O trabalho toma o Cine-Clube Teresinense, instituição de sociabilidades juvenis, consumo e produção de filmes na capital piauiense, como espaço de tensionamento entre diversas culturas cinematográficas que se manifestava entre jovens durante os anos de 1971 e 1987. O período recortado para o estudo, além de remeter ao tempo da Ditadura Militar no Brasil, também compreende a eclosão de um conjunto de manifestações estético-políticas no país, as quais encontravam ressonância nas experiências do cineclubismo em Teresina. De modo específico, a análise se volta para os modos com os quais se operacionalizavam a produção e o compartilhamento de subjetividades entre os membros do Cine-Clube, notadamente os jovens vinculados ao grupo Mel de Abelha, os cineastas que participavam das produções idealizadas por José Wilson de Oliveira e os produtores independentes Raulino Neto e Vitorino Neto. A fim de alcançar os resultados propostos, essa pesquisa utilizará dos filmes produzidos, sobretudo, em bitola super-8 mm, cuja realização se dava pelas mãos de membros e ex-membros da instituição em destaque no trabalho, além de documentos e produções escritas empreendidas pelos cineclubistas no recorte proposto, operacionalizadas a partir de uma bibliografia composta por Castelo Branco (2005), Brito (2015), Lima (2006), Rocha (2011), Silva (2018), dentre outros pertinentes a esta pesquisa.