O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e dentre eles o carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço possui alta incidência no Brasil. Inúmeros trabalhos sugerem a introdução da fitoterapia científica, correlacionando práticas populares ao uso consciente e seguro das plantas na atenção primária e em tratamentos de enfermidades de baixa e média complexidade, contribuindo para o acesso da população à essa terapêutica. O objetivo desta pesquisa foi elaborar um manual prático sobre o uso das plantas medicinais mais indicadas para o tratamento de lesões orais em pacientes em terapia contra o câncer de cabeça e pescoço. O estudo foi de natureza quantitativa descritiva de uma amostra com 32 pacientes submetidos a quimioterapia e radioterapia em um hospital de referência em Teresina-PI, nos meses de setembro de outubro de 2019. Os dados foram coletados utilizando-se um questionário semiestruturado e ficha clínica estomatológica a partir dos exames intra e extrabucais dos participantes. Após o exame clínico, as amostras de plantas foram entregues ao pesquisador para identificação e posterior elaboração do manual. Para a análise estatística utilizou-se testes de associação de qui-quadrado, Teste U de Mann-Whitney, Teste H de Kruskal-Wallis, além de correlação de Spearman. A maioria dos pacientes foi do sexo masculino (68,75%), com idade média de 60 anos (DP = 11,02), pardos (53,38%), escolaridade ensino fundamental incompleto (53,13%), casados/união estável (46,88%) e possuía renda familiar de até um salário mínimo (50,00%). A prevalência do uso das plantas medicinais foi de 100% e dentre as plantas medicinais mais citadas, destacou-se camomila (90,63%), aloe vera (25,00%), girassol (21,88%), mastruz (21,88%), aranto (15,63%), erva-cidreira (12,50%) e graviola (12,50%). Dentro dos limites da pesquisa, sugere-se que o guia prático sobre o uso de plantas medicinais possa contribuir para a melhoria da condição bucal dos pacientes