O armazenamento incorreto das rações utilizadas para piscicultura possibilita a multiplicação de fungos filamentosos que alteram a composição físico-química, e conforme a espécie, produzam micotoxinas. Por esse motivo, com o seguinte trabalho objetivou-se avaliar se o manejo e o armazenamento das rações usadas em piscicultura favorecem: a produção de fungos filamentosos micotoxigênicos e a alteração das características físico-químicas, micológicas e microscópicas. Para a coleta das amostras em uma propriedade de psicultura piauienses utilizou-se delineamento inteiramente casualizado com fatorial 2x2 (dois níveis de proteína 28 % e 32% e duas formas de manejo sacos fechados oriundas de fábrica e sacos abertos manuseados na propriedade). Foram realizadas análises para quantificação e identificação fúngica, extração de micotoxinas, composição centesimal e pesquisa de sujidades. As contagens fúngicas não apresentaram diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos e oscilaram entre 2,00 e 4,30 UFC/g log10 independente da forma de exposição. Foram isolados os gêneros Aspergillus e Penicillium em todas as amostras sendo o gênero Aspergillus awamori o mais prevalente. As micotoxinas, a partir de suas analises em cromatografia liquida detectou-se presença de aflotoxinas B1, B2 e G1. Com relação a composição centesimal não ocorreu diferença significativa quanto aos teores de umidade, de cinzas e de lipídios das amostras. A diferença observada quanto aos teores de proteína foi inerente ao tipo de produto. Observou-se a presença de fragmentos de insetos, pelos e partes vegetais dos constituintes da ração. Conclui-se que a forma do manejo das rações nas propriedades piscicultoras pode interferir nas características de qualidade micológicas, micotoxicológicas, físico-químicas e microscópicas.