As perspectivas sobre a homossexualidade ultrapassam inúmeras construções sociais do indivíduo que variam desde a busca por alguma justificativa biológica ou patológica até percorrer um longo caminho para a aceitação social. Diante disso, esse estudo foi embasado pelo objetivo de analisar a construção das masculinidades de homens homossexuais, compreendendo as experiências de suas relações afetivos-sexuais e a decisão sobre o assumir ou não a homossexualidade. Para a construção dessa etnografia utilizei de três métodos que foram essenciais para a escrita, o primeiro deles foi a realização da entrevista com três interlocutores, homens homossexuais, de 21 a 31 anos, entre os meses de janeiro a junho de 2022, além da imersão do campo e das vivências desses indivíduos; o segundo método foi o uso da autoetnografia para me aproximar, como pesquisador, e elencar minhas experiências junto aos atores dessa pesquisa; e, o terceiro método, foi utilizar da antropologia visual, através das novelas que fizeram e fazem parte da minha cultura, para articular as experiências do campo e as minhas com as análises teóricas. Através desse estudo é perceptível como as questões de gênero, as práticas sexuais e as masculinidades são determinantes para as relações de poder, aceitação da homossexualidade e a saída do armário destes homens gays e de como é vivo as teorias sobre corpo e as corporalidades, de sexualidades e de masculinidades na comunidade e nas relações homoafetivas. Portanto, esse estudo se finda mostrando que essa estruturação social, movida pela cultura produzida pelo corpo, reflete diretamente nas relações sociais, em especial nas homossexuais, por não ser uma relação prevista pela sociedade e que se torna subjulgada pelo heterocentrismo, equiparando homens homossexuais à um poder ínfimo aos heterossexuais.