Introdução: A deficiência de vitamina D (Vit D) é identificada como um fator de risco ambiental para a doença de Crohn (DC), fragilizando a barreira intestinal, intensificando a inflamação da mucosa e elevando as concentrações séricas de espécies reativas de oxigênio (EROs). Esse cenário é agravado pela baixa ingestão de antioxidantes, cruciais para neutralizar os efeitos nocivos das EROs. Estudos indicam que a Capacidade Antioxidante Total (TAC) tem uma correlação negativa com a atividade da DC. Assim, a avaliação da quantidade e qualidade de antioxidantes na dieta, por meio da Capacidade Antioxidante Total da Dieta (TACd). Objetivo: Associar as concentrações séricas de vitamina D, a capacidade antioxidante da dieta, marcadores de inflamação e de estresse oxidativo em pacientes com doença de Crohn. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, do tipo caso-controle, com pacientes com DC em fases de remissão e ativa da doença. A Vit D foi determinada através do soro das amostras de ambos os grupos, em ambos os sexos, na faixa etária de 19 a 59 anos, pelo método de eletroquimioluminescência. A proteína C reativa (PCR) através de uma análise semi-quantitativa. As análises das concentrações de nitrito (NOX), glutationa reduzida (GSH), superóxido dismutase (SOD), mieloperoxidase (MPO) e malondialdeído (MDA) foram conduzidas no Laboratório Glauco T., seguindo protocolos padronizados específicos para cada marcador de estresse. A TACd foi estimada com base nos dados de consumo alimentar fornecidos pelos participantes. Resultados e Discussão: O estudo incluiu 56 participantes, divididos em dois grupos: 32 no grupo caso e 24 no grupo controle. Observou-se que o grupo com doença de Crohn (DC) exibiu concentrações séricas de vitamina D superiores e níveis de marcadores de estresse oxidativo inferiores em relação ao grupo controle, além de uma predominância de participantes com PCR não reagente. Esses dados se opõem com a prevalência de deficiência de vitamina D relatada em 80% dos novos diagnósticos de DC, encontradas em outras literaturas. A elevada concentração de (GSH) e a redução de (MDA) observadas nos pacientes sugerem uma resposta aos níveis aumentados de vit D, é sugestivo o papel desta na modulação do estresse oxidativo. No estudo em questão, a TACd não apresentou correlação com os níveis séricos de vitamina D. A ausência de relação entre a vitamina D e a TACd no grupo caso pode ser atribuída às baixas concentrações de marcadores pró-oxidantes, como o MDA e a MPO. Conclusão: o estudo não encontrou uma correlação direta entre os níveis de vitamina D e marcadores de estresse oxidativo ou inflamação e TACd em pacientes com DC. No entanto, observou-se que esses pacientes apresentavam níveis elevados de vitamina D e baixos marcadores de estresse oxidativo quando comparados ao controle e com poucos sinais de inflamação. Isso sugere que a vitamina D pode ter um papel protetor contra o estresse oxidativo e a inflamação na DC.