A presente dissertação investiga o impacto das plataformas digitais, especialmente o X (antigo Twitter),
sobre a democracia brasileira, à luz da Economia Política da Comunicação (EPC). O estudo parte do
pressuposto de que os algoritmos e as práticas de microtargeting implementadas pelas Big Techs não apenas organizam e personalizam fluxos informacionais, mas também atuam como instrumentos de controle econômico e político, influenciando diretamente a esfera pública e os processos eleitorais. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e documental, combinando revisão bibliográfica com análise crítica das eleições presidenciais de 2022 no Brasil. A fundamentação teórica baseia-se em autores como Shoshana Zuboff, César Bolaño, Evgeny Morozov, Ignas Kalpokas e Ana Regina Rêgo, articulando conceitos de capitalismo de vigilância, prosumerismo e desinformação. Os resultados apontam que as campanhas digitais de 2022 foram marcadas pela intensificação do microtargeting e pela disseminação de fake news, fenômenos potencializados pelos algoritmos das plataformas digitais. Esses mecanismos geraram efeitos significativos na polarização política, na formação da opinião pública e na fragilização das instituições democráticas. Conclui-se que a atuação das Big Techs na mediação do debate público brasileiro exige uma regulação mais robusta e uma reflexão urgente sobre soberania informacional e defesa da democracia em tempos de capitalismo de vigilância.