A presente pesquisa, inserida na perspectiva da História Social, analisa a implantação e as reverberações político-sociais do projeto de hortas comunitárias no bairro Itararé, localizado na região Sudeste da capital Teresina (PI), a partir de seu lançamento em 1987, recorte inicial deste trabalho. Dentre os objetivos específicos busca-se compreender o espaço das hortas comunitárias, as relações e estratégias de resistência dos horticultores e as instituições presentes neste contexto. Para alcançar os resultados propostos, o estudo utiliza uma gama de fontes, como entrevistas orais, os jornais O Dia e O Estado, fotografias, mapas, documentos oficiais (incluindo contratos entre a Prefeitura Municipal de Teresina e a CHESF sobre a cessão dos terrenos e o aporte financeiro), manuais do horticultor e folhetins. A análise dessas fontes dialoga com um arcabouço teórico que inclui as contribuições de Michael Pollak (1989) sobre Memória e a metodologia da História Oral, a partir de Verena Alberti (2005) e Paul Thompson (1998). A pesquisa também se fundamenta nas obras de Henri Lefebvre (2001) sobre a Cidade, Raymond Williams (1989) sobre a relação Campo-cidade e Edward Palmer Thompson (1998; 2002) acerca de trabalho e experiência. Por fim, a pesquisa dialoga com a historiografia local, como a pesquisa de Cláudia Fontineles e Marcelo de Sousa Neto (2017) sobre o renomeado Conjunto Habitacional Dirceu Arcoverde, local que abriga o projeto estudado. O aporte teórico e o aprofundamento da pesquisa são enriquecidos pela Urban Agriculture Magazine, que totaliza 40 edições com artigos acerca da Agricultura Urbana, conceitos estruturantes, funções e políticas alimentares.