidades encontradas na trajetória
    escolar. Apreende-se a resistência como mobilizadora diante dos problemas
    encontrados, como o assédio, racismo, preconceitos, precarização do ensino, 

    exclusão social. Ela atua de modo a defender os estudantes, atua como rede de
    apoio, e está na essência das militantes, sendo fonte propulsora para a luta.
    Destaca-se que o estudo pode subsidiar políticas públicas voltadas à educação, e a
    criação de uma rede de apoio com todos que envolvem instituição e para além,
    pode articular enquanto possíveis colaboradores os sindicatos de professores,
    associações de pais, mães ou responsáveis, lideranças comunitárias, funcionando,
    assim, de forma cooperativa, para uma gestão democrática e preocupada com a
    qualidade do ensino. Pode-se pensar em uma educação para o movimento,
    garantida no Projeto Político Pedagógico das escolas; e nos Projetos Pedagógicos
    dos Cursos de graduação dentro das universidades. Sugere-se estudos em outros
    contextos, por exemplo durante a educação básica, estudos em outros estados, ou
    a nível norte/nordeste, de maneira a compreender como tem se estruturado o
    movimento nessa realidade.

  • CÁSSIO MARQUES RIBEIRO
  • Cartografia dos processos de subjetivação e enunciação dos movimentos sociais pesqueiros: ANP e MPP.
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 31/08/2021
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  • As comunidades tradicionais pesqueiras vêm travando uma luta em
    defesa da vida e pelo reconhecimento do território das águas. Na Área de
    Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba e em outros territórios do Brasil,
    pescadoras e pescadores artesanais que vivem do extrativismo da pesca e de
    outros extrativismos, ainda enfrentam, permanentemente, problemas
    socioambientais relacionados à necropolítica, ou seja, às políticas de morte ao
    território das águas e às políticas de supressão de direitos que afetam seus modos
    de vida. O objetivo deste estudo é cartografar processos de subjetivação e
    enunciação dos movimentos sociais de pescadoras e pescadores artesanais na luta
    pelo reconhecimento do território tradicional pesqueiro. Método: Trata-se de um
    estudo com o uso da cartografia como método e como modo de fazer pesquisa
    qualitativa em psicologia e na composição do Movimento dos Pescadores e
    Pescadoras artesanais - MPP a partir das cidades de Ilha Grande e Parnaíba,
    Piauí, e do VI Grito da Pesca, realizado em Luziânia-GO. Para a produção das
    informações realizamos participação observante em encontros, assembleia,
    audiências, vistorias, vigilância socioambiental, oficinas, incidências e reuniões,
    com registros em diários cartográficos; além de entrevistas com as lideranças dos
    movimentos para construção de narrativas, e análise documental. Partimos dos
    pressupostos teórico-metodológicos da cartografia para a esquizoanálise das
    informações produzidas no campo pesquisa. Resultados: Os resultados da
    cartografia e a esquizoanálise dos conflitos socioambientais mostram: a)
    limitação do acesso ao trabalho artesanal, comprometendo a vida, devido
    ameaças de perder moradia em função de grilagem de áreas aforadas e de
    projetos de urbanização, empreendimentos eólicos, turísticos e de
    resorts/hotéis/grandes pousadas; b) medo de instalação de offshore (parque eólico
    no leito marinho) e de projetos de perfuração de poços para exploração e extração
    de petróleo, que podem causar desastres ambientais, como o de derramamento de
    petróleo cru que ocorreu em 2019; c) disputas internas e tensionamento político e
    o papel da Articulação Nacional das Pescadoras, na ruptura com a estrutura
    patriarcal e de colonialidade, que marcam o surgimento do MPP; d) nas
    comunidades pesqueiras, as mulheres, pescadoras artesanais, protagonizam a luta
    a partir do próprio corpo-território-de-existência, luta por reconhecimento da
    identidade pescadora artesanal, paridade e relacionalidade de gênero nos
    processos instituídos por associações e sindicatos existentes e outras instituições;
    e) a construção compartilhada de projetos democráticos, populares e
    emancipadores em saúde de pescadoras e pescadores artesanais a partir da organização social em movimentos sociais pesqueiros como a ANP e MPP; f) uma aposta ecosófica na Demarcação do Território Pesqueiro através do Projeto de Lei 131/2021. Considerações Finais: No embate frente as investidas do capitalismo mundial integrado, as subjetividades de pescadores artesanais, ora sofrem agenciamentos aos modos de empreender sobre o uso da terra, do ar e das águas anunciados pela exploração das empresas estrangeiras, ora produzem resistências frente aos empreendimentos econômicos e energéticos – como corte de cercas acordos com guardas para trânsito no território cercado, organização de movimentos sócio-políticos, realização de audiências e incidências, dentre outros processos. As pescadoras e os pescadores artesanais operam, social e politicamente, no tensionamento dos movimentos sociais pesqueiros não só em prol de seus direitos, mas também em defesa da vida de humanos e não humanos no território das águas.

  • HIGOR DE SOUSA MOURA
  • DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DA ESCALA DE INDICADORES EM SAÚDE MENTAL PARA ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 31/08/2021
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  • Resumo: Os instrumentos de mensuração ocupam papel fundamental na pesquisa e na fundamentação de iniciativas que visam abordar o tema ao qual se direcionam a medir. No contexto da saúde mental dos estudantes universitários, tais instrumentos podem fornecer evidências que permitem aos personagens deste panorama a atuação sobre as variáveis determinantes no processo de promoção da saúde mental, sendo imprescindível, portanto, que tais medidas ofereçam evidências da qualidade das propriedades psicométricas avaliadas. Visando atender tais finalidades, foi construída a Escala de Indicadores em Saúde Mental para Estudantes do Ensino Superior (EISM-EES), cuja base conceitual sobre saúde mental reside na perspectiva positiva, pautada na superação da dicotomia saúde e doença. Objetivo Geral: Elaborar a Escala de Indicadores em Saúde Mental para Estudantes do Ensino Superior (EISM-EES). Método: Construída a partir de etapas sequenciais, inicialmente participaram 40 estudantes universitários que responderam a questões que fundamentaram a elaboração dos itens preliminares que, em seguida, foram submetidos à avaliação de cinco juízes e à validação semântica. As evidências psicométricas e estrutura fatorial foram exploradas por meio de um segundo estudo, iniciado pelo refinamento dos itens da escala via TRI e Modelo de Resposta Graduada de Samejima. Utilizou-se para tal uma amostra de 201 estudantes de graduação, empregando-se Análise Fatorial Exploratória para análise dos dados. A confirmação da estrutura fatorial foi verificada a partir de uma amostra independente de 186 estudantes de graduação e análise via Análise Fatorial Confirmatória. Resultados: A etapa de validação de conteúdo revelou adequabilidade segundo o referencial adotado e apresentou 4 dimensões para a EISM-EES que posteriormente foram reduzidas a 3 (suporte social, autoeficácia e produtivismo acadêmico), resultando em um instrumento final, tridimensional, composto por 16 itens e com indicadores de ajuste adequados. Conclusão: A EISM-EES é um instrumento com propriedades psicométricas satisfatórias para o rastreio de indicadores em saúde mental junto à população de estudantes universitários, cuja utilização poderá fomentar iniciativas de promoção de saúde, prevenção de agravos e estratégias de intervenção pelas IES.

  • RACHEL RODRIGUES MACHADO BARROS
  • GUARDA COMPARTILHADA, DIVÓRCIO E PSICOLOGIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA.
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 31/08/2021
  • Mostrar Resumo
  •  

    A guarda compartilhada é a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que deixaram de ser um casal.No Brasil a legislação passou a determinar como regime preferencial a guarda compartilhada, que deve ser aplicada como regra quando se dissolve o vinculo conjugal. A sociedade passou por transformações estruturais, atualmente, o divórcio é algo bastante frequente. Assim, as discussões judiciais acerca da guarda em sido bastante recorrente. A escolha da legislação brasileira pela guarda compartilhada alicerça seu fundamento no principio do melhor interesse da criança.Contudo, pouco e mencionado sobre os reais impactos desse regime jurídico nos menores. Nesse sentido,esta pesquisa buscou contribuir sanando esta lacuna, já que teve como objetivo central reunir as principais publicações científicas sobre o tema. Para isso, realizou-se duas revisões sistemáticas. Inicialmente, o primeiro estudo utilizou as bases Scielo, Pepsic, BVS e Portal Capem de Periódicos e incluiu artigos disponibilizados na íntegra em idiomas português e inglês, publicados no período de 2010 a 2020.A busca foi realizada através da Comunidade Acadêmica Federada (CAFE), que permitia acesso ao sítio eletrônico das próprias bases, utilizando-se os descritores:shared parenting” AND “divorce” e “guarda compartilhada” AND “divórcio”, foram encontrados 386 estudos, sendo 10 selecionados para análise. Os resultados permitiram a compreensão do divórcio e guarda compartilhada.Em seguida,a nova pesquisa foi realizada através da

    Comunidade Acadêmica Federada (CAFE), que permitia acesso ao sítio eletrônico das próprias bases, a partir dos seguintes descritores e operadores booleanos: “psychology” AND “shared parenting” e “psicologia” AND “guarda compartilhada” utilizando as bases Scielo, Pepsic, BVS e Portal Capem de Periódicos e incluiu artigos disponibilizados na íntegra em idiomas português e inglês, publicados no período de 2010 a 2020.A partir das estratégias de busca, foram encontrados 543 estudos, sendo 07 selecionados para análise. Os resultados permitiram a compreensão do que a psicologia tem estudado  sobre guarda compartilhada. Ao final,dos dois estudos, foi possível verificar que não obstante o considerável número de produções cientifica encontradas mediante a busca com os descritores os artigos que de fato abordavam acerca da guarda compartilhada são escassos.

  • DÉBORA FERREIRA MOURA
  • ESCALA FEAR OF MISSING OUT (FoMO) NO CONTEXTO DO TRABALHO BRASILEIRO: ELABORAÇÃO E PARÂMETROS PSICOMÉTRICOS
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 30/08/2021
  • Mostrar Resumo
  • Introdução. Fear of Missing Out - FoMO consiste na apreensão de que outras pessoas podem estar tendo experiências satisfatórias, em que você está ausente, culminando no desejo de permanecer conectado continuamente com o que outras pessoas estão fazendo. Este constructo vem sendo abordado por pesquisadores em associação ao uso de mídias sociais. No que diz respeito a sua operacionalização, existem algumas medidas para tal fenômeno, no entanto, no Brasil, nenhuma até o momento foi desenvolvida ou adaptada para o contexto organizacional. Com isso, este trabalho busca contribuir cobrindo esta lacuna. Objetivo. Elaborar a Escala Fear of Missing Out (FoMO) no Contexto do Trabalho Brasileiro - EFCT, buscando conhecer evidências de sua validade e precisão. Método. Foram projetados dois estudos independentes: O Estudo 1 teve como objetivo a elaboração e verificação da validade de conteúdo da EFCT, com uma amostra de 42 colaboradores de empresas e instituições brasileiras, que responderam um questionário sociodemográfico e questões sobre comportamentos e situações de FoMO no contexto do trabalho, tais respostas fundamentaram a elaboração dos itens que compuseram a versão preliminar da medida. Seguidamente, a EFCT foi submetida a análise de juízes e validação semântica, os resultados apontaram valores de CVC satisfatórios. Os dados foram analisados através dos softwares IRAMUTEQ, e SPSS. No Estudo 2 realizou- se a exploração das evidências de validade e precisão da escala, como também a adequação da estrutura fatorial. Participaram deste estudo 216 colaboradores, idade variando de 18 a 56 anos (= 32,78; DP = 8,014), sendo a maioria (53,7%) do sexo feminino, que responderam um questionário sociodemográfico e a versão preliminar da EFCT. Para afirmar a unidimensionalidade da medida, contou-se com a Teoria de Resposta ao Item, levando em consideração a natureza ordinal da medida. Ainda foi realizada a análise dos parâmetros dos item, por meio do Modelo de Respostas Graduada de Samejima e por fim, uma Análise Fatorial Exploratória – AFE, para a verificação da estrutura fatorial e consistência interna da medida. Resultados. Os resultados demonstraram parâmetros psicométricos adequados na amostra estudada nas duas versões propostas da escala (completa com 15 itens e a versão reduzida com 05 itens). É um instrumento curto e que facilmente pode ser aplicado, possibilitando o seu uso em pesquisas que objetivam investigar o FoMO no trabalho, como também na prática de profissionais de gestão de pessoas como uma ferramenta que trará informações pertinentes sobre tal fenômeno dentro das organizações, possibilitando a elaboração de planos estratégicos para trabalhar tal fenômeno no cotidiano de seus colaboradores.

  • ANDREIA DE MEDEIROS CUNHA
  • ELABORAÇÃO E EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS DA ESCALA GLOBAL DE BULLYING – AGRESSOR E VÍTIMA (EGB - AV)
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 30/08/2021
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  • bullying é uma forma de agressão intencional (física, verbal ou psicológica) e repetitiva sobre um indivíduo, com desequilíbrio de poder ou força entre vítima e agressor e incapacidade de defesa por parte da vítima. No Brasil existem medidas nacionais ou adaptadas que mensuram o bullying, mas nenhuma avalia, de forma global (agressores e vítimas) na perspectiva multidimensional, com 4 dimensões ou formas de manifestações (Bullying verbal, físico, relacional e cyberbullying). Nesse sentido, esta pesquisa buscou contribuir sanando esta lacuna, já que teve como principal objetivo elaborar, reunindo evidências psicométricas, a Escala Global de Bullying – Agressor e Vítima (EGB - AV). Apesar de escalas internacionais recentes avaliarem o construto sob perspectiva semelhante, optou-se por elaborar uma medida nacional mais condizente com as peculiaridades culturais do nosso país. Para isso, realizou-se um estudo divido em duas etapas. Inicialmente foram examinadas evidências iniciais de validade e precisão da EGB – AV [oriunda das versões preliminares da ECB (Medeiros et al., 2015) e da EVB (Gomes, 2020)], cuja versão preliminar (60 itens) foi analisada, via Teoria de Resposta ao Item (TRI), selecionando-se os melhores itens para compor a versão final (24 itens). Em seguida, avaliou-se a estrutura do modelo hierárquico Tetrafatorial proposto para a EGB – AV, comparando-o com os modelos alternativos (Bifactor e Unifatorial) para as subescalas EGB – A e EGB – V. Uma amostra de 639 estudantes (entre 10 e 17 anos) de escolas públicas e privadas do Estado do Piauí responderam aos itens da escala preliminar, juntamente com questões sociodemográficas. As coletas foram realizadas individualmente em salas de aula, após autorizações legais necessárias, e os dados foram analisados pelos softwares IBM SPSSFactor e R (pacotes PsychMirtLavaanSemToolsSemPlot Ggplot2). Os resultados demonstraram um modelo hierárquico tetrafatorial mais ajustado (χ2 = 349,47; gl = 243, CFI = 0,99, TLI = 0,99; RMSEA = 0,03, IC+/- 90% = 0,02/0,03), cujos índices confirmaram unidimensionalidade para cada uma das dimensões de bullying, consequentemente, indicando soluções fatoráveis para suas matrizes. A estrutura fatorial consiste em dois fatores de segunda ordem (EGB_V e EGB_A) cada um explicando quatro fatores de primeira ordem (bullying físico, verbal, relacional e cyber), cada qual, por sua vez, saturando três itens com cargas fatoriais todas acima de 0,35. Além disso, a maioria dos indicadores de precisão estão acima de 0,80, para intervalos de confiança de 95%, e itens altamente discriminantes, informativos e com maior capacidade de avaliar sujeitos com magnitudes médias e altas de theta (θ). Ao final, obteve-se uma medida curta, simples, abrangente acessível e psicometricamente adequada e confiável, que poderá ser utilizada para pesquisar antecedentes e consequentes das diversas formas de manifestações do bullying, a fim de propor estratégias de enfrentamento desse fenômeno tão grave, complexo e adoecedor.

  • RISLAY CAROLINNE SILVA BRITO
  • Estresse frente à COVID-19 e a agressão psicológica nas relações amorosas
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 30/08/2021
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  • No Brasil, o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado em 26 de fevereiro de 2020, sendo com isso declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) pelo Ministério da Saúde. Diante da necessidade de mitigar a propagação do vírus, foram tomadas medidas de controle contra a sua propagação, como quarentenas e isolamento social. Essas medidas afetaram muitos aspectos da vida das pessoas, gerando sérias ameaças à sua saúde e desencadeando vários tipos de problemas. Dentre estes observou-se um risco relevante do aumento potencial da violência por parceiro íntimo (VPI). Relatórios em diversos países mostram um aumento significativo na VPI durante o período da pandemia por COVID-19. Com isso, a presente dissertação propõe investigar a relação entre o estresse frente a COVID-19 e a agressão psicológica em relacionamentos amorosos. A ênfase a esse tipo específico de violência se dá pelo fato de ser uma forma de VPI que se apresenta de forma mais sutil, muitas vezes sendo naturalizada e não reconhecida como violência. Para tanto, foram realizados estudos divididos em três artigos. O primeiro artigo trata-se da adaptação da COVID-19 Stress Scales (CSS), reunindo evidências psicométricas. O segundo artigo trata-se da adaptação e validação da Psychological Aggression Scale (PAS). Por fim, o último artigo propõe conhecer em que medida o estresse frente a COVID-19 explica o comportamento de perpetração da agressão psicológica, controlando os efeitos de idade e sexo. No artigo 1 foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. No primeiro (= 423) a análise fatorial exploratória sugeriu uma estrutura pentafatorial. No segundo (n= 300) executou-se uma análise fatorial confirmatória testando modelo pentafatorial. Realizou-se a correlação de Pearson (r) que evidenciou relações positivas e estatisticamente significativas entre ansiedade e o estresse frente a COVID, indicando validade convergente. No artigo 2 também foram realizados dois estudos com participantes de diferentes estados brasileiros. No primeiro estudo contou-se com uma amostra de 200 participantes, e através do Factor (versão 10.5) foi realizada a análise fatorial exploratória, que sugeriu uma estrutura unifatorial tanto para a escala de vitimização quanto para a escala de perpetração, com cargas fatoriais que variaram de 0,490 a 0,895 para a primeira e 0,374 a 0,904 para a segunda. Neste estudo, os índices de consistência interna apresentaram-se adequados para ambas as escalas (Vitimização: (α) 0.87 e (Ω) 0.88; Perpetração: (α) 0.8e (Ω) 0.85). No segundo estudo contou-se com uma nova amostra de 207 participantes, e através do R 3.3.3 (R Core Team, 2017) executou-se uma análise fatorial confirmatória, confirmando a estrutura unidimensional das EAP, que apresentou indicadores que atestam o ajuste do modelo aos dados, apresentando indicadores de precisão acima do recomendado (Vitimização: (α) 0,87 e (Ω) 0,88; Perpetração: (α) 0,86 e (Ω) 0,86). No artigo 3, participaram 264 pessoas. Os resultados deste estudo, por meio de correlações e regressões hierárquicas, demonstraram que os fatores xenofobia (r= 0,18; p<0,001) e estresse pós-traumático (r= 0,16; p<0,001) da medida de estresse da COVID-19 explicaram o comportamento de perpetração da agressão psicológica entre parceiros íntimos [R = 0,26, R2Ajustado = 0,04; F (7,258) = 2,623, p < 0,01]. Esses achados ampliam a discussão sobre a agressão psicológica e o estresse gerado pela pandemia da COVID-19.

  • IARA SAMPAIO CERQUEIRA
  • Efeitos de Treinos de Habilidades Sociais em bullying e saúde mental de crianças e adolescentes: revisão sistemática com metanálise
  • Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Data: 21/08/2021
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  • O bullying escolar, violência que ocorre entre pares no contexto escolar, repetitivamente, a partir de desigualdade de poder, e com capacidade de gerar sofrimento, pode prejudicar a saúde mental de crianças e adolescentes. Pensar estratégias de prevenção de violência, controle/prevenção de psicopatologias, e promoção de saúde se fazem necessário frente a grande ocorrência desse fenômeno, e as Habilidades Sociais tem sido exploradas com esse fim. Reunir evidências sobre a relação desses fenômenos é importante para prática clínica, e contexto escolar, assim o objetivo desta dissertação foi apresentar os efeitos do Treino de Habilidades Sociais em bullying escolar e saúde mental de crianças e adolescentes. Para tanto, foi realizada uma revisão sistemática com metanálise. O método contemplou buscas nas bases de dados: Embase, Pubmed, Cinahl, PsycoINFOCochrane, Scielo, e Lilacs. Considerando todos os estudos publicados, a seleção foi feita utilizando o Covidence, a partir de critérios de inclusão e exclusão, que se basearam na estratégia PICOT. A análise de dados foi realizada através de formulário de extração de dados Cochrane e metanálise com o software Review Menager. Os resultados dos dois estudos incluídos indicaram eficiência do Treino de Habilidades Sociais, apesar de as metanálises inferirem efeito nulo, e muito baixa recomendação em relação à bullying -0.01 [-0.11, 0.09], e a saúde mental 1.06 [1.03, 3.14]. Há necessidade de novas pesquisas empíricas que verifiquem os efeitos do THS, com intuito de maximizar sua eficácia, e assim agregar contribuições na vida de crianças e adolescentes.

  • FRANCISCO MARCOS GOMES DE BRITO
  • Terreiro adentro, terreiro afora: Cartografia da produção de subjetividade de sacerdotes de religiões afro-brasileiras na cidade de Parnaíba-PI
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 27/07/2021
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  • As religiões afro-brasileiras foram formadas a partir das matrizes filosófico-espirituais dos povos indígenas de Abya Yala (América) e dos povos nativos de África que foram trazidos ao Brasil como escravizados. Desde seu surgimento, essas religiões se colocaram como dispositivos de resistência frente às violências do regime colonial-capitalístico, que tratou e trata de destruir todas as formas de subjetivação, sobretudo aquelas vivenciadas a partir das noções de coletividade e comunalidade com todas as formas de vida (humanas e não-humanas, visíveis e invisíveis). Sacerdotisas e sacerdotes dessas religiões, produziram, então, não apenas atuações dentro dos terreiros, mas também insurgências micropolíticas que se propagaram para fora deles. Partindo dessa premissa, realizamos uma pesquisa acerca de como se constituem os processos de subjetivação e enunciação de sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda na cidade de Parnaíba/Piauí. Objetivos: a) analisar os modos de subjetivação, sujeição e resistência de sacerdotisas/sacerdotes de Candomblé e Umbanda no seu quefazer religioso e político; b) acompanhar, nos espaços terreiro adentro-terreiro afora a itinerância do fazer-se sacerdotisa/sacerdote; c) mapear narrativas e produção de si mesmas/mesmos de sacerdotisas/sacerdotes umbandistas e candomblecistas. Método: Adotamos a cartografia não só como método, mas também como modo de fazer pesquisa-intervenção, em encruzilhada com a epistemologia decolonial do Quilombismo e as filosofias-espirituais afro-indígenas, que denominamos de Ecosofia de Terreiro. A análise dos processos de subjetivação e enunciação cartografados foi feita a partir da Esquizoanálise, tendo a Ecosofia de Terreiro como transversalidade. A cartografia foi composta a partir de três terreiros de Umbanda e dois de Candomblé, com a participação de duas sacerdotisas e três sacerdotes, os acompanhando nos fazeres internos dos terreiros, mas também em seu trânsito, vivência e exercício político em outros espaços, como rodas de conversa e eventos na cidade e nos próprios terreiros, e, durante a pandemia de COVID-19, em atividades que passaram a acontecer de modo remoto em redes sociais. Partimos da participação observante de suas produções e nos utilizamos do diário cartográfico e de entrevistas cartográficas realizadas de forma remota via plataforma de chamada de vídeo Zoom. Os resultados demonstram que sacerdotisas e sacerdotes produzem a partir das ecosofias de terreiro: a) micropolíticas decoloniais em diferentes âmbitos e espaços, que vão desde a produção de cuidado com os outros e cuidado de si – que perpassa um processo de afirmação de sua produção subjetiva pelas religiões de terreiro, um processo que é sempre coletivo – até a construção de alianças, além de estratégias de levar o terreiro para fora de seus limites físicos (vídeo para YouTube) e levar a comunidade para dentro do terreiro (construção de escolinha); b) uma ética de si, o que foi demonstrado ainda quanto à identidade de gênero e à orientação sexual, uma vez que elas/eles, bem como seus filhos e filhas performam gêneros e sexualidades minoritárias, e para além disso também abrem seus terreiros aos tensionamentos que pessoas trans trazem à estrutura binária do Candomblé; c) lives, reuniões virtuais com sacerdotisas e sacerdotes de todo o Piauí, realizadas durante a pandemia para debater a situação dos terreiros e traçar estratégias mútuas de ajuda. Assim, os modos de subjetivação e os processos de enunciação cartografados apontam para o papel de organização coletiva exercido por sacerdotisas e sacerdotes de Candomblé e Umbanda a partir de um devir minoritário que se produz também como um devir-grupo, devir-comum, através de um fazer ético, estético e político que se coloca como meio de resistência à sujeição colonial- capitalística.

  • HOSANIRA RIOS COSTA
  • Cartografia de Processos de Subjetivação em Contextos de Vida Precária e de Perda por Suicídio
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 27/07/2021
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  • Introdução: Vivemos em um permanente estado de exceção que caracteriza o capitalismo e a produção de subjetividade na contemporaneidade. Um dos efeitos disso é a produção de modos de vidas precárias, vidas que estão na linha tênue do humano e inumano e que acabam sendo reduzidas à sobrevivência. Nesse contexto, a produção de subjetividade capitalística e o Estado articulam políticas de controle da vida e políticas de morte, agenciando processos de subjetivação segmentados em regimes de sujeição que podem levar, entre outras saídas, a suicídios. Diante disso, como se constituem os modos de subjetivação e intervenção de profissionais junto a pessoas em situação de vulnerabilidade e
    violência auto infligida e a familiares que vivenciam luto relacionado à perda por suicídio? Como se produz vida diante da violência auto infligida e diante da perda por suicídio? Objetivos: a) Cartografar processos de subjetivação e intervenção de profissionais em contextos de vida precária e de perda por suicídio; especificamente: b) Conhecer processos de subjetivação e intervenção em contextos de perdas; c) Caracterizar processos de subjetivação e intervenção de profissionais em contextos de vida precária e de perdas por suicídio; e d) Analisar processos de subjetivação e intervenção de profissionais em contextos de perdas. Método: utilizamos a Cartografia como método de pesquisa qualitativa em psicologia e a Esquizoanálise como dispositivo de análise dos processos de subjetivação e intervenção cartografados, ou seja, para análise dos lineamentos molares, maleáveis e de fuga que se interconectam simultaneamente e formam linhas da vida. Dessa forma, utilizamos ferramentas-conceitos, dentre
    as quais: processos de subjetivação, vida precária, luto, vida nua, sofrimento ético-político. Participaram da pesquisa oito profissionais que trabalham com políticas públicas e em diferentes setores nos territórios da cidade de Parnaíba-PI. Os dispositivos de produção de informações da cartografia foram oficinas virtuais realizadas pela plataforma Google Meet, durante os meses de agosto e setembro do ano de 2020, por meio dos seguintes objetos relacionais da arte: poesia e prosa, texto em cena e esquizodrama com intervenções em cena. Resultados e discussão: das narrativas dos profissionais emergiram três analisadores: culpabilização da mulher diante da morte por suicídio; mulher com sofrimento psíquico e usuária de psicotrópico chegando sozinha ao serviço de atenção psicossocial; violência contra a mulher, silenciamento e falta de apoio social. Todas as análises partiram de mulheres que estavam em sofrimento e desejo de não viver ou em processo de luto por suicídio. A precarização da vida dessas mulheres incluiu: violência de gênero, no âmbito doméstico-familiar, silenciamento, além da sobrecarga de cuidar de tudo sozinha. As mulheres são mais culpabilizadas quando perdem alguém por suicídio, o que dificulta a vivência saudável do luto e a criação de linhas de cuidados. A masculinidade hegemônica, afirmadas por homens e mulheres, as instituições das violências, a negligência do Estado e as necrobiopolíticas deixam morrer, fazem matar e agenciam a morte por suicídio. Conclui-se, diante das análises dos processos de subjetivação e enunciação, que as intervenções dos profissionais ora reproduzem práticas instituídas na rede de atenção psicossocial, ora se reinventam instituindo processos inventivos e criativos.

  • RUTH DE SOUSA SILVA E SILVA
  • Análise Psicossocial do Envelhecimento no Sistema Prisional: Suas Representações Sociais
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 22/07/2021
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  • O envelhecimento não se trata apenas de temporalização da vida, nem se refere
    exclusivamente ao declínio da capacidade funcional, mas também de um acordo entre
    responsabilidade social e capacidade psicológica individual. Diante disso, torna-se pertinente
    investigar esse processo no âmbito prisional por se tratar de uma população invisível, cercada por
    muros, longe da sociedade e afastada de políticas públicas que promovam a dignidade humana.
    Segundo o Levantamento Nacional de Informação Penitenciária, o Brasil possui cerca de 748.
    009 pessoas em privação de liberdade, dentre as quais, 4. 443 pessoas estão no Piauí. A
    relevância social e acadêmica evidencia-se por contemplar espaços de manifestação do processo
    de exclusão social e vulnerabilidades psicossociais. Em consonância com essa proposta ressalta-
    se a perspectiva life-span, paradigma de desenvolvimento ao longo da vida que servirá de
    embasamento teórico do objeto. Para compreensão dos fenômenos estudados adotou-se também
    na Teoria das Representações Sociais – TRS de Moscovici, delineamento teórico pertinente à
    temática proposta. Objetivo: Analisar as representações sociais sobre envelhecimento e privação
    de liberdade entre homens e mulheres do sistema prisional. Método: Trata-se de uma pesquisa
    qualitativa-descritiva e exploratória com dados transversais. O locus desta dissertação é a
    Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina em Parnaíba-PI. Participaram 20 homens e 20 mulheres a
    mais de seis meses de reclusão, com capacidades cognitivas preservadas, em idade superior a 18
    anos. Para levantamento de dados utilizou-se um questionário sociodemográfico, Teste de
    Associação Livre de Palavras (TALP), com duas palavras indutoras: envelhecimento e privação
    de liberdade e Entrevista Semiestruturada, abordando suas percepções e significados sobre o
    envelhecimento; A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da
    Universidade Federal do Piauí – UFPI, conforme número do parecer: 3.305.207; Todos os
    trâmites legais e regimentais foram observados para o desenvolvimento da pesquisa. Os dados
    obtidos através da aplicação do questionário sociodemográfico foram analisados por meio do
    software SPSS for Windows na versão 24. Os dados colhidos através do TALP foram analisados
    a partir do software IRAMUTEQ. As respostas da entrevista semiestruturada tratadas mediante
    análise de conteúdo de Bardin. A dissertação será organizada em dois estudos, intercambiando os
    instrumentos originados a partir dos resultados encontrados. Resultados: O estudo 1 evidencia
    que as palavras mais evocadas pelos participantes foram Deus e tempo. Os homens compreendem
    o envelhecimento pela ótica da religião e as mulheres lhe atribuíram valor cronológico de acordo
    com a análise prototípica. Quanto aos resultados do material textual as subcategorias cronológico
    e perdas se destacaram atrelados ao aspecto psicossocial. O Estudo 2 Verificou-se entre os
    homens representações sobre saudade, sofrimento, angústia, e a fé. Já entre as mulheres, significa
    dor pela falta dos filhos, sentimento de tristeza e solidão. Portanto, se constata que os grupos
    compartilharam representações semelhantes sobre a privação de liberdade, destacando aspectos
    emocionais e psicológicos, se sobressaindo a saudade da família.

  • GRAZIELA DE MORAES RUBIM FILGUEIRAS
  • Avaliando alienação parental: Identificando práticas paternas através de uma nova medida
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 15/07/2021
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  • Esta pesquisa objetivou elaborar a Escala de Práticas Alienantes Paternas (EPA-P), reunindo evidências quanto a estrutura interna do instrumento. Contou-se com uma amostra não probabilística (acidental) de 172 homens que passaram por uma situação de separação/ divórcio. Estes tinham idades entre 19 a 71 anos (M = 39; DP = 39,98), estando em processos de separação amigável (54,3%) e que apenas a mãe detém a guarda dos filhos (50,6%). Estes responderam a versão preliminar da Escala de Prática Alienantes Paternas (EPA-P), composta por 30 itens respondidos numa escala tipo Likert de 5 pontos, variando de 0 (Nunca) a 4 (Sempre). Além de perguntas de caráter demográfico [e.g., sexo, idade, estado civil, tipo de separação, escolaridade, renda, etc]. Inicialmente, considerados os sete diferentes incisos do art 2º, da lei 12.318/10 (Lei de alienação parental), foram realizadas análises fatoriais exploratórias (AFE), por meio do estimador DWLS, para verificar a unidimensionalidade de cada um dos incisos. O método Hull sugeriu a adequação de uma estrutura unifatorial, para cada uma das sete características. Posteriormente, tendo em conta os sete incisos, analisou-se a dificuldade, discriminação e a informação psicométrica dos itens em cada subescala. Destaca-se que a maioria dos itens apresentaram parâmetro de discriminação (a) maiores que 2. Optou-se por escolher um item de cada um dos sete incisos com níveis mais elevados de theta (θ); portanto, sendo os que requeriam níveis mais elevados de práticas alienantes para serem endossados completamente. A avaliação gráfica das curvas de informação dos itens para cada um dos incisos possibilitou classificar os itens 02, 04, 21, 23, 24, 26 e 28 como os mais informativos e, portanto, mais representativos das práticas alienantes. Assim, foi realizada uma nova análise fatorial exploratória, que se encontrou uma estrutura unidimensional, sendo eliminado um item. Dessa forma, foi realizada uma nova AFE com seis itens restantes, que corroborou a estrutura unidimensional {[KMO = 0,89 (IC95% = 0,90 – 0,91) e χ2 Bartlett (21) = 1.828,6 e p < 0,001]; Eigenvalue = 2,59; HullGFI = 0,97}, que apresentaram saturações fatoriais que variaram de 0,52 [itens 21, “Invento que meu (minha) filho (a) está doente para que ele não volte para a casa da mãe.”] a 0,94 [item 26, “Não permito a mãe do meu (minha) filho (a) ir buscá-lo em minha residência para que ela não saiba onde estou morando”]. Os índices de consistência interna da medida (precisão), foram considerados adequados (α de Cronbach = 0,85; e ômega de McDonald = 0,89). Os resultados demonstraram parâmetros psicométricos adequados da EPA-P na amostra considerada, sendo um instrumento curto e de fácil aplicação, que pode ser usado em pesquisas que visem identificar as práticas alienantes paternas, possibilitando a elaboração de planos estratégico para a mitigação desta conduta prejudicial bem como uma aplicação mais segura da lei nº 12.318/2010 por parte dos profissionais que atuam no Poder Judiciário.

  • ROBINSON SOUZA DE FRANÇA
  • “As pessoas não veem o músico como alguém que tá fazendo um trabalho, pensam que é uma brincadeira”: modelos de carreira profissional e significados do trabalho para os músicos
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 12/07/2021
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  • A precarização atinge número cada vez maior de profissões, impondo obstáculos aos trabalhadores no desenvolvimento de suas carreiras profissionais e nos significados que atribuem às suas atividades laborais. O setor de trabalho na música, que já vinha sendo afetado por esta dinâmica, atualmente, devido à pandemia do COVID-19 passou a experimentar de forma mais intensa os entraves limitadores para o seu prosseguimento. Diante desta realidade a presente pesquisa teve como objetivo analisar os modelos de carreira desenvolvidos e seus desdobramentos nos significados atribuídos por parte dos músicos ao trabalho que executam, mais especificamente, buscou conhecer seus perfis profissionais, identificar suas percepções atribuídas ao trabalho com a música, caracterizar os modelos de carreira desenvolvidos, descrever os significados atribuídos ao trabalho e compreender as relações entre os modelos de carreira dos profissionais dessa área e os significados atribuídos ao trabalho. Para isso, os participantes colaboraram com a pesquisa respondendo a um questionário sociodemográfico, ao Teste de Associação Livre de Palavras e a um roteiro de entrevista semiestruturada com perguntas relativas aos temas pesquisados. O estudo seguiu as normas e procedimentos éticos conforme a Resolução nº. 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os participantes foram abordados virtualmente em seus perfis de divulgação profissional e, quando de acordo, tiveram acesso ao Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, contendo informações detalhadas sobre a pesquisa, no qual registraram o consentimento em participar. A análise dos dados foi feita através da Técnica de Análise de Conteúdo, modelo proposto por Bardin. Os resultados apontam para a compreensão da carreira profissional no seu sentido financeiro, de provimento de renda, bem como para o gostar do que faz. Os profissionais autônomos se reconhecem no modelo de carreira empreendedora, enquanto os profissionais de instituições no modelo de âncoras de carreira. Os participantes atribuíram importância ao trabalho que desenvolvem, discorrendo que ele significa “tudo” em suas vidas, em primeiro plano quando avaliado frente a outras dimensões de suas vidas. De forma geral, foi possível concluir que os trabalhadores estão enfrentando a intensificação de precariedades no trabalho com a música neste momento de pandemia, criando estratégias para superar as dificuldades, buscando atividades paralelas à música para se manterem e continuarem trabalhando como músicos.

  • JHÉSSICA PAULA DE BRITO
  • Modelos de Carreira e Aprendizagem no Trabalho: um Estudo com Profissionais de Tecnologia da Informação em Tempos de Indústria 4.0
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 06/07/2021
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  • Assim como o campo do trabalho, as trajetórias de carreira e aprendizagem sofreram impactos pelas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais no mundo e, diante do cenário de crescente desenvolvimento tecnológico caracterizado hoje pela iminência da indústria 4.0, destaca-se o setor de Tecnologia da Informação. Neste sentido, a presente pesquisa teve como objetivo geral investigar o processo de construção dos modelos de carreira adotados por profissionais de Tecnologia da Informação (TI) na atualidade e identificar quais as estratégias de aprendizagem envolvidas neste processo. A partir deste intento, buscou-se ainda aprofundar aspectos referentes às dimensões da carreira e da aprendizagem no trabalho no contexto da Indústria 4.0. O estudo, em um desenho qualitativo, foi realizado com nove profissionais de TI que trabalham em empresas das cidades de Teresina e Parnaíba; a coleta de dados foi realizada através do questionário sócio demográfico, do Teste de Associação Livre de Palavras – TALP e de um roteiro de entrevista semiestruturado, construídos a partir dos temas abordados. A análise dos dados foi realizada por meio da análise de conteúdo, segundo Bardin, a qual gerou três eixos temáticos para o resultado da TALP e 11 eixos temáticos para os resultados da entrevista. De forma geral, os resultados demonstraram que o processo de desenvolvimento de carreira e aprendizagem dos profissionais de TI é pautado na dinâmica da própria área de atuação e guiados pela necessidade de atualização, sendo observadas características marcantes dos modelos portifólio e craftcareer; quanto ao processo de aprendizagem no trabalho, foi relatado uma maior frequência da aprendizagem informal e uso da estratégia comportamental de aplicação prática. Por meio dos dados levantados foi possível concluir que a dinâmica da área, bem como o crescimento tecnológico influencia na construção dos processos de carreira e aprendizagem dos profissionais acessados.

  • THAMYRIS TABOSA DE SOUSA
  • Representações Sociais da Qualidade de Vida entre pessoas vivendo com HIV
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 30/06/2021
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  • O HIV e a aids são epidemias atualmente controladas que receberam muitos investimentos ao longo da história, alcançando inclusive o caráter crônico. As pessoas vivendo com HIV (PVHIV) com boa adesão ao tratamento podem conviver melhor com a doença e com isso, melhorar a qualidade de vida. Por isso, estratégias para reforçar a adesão ao tratamento através grupos de apoio tem sido utilizadas. Contudo, a doença ainda impacta negativamente em aspectos psicossociais das PVHIV, o que pode influenciar na percepção que estas possuem sobre a Qualidade de vida (QV). Objetivo: Apreender e comparar as representações sociais sobre HIV, aids e qualidade de vida entre as PVHIV que participam do Grupo de Adesão (ao tratamento) e que não participam. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com corte transversal, amostra não probabilística e por conveniência. Submetida e aceita em Comitê de Ética e Pesquisa, contou com 22 pessoas adultas vivendo com HIV, de ambos os sexos, divididas em dois grupos: participantes do Grupo Adesão (41%) e não participantes do grupo (59%), as quais responderam aos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, entrevista semiestruturada e Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Que foram analisados respectivamente através de estatística descritiva; Classificação Hierárquica Descendente (CHD) por meio do software Iramuteq; e análise de Redes Semânticas. Resultados: os resultados do Estudo 01 evidenciam que as representações sobre o HIV estão associadas à mudanças e adaptações, ao sigilo da condição sorológica, ao impacto da estigmatização social e uso de enfrentamentos positivos e negativos. As representações da aids estão associadas à vulnerabilidade e necessidade de tratamento. A diferença nas representações dos participantes e não participantes do grupo adesão foi principalmente o enfrentamento positivo do primeiro grupo em relação ao segundo. O Estudo 2 demonstra representações sociais da QV positivas, relacionada diretamente ao tratamento e seus efeitos e semelhantes entre os dois grupos estudados.

  • ANA GABRIELA AGUIAR TREVIA SALGADO
  • Análise Psicossocial da velhice LGBT: um estudo das Representações Sociais entre transexuais e travestis
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 28/06/2021
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  • Introdução: Estima-se que no Brasil, no ano de 2019, mais de 32 milhões de habitantes tinham idade igual ou superior a 60 anos. Com o aumento da expectativa de vida, a proporção de idosos na população brasileira aumenta significativamente, ilustrando o fenômeno que ocorre mundialmente, de envelhecimento da população. Envelhecer é um processo natural, que faz parte do ciclo de vida de todos os organismos vivos. Carregada de particularidades, a velhice segue como uma fase da vida humana carregada de estereótipos e concepções negativas. Por esse motivo, abordar determinados assuntos, como diferentes orientações sexuais e identidades de gênero na velhice, ainda é um tabu. A partir do entendimento de que a população idosa, principalmente os idosos LGBT, necessita de maior atenção e cuidados, tem-se desenvolvido um maior número de pesquisas sobre o tema, a fim de contribuir com mais conhecimento que possa proporcionar maior qualidade de vida e bem-estar para essa população. Objetivos: Apreender e analisar as representações sociais que são formadas pelas pessoas transexuais e travestis acerca da velhice LGBT e da sexualidade. Método:Participaram deste estudo 34 pessoas adultas brasileiras – sendo 16 travestis, 7 mulheres-trans e 11 homens-trans – com idades entre 18 e 57 anos (M = 26,6 anos; DP = 8,4 anos). A maioria declarou-se com estado civil solteiro (79,4%), com renda mensal de até 1 salário-mínimo (47,1%), nível médio de escolaridade (32,4%) e residentes do estado do Piauí (35,3%). A coleta de dados foi realizada a partir dos seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico, Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP) e roteiro de entrevista semiestruturada. Para análise, foram utilizados: análise estatística descritiva com o uso do software SPSS 25.0 para o questionário sociodemográficos; Classificação Hierárquica Descendente (CHD) através do software Iramuteq para entrevista semiestruturada; análise prototípica através do software Iramuteq para a TALP. Resultados: As representações sociais identificadas neste estudo evidenciam quatro conteúdos sobre a velhice LGBT: a morte pela transfobia como um obstáculo para atingir a velhice, a esperança associada à incerteza de conseguir uma velhice tranquila, o desejo de uma velhice tranquila pela expectativa da garantia de uma aposentadoria e de um lar para viver, e o medo do preconceito que cria barreiras para as pessoas LGBT jovens e, mais ainda, para as idosas. Em relação à sexualidade, as representações sociais verificadas evidenciam a vivência da sexualidade a partir do ato sexual.

  • DÉBORAH LIMA DE CARVALHO
  • A saúde mental na política de assistência estudantil do Instituto Federal do Piauí
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 10/05/2021
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  • Essa dissertação propõe uma pesquisa sobre a saúde mental no contexto da assistência estudantil do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). O Decreto nº 7.234, de 19 de julho de 2010, que dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) consolidou a assistência estudantil como direito social e orienta a implantação da Assistência Estudantil (AE) nas Instituições Federais de Ensino Superior. O IFPI regulamenta, através da Resolução n.º 14/2014, a Política de Assistência Estudantil (POLAE) objetivando diminuir as desigualdades educacionais e propiciar a formação integral. A assistência à saúde do estudante faz parte dessas ações, incluindo, o cuidado em saúde mental. Portanto, a POLAE pode configurar-se como um potente dispositivo de promoção da saúde mental. Nesse sentido, buscouse analisar a concepção, planejamento e o desenvolvimento da saúde mental na assistência estudantil do IFPI e suas implicações para o alcance dos objetivos da POLAE. Metodologicamente, o estudo define-se como uma pesquisa qualitativa, sob o enfoque das práticas discursivas a partir do construcionismo social, e com caráter interventista. Escolhemos como instrumentos para produção das informações de pesquisa: a) a análise de documentos institucionais, b) entrevistas semiestruturadas e c) roda de conversa, no formato de reunião virtual, com caráter interventivo. Participaram da pesquisa dois grupos distintos de servidores, sendo 03 gestores (servidores que participaram da construção do documento de normatização da POLAE) e 09 executores (servidores que compõem a comissão de AE no IFPI Campus Oeiras). Os dados foram analisados com base na técnica do mapa dialógico organizados em duas categorias: 1) Trajetória da Assistência Estudantil no IFPI e 2) Saúde mental na Política de Assistência Estudantil do IFPI. Em resumo, em termos institucional, percebe-se um esforço por parte do IFPI em oferecer uma educação integral, de modo a universalizar a AE abrangendo as áreas propostas pela PNAES. Muito embora as práticas discursivas levantadas apontem contradições em função das ações viabilizadas pela AE privilegiarem aspectos socioeconômicos. Entende-se que, no caminho de construção de uma política universal, o(a) estudante deve ser assistido(a) na saúde de forma integral, incluindo a saúde mental. Porém, ocorre que as concepções que fundamentam tal construção não atendem a integralidade como preconizada pela atenção psicossocial e termina por oferecer um cuidado em saúde mental fragmentado. Em termos interventivos, ao oportunizar aos(as) executores(as) da POLAE, no campus investigado, uma aproximação com a perspectiva da determinação social da saúde, percebemos um movimento de ampliação da compreensão sobre a produção social da saúde e o reconhecimento de dispositivos institucionais potentes para a promoção da saúde mental. Ademais, foi problematizado acerca dos desafios em apreender elementos do processo cuidado-saúde-doença a partir de uma concepção de saúde ampliada, a partir dos marcadores sociais expressos no perfil que caracteriza o corpo discente do IFPI, de modo a superar práticas encarnadas pelo modelo privativo e individualizante de pensar a saúde mental, o que fragiliza o alcance dos objetivos da AE no âmbito dos Institutos Federais.

  • LAURENTINO GONÇALO FERREIRA FILHO
  • Contribuições comportamentais e nutricionais da dieta sem glúten e caseína em criança com Transtorno do Espectro Autista
  • Orientador : ANA RAQUEL DE OLIVEIRA
  • Data: 29/04/2021
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  • A dieta livre de caseína e glúten (SGSC) tem sido fonte de pesquisas como terapia alternativa para melhoria dos sintomas comportamentais e gastrointestinais no Transtorno do Espectro Autista (TEA), no entanto, os resultados têm apontado divergências. Assim, o presente estudo tem como objetivo investigar se a restrição de caseína e glúten melhora os sintomas comportamentais e gastrointestinais do TEA. Realizou-se um estudo de caso que consistiu em uma intervenção SGSC durante dois meses, com um mês de seguimento. Participou uma criança de cinco anos de idade, sexo masculino, com diagnóstico médico para TEA. Os instrumentos utilizados foram: 1) triagem: questionário sociodemográfico, avaliação do estado nutricional, formulário de registro alimentar - Recordatório alimentar de 24 horas, 2) questionário de sintomas gastrointestinais ROMA III versão QPGS-RIII (Adaptado do Questionnaire on Pediatric Gastrointestinal Symptoms), 3) avaliação dos sintomas comportamentais através da Childhood Autism Rating Scale – CARS-BR, além disso, técnicas da Análise do Comportamento como a psicoeducação parental e a economia de fichas foram utilizadas para facilitar a cooperação da criança na realização da dieta e se esta produziria mudanças nos padrões sintomatológicos gastroinstestinais e comportamentais, tendo em vista o eixo intestino-cérebro. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Piauí (CAAE: 20305519.6.0000.5214). Os resultados evidenciam uma redução da manifestação e frequência dos seguintes sintomas gastrointestinais: diarreia, dores abdominais, distensão abdominal, flatulências e seletividade alimentar. Constipação, fezes anormais e escape houve redução a curto prazo, se estabilizou, e volta a aparecer no follow up. Oito domínios da CARS-BR evidenciaram evolução: resposta emocional, expressão corporal, uso do objeto, uso do olhar, uso da audição, uso do paladar, olfato e tato, medo ou nervosismo e atividade; seis mantiveram-se estáveis: relação interpessoal, imitação, comunicação verbal, comunicação não verbal, grau e consistência das respostas da inteligência e impressão geral; um apresentou declínio: adaptação à mudança. Demonstrou-se que a Psicologia pode contribuir no manejo da dieta, mas outras pesquisas necessitam ser realizadas para testar a efetividade de um protocolo de intervenção dietética com restrição de glúten e caseína para crianças com TEA em conjunto com intervenções psicológicas.

  • IARA DO NASCIMENTO TEIXEIRA
  • Phubbing, Dependência da Internet e Dependência do Smartphone: O Impacto Tecnológico Digital no Compromisso Com o Relacionamento Amoroso
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 29/04/2021
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  • A tecnologia de comunicação móvel, em especial o smartphone, tem exercido um papel cada vez maior na vida das pessoas. Apesar do seu comprovado impacto benéfico ao facilitar tarefas do dia a dia e conectar pessoas independente da distância, há uma crescente de estudos que se preocupam com os danos que estas tecnologias podem causar às relações humanas. A presente dissertação se propõe a investigar os efeitos da dependência do smartphone, da dependência da internet e do phubbing no compromisso com as relações amorosas. Para atender a este objetivo, a dissertação foi dividida em quatro artigos, sendo o artigo 1 uma revisão sistemática de literatura acerca das relações entre o phubbing e dependências tecnológicas; o artigo 2 uma revisão sistemática com meta-análise sobre o uso do modelo de investimento, escolhido para estudar o compromisso; o artigo 3 a validação da escala do modelo de investimento; o artigo 4 apresenta o estudo correlacional dos construtos estudados. No artigo 1 foram analisados 14 artigos, provenientes das bases de dados Scielo, PubMed, PsycInfo, Scopus e Web os Sciente entre os anos de 2016 e 2020. O resultado realçou uma tendência de aumento dos estudos que relacionam o phubbing com dependências tecnológicas, apontando que a dependência da internet e a dependência do smartphone são as que possuem maior influência. No artigo 2 foram incluídos 16 artigos dos últimos 5 anos que correlacionavam os fatores da escala do modelo de investimento, permitindo estudar o poder de efeito de cada fator no compromisso. As bases de dados utilizadas foram PsycInfo, Scopus, Web of Science e PubMed e, condizentes com a literatura, a satisfação apresentou o maior poder de efeito (r=0,66), seguido do investimento (r=0,51) e alternativas (r=-0,41). No artigo 3 participaram 406 pessoas (71,9% mulheres e 28,1% homens), com média de idade de 27 anos (min. 18; máx. 61; dp=7,02). Todos estavam em algum relacionamento amoroso, sendo: 60,6% namorando, 29,6% casados, 9,1% noivos e 0,7% recasados. A duração média das relações foi de 5 anos (min. 6 meses; máx. 42,5 anos; dp= 72,17). Foi realizado uma análise fatorial confirmatória da estrutura do modelo de investimento. Tanto a versão com 22 itens, quanto a reduzida com 13 atingiram bons índices de ajustamento e alfa de Cronbach adequados. No artigo 4 os resultados apontam para a existência de uma correlação negativa entre fatores da dependência da internet e dependência do smartphone com o compromisso. Espera-se que resultados obtidos contribuam para a discussão acadêmica dos efeitos da tecnologia na vida amorosa dos sujeitos e possam ser utilizados para melhoria da qualidade de vida dos casais.

  • JOSÉ VICTOR DE OLIVEIRA SANTOS
  • Representações sociais do envelhecimento masculino, idoso gay e homofobia entre gays idosos
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 28/04/2021
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  • Mesmo diante da homofobia, tendo em vista que os idosos gays da atualidade vivenciaram a ditadura militar, este público tem alcançado a velhice. Estudos com idosos gays discutem sobre homofobia internalizada, invisibilidade, solidão, duplo preconceito, dificuldades no acesso à saúde e suporte psicossocial. Visto isso, torna-se relevante social e academicamente pesquisar o envelhecimento deste público. O envelhecimento, ser idoso gay e a homofobia são aspectos que permeiam a vida destes idosos, a forma com que eles são experienciados, com seus obstáculos, superações e vivências, motivou a condução de um estudo com idosos gays cuja análise se embasa no paradigma das representações sociais. Objetivo: Apreender e analisar as representações
    sociais de idosos gays acerca do envelhecimento masculino, idoso gay e homofobia. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva-exploratória de corte transversal, de forma que a amostra será não-probabilística e por conveniência. Participaram 20 homens gays idosos com idades entre 60 e 75 anos, média de 63,25 (DP=3,58). Para apreensão dos dados, realizou-se uma entrevista semiestruturada sobre envelhecimento masculino, idoso gay e homofobia que foram analisadas mediante o programa IRAMUTEQ, que realiza a classificação hierárquica descendente e análise prototípica. Resultados: Sobre o envelhecimento masculino esta análise dividiu as representações sociais dos participantes em classes de proximidade lexical, que resultaram em quatro classes: mudanças biopsicossociais, negação da velhice, aceitação das mudanças e cuidar para ter saúde. No estudo sobre idosos gays, as representações sociais foram divididas em cinco classes. A primeira expressa o preconceito da sociedade. A segunda e terceira ancoram numa nova fase da vida e que ser idoso gay é diverso, depende do que cada um construiu. A quarta e quinta focalizam no gostar de homens e nas particularidades de ser gay. O estudo sobre as representações sociais da homofobia obteve três classes. A primeira aborda imagens de preconceito existentes na sociedade. A segunda apresenta representações sociais envolvendo relatos de homofobia internalizada e vivência do preconceito. E a terceira, apresenta representações sociais sobre as violações físicas e identitárias. No estudo quatro, a estruturação das representações sociais evidenciou que o envelhecimento masculino é ancorado em aspectos da velhice e masculinidades. A objetivação do idoso gay nas especificidades e estereótipos de ser gay na velhice e sobre a homofobia a identificação das vulnerabilidades, manifestações das violações e desconhecimento da sociedade sobre a vida de homens gays. Evidenciou-se preocupação com questões de saúde, solidão e características da prática sexual. Percebe-se que a homofobia internalizada está presente em suas representações sociais e que este estigma moldou o estilo de vida destes idosos. Os idosos que envelheceram em cidades pequenas relatam maior frustração com a sexualidade. Espera-se que este estudo subsidie discussões sobre o tema em diferentes contextos.

  • CARLOS EDUARDO SOARES REIS
  • Sofrimento infantil contemporâneo: concepções de estudantes de Psicologia
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 12/04/2021
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  • A infância tem sido marcada pelas transformações do mundo contemporâneo. Numa sociedade guiada pela lógica capitalista na qual o consumismo, a alta performance, a medicalização e a busca por identidades padronizadas são aspectos marcantes, as formas de sofrer das crianças estão perpassadas por problematizações sobre as demandas por produtividade, o uso das telas, a influência da publicidade, a patologização etc. Assim, tendo em vista a proximidade do tema sofrimento com a atuação da psicologia, a presente pesquisa objetiva compreender as concepções dos estudantes de psicologia sobre o sofrimento infantil na contemporaneidade. Por meio de um delineamento qualitativo, foram realizadas cinco entrevistas online com estudantes de psicologia (2 homens e 3 mulheres) do oitavo ao décimo período da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR) por meio do aplicativo Whatsapp partindo da pergunta “o que você acha que faz as crianças sofrerem hoje?”. Utilizou-se a proposta de Bardin para a análise de conteúdo das falas dos entrevistados. Tal análise deu origem a dois eixos de interpretação: “Eixo I – Macrosofrimento infantil: a culpa é do sistema?” e “Eixo II - Microsofrimento infantil: a culpa é da família?”. No primeiro eixo, as categorias envolvem uma concepção de sofrimento ligada a questões amplas como o sistema econômico, a cultura do consumo e a patologização da infância. No segundo eixo a perspectiva de sofrimento foca no papel da família e na insatisfação dos estudantes com as discussões sobre esse tema na graduação. Dessa forma, pode-se constatar que as concepções são marcadas por um embate entre perspectivas sociais e individuais que ora se explicam, ora se confundem com as ênfases curriculares; por experiências pessoais e familiares para embasar seus argumentos e pela carência de discussões na graduação.

  • AUREA SOUZA AGUIAR SANTOS
  • INFÂNCIA E SOFRIMENTO: É UM TRANSTORNO SOFRER NA CONTEMPORANEIDADE
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 09/04/2021
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    Na contemporaneidade, a infância tem sido marcada por um cerceamento e modelagem das características presentes nas crianças. E essa é a fase considerada

    ideal para serem feitos os investimentos visando a hiperqualificação, como projeto para um adulto de sucesso. Por isso, quando se trata do sofrimento na

    infância, os caminhos parecem convergir para um processo de patologização e medicalização do sofrer, pois numa sociedade marcada pela busca incessante de ser feliz, sofrer pode parecer fracasso. E a criança que sofre pode sinalizar, então, o fracasso da família ou da instituição de ensino. Dessa forma, temos visto que o sofrimento na infância acaba sendo explicado, medicado, interditado, porque a criança representa a “esperança”, o futuro da nação e precisa “dar certo”. Diante desse contexto, discutimos as questões emergentes acerca da infância e os modos dela lidar com o sofrimento na contemporaneidade. Para isso, buscamos conhecer o que é o sofrimento para as crianças e como elas lidam com essas experiências. Pesquisar acerca dos processos de subjetivação na infância, diante do sofrimento na contemporaneidade, convocou-nos para uma pesquisa de abordagem qualitativa, por meio de narrativas (auto)biográficas com 08 (oito) crianças, com

    idades entre 07 (sete) a 11(onze) anos. Todas estudam em uma escola privada no município de Parnaíba-Piauí e para a produção das suas narrativas, elas assistiram a um vídeo-estímulo com cenas do filme “Divertida Mente”. Em seguida, narraram suas experiências através de desenhos; de áudios e por meio de

    vídeo-chamada em uma plataforma de vídeo conferência. A análise das narrativas foi realizada a partir das reflexões teórico-críticas ancoradas em pensadores da Escola de Frankfurt e em teóricos contemporâneos. Das 08 (oito) crianças que participaram do estudo, apenas 01 (uma) não realiza atividades de aula ou terapia fora do contexto escolar, mas já fez durante um período, sinalizando o atravessamento da infância pelos imperativos contemporâneos de felicidade, de sucesso e de bem-estar. Para elas, o sofrimento está relacionado a algo negativo, ruim e difícil de ser vivido; por isso, logo buscam estratégias para mudar o pensamento e, assim, restabelecer a felicidade. Elas relataram que as perdas, reais ou simbólicas, são experiências tristes que as fazem sofrer. Verificamos nas narrativas dessas crianças que a medicalização e a patologização de seus modos de ser são, para elas, experiências de sofrimento. Como a pesquisa

    foi realizada em meio à pandemia da COVID-19, esta foi presente para todas as crianças, como uma vivência sofrida, tanto pelo fechamento das escolas e isolamento social imposto, quanto pelo medo constante do contágio e da morte.

    Observamos durante a pesquisa as artimanhas do capitalismo, que ora considera a criança potencial consumidora de suas mercadorias; ora ele consome a infância e a imagem das crianças para vender seus produtos e serviços. E identificamos como o consumo tem sido a estratégia usada pelas crianças para lidarem com suas experiências de sofrimento. Em suma, compreendemos que as vivências de sofrimento das crianças na contemporaneidade têm sido atravessadas pelos discursos capitalistas para interdição do sofrimento via mercantilização da vida.


  • YAMILA LARISSE GOMES DE SOUSA
  • Saúde-adoecimento-cuidado do professor da rede pública de ensino do Piauí: contribuições da Psicologia Histórico-Cultural
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 12/02/2021
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  • O conceito de saúde tem se ampliado ao longo do tempo, faz-se necessário uma discussão que considere aspectos políticos, sociais e culturais que nela interferem. Esse fato deve ser considerado quando se trata da saúde do professor, pois além do equilíbrio individual é importante o bem-estar social. A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma das mais estressantes. A atividade de ensinar gera consequências na saúde física e mental dos professores, ensinar tornou-se desgastante o que impacta no desempenho profissional. Na atividade docente estão presentes múltiplos fatores psicossociais que podem estar relacionados com a especificidade de suas funções, e ou contexto institucional e social onde a função é exercida. A profissão docente atravessa significativos desafios, advindos das constantes mudanças ocorridas no mundo do trabalho. As condições ruins que são provenientes deste cenário, as exigências em relação ao papel do professor e sua desvalorização, cada vez mais estão associadas ao adoecimento físico e mental destes profissionais. Em razão disso, há o questionamento: Quais fatores psicossociais interferem na saúde do professor do ensino básico na rede pública no contexto piauiense? Com o intuito de responder esse questionamento a presente pesquisa objetiva analisar fatores psicossociais que interferem na saúde do professor da educação básica na rede pública de ensino no Piauí. Além de realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o adoecimento docente na rede pública de ensino; associar as demandas ligadas à saúde com o trabalho docente; relacionar as vulnerabilidades dos professores e a sua vinculação com a saúde; caracterizar as ações de cuidados relacionadas à saúde dos docentes. Essa pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí, conforme número do parecer: 3.502.776. Trata-se de um estudo do tipo documental, os documentos analisados foram do banco de dados da Unidade de Gestão e Inspeção Escolar/UGIE da Secretaria do Estado de Educação/SEDUC. Foram analisados os 5141 documentos de registro das 21 Gerências Regionais de Educação/GRE do estado do Piauí. Para a coleta de dados foi realizada a autorização Institucional e Termo de Compromisso de Utilização de Dados – TCUD. Após a coleta, os dados serão analisados por meio do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences(SPSS) versão 25, fez-se uso da análise descritiva e do teste qui-quadrado, que foram organizados em tabelas e gráficos. Posteriormente, os dados foram analisados teoricamente a partir da Psicologia Escolar crítica e Histórico-cultural. Espera-se que os resultados desta pesquisa possam auxiliar a promoção de saúde, na promoção de práticas conjugadas com políticas públicas intersetoriais, reflexões sobre a necessidade de maiores articulações entre a educação e a saúde, entre a escola, a comunidade e os dispositivos de saúde e assistência, independentes e além de políticas especificas para esta finalidade, de modo a superar a lógica da individualização e não responsabilizar ou culpabilizar professores. À vista disso, os benefícios do cuidado com a saúde dos professores também podem colaborar para que as escolas possam cumprir seu papel na transmissão do conhecimento e humanização do cidadão.

  • ELLERY HENRIQUE BARROS DA SILVA
  • Violência nas escolas públicas do Piauí na perspectiva dos estudantes: uma análise a partir da Psicologia Histórico-Cultural
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 12/02/2021
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  • As discussões acerca da violência nas escolas têm se ampliado ao longo dos tempos, tal fenômeno necessita uma maior contextualização dos acontecimentos em torno dos campos sociais, para compreender como ela é produzida e reproduzida dentro do espaço educacional. Entende-se por violência escolar como uma manifestação histórico-cultural que age de forma multifacetada, nela estão associados os elementos culturais e sociais praticadas pelos membros pertencentes ao meio escolar (docente, discente, servidores, comunidade). Dentre tais ações, podem-se inferir as brigas, as discussões, os danos ao patrimônio público, as relações de conflitos interpessoais, as agressões físicas, psicológicas, virtuais, e a violência simbólica. Nessa perspectiva, as mudanças socioeconômicas e socioculturais ocorridas na sociedade têm sido um condicionante para as modificações no entorno da escola. Em razão disso, emerge o questionamento: qual a frequência da violência nas escolas públicas do Piauí a partir da perspectiva dos estudantes em relação a família, os professores, os funcionários e a estrutura física? Com o intuito de responder esse questionamento a presente pesquisa objetiva investigar a relação da frequência de violência nas escolas públicas do Piauí com a perspectiva dos estudantes e em relação com a família, os professores, os funcionários e a estrutura física. Além de: realizar uma revisão sistemática da literatura sobre a violência escolar no cenário brasileiro; verificar evidências psicométricas de validade e precisão dos itens que mensuram violência nas escolas públicas do Piauí; identificar a prevalência da violência dos estudantes nas escolas públicas do Piauí relacionada com os professores; averiguar a relação entre a presença e orientação das famílias dos estudantes com as situações de conflitos em decorrência da violência no ambiente escolar; e analisar a relação da prevalência de violência dos estudantes com a satisfação dos funcionários e com a estrutura física nas escolas públicas do Piauí. Essa pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Federal do Piauí, conforme número do parecer: 3.502.770. Trata-se de um estudo do tipo documental, que analisou os documentos do banco de dados da Unidade de Gestão e Inspeção Escolar/UGIE da Secretaria do Estado de Educação/SEDUC. Foram analisados os 57.906 documentos de registros das 21 Gerências Regionais de Educação/GRE do estado do Piauí. Após a coleta, os dados foram organizados em planilhas e posteriormente, analisados por meio do pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21, através deste, foram realizadas as análises descritivas, seguida de uma análise fatorial exploratória e foi verificada a consistência interna por meio do índice de alfa de Cronbach, também foi realizado um teste t e correlações. Os resultados seguem apresentados por meio de estudos. No Estudo 1, por meio da revisão sistemática acerca da violência nas escolas, revelou-se que o maior número de pesquisas se concentra em estados das regiões Sul e Sudeste do Brasil, além de uma ampla variedade de pesquisas quanto às abordagens (qualitativos, quantitativos e métodos mistos) e diversidade de procedimentos e instrumentos de investigação (entrevistas, aplicação de escalas, questionários, observação) sobre o objeto de estudo. O Estudo 2, uma pesquisa com documentos, analisou-se que dentre as violências mais frequentes estão: a verbal, a moral, a material e a social. Quanto ao gênero dos participantes, os estudantes do sexo masculino pontuam mais (propensos a serem agressores e vítimas) se comparado às estudantes do sexo feminino. Já o Estudo 3 pretende trazer reflexões acerca da violência escolar sob a perspectiva dos estudantes piauienses, sobretudo relacionando-se com os professores, com as famílias, com os funcionários e com a estrutura física. À vista disso, acredita-se que a presente investigação poderá subsidiar programas e políticas públicas educacionais voltadas para a segurança, bem-estar dos atores e atrizes sociais da escola, formação continuada de educadores, promoção de cultura de paz na escola e na família. A fim de que possam colaborar para o desenvolvimento de uma escola mais segura, democrática e potencialmente transformadora.

  • DALILIAN CARLA SOARES DE ALENCAR TRINDADE
  • Trabalho emocional e autorregulação emocional: um estudo sobre as condições de trabalho informal das diaristas em atividade doméstica
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 03/02/2021
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  • O reconhecimento das emoções como um fenômeno intrínseco ao ser humano desperta, há cerca de três décadas, o interesse na compreensão dos comportamentos das pessoas em contextos sociais relacionados à afetividade no trabalho. Neste cenário, surge o conceito de trabalho emocional para se referir ao processo no qual as pessoas tomam como referência um padrão de sentimento ideal construído na interação social e o manejam para atender às regras de expressão emocional da organização ou ocupação. No entanto, na literatura nacional, os estudos sobre esse fenômeno são incipientes, especialmente na ocupação de trabalhadoras domésticas diaristas, o que gerou o seguinte questionamento: Como as condições de trabalho dessas trabalhadoras repercutem em seu estado afetivo-emocional? Foram adotadas estratégias metodológicas de natureza qualitativa e, sob o olhar da psicossociologia do trabalho – que possibilita analisar o contexto social da participante – o presente estudo investigou o quanto as condições de trabalho da diarista podem influenciar as demandas de trabalho emocional e as estratégias de autorregulação emocional vivenciadas por parte desta categoria laboral em seu contexto de trabalho. Trata-se de pesquisa social qualitativa descritiva, cujo o aporte teórico esteve pautado no modelo de autorregulação emocional desenvolvido por Grandey, tendo como base o conceito de trabalho emocional elaborado por Hochschild e o desenvolvimento teórico sobre regulação emocional de Gross. Participaram da pesquisa sete contratantes de serviços domésticos em diárias e sete trabalhadoras domésticas diaristas, todos do sexo feminino, residentes em um município do estado do Piauí. Para apreensão dos dados realizou-se questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas que foram categorizados por meio da Técnica da Análise de Conteúdo. Os resultados obtidos sugerem que o contexto de trabalho das trabalhadoras domésticas diaristas é permeado por relações hierárquicas, vínculos laborais frágeis e condições de trabalho precárias que ensejam da parte delas um esforço constante para concretização do trabalho emocional. Foram identificadas diversas demandas oriundas do contexto de trabalho vivenciado pelas trabalhadoras que, ora despertavam emoções positivas causando sentimento de satisfação e reconhecimento pelo trabalho realizado, ora despertavam emoções negativas, fazendo-as se sentirem humilhadas e desvalorizadas demandando das trabalhadoras autocontrole emocional. Conclui-se que algumas trabalhadoras se mostraram ativas no uso de estratégias de autorregulação emocional adotando posturas que as preservassem de experimentar a dissonância emocional – como selecionar a situação que não quer mais vivenciar por lhe causar sofrimento, mas a maioria delas optava pela supressão emocional, que pode estar relacionada ao contexto de vulnerabilidade social e trabalhista em que estão inseridas. 

2020
Descrição
  • MARINALVA DE ARAUJO LUSTOSA
  • O intensivista diante da morte: o tema “a morte e o morrer” na formação do residente em Terapia Intensiva
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 19/08/2020
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  • Este estudo se propôs a investigar a formação na Residência em Medicina Intensiva (RMI) no
    tocante aos modos de lidar com a morte e o morrer na UTI. Para tanto, realizou-se uma pesquisa
    qualitativa, descritiva e exploratória, que se desenvolveu em duas etapas: a primeira, pesquisa
    documental e a segunda, pesquisa de campo. A coleta dos dados utilizou como fonte o Projeto
    Pedagógico Curricular (PPC) da RMI e os dados obtidos da entrevista com residentes e
    preceptores do programa. A análise dos dados foi feita em duas etapas: a primeira, análise
    documental do PPC por meio de averiguação dos componentes curriculares e contextos em que
    aparece a inserção da temática morte, a segunda, análise das entrevistas por meio do mapa
    dialógico de Spink (2013). O resultado obtido evidenciou que a temática da morte ainda não está
    inserida na estrutura curricular da RMI e, portanto, não se faz obrigatória na prática de ensino,
    mas aparece na discussão de alguns casos clínicos e quando o residente apresenta dúvida sobre o
    tema. Por meio das entrevistas, foi possível depreender diversas produções de sentidos e
    significados dos médicos intensivistas diante da morte - como rotina, natural, inimiga - e uma
    gradação de qual é mais ou menos aceita. Não há um consenso acerca da temática, o que pode
    ocasionar dúvida nos residentes no momento de tomada de decisões que envolvem o final da
    vida. Preceptores e residentes avaliam o ensino frente à morte e ao morrer como insuficiente e
    sugerem, como melhoria, que haja disciplinas com aulas teóricas e práticas, com simulações
    realísticas e discussões mais aprofundadas. Ademais, a maioria dos preceptores também não
    tiveram formação adequada sobre o tema, o que repercute na prática formativa dos residentes e no
    cuidado aos pacientes e seus familiares.

  • GISLY MACÊDO DE SOUSA
  • Contribuições da Neuromodulação para Sintomas, Neurocognição e Funcionamento Social de Pacientes com Esquizofrenia: Estudos de Revisão Sistemática e Metanálise
  • Orientador : PALOMA CAVALCANTE BEZERRA DE MEDEIROS
  • Data: 09/07/2020
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  • A esquizofrenia é um transtorno que engloba uma série de sintomas classificados em positivos, negativos, e desorganização cognitiva. Estes sintomas levam a prejuízos na interação social do indivíduo. A principal forma de intervenção na esquizofrenia é medicamentosa, no entanto, os antipsicóticos provocam diversos efeitos colaterais, e não agem de forma eficiente nos diferentes tipos de sintomas. Portanto, pesquisadores têm buscado outras ferramentas para intervenção neste transtorno. A estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) é uma técnica de neuromodulação não invasiva com capacidade de estimular e/ou inibir áreas cerebrais. Diante das características neurofisiologicas da esquizofrenia, a ETCC pode ser uma ferramenta promissora para o tratamento do referido transtorno. Neste sentido, esta dissertação tem como objetivo geral apresentar os efeitos da ETCC sobre os sintomas, neurocognição e funcionamento social em pacientes com esquizofrenia. Foi desenvolvido dois estudos teóricos. O primeiro, contemplou uma revisão sistemática de estudos de revisão, que busca responder à seguinte pergunta: Quais as contribuições das intervenções da ETCC nos sintomas da esquizofrenia, neurocognição e funcionamento social? Uma busca abrangente dos artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: Cochrane, Lilacs, PsycInfo, Pepsic, Scielo, PubMed Central (PMC), Scorpus, Springer Link e Web of Science, e contemplou os artigos publicados do ano de 2012 a março de 2019. O seguinte descritor foi utilizado nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola: “transcranial direct current stimulation AND schizophrenia”, e os critérios de elegibilidade e análise dos dados foram estabelecidos de modo que 1416 artigos foram encontrados e elegidos 9 para análise da qualidade e inclusão na revisão por meio desta foi possível levantar as seguintes considerações: (1) Ainda não é possível evidenciar um direcionamento único sobre os efeitos do tratamento com ETCC na patologia geral da esquizofrenia, sintomas positivos, negativos, neurocognição e funcionamento social. Contudo, análises de subgrupos indicam que: (a) as alucinações auditivas são reduzidas significativamente com ETCC, na ocasião do eletrodo posicionado na rede fronto-parietal (Ânodo: entre F3-Fp1, Cátodo: entre T3-P3), sendo duas sessões por dia, durante cinco dias consecutivos, intensidade de corrente de 2mA e 20 min cada sessão. (b) Os sintomas negativos podem ser minimizados com ETCC no córtex pré-frontal dorsolateral, entretanto, não foi possível definir qual o melhor posicionamento dos eletrodos, ainda que, sessões repetidas de ETCC em intervalos curtos podem ser mais efetivas do que as sessões mais espaçadas; (c) Foram encontrados efeitos significativos nos seguintes domínios: atenção, memória de trabalho, memória e capacidade cognitiva. (2) As variáveis demográficas influenciam na eficácia. (3) Ensaios Clínicos Randomizados bem delineados, multicêntricos, em larga escala, com protocolos que já demonstraram efeitos positivos, e novos estudos para testar outros parâmetros e montagem de elétrodos, com amostras homogêneas são necessários para compreender a ação da ETCC e provar a eficácia no tratamento da esquizofrenia. O segundo estudo, uma revisão sistemática com metanálise, buscou responder ao seguinte problema de pesquisa: A ETCC melhorou os sintomas, neurocognição e o funcionamento social de pacientes com esquizofrenia que receberam estimulação ativa? Foi estabelecido um protocolo de estudo que incluiu as bases de dados: Cochrane, Lilacs, PsycInfo, Pepsic, Scielo, PubMed Central (PMC), Scorpus, Springer Link e Web of Science de dados; artigos publicados do ano de 2012 a março de 2019; além de serem estabelecidos: descritores, critérios de elegibilidade, análise da qualidade dos estudos, procedimento e análise dos dados. A metanálise foi realizada utilizando as médias e desvios padrões dos grupos ativos e controle pós intervenção, e calculado o seu efeito, os dados foram lançados no software Jasp 0.11.0.1. A busca retornou 1416 artigos, destes, 11 foram integrados na síntese qualitativa e na metanálise. Foram realizadas seis metanálises que avaliaram os sintomas gerais, sintomas positivos, sintomas negativos, neurocognição, cognição social e funcionamento social. Os resultados apontam ser a ETCC uma ferramenta promissora para redução de sintomas gerais e negativos, e melhorar a neurocognição. Efeitos nulos foram encontrados nos sintomas positivos, funcionamento social, neurocognição e cognição social. Esta pesquisa contribui com um aporte teórico sistemático do estado do conhecimento da aplicação da ETCC na esquizofrenia, fornecendo subsídios para apontar um protocolo eficaz a ser replicado para intervenções nesse transtorno.

     


  • JORGE FERNANDO DE CARVALHO LEITE BARROS
  • Análise epidemiológica da mortalidade por suicídio no Piauí: Desafios para uma sociedade contemporânea
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 20/03/2020
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  • O fenômeno do suicídio vem sendo discutido em diferentes épocas, a partir de perspectivas
    diversas que reúnem cada vez mais novos elementos no objetivo de ampliar o entendimento que
    temos sobre o tema. O presente trabalho tem como objetivos:1) Caracterizar o perfil dos casos de
    mortalidade por suicídio no Piauí; 2) Analisar a tendência temporal e distribuição espacial das
    taxas de mortalidade por suicídio no estado 3) Relacionar a mortalidade por suicídio com os
    indicadores socioeconômicos e de oferta dos serviços de saúde no Piauí.Trata-se de um estudo
    ecológico do tipo exploratório, Para caracterizar o perfil de casos de suicídio foi feita a análise
    descritiva de cada variável trabalhada no banco extraído do DATASUS. Para verificar a tendência
    temporal e distribuição dos casos de suicídio no Piauí foi usada a regressão linear, já a
    distribuição espacial feita através da construção de mapas temáticos usando a ferramenta
    estatística (R). Para concretização do terceiro objetivo, usou o teste de correção de Spearman para
    verificar a relação entre as variáveis analisadas. 1) Os resultados indicam o crescimento
    preocupante de óbitos por suicídio no Piauí principalmente nos últimos anos, com destaque para a
    população masculina, solteira, parda, entre 20 a 39 anos, 2) elevação das taxas de suicídio no
    estado, e na população masculina e feminina, com grande incidência de mortes nos idosos. 3) As
    taxas de suicídio mais elevadas foram encontras em municípios mais desenvolvidos, com relação
    a oferta de saúde, sugeriram que em locais com boa cobertura da atenção primária e com a
    presença do médico psiquiatra, os índices foram menores. Faz-se necessário promover estratégias
    de prevenção, vigilância e oferta de cuidados de forma integral e regionalizada, envolvendo as
    redes de serviços em saúde para fortalecer o acesso e a gestão do cuidado dos casos de saúde
    mental.

  • ANDRESSA LÍLIA SOUSA DOS SANTOS
  • Afetividade e Acolhimento Institucional com Adolescentes: Cenário e Exercício para a Hospitalidade
  • Orientador : DENIS BARROS DE CARVALHO
  • Data: 21/02/2020
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  • A institucionalização de adolescentes em Acolhimento Institucional é uma realidade cada
    vez mais presente no Brasil, fruto do abandono, negligência e violência ocasionados pelos
    próprios pais ou responsáveis. Portanto, os adolescentes são marcados pelos vínculos
    fragilizados e a permanência na instituição é a única forma de garantir seus direitos até que
    a haja a reintegração ou reinserção familiar. Desse modo, a dimensão relacional e espacial
    pode ser identificada como elemento fundamental na vivência institucional do adolescente
    que, deve visar entre os seus objetivos, a ressignificação da sua vida e a projeção para o
    futuro. Assim, há também uma reconstrução afetiva constante que pode ser beneficiada por
    uma acolhida hospitaleira que possibilite a quebra do sentimento de abandono e a
    recuperação da autoestima, em razão de ter alguém e um espaço que acolham com afeto e
    cuidado. Entende-se que essa vivência pode proporcionar vinculação afetiva ao lugar,
    apego, desenvolvimento de vínculos interpessoais, construção de referenciais identificatórios
    e um cuidado emancipatório ofertado através da hospitalidade. No sentido de aprofundar-se
    acerca da temática, o objetivo desta pesquisa foi compreender a relação entre a
    temporalidade do acolhimento institucional e a projeção para o futuro do acolhido e,
    especificamente, perceber se as práticas de hospitalidade contribuem para o
    desenvolvimento sócioafetivo dos adolescentes na Casa de Acolhimento Infanto-Juvenil;
    discutir a relação entre afetividade, espaço acolhedor e hospitalidade; identificar como se dá
    o exercício de hospitalidade no acolhimento institucional. Tendo como abordagem
    metodológica a pesquisa qualitativa descritiva, utilizamos como recursos a entrevista em
    profundidade individual, a observação participante e os mapas afetivos adaptados de
    Bomfim; e, como método, a análise categorial temática a partir de Minayo. No que se refere
    a apresentação e análise dos resultados, seis movimentos foram enfatizados: 1) A
    Necessidade de Hospitalidade, apresentando quais as necessidades evidenciadas pelos
    adolescentes em sua trajetória; 2) O Lugar da Hospitalidade, expõe como este lugar é
    sentido pelo acolhidos; 3) Os Recursos da Hospitalidade, ressaltando como se dava a
    hospitalidade na Casa de Acolhimento em forma de ações, palavras ou sentimentos; 4) A
    Hostipitalidade, demostrando que ainda é possível encontrar nesses espaços fragmentos de
    hostilidade; 5) O Fim da Hospitalidade e a Continuação da Jornada, apresenta o fim da estadia na Casa de Acolhimento e o início de uma nova jornada por caminhos já trilhados
    ou nunca trilhados; 6) Sobre Lugar Nenhum; exibe o que não propusemos pesquisar, porém
    apresenta-se como marcas vivas nos participantes da pesquisa. Notamos que a
    singularidade da vivência desses sujeitos é marcada por processos pessoais de
    amadurecimento, assim como são atravessados por relações de afetividade, hospitalidade e
    hostipitalidade. Sendo a Casa de Acolhimento um lugar propício para a hospitalidade
    (in)condiconal, embora que ainda possa sentir a presença da hostilidade em alguns cenários.

  • ERNANDES BARBOSA GOMES
  • Elaboração e evidências de validade e precisão da Escala de Vitimização de Bullying (EVB)
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 20/02/2020
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  • Esta pesquisa teve como objetivo a elaboração da Escala de Vitimização de Bullying (EVB) e a exploração de evidências iniciais de validade e precisão. Dois estudos foram conduzidos. No Estudo 1 participaram 223 estudantes de escolas públicas de Luís Correia-PI com idade média 12,76 anos que responderam a EVB preliminar com 30 itens. Com análise fatorial exploratória categórica (AFEC) usando os métodos Análise Paralela e Hull, a unidimensionalidade foi indicada para as dimensões: Bullying físico, Bullying verbal, Bullying relacional e Cyberbullying. Com a TRI, usando o modelo de resposta graduada, foram selecionados os 4 itens mais informativos de cada dimensão para compor a EVB com 16 itens. No Estudo 2 participaram 345 estudantes (idade M = 11,13). Por meio de Análise Fatorial Confirmatória Categórica (AFCC) comprovou-se a existência da estrutura tetrafatorial com bons indicadores de ajuste [CFI = 0,98, TLI = 0,98, RMSEA (IC90%) = 0,032 (0,015 – 0,045)] com alfa de Cronbach de 0,92 e ômega de McDonald de 0,65. Portanto, a EVB reúne evidências favoráveis de validade e consistência interna, podendo ser usada por pesquisadores e profissionais interessados na temática.

  • CAROLINE CABRAL NUNES
  • “Corpos Encaliçados de Prisão”: mulheres e subjetividades em exceção
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 17/02/2020
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  • Nas últimas décadas, a crise do sistema penitenciário tem demonstrado sua ineficiência e
    realidade mais cruel indicando a prisão como um local de exclusão e de morte. São
    recorrentes as situações de precariedade, insegurança e violência existentes, decorrentes do
    grande encarceramento e da superlotação. Na composição do sistema prisional brasileiro
    diversas são as práticas que interseccionam os poderes disciplinar, biopolítico e
    necropolitico, práticas que conformam a prisão em um território de suspenção de direitos,
    um Estado de Exceção permanente. Dentre estes corpos colocados a exceção na prisão, as
    mulheres são alvos principais da incidência incessante dos poderes que encarnam seus
    corpos e suas subjetividades. Tomando a prisão como um diagrama de forças, esse trabalho
    é uma pesquisa de base qualitativa e trata-se de uma analítica foucaultiana de poderes.
    Desta forma, teve como objetivo geral: analisar as memórias, as narrativas e os encontros
    de uma psicóloga-pesquisadora com mulheres em situação de cárcere, a partir das relações
    de poder que incidem sobre os corpos femininos na prisão. O local de pesquisa foi a
    Penitenciária Mista de Parnaíba – PI, e utilizou-se o registro em diários de campo e
    entrevistas coletivas. O diagrama de poderes na prisão é composto por linhas de
    disciplinarização das mulheres, com o esquadrinhamento de seus espaços, do controle das
    atividades, da punição de comportamentos transgressores e uma vigilância permanente; por
    linhas de controle biopolítico dos corpos, como a limitação de suas sexualidades e
    ineficiência dos serviços específicos para a saúde da mulher; e por linhas que operam pela
    lógica necropolítica, como a precária alimentação fornecida, ociosidade, além do abandono
    ou esquecimento a que muitas são submetidas no cárcere. Constatou-se que o sistema penal
    opera por meio de práticas machistas, classistas e racistas, prolongamento da estruturação
    social, excludente e discriminatória, concedendo às mulheres presas uma dupla penalização.
    Mas também há resistência, como a organização e solidariedade do grupo, as transgressões
    de normas e a construção de amizades, além das expressões feministas próprias aos modos
    de vida das mulheres encarceradas, o que indica a necessidade de estudos interseccionais e
    que considerem suas particularidades e formas de militância. P or fim, o encontro com
    mulheres presas também interpela o corpo de mulher-psicóloga-pesquisadora, produz
    dessubjetivações e novos territórios, tensionando suas representações acerca de sua
    condição de mulher branca, acadêmica, seus ideais feministas e também sua condição de
    liberdade.

  • FERNANDA PINTO DA SILVA
  • Cartografia dos processos de subjetivação em saúde de pessoas com sofrimento psíquico
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 17/02/2020
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  • No terrítório de abrangência da Unidade Básica de Saúde - UBD, da Ilha Grande de Santa Isabel/Parnaiba-PI, que possui duas equipes Estratégia Saúde Familiar - ESF, uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF e uma equipe do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família - PRMSF, a gestão do trabalho dessas equipes deveria ampliar o apoio matricial em saúde mental para organização de acções de saúde na Atenção Básica - AB. Apesar dessa diretriz, - a assistência à saúde do(a) usuário(a) com sofrimento psíquico, nese contexto da psquisa que gerou este estudo, ainda é marcada por uma redução à psiquiatria, independente do problema de saúde-doença do(a) usuário(a). Isso acontece, ora pela dificuldade de imprimir atenção psicossocial de base comunitária, dada a falta de articulação dos dispositivos das Redes de Atenção à Saúde - RAS; ora por dificuldade de trabalho e gestão, dada a falta de estratégia de Educação Permanente em Saúde - EPS; ora pelas experiências de matriciamento não resultarem em Projeto Terap~eutico Singular - PTS. Diante disso, ealizamos uma pesquisa-intervenção acerca de como se configuram os processos desubjetivação em saúde e assistência às pessoas com sofrimento psíquico na Ilha Frande de Santa Isabel, objetivando cartografar processos de subjetivação em saúde de pessoas com sofrimento psíquico e a determinação social da saúde dessas pessoas a partir do olhar de usuários(as), profissionais e familiares. Tomamos a cartografia como método e modo de fazer pesquisa-intervenção; assim, para a produção das informações, as estratégias metodológicas foram tecidas por meio 03 trançados: Trançado 1- Ecomapas dos dispositivos existentes no território; Trançado 2 - Intinerários terapêuticos e de concivência dos usuários-atores da pesquisa:  Trançado 3 - Fluxograma do cuidado em saúde e projeto terapêutico singular relacionado ao matriciamento. Para composição dos trançados, foram realizados 06 encontros com os profissionais da ESF, módulo 2 e 03 encontros com os profissionais da ESF, em média 40 encontros com o usuário no domicílio, 06 acompanhamentos em consultas, 01 acompanhamento em exame, acompanhamentos em demandas sócio assistenciais e jurídicas. a pesquisa contou com 25 participantes, entre profissionais da saúde, usuários com sofrimento psíquico e familiares. Para registro dessa experiência, usamos diário cartográfico e para análise dos resultados recorreremos a alguns passos da socioclínica e a ferramentas-conceitos da esquizoanálise relacionadas à produção de subjetividade e à coexistência de çinhas duras, leves-duras e leves que compõem os trançados e os processos de subjetivação. Nos resulados e discussões, ressaltamos: a) a exixt~encia do Grupo de Escuta e Acolhimento - GEA, dentre os dispositivos de atenção psicossocial de base comunitária, que atua no terrítório, ora com práticas instituintes na perspectiva do devir comum grupaliade, ora com prátricas instituídas pela ESF; b) a presença do psiquiatra na UBS, durante muito tempo, e a psiquiatrização das ações de saúde nos dispositivos da RAS potencializam a medicalização da existência; c) a análise dos processos de subjetivação cartografados a partir dos trançados e as narrativas de Flor de Cacto, Angèlica, Girassol e Estrelícia, mostram analisdores da instituição saúde e os dispositivos classe, raça e gêneto que emergem, apontando, ora para linhas leves como apoio familiar e amizade, ora para linhas leves-duras como ações de ACS e ora para linhas-duras como procedimentos clínicos de profissionais da saúde atravessados pela lógica biomédica e pelos jogos de sber e poder psiquiátricos

  • MALENA ARAÚJO ALVES DE LIMA
  • Poética das Minas Phb: Cartografia dos modos de sujeição e resistência de mulheres às violências de gênero
  • Orientador : ANTONIO VLADIMIR FELIX DA SILVA
  • Data: 14/02/2020
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  • A violência contra a mulher foi se constituindo um dispositivo complexo,
    historicamente, marcado por processos de violência simbólica e modos de ser que
    são produtos de milênios de dominação masculina, não sem movimentos de
    resistência. Na contemporaneidade, – mesmo com o avanço do movimento
    feminista, nos anos 50 e 60 do século XX, no que se refere à luta contra a
    discriminação sexual e a naturalização da reprodução da vida, a violência de
    gênero continua afetando a vida das mulheres, tanto que se tornou um grave
    problema de saúde pública, haja vista as evidências de que é uma das principais
    causas de mortalidade de mulheres em todo mundo. No Brasil, desde a década de
    70, o feminino e os feminismos vêm sendo recriados, social, cultural e
    historicamente e as mulheres vêm inventando outros modos de existir e resistir às
    violências: “artes de fazer” no cotidiano e modos de pensar as relações corporais,
    subjetivas, amorosas e sexuais, introduzindo outras maneiras de organizar o
    espaço, produzir conhecimento e formular politicas públicas. Assim, a produção
    das subjetividades masculinas e femininas e os modos de sujeição e resistência à
    violência de gênero estão em circulação nos conjuntos sociais, entre instâncias
    individuais e coletivas, agenciamento do desejo com diferentes entradas e
    múltiplas saídas, sendo a violência física e psicológica as entradas que afetam,
    diariamente, as mulheres em seus territórios existenciais e que, às vezes, encontra
    na arte uma saída. Diante dessa problemática, nos perguntamos: como se
    configuram os processos de subjetivação de mulheres acerca da produção dos
    modos de sujeição e resistência em violência de gênero? Neste estudo, traçamos
    um plano do comum entre o corpo em campo da mulher pesquisadora e as
    performances das mulheres do movimento Slam das Minas Phb, compondo com
    elas paisagens psicossociais da cidade de Parnaíba-PI. Slam das Minas é um
    movimento feminista de poesia falada, em espaços públicos, sobre temas que
    permeiam a vida da mulher. Nosso objetivo foi cartografar processos de
    subjetivação de mulheres acerca da produção dos modos de sujeição e resistência
    em violência de gênero. Os registros foram feitos através do diário cartográfico e
    para produção das informações, utilizamos como método a cartografia, um modo
    de fazer pesquisa-intervenção que se constitui como metodologia do encontro e
    experimentação de territórios existenciais. Além da composição do movimento,
    acompanhando as apresentações nas ruas e praças, realizamos quatro encontros
    com as Minas, bem como encontros solicitados por elas ao decorrer da pesquisa.
    Participaram deste estudo, 9 mulheres de 18 anos ou mais que já sofreram
    violências por parte do parceiro(a) íntimo(a) e/ou assédio na rua pela condição de ser mulher. A análise, através das narrativas de si durante nossos encontros foram
    feitas por meio de ferramentas-conceitos da esquizoanálise e de autoras
    feministas contemporâneas. O resultado da pesquisa mapeia como as instituições
    se apropriam do corpo feminino tentando subjugá-los e o feminismo surge como
    uma teoria crítica e ético-política desestabilizando um estado de normalizações
    impostas, bem como, esse corpo que é objetificado, sexualizado no cotidiano e
    nas mídias é o mesmo corpo utópico que se produz em espaços heterotópicos
    como forma de resistir às violações. O cuidado de si e a política de amizade
    também está reterritoralizando essas mulheres e singularizando suas
    subjetividades a partir da arte e poesia com suas escritas de si e estética da
    existência que consiste na reinvenção de novos modos de existir através da
    relação consigo mesmas e com os outros, pela vontade de mudar as coisas, de
    criar novas relações mais favoráveis às mulheres e reconstruir suas histórias.

  • TACYANNA MARIA DE AZEVEDO CARVALHO
  • Preceptoria em Psicologia: análise de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade na perspectiva institucionalista.
  • Orientador : ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO
  • Data: 05/02/2020
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  • A formação em saúde vem passando por transformações ao longo dos anos. Mediante as dificuldades das diversas categorias profissionais, incluindo a psicologia, em atuar de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) especialmente na Estratégia de Saúde da Família, temos o surgimento das residências multiprofissionais. Estas são programas orientados pelos princípios e diretrizes do SUS e consideradas um modelo de formação em serviço, proporcionando a qualificação dos profissionais de saúde, visando atuação de forma integral, interdisciplinar e em conformidade com as necessidades e realidades locais e regionais. Apesar de um histórico dedicado as populações elitistas, a psicologia consolidou-se, no campo das políticas públicas, atuando em equipes multiprofissionais, no final da década de 1980, com o deslocamento cada vez mais significativo do psicólogo da condição de profissional liberal para trabalhador nas políticas de saúde. Devido a carência de estudos que abordem a preceptoria em psicologia na atenção básica, surge a questão: como ocorre a preceptoria em psicologia no âmbito da atenção básica? Os seguintes objetivos que norteiam a pesquisa: o objetivo geral de mapear como acontece a preceptoria na formação dos profissionais residentes psicólogos em um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade em uma cidade do interior do Piauí-PI. E como objetivos específicos: perceber as dificuldades e contribuições vivenciadas pelos preceptores; discutir quais os atravessamentos dificultam a prática profissional em psicologia no contexto da residência; e, refletir sobre as possibilidades no processo de educação permanente na formação de profissionais para o fortalecimento SUS. O percurso metodológico: pesquisa de caráter qualitativo, onde a pesquisa-intervenção teve base na Análise Institucional, que deu suporte para problematizar as implicações, como também levantar os discursos e as normas produzidos no coletivo pesquisado. Foram realizadas duas rodas de conversas em momentos diferentes, a primeira onde foi facilitada a Tenda do Conto com as três preceptoras e quatro residentes das seis que fazem parte deste núcleo. No segundo momento, apenas com as preceptoras, construiu-se a linha do tempo, com a intenção de refletir sobre o processo de formação das preceptoras e suas vivências entendendo os caminhos trilhados desde a graduação até o momento de realização da pesquisa. Em um terceiro momento ocorreram entrevistas abertas e semiestruturadas com temas relacionados aos objetivos deste estudo. Toda inserção da pesquisadora entrou em análise, por meio dos diários de pesquisa, ferramenta base para as anotações relevantes observadas em campo. Entre as discussões produzidas e resultados, os analisadores (as análises de implicações das preceptoras, gestão do trabalho e gestão de formação) que foram suscitados deram visibilidade aos processos vivenciados. Cabe aqui ressaltar que as implicações das profissionais estiveram presentes, foram consideradas e analisadas. Considerações finais: este estudo buscou contribuir para a atuação da preceptoria em psicologia, auxiliando os profissionais envolvidos a refletir sobre os modos de vida locais; e como os residentes psicólogos podem proporcionar práticas de cuidado em saúde integrais e interdisciplinares no campo das políticas públicas, atuando em equipes multiprofissionais.

  • BRISANA ÍNDIO DO BRASIL DE MACÊDO SILVA
  • A luta que (re)existe: indianidades dos Tabajaras no Piauí. Oca indígena
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 18/01/2020
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  • Nas últimas quatro décadas, no Brasil, um maior número de grupos indígenas passaram a se
    autodeclarar e a reivindicar o reconhecimento de sua condição étnica e de seus direitos
    constitucionais. No Piauí, destacamos os grupos indígenas da etnia Tabajara que se organizam
    politicamente através da Associação Indígena Itacoatiara de Piripiri, da Associação Organizada

    dos Indígenas do Canto da Várzea e da Associação dos Povos Indígenas Tabajara-Tapuio-
    Itamaraty, inaugurando um novo capítulo na história indígena piauiense, visto que, por muito

    tempo, a presença indígena no estado foi invisibilizada e silenciada. Nesse bojo, o presente estudo
    buscou analisar o processo de indianização dos grupos indígenas da etnia Tabajara no Piauí,
    tomando por base o resgate da sua história, o seu processo de organização política e as suas
    indianidades. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com base nos estudos sobre produção de
    sentido no cotidiano. O estudo ocorreu nos municípios de Piripiri/PI e de Lagoa de São
    Francisco/PI. Participaram 20 lideranças indígenas, mediante os seguintes recursos metodológico:
    a) observação no cotidiano; b) conversa no cotidiano; c) entrevista semi-estruturada individuais
    ou grupais. A análise, com base na técnica do mapa de associação de ideias, resultou nos
    seguintes capítulos de resultados que versam sobre: a) a trajetória dos grupos indígenas Tabajara
    no Piauí; b) a luta por reconhecimento e por garantia de direitos dos Tabajaras no Piauí e, por fim,
    c) os campos de sentidos atribuídos pelos Tabajaras aos seus processos de indianidades. Em
    suma, observamos que à medida que os grupos indígenas Tabajara foram (re)elaborando sua
    identidade étnica e coletiva em torno de um vínculo ancestral, de parentesco e de território
    comum, esses foram mudando o olhar sobre si e foram colocando em análise aspectos
    constitutivos de um discurso colonial sobre o “ser indígena”. De modo que, passaram a (re)criar
    práticas discursivas em torno de suas histórias de vida e de suas indianidades, assumindo-as
    enquanto estratégia de luta, de resistência e de (re)existência, no intuito de contrapor os discursos
    dominantes e totalizantes sobre o ser indígena e as relações de colonialidade do poder, saber e ser
    postas no cotidiano da vida.


  • KELLEM DIAS DE SOUSA
  • Os sentidos atribuídos à morte pelos headbangers de Parnaíba-PI
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 13/01/2020
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  • Esta pesquisa pretendeu compreender os sentidos atribuídos à morte pelos headbangers de Parnaíba-Piauí. Para tal percorremos três caminhos: 1)Discutimos sobre os modos contemporâneos de lidar com a morte; 2)Investigamos como a temática morte é apresentada no heavy metal; 3)Realizamos entrevistas fenomenológicas e observação participante. Para sua produção adotamos o método fenomenológico crítico (ou mundano). Os participantes deste estudo foram 09 headbangers, do sexo masculino, de idade entre 20 e 27 anos. A observação participante decorreu em 06 shows de heavy metal ocorridos na cidade de Parnaíba-PI. O conceito de morte apresentado pelos colaboradores convergiu para a noção de último estágio da vida. Entretanto, a concordância na definição não se estendeu a outros aspectos, pois logo, esteve conectada ao pós-morte e assim abriu para diferentes compreensões. Os entrevistados relataram preparar a si e a outros sobre a morte, alertas sobre a impossibilidade de realizar-se assumiram o projeto de aproveitar a vida por entender sua finitude, assim, retomando o carpe diem originário. A morte foi apresentada como dolorosa por demarcar uma ruptura com o mundo do outro e as estratégias utilizadas para enfrentá-la foram: o heavy metal, lembrar de momentos agradáveis e a espiritualidade. Os participantes apresentaram a morte como o difícil de ser falado devido às perdas eafirmaram a importância do diálogo sobre o tema. No heavy metal, a morte encontrou um território para expressão. Desta forma, o metal proporcionou conhecimento, modos de compreender a morte e diálogo entre headbangers. Os símbolos que o metal comporta são desconhecidos e causam ojeriza entre os não fãs. Por fim, é possível destacar que as compreensões acerca da morte e os modos de ser headbanger encontrados nesta pesquisa foram plurais.

  • JEFFERSON LUIZ DE CERQUEIRA CASTRO
  • Representações Sociais do Envelhecimento e da Qualidade de Vida na Velhice entre Idosos Ribeirinhos do Nordeste Brasileiro
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 10/01/2020
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  • Esta dissertação teve como objetivo geral analisar as Representações Sociais do envelhecimento e da qualidade de vida na velhice entre idosos ribeirinhos do Nordeste brasileiro. Como objetivos específicos: (a) descrever o perfil socioeconômico e sociodemográfico de idosos ribeirinhos (b) apreender as representações sociais do envelhecimento entre ribeirinhos com 60 anos ou mais; (c) identificar as representações sociais da qualidade de vida na velhice para esses idosos. Para atender aos objetivos, foram realizados dois estudos empíricos. De maneira geral, os dois estudos evidenciaram representações sociais heterogêneas tanto do envelhecimento quanto da qualidade de vida (QV) na velhice, o que reitera com a literatura. Todavia, em face a realidade ribeirinha observou-se algumas singularidades, como o destaque para a relação entre o envelhecimento e a funcionalidade, e em como esta implica na vivência do processo de envelhecimento. Além do mais, evidenciou-se a relação entre a QV e funcionalidade, sendo um importante determinante de satisfação com a vida para os idosos, assim como a percepção do estado saúde, de modo que ambas possuem implicações nos estados psicoemocionais dos idosos, contribuindo em dimensões valorativas da QV (positivas ou negativas), e refletindo no bem-estar subjetivo desses idosos. Espera-se que as evidências encontradas possam subsidiar a reflexão sobre políticas de atenção à população idosa voltadas especificamente para o contexto ribeirinho, ao se considerar suas particularidades e necessidades, primando por uma vivência plena do processo de envelhecimento e uma maior QV de velhice para esses idosos.

2019
Descrição
  • IRIANE DO NASCIMENTO ROSA
  • Personalidade e saúde mental em estudantes universitários: o papel mediador da Iniciativa de Crescimento Pessoal
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 13/12/2019
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  • De acordo com o levantamento realizado pelo Fórum Nacional de Pró-reitores de
    Assuntos Comunitários e Estudantis em suas pesquisas realizadas em 2003,
    2011 e 2014 e 2018 estresse, ansiedade e depressão estiveram presentes na
    população universitária. Ademais a literatura a ponta que tais sintomas são
    recorrentes, afetando de forma consistente a saúde mental dos alunos. A
    vulnerabilidade pode ser explicada por diversas variáveis a qual expõe os alunos
    a condições de risco, dentre as variáveis mencionadas estão questões
    relacionadas a personalidade bem como fatores ambientais. Recentemente
    Iniciativa de Crescimento Pessoal vem sendo foco de diversas pesquisas,
    incluído a população universitária. Este construto tem se revelado como um
    fator de impacto, pois há evidências associando tal construto como preditor
    em saúde mental. Neste sentido, o objetivo da pesquisa consistiu em verificar o
    papel mediador de Iniciativa de Crescimentos Pessoal nas variáveis
    personalidade e saúde mental em estudantes universitários que moram longe do
    seu núcleo afetivo. Para alcançar os objetivos proposto, foram realizados três
    estudos, a saber: dois estudos de cunho psicométrico, o primeiro (N= 232)
    objetivou -se verificar evidências preliminares de validade e precisão da ICP II
    para o contexto do estudo. Para isto, realizou-se Análise Fatorial Exploratória
    (AFE). Os resultados apresentados pelo método de Hull indicaram a presença de
    um fator. Os índices indicaram ajuste adequado Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) =
    0,89 e teste de esfericidade de Bartlett (120) = 1621,6 e p = 0,001. As evidências
    de precisão para a medida foram: alfa de Cronbach de 0,92 e ômega de
    McDonald de 0,91. Para o segundo estudo (N= 239) objetivou-se averiguar a
    adequação da estrutura fatorial e sua invariância quanto ao sexo dos
    participantes. Utilizou – se Análises Fatoriais Confirmatórias Categóricas
    (AFCC), análise de invariância e consistência interna. Os índices de ajustes
    indicaram bom ajuste do modelo aos dados {CFI = 0,99; TLI = 0,98 e RMSEA =
    0,032 [(IC90%) = 0,015 – 0,052; p = 0,928)}. As análises de invariância da
    estrutura da ICP II indicaram que a estrutura é estável não havendo vieses de
    respostas ao instrumento para ambos os sexos. Quanto a precisão apresentou
    resultados satisfatório com alfa de Cronbach 0,91 e ômega de McDonald 0,78.
    O terceiro estudo (N=426) objetivou verificar o papel mediador da Iniciativa de
    crescimento pessoal nas variáveis personalidade (traço de personalidade, Big
    Five) e saúde mental (ansiedade, estresse e depressão) em estudantes
    universitários residentes em localidades distantes do seu núcleo afetivo. Para este
    estudo os estudantes responderam o livreto contendo a escala de Iniciativa de crescimento Pessoal EICP II, DASS – 21, depressão, ansiedade e estresse e
    Inventário dos Cinco Grandes Fatores da Personalidade (ICGFP) e questões
    sociodemográficas. Para este estudo as análises indicaram que ICP medeia a
    relação entre a variável neuroticismo e saúde mental de forma parcial.

  • MARCUS VINÍCIUS DE SOUSA DA SILVA
  • Pressão econômica e prática parental: influência do conflito conjugal, da positividade e do otimismo
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 10/12/2019
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  • A presente dissertação tem como objetivo conhecer o efeito do conflito conjugal, da positividade
    e otimismo dos pais no exercício das práticas parentais. Dessa forma, a pressão econômica é
    entendida como um fator ambiental que provocada por situações adversas como, desemprego,
    aumento das dívidas, diminuição da renda familiar, afetando sofrimento dos membros da família
    que ocasiona no surgimento das tensões diárias na vida econômica familiar. A pressão econômica
    influência o estresse emocional marital e as práticas parentais causando impacto no
    desenvolvimento dos filhos e no desempenho escolar; além de aumentar a ansiedade e depressão
    nos sujeitos. Mesmo que os problemas financeiros levem a problemas emocionais e
    comportamentais, tem-se observado que certos indivíduos possuem a capacidade de lidar com as
    adversidades econômicas de forma não prejudicial. Por exemplo, estudos demonstram que,
    características individuais como otimismo e positividade podem reduzir os efeitos prejudiciais da
    pressão econômica na adaptação individual e familiar diante desse cenário. A positividade tem
    sido compreendida como uma perspectiva que a pessoa possui sobre a vida e o futuro, é também
    considerada como um fator importante para o ótimo funcionamento das relações diárias. O
    otimismo é considerado como uma tendência relativamente estável e generalizada de indivíduos
    para esperar resultados positivos na vida. Para atingir o objetivo foi proposto dois estudos
    desenvolvidos a partir de revisões sistemáticas com meta-análise e um estudo empírico. Para
    realização das análises dos estudos teóricos se deu por meio do software Comprehensive Meta-
    Analysis. No primeiro estudo se investigou o efeito da pressão econômica sob o conflito conjugal
    e nas práticas parentais, foi realizada uma revisão sistemática com uso da meta-análise, logo
    observou a partir das revisões sistemáticas que os estudos primários se observa um poder
    explicativo entre a pressão econômica e conflito conjugal o odds ratio (OR) foram significativos,
    e apresentou uma heterogeneidade alta (I² = 87%); os tamanhos de efeitos da Pressão Econômica
    e sua influência no Conflito Conjugal foram positivos [r Meta-análise = 0,210 (IC 95% = 0,18 –
    0,24); p &lt; 0,001)]. Para correlação entre pressão econômica e parentalidade, a heterogeneidade
    foi alta (I² = 97%). Esse resultado pode estar associado as variações que podem influenciar
    diretamente nos resultados, as quais podem ser devidas as diferenças amostrais, o pequeno
    número de estudo que utiliza correlações entre os dois construtos. O resultado demonstrou que a
    pressão econômica exerce uma influência negativa sobre a parentalidade [r Meta-análise = 0,432
    (IC 95% = 0,40 – 0,45); p &lt; 0,001)]. No segundo artigo discute-se os recursos protetivos
    individuais, positividade e otimismo, que atuam na proteção contra os impactos da pressão
    econômica no contexto familiar. A partir do resultado, se observou associação entre a
    positividade e parentalidade, onde os resultados foram significativos. Mesmo apresentado
    heterogeneidade alta (I² = 93%) o tamanho de efeito se mostrou positivo [r Meta-análise = 0,288
    (IC 95% = 0,11 – 0,44); p &lt; 0,001)] apontando que a positividade exercer efeito positivo sobre a
    parentalidade. Já os resultados entre otimismo e parentalidade indicaram uma heterogeneidade
    alta (I² = 85%) sendo significativos e apresentando o poder de efeito explicativos entre os estudos
    [r Meta-análise = 0,247 (IC 95% = 0,21 – 0,28); p &lt; 0,001)], a partir dos resultados da meta-
    análise é possível entender o otimismo dos pais tem um efeito positivo nas práticas parentais, o
    que reduz os efeitos causados pela adversidades econômica no ambiente familiar. No terceiro
    estudo analisou as características individuais positivas e o otimismo dos pais atuam como fatores
    de proteção no enfrentamento da pressão econômica no contexto familiar. o terceiro Tratou-se de
    um estudo correlacional, de natureza ex post facto. Participaram da pesquisa 240 pessoas, sendo53,3% do sexo masculino e 46,7% do sexo feminino, com média de idade de 36,4 (Min 18, Max
    62). Os participantes responderam os seguintes instrumentos: Escala de Pressão Econômica;
    Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21); Escala de Positividade; The Life
    Orientation Revised Test; Escala O’Leary-Porter Scale – OPS e o Questionário sócio
    demográfico. Este projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
    Universidade Federal do Piauí. Para as análises foram empregados o programa IBM SPSS versão
    25 para as análises de dados e o IBM AMOS versão 21. Dessa forma, os resultados apontam que a
    pressão econômica se relaciona com os sintomas psicológicos dos pais Em geral, aqueles que
    experimentaram maiores dificuldades econômicas, consequentemente, apresentaram níveis mais
    altos dos sintomas psicológicos, como também os conflitos conjugais foram mais frequentes na
    presença dos filhos. Assim como otimismo e a positividade se mostraram negativamente
    correlacionada com a pressão econômica. Ainda, a positividade se mostrou como variável
    mediadora na relação entre pressão econômica e conflito conjugal. Os estudos meta-analíticos
    demonstraram que a pressão econômica imprime um efeito negativo sobre o conflito conjugal e a
    parentalidade negativa, tal como, o otimismo e a positividade na parentalidade positiva frente a
    famílias que enfrentam problemas financeiros decorrentes dos períodos de crise econômica.
    Portanto, os achados sobre as características individuais propõem que os sujeitos que adotam uma
    orientação positiva aparentemente lidam melhor com os estressores como, a pressão econômica,
    conflito conjugal e os desafios da parentalidade.

  • SINARA FONSECA FÉLIX DE ARAÚJO
  • Escala de pressão econômica: elaboração e validação de uma medida
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 10/12/2019
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação teve por objetivo realizar a elaboração da Escala de
    Pressão Econômica (EPE), bem como verificar as evidências de validade
    baseadas no conteúdo e na estrutura interna. Pesquisadores da temática propõem
    que a pressão econômica provoca estresse emocional nos membros da família,
    levando ao impacto no bem-estar individual e na dinâmica familiar, e consideram
    que essa pressão econômica envolve três dimensões teóricas, a saber: perda de
    renda, trabalho instável, e alta carga de endividamento, que diz respeito à
    incapacidade de pagar as contas, a suprir as necessidades básicas e a evitar cortes
    nos gastos. Para tanto, foram realizados três estudos empíricos em formato de
    artigo. O Estudo I objetivou a realização de uma revisão sistemática da literatura
    sobre medidas referentes à mensuração da pressão econômica ou crise financeira.
    A partir das etapas de seleção, análise e sintetização dos estudos, 10 foram
    relevantes para ser avaliados. O Estudo II diz respeito ao processo de elaboração
    e busca de evidências de validade psicométrica da EPE. A etapa de elaboração
    dos itens teve por base os indicadores de pressão econômica propostos por
    Conger e Elder, o qual foram elaborados itens para as três dimensões teóricas.
    Em seguida realizou-se a validade de conteúdo com a avaliação de oito juízes,
    que julgaram os itens em três aspectos: adequação, relevância e clareza. O
    Coeficiente de Validade de Conteúdo foi utilizado para avaliar os itens a partir
    dos escores dos juízes. Dentre os 33 itens, oito não se mantiveram acima do
    critério de 0,80, sendo excluídos e a escala ficou composta por 25 itens.
    Posteriormente procurou-se obter evidências de validade de construto por meio
    de uma Análise Fatorial Exploratória. Nesta etapa participaram 369 pessoas
    casadas (M=36,5; DP = 9,24) que responderam à EPE, o Questionário de manejo
    do dinheiro no casal e as informações sociodemográficas de forma presencial e
    via internet. Foi empregado o programa SPSS (versão 22), com a utilização de
    estatísticas descritivas a fim de caracterizar os participantes. Para a análise
    exploratória utilizou-se o Factor 10.9.02, empregando-se rotação Promim, a
    análise paralela para reter os fatores, e o método de extração Unweighted Least
    Squares (ULS). A Análise Fatorial Exploratória (AFE) indicou uma solução de
    dois fatores, com os respectivos índices de ajuste: χ²(251)=230,9, p &lt; 0,01), CFI
    = 0,98, TLI=0,97 e RMSEA = 0,05, fair = 0,99 (IC 90% = 0,047 - 0,051). Após a
    exclusão de três itens a escala ficou composta por 22 itens, onde o primeiro fator
    explicou 40,6% da variância total (α= 0,92). No Estudo III, que visou verificar
    evidências de validade convergente para a EPE com a DASS-21 (escala de
    depressão, ansiedade e estresse) e a Escala O´Leary- Porter (conflito conjugal).
    Fizeram parte da pesquisa 240 homens e mulheres com média de idade de 36,4 anos (DP=8,9), a maioria do sexo masculino (53,3%). Os resultados
    demonstraram índices satisfatórios de correlação significativa e positiva entre
    dimensões das escalas, apresentando correlações de intensidade fracas e
    moderadas, mas que representam uma direção teórica coerente. Os
    resultados demonstram que a EPE apresenta propriedades psicométricas
    adequadas, sugerindo ser uma medida útil para a avaliação das dificuldades
    financeiras nas famílias, bem como a relação com outros construtos quanto aos
    quesitos da validade convergente.

  • JOSIANE ALVES MORAES RABELLO
  • Aspectos ergonômicos do cotidiano de trabalho nas atividades dos garis de capina e varrição em uma organização de limpeza urbana.
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 02/12/2019
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  • O trabalho ocupa um lugar estruturante na vida do ser humano, sendo vital para a
    sobrevivência. Com a evolução tecnológica, muitas transformações ocorreram na
    concepção de trabalho. Neste cenário, surge a Ergonomia considerando as
    capacidades e limitações do operário. O objetivo principal desta pesquisa foi
    realizar uma análise dos aspectos ergonômicos na atividade dos trabalhadores
    garis de capina e varrição de avenidas e praças, em uma instituição de limpeza
    urbana situada em um município do estado do Piauí. Para isso, a metodologia
    empregada teve como base a Análise Ergonômica do Trabalho – AET, que
    propõe produzir conhecimentos na promoção da saúde do trabalhador,
    aumentando sua eficácia produtiva na instituição. A pesquisa contou com um
    total de dezenove garis analisados em um estudo que se decompôs em duas
    partes: dezessete garis de capina e varrição de ruas e avenidas e dois garis
    responsáveis pela limpeza de praças, em um município do estado do Piauí.
    Quanto aos instrumentos consistiram observações sistemáticas que, transcritas
    em diários de campo, guiaram a elaboração do roteiro de entrevista
    semiestruturado. Os dados obtidos foram categorizados por meio da Análise de
    Conteúdo e analisados através da AET, que implica sistematizar a investigação
    da situação real do ambiente de trabalho, levantando a diferença entre trabalho
    prescrito e trabalho real e seus principais efeitos na saúde dos trabalhadores. Os
    resultados sugerem que o gari utiliza estratégias pessoais diante da variabilidade
    das tarefas realizadas e prescrições que exigem sua atividade de trabalho. Na
    análise, foi possível identificar elementos que caracterizam as reais condições de
    trabalho destes operários, bem como, principais riscos ergonômicos que a
    atividade comporta para as quais foram determinadas recomendações de
    melhorias e prevenção que abrangem: conscientização do uso dos Equipamentos
    de Proteção Individual – EPI`s, ênfase no trabalho em equipe e capacitação em
    cuidados básicos na manutenção da saúde. De forma geral, conclui-se que o
    trabalho do gari, por ser desenvolvido em espaço público aberto, está exposto a
    intempéries: sol intenso, chuvas e outras situações adversas ocasionadas pelo
    próprio espaço de trabalho. No entanto eles criam maneiras próprias de adaptação
    às condições desfavoráveis, cooperando uns com os outros, o que possibilita
    ultrapassarem diariamente as metas que lhes são atribuídas pela instituição.:

  • CAROLINA MARTINS MORAES
  • Formação e atuação em Psicologia Escolar para a EJA: contribuições de professoras-pesquisadoras da ANPEPP
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 30/11/2019
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  • A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é constituída na atualidade, como uma
    modalidade de ensino que atende alunos que nunca obtiveram escolarização, que
    estão passando pelo analfabetismo funcional, escolarização incompleta ou mesmo
    em situação de defasagem educacional. A partir do referencial-teórico da
    Psicologia Histórico-Cultural, é preciso pensar sobre o perfil do profissional de
    Psicologia para esse contexto educativo e que ações formativas vêm sendo
    desenvolvidas para subsidiar sua atuação junto às políticas educacionais voltadas
    para essa modalidade. Destarte, este estudo tem por objetivo analisar a formação e
    atuação em Psicologia Escolar frente às Políticas Educacionais voltadas para a
    Educação de Jovens e de Adultos (EJA). Como objetivos específicos: caracterizar
    o perfil docente e as ações formativas desenvolvidas no que se refere à interface
    Psicologia Escolar e Educacional e EJA no Brasil; apreender como a EJA é
    compreendida na visão de professores-pesquisadores do Brasil; analisar como a
    Psicologia Escolar e Educacional pode contribuir para formação e atuação de

    Psicólogos na EJA. Este estudo utiliza o método de pesquisa materialista histórico-
    dialético. Tem por cenário a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em

    Psicologia (ANPEPP) e como participantes: doze professores-pesquisadores de
    diversas regiões do país, que vêm desempenhando um papel formativo, político e

    de produção de conhecimento, nos âmbitos do Ensino Superior e/ou Pós-
    Graduação, no que diz respeito aos temas Psicologia, Educação, e Políticas

    Públicas Educacionais. Os instrumentos utilizados foram: 1) questionário de dados
    sócio demográficos e profissionais, para a caracterização do perfil docente e as
    práticas formativas voltadas para EJA por eles desenvolvidas, e também, 2) roteiro
    de entrevista semiestruturada, com vista a apreensão de como a EJA é
    compreendida no cenário brasileiro, e análise de como a Psicologia Escolar e
    Educacional pode contribuir para formação e atuação de Psicólogos na EJA.
    Análise dos dados ocorreu através da constituição de eixos de análise, a partir da
    perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, seguindo as seguintes etapas: i)
    apreensão do real imediato; ii) descrição empírica; iii) descrição teórica; iv)
    estabelecimento da unidade de análise central do objeto de pesquisa, e por fim, o
    v) retorno à realidade dos dados para explicá-los, com isso, pretende-se superar a
    descrição e explicar o fenômeno a partir do movimento singular, particular e
    universal. Esse estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da
    Universidade Federal do Piauí (UFPI), com número de parecer 2.708.259. Para
    análise dos dados obteve-se os seguintes eixos analíticos: a) Perfil docente e
    currículo em Psicologia Escolar e Educacional; b) A prática formativa em
    Psicologia Escolar e Educacional voltadas para EJA; c) A EJA na compreensão dos professores de Psicologia Escolar e Educacional, que evidenciam os processos
    de fracasso escolar; d) Psicologia e EJA: perspectiva para formação e atuação
    profissional, que aponta para os processos de aprendizagem e desenvolvimento na
    perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural. Os resultados revelam que no campo
    da Psicologia Escolar e Educacional há uma predominância de professoras com
    ampla formação e experiência docente. As ações formativas voltadas para EJA
    vem ocorrendo através da ensino, pesquisa e extensão, mas principalmente no
    âmbito da pesquisa. A EJA é compreendida por meio do fenômeno do fracasso
    escolar e entende-se que contribuições da Psicologia Escolar, tanto para formação
    quanto para atuação junto a EJA, ocorrem pela mediação de processos de
    aprendizagem que promovem desenvolvimento em consonância com o que
    defende a Psicologia Histórico-Cultural. Conclui-se com isso que o presente
    estudo propicia a análise da formação e atuação do psicólogo escolar junto a EJA,
    expondo as ações formativas e perspectivas de atuação. Evidencia também, como
    a Psicologia Escolar pode contribuir com os processos educativos na EJA tendo
    em vista os diversos atores escolares. Este estudo fornece, portanto, subsídios para
    o fomento de políticas públicas específicas para EJA e inserção do psicólogo
    escolar nesta modalidade, e corrobora também, para pesquisas posteriores sobre a
    temática, principalmente, no que diz respeito a interface Psicologia e EJA.

  • LUDMARA MOURA MIRANDA
  • Cultura Organizacional e o Comprometimento dos Trabalhadores em uma Empresa Pública
  • Orientador : RAQUEL PEREIRA BELO
  • Data: 25/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • Na Psicologia a cultura organizacional pode ser considerada como uma variável -
    algo que a organização tem ou uma metáfora - algo que a organização é. No
    presente estudo foi considerado a cultura como uma variável utilizando o modelo
    de Schein, que propõe analisar o funcionamento da dinâmica de forças culturais
    em nível mais profundo do que a realidade manifesta. Também foi estudado o
    comprometimento, sendo este um vínculo existente entre empregados e empresa
    influenciando no desempenho, produtividade e qualidade de vida dos
    trabalhadores. Adotou-se nessa pesquisa o modelo de comprometimento
    organizacional desenvolvido por Meyer e Allen que propõe uma distinção entre
    comprometimento afetivo, normativo e instrumental. Com o objetivo de conhecer
    a possível influência da cultura organizacional no comprometimento no trabalho
    em uma organização pública situada no estado do Piauí, buscou-se identificar os
    elementos desta cultura e compreender seus desdobramentos nos componentes do
    comprometimento dos funcionários considerando seu modelo de gestão com o
    intuito de responder ao questionamento: Quais os elementos da cultura
    organizacional existentes na presente instituição e como estes interferem na
    estruturação do comprometimento dos funcionários? Trata-se de uma pesquisa
    social exploratória-descritiva, que utilizou abordagens quantitativa e qualitativa
    implicando triangulação metodológica. Os critérios de inclusão para participar da
    pesquisa foram: residir em Teresina ou Parnaíba, trabalhar na empresa há pelo
    menos seis meses, estar ativo na filial. Dos 271 empregados, 95 responderam ao
    questionário e 15 responderam à entrevista semiestruturada. Ambos os
    instrumentos foram elaborados pelas autoras de acordo com a teoria que embasa
    a presente pesquisa. O questionário foi analisado por meio do software SPSS. E a
    entrevista foi analisada por meio do software IRAMUTEQ. Os resultados obtidos
    apontam para a existência de um modelo de gestão burocrático e também
    gerencial que influencia na organização da empresa e das relações apresentando
    característica de uma cultura marcada pelo apego à normas e regras, hierarquia,
    relações competitivas, e com valorização do trabalho realizado como importante
    para a sociedade, o que traz como consequências um vínculo marcado pelo
    comprometimento normativo e afetivo, com características também instrumental.
    Foi possível concluir que a cultura e o comprometimento organizacional
    encontram-se relacionados de forma que um interfere na construção e
    manutenção do outro.

  • LEILANIR DE SOUSA CARVALHO
  • Psicologia Escolar na rede pública de ensino do Piauí: mapeamento, caracterização e modelos de atuação em políticas públicas educacionais.
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 25/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • A atuação do psicólogo na rede pública de ensino do Piauí está em pleno desenvolvimento, resultado do movimento brasileiro de discussão sobre a concepção do trabalho do psicólogo escolar, e suas novas alternativas de atuação, por entender que as demandas produzidas na escola são multifatoriais e multideterminantes. Entende-se que a sua atuação deve considerar todos os atores escolares, suas trajetórias, o ambiente em que estão inseridas, suas experiências anteriores, o seu lugar na escola, suas opiniões, e a disposição para a transformação. O psicólogo deve apresentar uma postura crítica, e uma visão de mundo e de homem que ultrapasse os limites de saber único, e saberes dedicados as questões do homem como ser individual ou social. Promovendo a ampliação da capacidade de reflexão diante dos fenômenos e tornando-os mais conscientes de suas limitações e de suas potencialidades. Diante do exposto, questiona-se: como é a atuação do psicólogo na rede pública de educação frente à demanda escolar no estado do Piauí? Mais precisamente na educação básica das instituições de ensino no âmbito estadual e municipal do Estado do Piauí. Para contemplar o problema em questão, o objetivo geral da pesquisa foi investigar a atuação do psicólogo na rede pública de educação frente à demanda escolar no estado do Piauí. E os objetivos específicos foram: identificar os psicólogos escolares que atuam nas esferas municipais e estaduais da educação básica do estado do estado do Piauí; elencar as demandas escolares atendidas pelos psicólogos escolares junto à rede pública de ensino do Piauí; verificar como ocorre o processo de atendimento às demandas educacionais, considerando a operacionalização de políticas públicas de educação; e caracterizar as práticas de intervenção dos psicólogos escolares do Piauí mediante as demandas educacionais e o contexto de atuação profissional. Para a consecução desse trabalho, optou-se pela pesquisa qualitativa e os dados coletados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo. A pesquisa foi realizada no âmbito estadual e municipal a fim de contemplar todos os psicólogos que atuam no estado do Piauí. Nesse caso dois órgãos apresentam em seu quadro de funcionários o psicólogo escolar, sendo eles respectivamente, Secretaria Estadual de Educação do Piauí – SEDUC e Secretarias Municipais de Educação – SEMEC. Os participantes do estudo foram 42 psicólogos (número de psicólogos mapeados nos doze territórios em desenvolvimento do estado e que atendem aos critérios de inclusão). E os instrumentos utilizados foram: 1) questionário de dados sócio demográfico e profissionais, 2) formulário de identificação de políticas públicas de atuação do psicólogo escolar, e 3) roteiro de entrevista semiestruturada. A coleta de dados ocorreu por meio de Autorização Institucional e de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, respectivamente. Para analisar os dados coletados foram criados cinco eixos que distinguem o perfil de atuação do psicólogo na educação do Piauí: a) caracterização e mapeamento dos profissionais, b) as políticas públicas educacionais em que atuam, c) as demandas educacionais e os modelos de atuação, d) atuação em gestão de políticas públicas educacionais, e) avaliação de políticas públicas educacionais. Os resultados mostram que o maior número de psicólogos escolares está distribuído no território Entre Rios, no qual a capital Teresina faz parte. Atuando em políticas públicas responsáveis por programas e projetos educacionais que são executados como medidas de melhoria ao atendimento das demandas escolares em prol de resultados satisfatórios ao desenvolvimento dos alunos. Os profissionais seguem a prática conjugada dos modelos clínico e institucional, tendo como demanda mais incidente aquela relacionada às questões de saúde mental e emocional. Nos aspectos relacionados à gestão os psicólogos distribuem-se entre três perfis: aqueles que não se identificam como gestores, os que desempenham gestão de maneira compartilhada e aqueles que se reconhecem como gestores principais. E dentro das suas práticas a maioria realiza avaliação de políticas públicas após sua implementação a fim de analisar sua eficácia. Portanto, conclui-se que o estudo aqui proposto fornece contribuições para a psicologia escolar na rede pública de ensino no Piauí, promovendo a reflexão sobre o contexto em que está inserido, o público-alvo de sua atuação e suas demandas escolares. O estudo também corrobora com a discussão e compreensão sobre as potencialidades do psicólogo escolar no estado. Além de subsidiar as práticas dos psicólogos escolares com a ampliação de pesquisas na área, principalmente, sobre as concepções, posicionamento e práticas específicas dos psicólogos que atuam nos espaços de educação básica frente às políticas públicas educacionais.

  • LANA CARINE SOARES DIAS CAMELO
  • Mulheres idosas e suas concepções psicossociais da depressão: um estudo das representações sociais
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 22/11/2019
  • Mostrar Resumo
  • A presente dissertação teve como objetivo apreender as representações sociais da depressão a partir da perspectiva de mulheres idosas comparando dois grupos: um composto por mulheres idosas que frequentam grupos de convivência, e outro composto por mulheres que não participam de grupos. O estudo teve respaldo no aporte teórico das Representações Sociais, a partir da abordagem de Moscovici. Participaram da pesquisa 64 mulheres com idade média de 68,6 anos. Para atender os objetivos específicos, foram realizados quatro estudos. Os instrumentos utilizados foram um questionário sociodemográfico; o teste de associação livre de palavras (TALP); um roteiro de entrevista semiestruturada; um roteiro de grupo; e o desenho-estória com tema. De modo geral, os resultados apontaram para representações de envelhecimento heterogêneas entre os dois grupos, tendo o grupo de idosas participantes de GCI apresentado RS positivas enquanto o grupo subsequente mostrou representações negativas ligadas a doença e morte. Referente a depressão, houveram representações convergentes e divergentes, havendo consenso apenas na relação entre depressão e tristeza ou algo ruim e no temor com a doença. Porém, as idosas de GCI apresentaram representações com conhecimentos mais abrangentes, destacando dimensões cognitivas e comportamentais da depressão. Da mesma forma, estas idosas apresentaram percepções mais amplas sobre o tratamento, com representações que englobam vários aspectos para além do uso de medicamentos. Espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam de alguma forma para o desenvolvimento de estratégias de educação em saúde voltadas para mulheres idosas assim como a reflexão sobre a importância de políticas públicas que visem a prevenção da depressão e a ampliação do seu conhecimento.

  • FERNANDA MARIA DE OLIVEIRA
  • Psicologia Escolar e Educacional no Ensino Superior: atuação do psicólogo no atendimento à queixa escolar da UFPI
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 29/03/2019
  • Mostrar Resumo
  • O atendimento à queixa escolar do ensino superior pelo psicólogo exige, dos profissionais,
    novas práticas de atuação e uma visão crítica acerca desse fenômeno. Nesse sentido, deve-se
    conhecer a queixa escolar do universitário a partir do processo de escolarização característico
    da educação superior. Esta pesquisa discutiu esse fenômeno através da psicologia escolar
    crítica. Dessa forma, objetivou revelar a atuação do psicólogo no atendimento à queixa
    escolar do ensino superior na Universidade Federal do Piauí (UFPI). O materialismo
    histórico-dialético subsidiou esta pesquisa teoricamente e metodologicamente. Nove
    psicólogos (técnico-administrativos) participaram desse estudo. Realizaram-se análise
    documental e trabalho de campo. A análise dos dados consistiu em descrição empírica e
    teórica, estabelecimento da unidade de análise e explicação após retorno à realidade. Os eixos
    analíticos são quatro: o Perfil profissional do psicólogo mostrou prevalência do sexo
    feminino, média de idade de 34 anos, inserção recente na UFPI, maioria formada em
    instituição pública, profissionais com pós-graduação
    Lato Sensu e/ou Stricto Sensu em
    diversas áreas; a Caracterização das queixas escolares evidenciou uma queixa escolar ampla,
    complexa, multideterminada e específica no ensino superior; o Atendimento à queixa escolar
    tornou claros os desafios e as limitações para o psicólogo atender à queixa escolar, do ensino
    superior, e as características, habilidades e conhecimentos necessários ao atendimento; os
    Modelos de atuação no ensino superior consistiram em três: clínico, institucional e psicologia
    escolar e educacional. Os resultados revelaram uma queixa escolar que é específica do ensino
    superior. Portanto, produzida em virtude dos fatores relacionados a esse ambiente que envolve
    processo de ensino-aprendizagem e desenvolvimento humano diferenciados de outro nível ou
    modalidades de ensino. Diante disso, na UFPI, as práticas dos psicólogos ocorrem no âmbito
    do atendimento individual e institucional e envolvem diversos atores da comunidade
    acadêmica. Conclui-se que essa atuação desafia os profissionais quanto a sua incipiência e
    escassez de estudos.

  • FRANCISCA MAIRA SILVA DE SOUSA
  • Educação permanente em saúde e trabalho em equipe em um serviço de atenção psicossocial no contexto da interiorização da RAPS
  • Orientador : ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO
  • Data: 25/03/2019
  • Mostrar Resumo
  • A interiorização dos serviços que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ganhou impulso através da descentralização e regionalização dos serviços de saúde, que favoreceu a articulação de redes regionais de saúde em regiões compostas por municípios com menos de quinze mil habitantes, neste cenário, destaca-se a importância da educação permanente e das equipes interprofissionais para a construção de redes de cuidado contextualizada com os territórios que estão inseridos. Este trabalho buscou investigar como ocorrem os processos de educação permanente e trabalho interprofissional em uma equipe do CAPS I em municípios de pequeno porte no Piauí para produzirem cuidado e analisar as demandas de saúde mental. Utilizou-se dos pressupostos teóricos e metodológicos da análise institucional, conforme apontam Lourau (1993) e Baremblitt (2002). A socioclínica institucional foi utilizada como estratégia metodológica para realizar a pesquisa-intervenção. Os dispositivos para a construção dos dados da pesquisa foram três rodas de conversa com os profissionais do CAPS I, participação observante com registro em diários de pesquisa e restituição. Os dados apontaram a educação interprofissional e educação permanente como estratégias de formação profissional no processo de trabalho, possibilitando reflexões e ações no cenário de prática voltadas para além da intervenção psiquiátrica e da prescrição de medicamentos. Ressalta-se a importância do estudo para o cenário da atenção psicossocial e do campo da saúde mental coletiva no Sistema Único de Saúde (SUS), em relação ao processo de interiorização e produção de saúde em diferente contexto. Sugerimos a necessidade de mais estudos sobre a implantação e construção de dispositivos que chegam nos diversos contexto da interiorização da RAPS para a construção de conhecimentos capazes de qualificar a atenção em saúde mental nos diferentes cenários brasileiros.

  • PEDRO VICTOR MODESTO BATISTA
  • Comunidade Terapêutica e Hospitalidade: a questão do estrangeiro
  • Orientador : DENIS BARROS DE CARVALHO
  • Data: 19/03/2019
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  • A hospitalidade pode ser condicionada ou absoluta, nos faz adentrar em normas, pactos e leis ou nas relações de (re)conhecimento da alteridade, bem como, hostilidade e percepção do outro como inimigo. A hospitalidade está na organização básica da vinculação humana e da cultura, nos apresenta a relação com o outro, a relação para com o estrangeiro. Assim, problematizou-se como a hospitalidade se apresenta nas estratégias de acolhimento de uma Comunidade Terapêutica na cidade de Parnaíba-PI. Objetivamos cartografar as práticas de hospitalidade na rotina de uma comunidade terapêutica; caracterizar as articulações com a RAPS; analisar os processos de institucionalização e de hospitalidade vivenciados nesses serviços; refletir sobre a hospitalidade e o acolhimento em saúde mental à luz da filosofia da diferença e do pensamento da desconstrução. Utilizamos da triangulação metodológica entre o modo de fazer pesquisa cartográfica, a observação participante e a mobilização de um grupo como dispositivo na produção de informações, analisamos por meio da analise de discurso e das implicações os encontros entre o cartógrafo e os estrangeiros. Três movimentos foram ressaltados: 1) o movimento de chegada, apresentando tanto os estrangeiros acolhidos como os modos de organização e institucionalização da CT, as suas normas e rotinas; 2) o movimento de reciprocidade, ressaltando as produções de subjetividade que acontecem e os desdobramentos para a oferta da hospitalidade na CT e os pontos de conexão com a RAPS; 3) o movimento de saída, que foca nos os sonhos, desejos e construções de vínculos de amizade produzindo durante os encontros e que podem potencializar o acolhimento em saúde. Notamos que tanto a CT como a RAPS na oferta de uma hospitalidade que reconheça as diferenças, fortaleça a construção de vínculos duráveis, superem os estranhamentos aos estrangeiros, ou seja, que desenvolvam uma prática de cuidado, acolhimento e hospitalidade, ainda, deixa muito a desejar.

  • THALITA PACHÊCO CORNÉLIO
  • Suicídio e produção de subjetividade na contemporaneidade: Uma cartografia de discursos em redes sociais
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 11/03/2019
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  • Segundo a Organização Mundial de Saúde em 2012 ocorreram cerca de 804.000 suicídios no mundo, um a cada 45 segundos (OMS, 2014). No Brasil, foram notificados 55.649 suicídios de 2011 a 2015 (Brasil, 2017). Isto deixa claro a relevância da temática e os discursos sobre a mesma têm se ampliado, sendo preciso compreendê-los. Busca-se aqui esclarecer quais linhas de força atravessam os discursos sobre suicídio em uma rede social mediada pela tecnologia. O objetivo é cartografar os discursos sobre suicídio de usuários de redes sociais mediadas pela tecnologia, intenção que se desdobrou em: apreender as percepções dos usuários de páginas virtuais sobre a temática; caracterizar afetações acerca do suicídio nos discursos em páginas virtuais; e analisar os discursos acerca do tema em sua relação com os processos de produção de subjetividade contemporâneos. Foi traçada uma Cartografia (Deleuze & Guattari, 1995) dos discursos sobre suicídio no Facebook em comentários de publicações abertas ao público. Seguindo as pistas do método cartográfico (Passos, Kastrup & Escócia, 2015), realizamos uma busca ativa com a palavra “suicídio”. Dispensamos páginas religiosas, publicações anteriores a 2016, e postagens com menos de cem comentários. Os comentários “mais relevantes” foram selecionadas pela própria ferramenta. Reunimos 364 arquivos, que contribuíram para a construção de sete analisadores: Eixo 1 - discute o suicídio como um desafio ao tabu da morte; a morte autoprovocada sendo percebida como doença, fraqueza e covardia; e a defesa da mesma como um direito; Eixo 2 - possibilita pensar o suicídio como um resultado de pressões sociais; e como uma reação ao preconceito; Eixo das Resistências – observa a formação no território de grupos de apoio e trabalho. Percebemos os discursos sobre suicídio compondo um rizoma complexo, bem como a importância da realização de mais pesquisas nesse território e sua apropriação para se pensar em prevenir o suicídio.


2018
Descrição
  • ARIANE VIANA MARTINS PORTELA
  • Pressão Econômica e Conjugalidade: apreciação do(a) parceiro(a) e manejo do dinheiro como explicadores da dinâmica conjugal
  • Orientador : SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
  • Data: 14/12/2018
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  • O estudo objetivou analisar se a expressão de apreciação e o manejo do dinheiro predizem a forma como os casais enfrentam a pressão econômica no contexto da crise financeira. Para tanto, participaram da pesquisa 337 pessoas casadas da população geral, sendo a maioria do sexo feminino (61,4%), com média de idade de 36,4 anos (com amplitude de 18 a 71 anos; DP = 10,4). Destes, 97,6% assumiram uma identidade heterossexual, com ensino superior completo e pós-graduação (54,9%). Quanto ao tempo de relacionamento, apresentaram uma média de 143,2 meses (DP = 118,9) de união conjugal. Participaram pessoas de 13 estados brasileiros, com a maior parte delas do Piauí (84,3%) por conta da aplicação dos questionários de forma presencial, seguido do Maranhão (7,1%). Sobre a renda familiar, 66% declarou que a família se mantém com até cinco salários mínimos, sendo que 13,1% desses vivem com até um salário. Do total, 60,5% trabalha e 5,3% estão desempregados. A amostra foi de conveniência, não probabilística. Os participantes responderam aos seguintes instrumentos: Escala de Apreciação nos Relacionamentos; Questionário sobre o Manejo do Dinheiro; Questionário sobre a Pressão Econômica e Questionário Sócio demográfico. Os dados foram tabulados e analisados no software SPSS para Windows, versão 23, onde foram calculadas as estatísticas descritivas (medidas de tendência central e dispersão, distribuição de frequências) para caracterizar a amostra, além das análises de Correlação r de Pearson e Regressão. Os resultados indicaram que a maioria das pessoas casadas utilizam o sistema de gestão compartilhada do dinheiro (51,6%), priorizam os gastos com alimentação (54%) e adotam como última prioridade as despesas com a saúde (6,2%). Houve correlação entre as variáveis sócio demográficas e as dimensões da pressão econômica, apontando que a classe social e a escolaridade podem influenciar no enfrentamento da crise financeira. A infidelidade financeira foi declarada por 56,1%, afirmando que já esconderam seus gastos do cônjuge. Observaram-se correlações entre as dimensões da pressão econômica tanto com as de manejo do dinheiro quanto com as de apreciação em relacionamentos. Os resultados apontaram ainda que a apreciação, e principalmente, o manejo do dinheiro explicam a pressão econômica enfrentada pelos casais no contexto da crise financeira e, por isso, pode-se sugerir que se constituem como protetivos para o relacionamento. Desta forma, ressalta-se a relevância de ampliar a compreensão dos fatores que podem predizer a pressão econômica nos relacionamentos e auxiliar os casais a lidarem de modo satisfatório com as formas protetivas para a relação ao vivenciarem o contexto da crise financeira.

  • MATHEUS BARBOSA DA ROCHA
  • Nos batuques dos quintais: as interfaces do cuidado em saúde entre religiões de terreiros e equipes de saúde da família
  • Orientador : ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO
  • Data: 26/11/2018
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  • A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) levou a mudanças de perspectivas que resultaram em críticas ao modelo hospitalocêntrico e maior enfoque na Atenção Primária à Saúde (APS). Na realidade brasileira, esse nível é operacionalizado principalmente pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). Às ESF’s é incumbido que os mesmos interajam com os espaços sociais da comunidade e promovam cuidados em saúde através de relações democráticas, equânimes e horizontais. Interações da ESF com as práticas de cuidado em saúde promovidas pelos terreiros mostram-se necessárias. O objetivo desse estudo consistiu em investigar os processos de interações entre religiões de terreiros e ESF’s nas ofertas de cuidado em saúde aos territórios em que estão inseridos e aos adeptos/consulentes das religiões afro-brasileiras. Para isso, utilizamos o referencial da Análise Institucional “no Papel”. Os sujeitos foram divididos em três grupos: no primeiro tivemos três líderes de centros religiosos afro-brasileiros; no segundo, praticantes/consulentes desses estabelecimentos religiosos; e no terceiro, os profissionais das três ESF que cobriam os respectivos
    terreiros investigados. Como instrumentos, utilizamos entrevistas semi-estruturadas com os líderes religiosos; observação participante das cerimônias espirituais; conversas informais com os consulentes; e uma roda de conversa com cada ESF. Promover saúde nesses espaços expressa perspectivas de cuidado em saúde que se contrapõem às racionalidades biomédicas, positivistas e cartesianas, fazendo referência a terapêuticas como: uso de plantas com finalidades terapêuticas; recebimento de rezas e passes; consultas com cartomantes, com seus jogos de búzios e incorporações; atendimentos com as divindades por meio de jogos de búzios e incorporações; e desenvolvimento de projetos sociais e comunitários. As ESF’s terminam funcionando num viés curativo-preventivista, o que desemboca na premissa de que seriam os profissionais da saúde os detentores “oficiais” das práticas de cuidado. Dentre as possibilidades de dialogias, conseguimos identificar as seguintes: ausência de atividades conjuntas; reconhecimento mútuo sobre a eficácia e a importância do cuidado em saúde promovido tanto pelos terreiros como pelos serviços de saúde; desenvolvimento de ações conjuntas por iniciativa das ESF’s; e atividades promovidas pelos povos de terreiros em decorrência das suas articulações políticas, sendo esse último caminho deveras enriquecedor para se pensar as interfaces serviços-terreiros.

  • ANNE CAROLINE GOMES MOURA
  • Medidas de sexting: evidencias de validade e precisão em contexto brasileiro
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 26/11/2018
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  • A presente dissertação objetivou adaptar e avaliar as propriedades psicométricas, especificamente de validade e precisão das seguintes medidas de sexting: Sexting Motivations Questionnaire (SMQ) e Sexting Attitude Scale (SAS), além de avaliar o parâmetro de discriminação e dificuldade dos itens via Teoria de Resposta ao Item (TRI), a precisão pelo coeficiente alfa de Cronbach (a) com correlações policóricas e por fim reunir evidências adicionais acerca da validade mediante a verificação da validade convergente entre as medidas. Participaram da pesquisa 603 pessoas com idades de 18 a 66 anos, (M = 22,93, DP = 5,91). Para a análise dos dados utilizou-se os programas IBM SPSS e R (versão 21 e R versão 3.4.4), com o primeiro calculou-se as análises descritivas, que serviram para caracterizar os participantes, enquanto que o segundo fora empregado para efetuar as Análises Fatoriais Confirmatórias (AFC), além de se avaliar os parâmetros dos itens através da Teoria de Resposta ao Item (TRI), considerando o Modelo de Resposta Graduada utilizando-se, para tanto os pacotes Lavaan, Psych, SemTools e Mirt, respectivamente. Na Análise Fatorial Confirmatória, se atestou a estrutura trifatorial da SQM e da SAS. Os fatores da SQM apresentaram consistência interna (alfa de Cronbach) de 0,90, 0,91 e 0,94 (com correlações policóricas) e os fatores da SAS apresentaram o alfa de Cronbach de 0,81, 0,75 e 0,76, apresentando também indicadores satisfatórios, da SQM e da SAS, respectivamente: CFI = 0,99; TLI = 0,99 e RMSEA (IC90%) = 0,047 (0,037– 0,057) e CFI = 0,92; TLI = 0,91; χ²/gl = 116/54 e RMSEA (IC90%) = 0,074 (0,067 – 0,081). Portanto, as análises de TRI foram realizadas, verificando-se que os itens dos dois instrumentos discriminaram adequadamente os participantes, quanto ao parâmetro de dificuldade dos itens, em relação a SQM, o fator Propósito Sexual foram os que exigiram menor quantidade de theta para serem endossados, os itens do fator Reforço da Imagem Corporal exigiram dificuldade média de theta para ser a opção de representação dos respondentes, e por fim os itens referentes ao fator razões instrumentais/agravadas exigiram a maior quantidade de traço latente para serem endossados. Na SAS foi observado que os itens relativos ao fator Risco percebido foram os mais facilmente endossados, exigindo um valor mais baixo do traço latente para concordância total acerca do conteúdo do item. O fator Divertido e despreocupado exigiu dificuldade mediana de theta para ser a opção de representação dos respondentes e os itens referentes ao fator Expectativa relacional apresentou-se como o mais difícil, exigindo maior quantidade de traço latente para serem endossados. Foi observado também que alguns itens contribuíram muito pouco para os fatores, como item 15 (fator 1); item 16 (Fator 2) e os itens, 5 e 13 (Fator 3) da SAS.  Então, realizou-se nova (AFC) e a análise de TRI (modelos de respostas graduadas), excluindo os itens que não apresentaram informações psicométrica significativa. O modelo com quantidade menor de itens, apresentou indicadores que atestam sua adequação psicométrica: CFI = 0,95; TLI = 0,94, χ²/gl = 236/62 e RMSEA (IC90%) = 0,084 (0,075 – 0,093), os alfas de Cronbach referentes aos fatores apresentaram respectivamente (α = 0,83; α = 0,81; α = 0,82). Então, sugere-se uma versão reduzida da medida, apresentando 13 itens. No que tange a validade convergente, as evidências apontaram que maioria os fatores da SQM e SAS se correlacionaram, com exceção do fator Razões Instrumentais Agravadas da SQM com o fator Risco Percebido da SAS, que não apresentaram correlação. Estima-se que os objetivos do estudo foram alcançados, conhecendo evidências das medidas a partir da TRI, referendando seu uso em contexto brasileiro.

  • KAIRON PEREIRA DE ARAUJO SOUSA
  • O consumo de álcool por universitários: uma explicação a partir da religiosidade e da busca de sensações.
  • Orientador : EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
  • Data: 26/11/2018
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  • Esta pesquisa objetivou verificar em que medida a religiosidade e a busca de sensações explicam o consumo de álcool. Foram desenvolvidos dois estudos. O estudo 1  avaliou a validade e precisão do Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) no contexto Piauiense. Participaram 406 estudantes universitários, com idade média de 23,31 anos (DP = 5,73), a maioria do sexo feminino (68,2%), que responderam o AUDIT e questões sociodemográficas. Realizou-se análises descritivas, Análises Fatoriais Confirmatórias (AFC) e de consistência interna. Os resultados indicaram adequação do modelo trifatorial com índices de ajustes (χ2(32) = 0,89, p<0,001; TLI = 0,99; CFI = 0,99; RSMEA = 0,036 (IC90%=0,012 – 0,056); ECVI= 0,30) e consistência interna (α = 0.85; Ω = 0, 89). O estudo 2 objetivou: testar a estrutura do AUDIT obtida no estudo 1; avaliar as correlações entre consumo de álcool, religiosidade e busca de sensações; e conhecer o poder preditivo destes no consumo de álcool. Participaram 210 universitários, com idade média de 21,29 anos (DP = 4,39), a maioria mulheres (53,3%), que responderam os instrumentos do estudo 1 acrescidos da Escala de Atitudes Religiosas (EAR-20) e do Inventário de Arnett de Busca de Sensações (AISS). Além das análises citadas no estudo 1, realizou-se correlação r de Pearson e regressão linear múltipla. O resultado da AFC apontou bons índices de ajuste do AUDIT (CFI = 0,99, TLI = 0,99, RMSEA = 0,039), confirmando sua estrutura trifatorial. Identificou-se relações negativas e significativas entre os fatores da EAR-20 e os do AUDIT, e correlação positiva e significativa entre as dimensões do AISS e as do AUDIT.  Observou-se também que o fator comportamento religioso (EAR-20) explicou o AUDIT total (β = - 0,32, t = - 2,55, p < 0,01), e o fator consumo de álcool (β = - 0,37, t = - 2,99, p < 0,003).

     

  • THALITA PACHÊCO CORNÉLIO
  • Suicídio e produção de subjetividade na contemporaneidade: Uma cartografia de discursos em redes sociais
  • Orientador : LANA VERAS DE CARVALHO
  • Data: 16/11/2018
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  • Segundo a Organização Mundial de Saúde em 2012 ocorreram cerca de 804.000 suicídios no mundo, de modo que a cada 45 segundos alguém tira a própria vida, um total de mais de duas mil pessoas
    diariamente. No Brasil, foram 11.821 suicídios registrados oficialmente em 2012, uma média de 32 mortes por dia (OMS, 2014). De acordo com os casos registrados de 2011 a 2015 pelo Ministério da Saúde, foram notificados 55.649 suicídios no país neste período, o que leva a uma taxa de 5,5 óbitos para 100 mil habitantes, que cresceu de 5,3 em 2011 a 5, 7 em 2015 (Brasil, 2017). Isto deixa claro a relevância de se pensar a temática e os discursos sobre a mesma têm se ampliado, tanto no âmbito acadêmico e científico, como fora dele. Deste modo, é preciso compreender tais falas e sua produção na contemporaneidade. Inicialmente, diferentes territórios foram habitados, sendo possível observar os discursos sobre suicídio em variados espaços, o que possibilitou a percepção da internet como lócus propício à investigação do tema. Busca-se com esta pesquisa esclarecer o seguinte questionamento: quais linhas de força atravessam os discursos sobre suicídio em uma rede social mediada pela tecnologia? Seu objetivo é cartografar os discursos sobre suicídio de usuários de redes sociais mediadas pela tecnologia, intenção que se desdobrou de modo a apreender as percepções dos usuários de páginas virtuais sobre a temática; Caracterizar afetações acerca do suicídio nos discursos em páginas virtuais; e analisar os discursos acerca do tema em sua relação com os processos de produção de subjetividade contemporâneos. O método da cartografia foi utilizado nesta pesquisa segundo a perspectiva de Deleuze e Guattari (1995). Ele exige uma construção contínua, um acompanhamento de processos de subjetivação e produção de subjetividades (Barros & Kastrup, 2015;
    Kastrup, 2008). Foi, então, traçada uma Cartografia dos discursos que atravessam a temática do suicídio em uma rede social mediada pela tecnologia, o Facebook. Este território foi explorado, seguindo os passos da pesquisa cartográfica, através de um recorte dos discursos expostos em comentários postados em publicações relacionadas ao tema e abertas ao público, estando o trabalho de acordo com a Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde que autoriza a pesquisa que utiliza informações de acesso e/ou domínio público. Seguindo as pistas sobre o método cartográfico reunidas por Passos, Kastrup e Escócia (2015), realizamos uma busca ativa por discursos públicos utilizando a barra de pesquisa da rede social com a palavra
    “suicídio”. Como critérios de exclusão, dispensamos páginas de figuras e instituições religiosas, publicações realizadas antes de 2016, e postagens que contassem com menos de cem comentários.
    Utilizamos uma ferramenta da rede para selecionar os comentários que a mesma considera “mais relevantes”. Para a realização da pesquisa, reunimos 364 prints e arquivos em P.D.F. Posteriormente,
    todos foram novamente lidos e estudados para a construção dos analisadores. Os resultados estão divididos em dois eixos: 1) explora a compreensão dos discursos cartografados sobre o que é o suicídio; e 2) evidencia causas para o suicídio hoje, segundo os discursos no território. Os eixos evidenciam questões que serviram como analisadoras dos discursos sobre o tema, de modo que o eixo 1 discute o suicídio como um desafio ao tabu da morte; a morte autoprovocada sendo percebida como doença, fraqueza e covardia; e a defesa da mesma como um direito. O eixo 2 possibilita pensar a morte por suicídio como um resultado de pressões sociais; e como uma reação ao preconceito. Também foram percebidos na pesquisa movimentos de resistência a esses processos.

  • FRANCISCA MAIRA SILVA DE SOUSA
  • “Psicologia, saúde coletiva e processos de subjetivação”
  • Orientador : ANA KALLINY DE SOUSA SEVERO
  • Data: 16/11/2018
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  • Os avanços conquistados através da Reforma Psiquiátrica instituíram através da Atenção Psicossocial uma rede de serviços substitutivos de base comunitária e territorial, que ganhou impulso através da descentralização e regionalização dos serviços de saúde. Esse cenário favoreceu a articulação de redes regionais de saúde em regiões compostas por municípios com menos de quinze mil habitantes. A criação desses dispositivos demanda uma nova forma de cuidado que geram desafios a serem enfrentados pelas equipes multiprofissionais, pois exige a construção de práticas que superem modelos instituídos de cuidados centrados no trabalho individualizado, fragmentado, mecanizado, que acarreta na especialização; assim como mudanças na formação dos profissionais que são majoritariamente feitas em serviços asilares e em cidades de médio e grande porte. Há uma aposta na Educação Permanente em Saúde (EPS) e trabalho interprofissional para superar esse modelo hegemônico e produzir um cuidado mais integral, construído a partir das práticas concretas dos profissionais, junto aos sujeitos. Assim, problematiza-se a implantação de serviços substitutivos de saúde metal que ocorrem através da articulação de redes de saúde em regiões interioranas, que tem como peculiaridade ser de uma realidade diferente da proposta da Política de Saúde Mental, que limita que os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) sejam implantados em territórios com mais de 15 mil habitantes. Esta pesquisa apresenta como objetivo geral investigar como ocorrem os processos de educação permanente e trabalho interprofissional em uma equipe do CAPS I em municípios de pequeno porte no Piauí para produzirem cuidado e responderem as demandas de saúde mental. E objetivos específicos identificar como os profissionais reconhecem espaços e estratégias de educação permanente em saúde para a gestão de um processo de trabalho interprofissional; conhecer quais os saberes acerca do cuidado que foram produzidos pelos profissionais a partir da sua inserção neste equipamento e compreender os desafios dos profissionais para realizar trabalho em saúde mental nestas cidades. Este estudo utilizou-se dos pressupostos teóricos e metodológicos da análise institucional, conforme apontam Lourau (1993) e Baremblitt (2002). Trata-se de pesquisa intervenção, com uma perspectiva teórica qualitativa. Para a realização da pesquisa foi utilizada a socioclínica institucional (Monceau, 2013). Foi desenvolvida com base na à Resolução 466/12 e a Resolução 510 de 2016, após aprovação pelo Comitê de Ética da UFPI. Para a construção dos dados foram realizadas três rodas de conversa com os profissionais do CAPS I; a participação observante com registro em diários de pesquisa foi outro dispositivo utilizado, para descrever formas de cuidado grupal da equipe. Através das rodas percebeu-se que a equipe foi construindo modos de cuidado a partir das suas experiências no cotidiano. Alguns desafios iniciais foram apontados pela descrença da população em relação ao trabalho dos profissionais por advirem das cidades de onde eles trabalham, além da expectativa da população por um serviço pautado no paradigma asilar. O apoio entre os profissionais foi relatado como forma de melhorar os cuidados desenvolvidos. Modelos instituídos e instituintes de cuidado em situação de crise coexistem, sendo o cuidado integral fragilizado devido aos poucos dispositivos existentes em uma cidade pequena. O cuidado grupal foi identificado como potencializador para a EPS, por possibilitar conversas entre profissionais de diferentes áreas. As dificuldades com a gestão municipal foram apontadas como dificuldades que fragiliza as relações com a rede de atenção do município. A reflexão da construção de dispositivos que chegam a territórios através da regionalização permitiu compreender aproximações e distanciamentos de modos instituídos nos grandes centros, apontando para a necessidade de aprofundar os estudos sobre estes territórios.  

  • PEDRO VICTOR MODESTO BATISTA
  • Comunidade Terapêutica e Hospitalidade: a questão do estrangeiro
  • Orientador : DENIS BARROS DE CARVALHO
  • Data: 15/11/2018
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  • A hospitalidade é o ato de receber e acolher bem o hóspede, de ser amistoso e hospitaleiro, abrigar e oferecer ao outro cuidado, compreendida como uma lei, norma e tradição essa se caracteriza como uma hospitalidade condicionada e condicionante, reguladora dos vínculos e da sociabilidade. A hospitalidade absoluta apresentase como uma abertura ao outro, ao estrangeiro, esse ser estranho e não habitual, muitas vezes, estigmatizado e excluído por sua condição de diferença e nomadismo, ele exige a abertura à alteridade e ao exercício da hospitalidade absoluta, pois essa não exige condições para o acolhimento ou a entrada em um pacto, ela burla as leis da hospitalidade e as perverte. Dessa forma, é um impossível e um paradoxo que nos posiciona a pensar nas condições de reciprocidade e vínculo que construímos para com o outro. Todas essas elaborações, apoiadas na filosofia da diferença e no pensamento da desconstrução desenvolvida nas reflexões de Jacques Derrida visa ampliar o debate sobre a hospitalidade como prática ética de acolhimento. Esse estudo
    cartografou a hospitalidade apresentada em uma instituição que se ocupa de abrigar, receber, acolher e cuidar de pessoas em situação de vulnerabilidade, desabrigadas, em situação de rua e/ou em sofrimento psíquico decorrentes do uso ou não de drogas (os estrangeiros), uma comunidade terapêutica na cidade de Parnaiba-PI. Essa instituição funciona como uma moradia que oferece suporte e abrigo àqueles que a buscam ou são encaminhados para as suas “terapêuticas” e “serviços”. Desse modo, com os objetivos de produzir visibilidade e
    dizibilidade aos modos como a hospitalidade acontece nesse serviço; como ela se organiza e se articula com as redes de cuidado; como os moradores dessa comunidade terapêutica vivenciam seus processos de institucionalização e hospitalidade. O pesquisador valendo-se do método da cartografia participou do cotidiano, negociou a formação de um grupo com os residentes dessa instituição e desenvolveu oficinas para produzir informações, implicações e analisadores sobre as experiências da hospitalidade. Essa experiência registrada em diário cartográfico, bem como, os materiais e produções decorrentes das oficinas foram filmados e fotografados. Portanto, esses materiais cultivados durante o percurso cartográfico estão sendo analisados por meio da análise do discurso com a finalidade de produzir problematizações, interpretações e desdobramentos sobre as práticas de hospitalidade vivenciadas no decorrer dessa pesquisa. Podemos identificar o rito da hospitalidade através dos movimentos do
    cartógrafo e dos estrangeiros nessa instituição: o primeiro movimento, o de chegada ou encontro com a instituição, apresenta a experiência do pesquisador ao adentrar os espaços da casa, seu encontro com os estrangeiros, a caracterização da rotina; os estrangeiros, por sua vez, se apresentam e se identificam compartilham de suas historias de vida, memórias e lembranças, esclarecem qual a articulação entre a casa e outros serviços; em um segundo movimento, o da reciprocidade, as trocas entre o cartógrafo e os estrangeiros se fizeram no jogo da
    hospitalidade do dar-receber-retribuir, ou seja, para todos que adentram essa instituição as trocas e a reciprocidade produz subjetividades que os transformam de acolhidos em cuidadores; e no terceiro movimento o de saída da instituição é apresentada a esperança e suas expectativas de transformação, o desejo de mudança, a solicitação do reconhecimento das diferenças que mobilizem relações de amizade e acolhimento. Assim sendo, esse estudo nos aproximou de atravessamentos: de um lado relações de cuidado entre os participantes que acolhem as diferenças, produzem afetos alegres e positivos, constroem laços de amizade e reconhecimento que podem efetivamente transformar as suas perspectivas de vida e produzir mudanças, de outro lado, o poder disciplinar e pastoral, as normas da instituição, a desarticulação da rede de cuidados, o tratamento moral e os vieses de uma instituição total apontam para o fracasso da comunidade terapêutica como serviço suplementar para a Rede de Atenção Psicossocial. Essa mesma rede desarticulada e com falhas dá vazão a esses serviços substitutivos que oferecem, em parte, as necessidades de acolhimento como: a amizade, moradia, abrigo, alimento e espiritualidade. Logo, a hospitalidade absoluta e o reconhecimento das diferenças e da alteridade ampliam a permanência dos estrangeiros e produzem desejos de mudança de modos de vida enquanto as burocracias, o foco na medicalização, a carência de atividades de socialização e articulação com a sociedade, produzem a exclusão e a marginalização das diferenças.

  • FERNANDA MARIA DE OLIVEIRA
  • A atuação do psicólogo no atendimento às queixas escolares do Ensino Superior
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 15/11/2018
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  • A Educação Superior tem sido apontada como um cenário ainda pouco explorado pelo psicólogo, por isso, bastante favorável e desafiador para sua inserção e atuação, principalmente, pela necessidade de rompimento com práticas tradicionais de atendimento e de uma visão crítica sobre o processo de escolarização e os problemas escolares que culminam na queixa escolar, produzida nesse nível de ensino, assim como em outros espaços educacionais. A forma de atuar diante desse fenômeno foi discutida nesta pesquisa sob a perspectiva da Psicologia Escolar crítica. O presente estudo buscou compreender a atuação do psicólogo no atendimento à queixa escolar do Ensino Superior, na Universidade Federal do Piauí. Apresentou como objetivos específicos: elaborar o perfil do psicólogo desta instituição, considerando sua formação e sua atuação no Ensino Superior; caracterizar as queixas escolares de universitários; identificar, no conjunto de práticas dos psicólogos da instituição,
    aproximações e distanciamentos da área da Psicologia Escolar e Educacional no Ensino Superior; e, investigar as estratégias desenvolvidas pelos psicólogos na Educação Superior no atendimento à queixa escolar. Utilizou-se o materialismo histórico-dialético que fundamenta a psicologia histórico-cultural, fornecendo subsídios essenciais como base teórica e método para a realização deste estudo. Esta pesquisa, de abordagem qualitativa e exploratório-explicativa, foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (CEP UFPI) com Parecer de nº 2.164.820 e contou com a participação de 09 psicólogos que atuam no Serviço Escola de Psicologia e nos Núcleos de Assistência Estudantil, em cinco campi desta instituição. Foi estruturada da seguinte maneira: análise documental e trabalho de campo. A partir de levantamento e análise
    de documentos nacionais, institucionais e dos serviços (Decretos Federais, Resoluções, Portarias, Estatutos, Regimentos, Plano de Desenvolvimento Institucional/PDI, Regulamentos, Manuais Operacionais, Relatórios dos Serviços, Editais de concurso da UFPI, ficha funcional da instituição) foi possível elaborar uma linha histórica sobre a inserção dos psicólogos na UFPI e identificar onde atuam, conhecer as queixas atendidas e as práticas que desenvolvem. O trabalho de campo realizou-se com dois procedimentos: questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas. A análise de conteúdo possibilitou organizar as informações obtidas nos questionários em dois eixos analíticos. No primeiro eixo, perfil profissional do psicólogo, verificou-se entre os participantes a predominância de psicólogos do sexo feminino, em sua maioria formada em instituição pública, possuindo pós-graduação em diversas áreas, tanto em níveis lato-sensu quanto em stricto-sensu, com inserção na UFPI a partir de 2008, em sua maioria atuando nesta instituição na Política de Assistência Estudantil. No segundo eixo, caracterização das queixas escolares no Ensino Superior, apresentaram-se as demandas de atuação do psicólogo na UFPI alicerçadas nas categorias: processo ensino-aprendizagem; relações sociais; comportamento do estudante; enfrentamento de processos de exclusão social; política de inclusão; política de permanência; e saúde mental dos universitários. Em seguida, foi discutida a caracterização da queixa escolar da UFPI por campus, conforme Relatórios dos Serviços. Para finalizar esse eixo, as queixas escolares por campus da UFPI, embora sejam produzidas de forma integrada, foram agrupadas em fatores relacionados à instituição e ao indivíduo. Os dados coletados com a entrevista, ainda em processo de análise, possibilitarão desenvolver o eixo analítico 03, que discutirá o atendimento à queixa escolar no Ensino Superior a partir das práticas e das estratégias desenvolvidas pelos profissionais na instituição. A partir desse estudo, pretende-se contribuir com uma visão crítica sobre a atuação do psicólogo no atendimento às queixas escolares do Ensino Superior.


     

  • FRANCISCO BRUNO PAZ SOARES
  • A formação em psicologia: interface com a saúde coletiva
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 11/10/2018
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    Mais do que a inserção em diferentes espaços institucionais de saúde e ampliação dos cenários de atuação profissional, a entrada do psicólogo na Saúde aproximou a profissão do campo de debates da Saúde Coletiva, exigindo um modo diferenciado de estar nos serviços e pensar o universo das políticas. Partindo disso, indagamos: Como a Saúde Coletiva tem sido discutida na formação em Psicologia no Brasil tanto em termos oficiais por meio dos Projetos Pedagógicos dos Cursos, quanto em relação ao currículo vivido? Como objetivo geral propomos: investigar os fundamentos epistemológicos, metodológicos e ético-políticos da Saúde Coletiva que orientam os processos formativos em Psicologia no Brasil desde a resolução Nº 8, de 7 de Maio de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Psicologia. Como específicos: a) identificar os fundamentos epistemológicos acerca da Saúde Coletiva presentes nos currículos de psicologia; b) analisar as dimensões teórico-metodológicas e técnico-operativas desenvolvidas no decorrer da formação em Psicologia para atuar no campo da Saúde Coletiva; e c) conhecer a forma com que os estudantes de Psicologia do Piauí vivenciam e se implicam com os processos formativos para atuar na Saúde Coletiva. Metodologicamente, trata-se de um estudo de cunho descritivo, com abordagem qualitativa, estruturado em duas etapas. A primeira com base no delineamento documental, utilizou como fonte de produção dos dados os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Psicologia (PPC) no Brasil, disponíveis em domínio público (n=30). A análise, apoiada no software IRAMUTEQ, contemplou três componentes: Disciplinas (n=727), Ementas (n=727); e Referências Bibliográficas (n=428). A segunda contemplou uma pesquisa de campo com graduandos dos cursos de Psicologia de Instituições de Ensino Superior das cidades de Parnaíba/PI e Teresina/PI (n=16). Como instrumentos para produção de dados nessa etapa, utilizamos a técnica de entrevista grupal. Tais entrevistas foram analisadas, com base no processo de análise das práticas discursivas, por meio da técnica dos Mapas de Associação de Ideias. Os dados de ambas as etapas do estudo foram
    organizados nas seguintes categorias de análise: 1) Modelo Biomédico; 2) Modelo de Saúde Pública e 3) Modelo de Saúde Coletiva. Conclui-se que apesar do nítido avanço na formação em Psicologia no que tange ao âmbito curricular de conteúdos e práticas alicerçadas ao modelo de Saúde Coletiva e da Reforma Sanitária, tais concepções precisam ser urgentemente ampliadas, principalmente em relação ao currículo vivenciado no cenário piauiense.

  • THAISA DA SILVA FONSECA
  • O psicólogo escolar na educação profissional e tecnológica: práticas, desafios e perspectivas
  • Orientador : FAUSTON NEGREIROS
  • Data: 22/09/2018
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  • Esse estudo objetivou analisar as práticas desenvolvidas pelos psicólogos escolares e educacionais nos IFPIs. Utilizou-se o referencial teórico-metodológico da psicologia histórico-cultural e o estudo foi delineado em duas fases: 1) Correspondeu à caracterização do contexto de trabalho e à identificação do perfil dos psicólogos que atuavam nos IFPIs, sendo que 15 psicólogos responderam ao roteiro de caracterização institucional e ao questionário de dados sócio demográfico e profissionais, permitindo conhecer os psicólogos que atuavam na área da PEE, selecionados como participantes da próxima fase; 2) Representou a revelação da concepção de PEE entre os psicólogos atuantes nessa área junto aos IFPIs e à apresentação das práticas que eles desenvolviam, sendo que 10 psicólogos escolares foram entrevistados. A análise dos dados procedeu-se na realização de descrição empírica e teórica, no estabelecimento de unidades de análise e no retorno à realidade dos dados para explicá-los. Na primeira fase, os resultados indicaram que: os Campi locais de pesquisa abrangeram as quatro mesorregiões piauienses; os psicólogos escolares eram predominantemente mulheres, piauienses, casadas e de faixa-etária jovem, em meio que se percebeu um protagonismo da PEE enquanto área de atuação nos IFPIs. Na segunda fase, da qual participaram apenas os psicólogos escolares, averiguou-se que: havia uma variedade de concepções de PEE; as práticas desenvolvidas pelos psicólogos escolares abrangeram ações com foco individual e coletivo junto aos variados atores sociais da instituição e diante dos diversos níveis e/ou modalidades educacionais; coexistiam formas de atuação tradicionais e emergentes, um pleno movimento de transformação das práticas desenvolvidas, superando o modelo clínico-terapêutico e alcançando um modelo de atuação institucional, com evidentes indícios de criticidade em PEE. Espera-se que os resultados contribuam para subsidiar reflexões sobre as práticas desenvolvidas pelos psicólogos escolares nos IFPIs, principalmente com um olhar de potência frente às ações contextualizadas construídas nesse recente lócus de práticas profissionais.

  • ÁDILO LAGES VIEIRA PASSOS
  • Representações sociais, hanseníase e envelhecimento: um estudo com os moradores do Hospital Colônia no Piauí
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 14/09/2018
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  • A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que possui uma história milenar, mas que somente há poucas décadas tornou-se curável. Neste sentido, ainda é possível encontrar muitas pessoas que foram diagnosticadas com a doença numa época em que o tratamento era baseado na exclusão e no isolamento, sendo os hospitais-colônia uma das principais referências deste paradigma terapêutico. Em vista disso, uma parcela dos pacientes internados nos hospitais-colônia tiveram seus vínculos familiares e comunitários rompidos e/ou fragilizados, o que os fez permanecer nestas instituições, mesmo após a descoberta da cura da hanseníase, fenômeno que também é observado no Hospital Colônia do Carpina (HCC) em Parnaíba-PI. Nesta acepção, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as representações sociais da hanseníase e do envelhecimento entre os moradores do Hospital Colônia do Carpina da cidade de Parnaíba-PI. Como objetivos específicos: realizar uma revisão sistemática dos estudos científicos sobre as representações sociais da hanseníase; apreender as representações sociais da hanseníase entre moradores do Hospital Colônia do Carpina; apreender as representações sociais da hanseníase entre moradores do Hospital Colônia do Carpina; e, ainda, verificar as representações sociais do Hospital Colônia do Carpina entre seus moradores. Para atender aos objetivos, foram realizados três estudos, sendo um teórico (Estudo 1) e dois empíricos (Estudos 2 e 3). De forma geral, os estudos indicaram que as representações sociais da hanseníase apresentam ideias antagônicas, pois embora evidenciem elementos ancorados no conhecimento científico e que representam a hanseníase como qualquer outra doença curável, a prevalência do significante preconceito demonstra que esta representação ainda guarda elementos da lepra. Por sua vez,a representação social do envelhecimento se ancorou num esquema conceitual associado à fase da velhice e objetivado na figura do velho. Além disso, esta representação evidencia elementos positivos e negativos. De forma positiva, a velhice foi concebida quantitativamente como sinônimo de uma vida longa. Negativamente, os entrevistados associaram esta etapa a perdas funcionais, à dependência e a conflitos. Por fim, os participantes representaram o HCC de forma positiva, ressaltando uma adequada estrutura institucional e o bom relacionamento entre moradores e funcionários. Apesar disso, esta representação também apresenta pontos de tensão, pois, para alguns moradores, viver no HCC se deve à falta de recursos físicos e materiais. Já para outros, permanecer no HCC decorre de razões subjetivas, como o apego à instituição. Estas representações refletem, sobretudo, a trajetória de um grupo de pessoas que tiveram suas vidas marcadas pelo isolamento e preconceito decorrentes do adoecimento por hanseníase e que, atualmente, já se encontram em avançado estágio de envelhecimento –75% tem 60 anos ou mais. Espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para o desenvolvimento de estratégias que promovam mudanças capazes de alterar os elementos negativos que estruturam as representações sociais da hanseníase e do envelhecimento, bem como que se reconheça a importância do HCC para seus moradores, haja vista a vivência de grande parte de suas vidas no interior desta instituição.

  • ANA AMABILE GABRIELLE RODRIGUES LEITE
  • Representações Sociais da Robótica Educacional: estudo comparativo entre professores de escolas da rede de ensino privada
  • Orientador : LUDGLEYDSON FERNANDES DE ARAUJO
  • Data: 10/09/2018
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  • A integração das novas tecnologias no contexto educacional surge como uma proposta de complemento ao processo de ensino e aprendizagem no atual contexto tecnológico em que se encontra a educação brasileira. De acordo com o Guia de Tecnologias Educacionais, desenvolvido pelo Ministério da Educação, surge, no contexto educacional, a inserção de robótica como uma ferramenta para o ensino. Diante disso, torna-se preciso atentar para as representações que os professores, indivíduos inseridos em sala de aula e em sociedade, possuem desta inserção, Desta forma, essa dissertação objetiva analisar, com caráter, as representações sociais da robótica educacional entre os professores de duas escolas da rede de ensino privada, que possui a robótica educacional e outra escola que não a possui a robótica educacional em seu contexto escolar. Para respaldar teórico-metodologicamente este estudo, utilizou-se o referencial da Teoria das Representações Sociais proposta por Moscovici em 1961. Participaram da pesquisa 40 professores da rede de ensino privada da cidade de Parnaíba, 20 que possuem a robótica educacional em seu contexto e 20 que não possuem a robótica. Para o levantamento de dados, utilizou-se o Teste de Associação Livre de Palavras com a palavra, entrevista semiestrutura e o questionário sociodemográfico. Para realização da análise de dados, utilizou-se a análise de redes semânticas e análise de conteúdo temática de Bardin. A estrutura desta dissertação se organiza em torno de três estudos, que investigam respectivamente as representações sociais da robótica educacional, das novas tecnologias e aprendizagem no cenário educacional atual. Os dados levantados nos estudos demostram que o grupo que possui robótica educacional em seu contexto, representa a robótica educacional e as novas tecnologias com termos voltados para sua aplicabilidade prática, atribuindo a estas, representações de transformação, aprendizagem e avanço. Enquanto que os professores que não a possuem em seu contexto, atribuem a estas, representações veiculadas pela mídia e pelos insumos tecnológicos presente em sua realidade diária. Além disso, as representações destes professores sobre aprendizagem remetem ao ensino em duas abordagens, os professores que possuem robótica educacional a representam por um viés das abordagens construtivistas e os professores que não possuem robótica educacional em seu contexto, por um viés das abordagens instrucionistas. Apesar das diferentes representações em seus núcleos de rede. Os professores de ambos os grupos representam a robótica educacional e as novas tecnologias como uma ferramenta que auxilia no processo de ensino e aprendizagem, representando a aprendizagem enquanto um processo de ação contínua que necessita de estimulação e interação mediada para ocorrer. Espera-se que este estudo possa contribuir para a formação de futuros professores mediante a integração das novas tecnologias no contexto escolar.

  • ANDRESSA VERAS DE CARVALHO
  • “É coco, é coco, cocá, o melhor do coco é quebrar!”: os processos de subjetivação de mulheres quebradeiras de coco no Piauí
  • Orientador : JOAO PAULO SALES MACEDO
  • Data: 04/09/2018
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  • Este estudo teve como objetivo cartografar processos de subjetivação de mulheres quebradeiras de coco babaçu piauienses em seu modo de vida e de luta junto ao Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, orientada pela perspectiva ético-estético-política da Cartografia, operando com concepções da caixa de ferramentas-conceitos da Filosofia da Diferença. O estudo foi realizado a partir da imersão em três comunidades rurais do município de Esperantina, onde está localizada a sede regional do MIQCB no Piauí, e que conta com grupos de mulheres quebradeiras de coco. Além do acompanhamento das atividades cotidianas, utilizamos como recursos a produção de narrativas e de fotografias, de autoria das próprias mulheres quebradeiras de coco, que se conectassem aos seus modos de vida. As fotos, posteriormente, foram utilizadas como elementos analíticos em conversas coletivas com as participantes da pesquisa. A análise gerou três eixos: o primeiro recupera as trajetórias de vida das mulheres e o contexto de opressão e violências no qual viviam, assim como também seus movimentos de resistência, fazendo emergir as condições de criação do MIQCB; no segundo, traçamos algumas problematizações em torno da identidade “quebradeira de coco”, forjada no jogo político de reivindicação de direitos; e o terceiro versa sobre os efeitos subjetivos produzidos pela ação política junto ao MIQCB. Este último desdobra-se em três blocos de discussão, sendo o primeiro relacionado aos tensionamentos na lógica normativa que define os lugares socialmente ocupados pelas mulheres; o segundo recupera a amizade em seu potencial político de resistir e produzir contracondutas; e o terceiro que versa sobre as ressonâncias do modo de subjetivação “empresário de si” nos modos de vida das mulheres e os desafios e resistências atuais. Por fim, apostamos na potência do comum e nas lutas transversais enquanto resistência das mulheres quebradeiras junto ao MIQCB, sinalizando para uma abertura de aproximação com outros movimentos sociais, a fim de tentar escapar à racionalidade neoliberal.

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