A tecnologia blockchain é considerada disruptiva, com potencial de aplicação em diversos setores, como agricultura, indústria e serviços. No entanto, a interoperabilidade entre diferentes blockchains — ou seja, a capacidade de comunicação e troca de dados entre redes distintas — ainda representa um desafio relevante. Um dos principais obstáculos está na diversidade das arquiteturas, protocolos e mecanismos de governança que caracterizam essas redes. Cada blockchain pode operar sob princípios próprios, apresentando variações substanciais em termos de design, segurança, privacidade e escalabilidade. Esse cenário fragmentado dificulta o desenvolvimento de soluções que viabilizem uma comunicação fluida e segura entre diferentes plataformas. A ausência de padronização e a falta de protocolos comuns para interoperabilidade aumentam ainda mais a complexidade de criação de soluções eficazes e amplamente aceitas pelo ecossistema. Nos últimos anos, protocolos vêm sendo propostos para mitigar esses desafios. No entanto, ainda são escassas as análises de desempenho desses protocolos em cenários de uso mais realistas. Este trabalho avalia o custo e o desempenho de um protocolo de interoperabilidade de tokens entre redes blockchain, um dos mais populares em finanças descentralizadas atualmente, denominado Cross-Chain Interoperability Protocol (CCIP) da empresa Chainlink. Foram conduzidos experimentos envolvendo múltiplas operações entre redes blockchain distintas. Os resultados indicam que o protocolo CCIP, apesar de sua ampla adoção, pode ser até sete vezes mais lento que outras soluções analisadas, além de apresentar tarifas mais elevadas, alcançando até US$ 0,78 por operação. Esses dados evidenciam o vasto espaço existente para inovação e aprimoramento no campo da interoperabilidade entre redes blockchain.