Análises químicas de fragmentos cerâmicos e de resíduos orgânicos agregados a estes correspondem a um meio de trazer à luz dados acerca de civilizações históricas. Com o intuito de compreender o método de fabricação e uso das vasilhas cerâmicas pelos antigos habitantes do Sítio arqueológico Ininga (Teresina – PI – Brasil), procedeu-se com a caracterização das amostras por meio de microscopia óptica, MEV, FRX, FTIR e DRX para identificar as semelhantes a método de fabricação das peças e em outra etapa, realizou-se extração por soxhet de lipídios e posterior identificação destes por FTIR e CG-EM. Com os resultados obtidos, foi possível verificar que as amostras cerâmicas são similares em composição e método de fabricação, o que ratifica a ideia inicial que todos os utensílios cerâmicos estudados tenham sido confeccionados por um mesmo povo e devem ser contemporâneos. Em relação ao estudo dos lipídios, pode-se inferir que tratavam-se de vasilhas de alimentação, visto que foram identificados fragmentos de lipídios presentes em animais e vegetais. Desta forma, verifica-se que os dados obtidos corroboram com os conhecimentos acerca dos costumes de manufatura e uso de cerâmicas pela população de falantes Tupi-guarani, o que serviu como estudo pioneiro para trazer luz aos estudos do Sítio arqueológico Ininga.