O Diabetes Mellitus Tipo (DM2) é uma doença caracterizada pela resistência à insulina
e hiperglicemia crônica, que impactam no surgimento de complicações e dano na
função vascular. Em modelo experimental de DM2, o endotélio vascular é
comprometido e apresenta diminuição na resposta vasodilatadora. Nesse contexto, a
vitamina D tem apresentado ação promissora como intervenção que melhora os
parâmetros glicêmicos e atua na restauração da função endotelial. Dessa forma, o
objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tratamento com vitamina D em modelo
experimental de diabetes tipo 2 na reatividade vascular ex vivo. Para tanto, o estudo
foi realizado em duas fases, a primeira, com o desenvolvimento de um protocolo de
indução de diabetes tipo 2 experimental, por meio de dieta hiperlipídica e
normoproteica durante 5 semanas, seguida de administração de dose única de 20 ou
30 mg/Kg, de estreptozotocina, por via intraperitoneal, e a segunda, com a execução
de experimento in vivo em ratos Wistar machos com diabetes tipo 2 experimental.
Neste estudo, os animais foram tratados durante 4 e 8 semanas com vitamina D nas
doses de 0,25 μg/kg/dia ou 0,50 μg/kg/dia. Ao final desse tratamento, realizou-se o
estudo da função endotelial e reatividade vascular ex vivo em resposta a agentes
vasoconstritores e vasorrelaxantes em segmentos de aortas torácicas. Para o estudo
do protocolo do modelo de diabetes, os animais que receberam a dieta e dose 30
mg/Kg de estreptozotocina apresentaram alterações em marcadores de controle
glicêmico, de insulina e no tamanho da área das ilhotas pancreáticas. Enquanto, no
estudo de reatividade vascular ex vivo, foi demonstrado que o relaxamento
dependente do endotélio induzido por acetilcolina aumentou significativamente nas
aortas de ratos diabéticos tratados com vitamina D nas duas doses, comparados com
os controles diabéticos, no tempo de 4 semanas. Dessa forma, a combinação de dieta
hiperlipídica e normoproteica associada com uma dose única de estreptozotocina em
animais adultos jovens foi eficaz na indução de diabetes com características
metabólicas semelhantes às do tipo 2 em humanos e o tratamento com vitamina D
produziu efeito sobre a função endotelial, com ação no vasorelaxamento.