As regiões tropicais apresentam uma grande quantidade de espécies forrageiras com elevado potencial para a produção de forragem, entretanto ocorre um declínio na qualidade de nutrientes durante a época seca, tornando-se insuficiente para atender as demandas dos animais, desta forma, a silagem surge como uma alternativa para suprir esta demanda de nutriente. Assim, a cactácea Pereskia aculeata Miller, conhecida popularmente como ora-pro-nóbis surge como potencial aditivo, pois apresenta em sua composição elevado teor de proteína além de compostos bioativos que pode agregar na qualidade do material ensilado. Objetivou-se com este estudo avaliar as características fermentativas, estabilidade aeróbica, valor nutritivo e composição química da silagem da forragem de capim-elefante BRS Capiaçu associada à cactácea ora-pro-nóbis. Esta pesquisa foi desenvolvida no Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Campus Caxias. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado com cinco tratamento e quatro repetições. Os tratamentos consistiram na inclusão de 0% (controle); 10%, 20%; 30% e 40% de ora-pro-nóbis à silagem, com base na matéria natural. A forragem de capim-elefante BRS Capiaçu foi colhida a 20 cm do solo, aos 110 idade dias pós-rebrota, com altura média de 3,5 a 4,0 m. A ora-pro-nóbis foi colhida aos 6 meses após o corte de uniformização. A forragens foram picadas a partículas de 2 cm. Os mini-silos foram confeccionados em baldes com 18 cm de comprimento e 16,5 cm de diâmetro, com 1,0 kg de areia lavada na parte inferior para reter os efluentes e válvula de Bunsen na parte superior. A forragem foi compactada à densidade de 600 kg/m3. Os silos foram abertos 120 dias após a ensilagem. O teor de PB aumentou linearmente (P<0,05) e a FDA reduziu linearmente (P<0,05) com a adição da ora-pro-nóbis à silagem. Os teores de cinza e FDNcp apresentaram efeito quadrático (P<0,05), com maiores teores quando da inclusão de 30 e 0% de ora-pro-nóbis, respectivamente. A adição de ora-pro-nóbis às silagens resultou em efeito quadrático (P<0,05) quanto às perdas de gases (PG), efluentes (PE) e matéria seca (PMS) das silagens, com menores perdas quando da adição de 20% de ora-pro-nóbis. As silagens com adição de 10 e 20% de ora-pro-nóbis atingiram a temperatura máxima (Tmax) em 42 e 38 h, respectivamente, indicando menor estabilidade. A adição de ora-pro-nóbis não influenciou (P>0,05) as frações de carboidratos solúveis e de rápida degradação (A+B1), o pH mostrou-se mais estável quando da adição de 30% a 40% de ora-pro-nóbis. A concentração de ácido lático não foi influenciada pela adição de ora-pro-nóbis (P>0,05), mas houve uma tendencia a uma regressão linear decrescente (P<0,05).