Os distúrbios hipertensivos da gravidez, incluindo a pré-eclâmpsia, são uma das principais causas de morbimortalidade materna e perinatal em todo o mundo. O reconhecimento de mulheres com maior risco de resultados adversos, facilitará o manejo adequado e poderá diminuir esses índices. OBJETIVO: Avaliar os preditores de resultados maternos adversos em mulheres com pré-eclâmpsia. METODOLOGIA: Delineamento transversal controlado e analítico, realizado em um centro de referência em atendimento às gestantes de um Estado do Nordeste brasileiro, incluindo gestantes com diagnóstico de pré-eclâmpsia no período de julho a dezembro de 2019. A amostra ficou composta por 78 participantes, sendo 39 sem resultado materno adverso e 39 com resultado materno adverso. Foram coletados dados sociodemográficos, classificação da pré-eclâmpsia, parâmetros laboratoriais, dados obstétricos e métodos de prevenção e manejo. Os resultados maternos adversos incluídos neste estudo foram: HELLP síndrome, eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta, near miss, admissão em unidade de terapia intensiva e morte materna. Foram calculadas estatísticas bivariadas e o modelo de regressão de Poisson foi utilizado para avaliação dos preditores. RESULTADOS: Os principais RMA foram admissão em unidade de terapia intensiva (51,0%), HELLP síndrome (23,0%), eclâmpsia (anteparto ou pós-parto) (12,0%) e descolamento prematuro de placenta (9,0%). Foram identificados 15preditores de resultados maternos adversos: trombocitopenia (RP=3,500; IC95%=1,780-6,883), elevação de enzimas hepáticas (RP=3,143; IC95%=1,705-5,794), níveis mais elevados no momento da internaçãode pressão arterial diastólica (RP=1,029; IC95%=1,004-1,055), aminotransferase de aspartate/transaminase oxalacética(RP=1,007; IC95%=1,003-1,011), aminotransferase de aspartate/transaminase glutâmico-pirúvica (RP=1,014; IC95%=1,006-1,023), desidrogenase lática (RP=1,003; IC95%=1,001-1,006), ureia (RP=1,037; IC95%=1,012-1,062), creatinina (RP=4,565; IC95%=2,137-9,548) e ácido úrico (RP=1,772; IC95%=1,290-2,435), além de níveis alterados ao longo da internação (piores resultados) de ureia (RP=1,030; IC95%=1,006-1,054), creatinina (RP=6,555; IC95%=2,421-13,220) e ácido úrico (RP=1,361; IC95%=1,114-1,662), idade gestacional na interrupção da gravidez (RP=0,829; IC95%=0,738-0,932), interrupção da gravidez por motivo materno (RP=2,875; IC95%=1,643-5,031) e uso de anti-hipertensivo parenteral (RP=1,750; IC95%=1,208-2,535). CONCLUSÃO: Parâmetros laboratoriais, características obstétricas e uso de medicação de manejo foram relacionados à ocorrência de resultados maternos adversos em mulheres com pré-eclâmpsia.