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Banca de QUALIFICAÇÃO: TÁSSIO DE OLIVEIRA SOARES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: TÁSSIO DE OLIVEIRA SOARES
DATA: 06/12/2021
HORA: 15:30
LOCAL: google meet (remoto)
TÍTULO: A RELAÇÃO ENTRE AUTOCOMPAIXÃO E ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITO ROMÂNTICO: UM ESTUDO CORRELACIONAL
PALAVRAS-CHAVES: Relacionamento romântico; Resolução de Conflito; Autocompaixão.
PÁGINAS: 50
GRANDE ÁREA: Ciências Humanas
ÁREA: Psicologia
RESUMO:

Introdução. O relacionamento amoroso é um espaço que demanda o manejo de conflito à medida que o encontro com o outro, vai mostrando partes de si com as quais pode ser difícil lidar. É um processo adaptativo que, conforme Laurenceau, Troy e Carver (2005), exige o exame de processos interpessoais que influenciam a experiência tanto pelos seus aspectos positivos quanto negativos. Neste sentido, a autocompaixão, construto da Psicologia Positiva, apresenta-se como um fenômeno que pode auxiliar as pessoas na resolução de conflitos conjugais, na proporção que as ajuda em situações de sofrimento, a lidar com seus conflitos de forma mais proativa e a considerar os seus problemas tão importantes quanto de outras pessoas (Neff, 2017). A partir de tal entendimento, pretendese responder ao seguinte questionamento: a prática da autocompaixão auxilia de forma efetiva na resolução de conflito entre as pessoas num relacionamento amoroso? A autocompaixão contribui na adoção de estratégias mais proativas no enfrentamento do conflito entre casais? Fundamentação Teórica. Para Wachelke, Andrade, Cruz, Faggiani e Natividade (2004), o relacionamento de casal compreende os relacionamentos amorosos e/ou sexual com outra pessoa, engloba desde os relacionamentos mais formais como namoros, noivados e casamentos até relacionamentos não oficiais como o “ficar”. Essas formas de relacionamento abrangem o que se podem designar relacionamentos românticos. Com as transformações que passam as sociedades, especialmente a partir do século XX, os acordos sociais passam por mudanças que refletem nos relacionamentos. Neste cenário novos desafios surgiram para as pessoas que fizeram opção por este arranjo relacional (Perlin, 2006; Coelho, 2012). Perlin (2006) argumenta que essas transformações são constantes e que com elas vêm vivências contraditórias entre modelos passados e emergentes, trazendo conflitos e desafios. Assim pode-se entender que as crises e rompimentos no relacionamento ganham novas configurações, cujos aspetos são interessantes para serem mais bem explorados e possibilitar entendimento mais amplo do 38 fenômeno, de forma a contribuir com manejos do conflito e satisfação no relacionamento. Dada a natureza complexa das pessoas em si e sua interação, a relação romântica é também um fenômeno complexo que fornece muitos desafios às partes. Villas Boas, Dessen e Melchiori (2010) ao referirem-se aos relacionamentos íntimos afirmam que os conflitos têm papel central especialmente dado o alto nível de interdependência das partes. Haydon, Jonestrask, Guhn-Knight e Salvatore (2016) argumentam que os conflitos na relação romântica originam-se do surgimento de discrepâncias nos objetivos, necessidades ou motivos que excede o nível do conforto desejado pela díade. Nesta perspectiva, Andrade e Egert (2018, p. 852) argumentam que “as estratégias de resolução dos conflitos conjugais são muito importantes. Possuem um caráter interacional e são definidas na literatura como os comportamentos dirigidos ao cônjuge na tentativa de gerenciar o problema e dar um desfecho para a situação”. Entre os diversos modelos teóricos que buscam investigar as estratégias de resolução de conflito romântico, destacase aqui o modelo proposto por esses autores, elaborado no intuito de desenvolver uma medida voltada para a busca das estratégias de resolução de conflito romântico no Brasil. Este referido modelo para investigação de estratégias de resolução de conflito proposto por Andrade e Egert (2018) resultou em uma escala de estrutura dimensional com cinco fatores, a saber: Resolução por Dominação, Resolução por Negociação, Resolução por Evitação, Resolução por Submissão e Resolução por Expressividade. Scheeren, Delatorre, Neumann e Wagner (2015, p. 837) pontuam que “diversos estilos de resolução de conflitos, que incluem estratégias construtivas e destrutivas, têm sido propostos para avaliar a maneira como os casais resolvem seus desentendimentos”. Laurenceau, et. al. (2005) ainda apontam que o conflito pode gerar efeitos destrutivos ao relacionamento e que comportamentos como críticos podem gerar ansiedade e angústia. Desta forma podese inferir que características que compõem estratégias menos adaptativas, tendem a intensificar os conflitos e levar os envolvidos a situações de sofrimento. Neste sentido Scheeren, et. al (2015) grifam que, apesar de considerar os fatores estáticos, as estratégias utilizadas pelas partes do relacionamento para resolver seus conflitos podem ser dinâmicas. Destarte, Neff (2017) aponta a importância do manejo de conflito em casais, considera que estratégias como a crítica, o desprezo, a defensividade e a obstrução, frequentemente levam os casais a contextos difíceis e mesmo ao fim do relacionamento. Por outro lado, argumenta que os casais podem se empenhar em ser felizes e estáveis quando adotam emoções positivas durante o conflito, aumentando as chances de duração do casamento. Ainda sobre o assunto a autora argumenta que “a autocompaixão tende a 39 inspirar emoções positivas durante os conflitos de relacionamento. Quando estamos chateados com um problema na relação, a autocompaixão nos permite tranquilizar e acalmar a intensidade dos nossos sentimentos” (Neff, 2017, p. 189). A pesquisadora pioneira no estudo de autocompaixão argumenta que esta reduz o uso de comportamentos críticos, do desprezo e posição defensiva. Propicia serenidade na comunicação sobre o evento conflitivo e a adoção de afetos e atitudes positivas durante o conflito, inclusive com bom humor. Ela compreende a autocompaixão como uma postura humana que envolve o reconhecimento do próprio sofrimento e o desejo de sua redução, usando de bondade para consigo mesmo, não julgando sua própria dor e considerando inadequações e fracassos como parte da experiência humana (Neff, 2003). Enquanto construto psicológico a autocompaixão envolve três componentes, a saber, atenção plena versus super identificação, bondade própria versus autojulgamento, humanidade em comum versus isolamento (Neff, 2003). Com a autocompaixão as pessoas tendem a considerar os problemas dos outros na mesma medida em que considera os seus pessoais, dando-lhes a mesma possibilidade de serem resolvidos (Neff, 2017). No estudo realizado por Neff e Beretvas (2013) sobre o papel da autocompaixão em relacionamentos românticos, aponta que uma postura de autocompaixão pode se estender até relacionamentos românticos, permitindo que as pessoas sejam mais receptivas, atenciosas e íntimas com seus parceiros. Objetivos. Este estudo tem como objetivo geral conhecer a relação entre autocompaixão e fatores de resolução de conflito romântico e mais especificamente: verificar a relação entre os componentes positivos de autocompaixão e os fatores de estratégias de resolução de conflito romântico positivo ou adaptativo, verificar a relação entre os componentes negativos de autocompaixão e fatores negativos ou menos adaptativos de resolução de conflitos, identificar a contribuição de variáveis sóciodemográficas como idade, sexo, tempo de relacionamento e filhos na relação entre autocompaixão e resolução de conflito. Método. Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória com delineamento correlacional de natureza ex post facto. Para tanto, pretende-se contar com a participação de 300 pessoas, do sexo masculino e feminino, com idade a partir de 18 anos, que estejam em relacionamento romântico pelo menos há seis meses. Para a coleta dos dados serão utilizados: a Escala de Autocompaixão para uso no Brasil (Souza e Hutz, 2016), a Escala de Estratégias de Resolução de Conflito Romântico (E-RCR) elaborada por Andrade e Egert (2018) e questionário sócio demográfico com o fim de caracterizar a amostra. Este estudo será realizado considerando os aspectos éticos pertinentes a pesquisas envolvendo seres humanos, nesse sentido, o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da 40 Universidade Federal do Delta do Parnaíba e aguarda a aprovação para sua realização. Para a análise dos dados será construído um banco de dados utilizando o Software SPSS for Windows – versão22. Serão utilizadas medidas de tendência central (frequência, média, mediana) e medidas de dispersão (desvio-padrão) para descrever as características sócio-demográficas dos participantes. Para a associação entre as variáveis de estudo serão realizados Correlação r de Pearson, teste t de Student e Regressão. Ainda pretende-se verificar a estrutura fatorial dos instrumentos, cujas análises serão realizadas por meio do software Factor 9.2 (Lorenzo-Seva & Ferrando, 2013) com o método Hull Comparative Fit Index (CFI) (Lorenzo-Seva, Timmerman, & Kiers, 2011), a partir de uma análise fatorial exploratória categórica Unweighted Least Squares (ULS) com correlações policóricas. Resultados e/ou Encaminhamentos para os Resultados: Uma revisão sistemática foi realizada sobre produções científicas que abordam a interface entre autocompaixão e relacionamento romântico. Os achados da revisão até o momento apontam para uma produção incipiente nesta área e confirmam a importância do estudo em curso. Uma segunda revisão está em fase de elaboração sobre relacionamento romântico e resolução de conflito romântico. Tais revisões vão subsidiar as análises e discussão dos resultados. Espera-se ao final do estudo demonstrar a importância que a autocompaixão exerce na resolução de conflitos de casais, possibilitando a adoção de estratégias mais positivas a adaptativas o que pode impactar positivamente na qualidade e comunicação da relação dos casais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANA KARLA SILVA SOARES - UFMS
Interno - 2730053 - EMERSON DIÓGENES DE MEDEIROS
Presidente - 1867530 - SANDRA ELISA DE ASSIS FREIRE
Notícia cadastrada em: 03/12/2021 11:07
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb06.ufpi.br.instancia1 26/04/2024 04:10