O estudo analisa como políticas públicas de educação indígena, historicamente marcadas pelo paradigma da integração forçada e pela imposição de valores eurocêntricos, se confrontam com saberes tradicionais, cosmologias próprias dos povos indígenas e formas de conhecimento localmente construídas, a partir das realidades práticas do Estado do Piauí. A pesquisa enfatiza o papel das práticas interculturais como espaços de mediação entre diferentes formas de conhecimento, evidenciando tanto os desafios quanto às potencialidades desses processos para promover uma educação que respeite a diversidade cultural e cognitiva. Ao longo do trabalho, são discutidas as limitações das abordagens legalistas e centralizadas, que muitas vezes desconsideram a autonomia e as demandas específicas das comunidades, e se propõe a necessidade de uma perspectiva crítica e reflexiva, capaz de articular os princípios do Bem Viver com a construção de experiências educativas significativas. A dissertação contribui para o debate sobre a valorização do conhecimento indígena, destacando a importância de políticas públicas sensíveis às realidades locais e capaz de sustentar práticas pedagógicas que promovam a inclusão, o respeito à diversidade e a preservação das culturas indígenas.