Esta dissertação investiga os efeitos da racionalidade neoliberal sobre o trabalho docente nos programas de pós-graduação stricto sensu do Centro de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Piauí (CCHL/UFPI). Parte-se da compreensão do neoliberalismo não apenas como modelo econômico, mas como racionalidade normativa que reconfigura instituições, práticas e subjetividades, instaurando a lógica produtivista no espaço acadêmico. Nesse contexto, o produtivismo se manifesta na pressão por publicações constantes, na intensificação das jornadas e na naturalização da autoexploração docente, comprometendo a qualidade da produção intelectual e a saúde dos professores. O objetivo geral consiste em analisar como o neoliberalismo e o produtivismo afetam a vida dos docentes da pós-graduação do CCHL/UFPI. Especificamente, busca-se: identificar os impactos do neoliberalismo no trabalho acadêmico; compreender a percepção dos docentes quanto ao esforço, recompensa e reconhecimento institucional; examinar a existência de forças de resistência às lógicas produtivistas; e avaliar as condições oferecidas pelos programas de pós-graduação em relação às exigências de desempenho. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa de caráter analítico, fundamentada em levantamento bibliográfico e documental, aplicação de questionários sociodemográficos e realização de entrevistas semiestruturadas com 32 docentes vinculados aos programas de História, Letras, Filosofia e Políticas Públicas. Os dados obtidos serão tratados por meio de análise interpretativa, buscando articular a dimensão empírica às contribuições teóricas contemporâneas. Espera-se que os resultados evidenciem as implicações da racionalidade neoliberal na precarização do trabalho docente e nos processos de subjetivação, revelando os impactos na qualidade de vida e no equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos professores. Pretende-se, ainda, apontar possibilidades de resistência e ressignificação do trabalho docente frente às pressões avaliativas e produtivistas.