O presente trabalho tem por objetivo compreender a prática de jornalismo cultural piauiense no período do Estado Novo, a partir do jornal piauiense Vanguarda, jornal cultural que circulou no ano de 1939. O contexto em que o jornal estava inserido refere-se ao período de maior censura vivido pelo país no Estado Novo, os jornais não podiam publicar problemas sociais e nem críticas ao poder político, sobrando mais espaço para as manifestações culturais. A partir de Piza (2008), Melo (2006), De Luca (2016), observamos a presença de jornalismo cultural em diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro e São Paulo no período em questão. Durante o Estado Novo houve incentivos à prática do jornalismo cultural tendo em vista a apropriação de valores e manifestações culturais, utilizados para a legitimação do regime varguista que necessitava divulgar seus ideais. Nesse contexto, torna-se pertinente analisar o jornal Vanguarda, não só para inserir o Piauí na história do jornalismo cultural brasileiro, mas também para compreender a prática de jornalismo cultural no Estado Novo. A partir daí, surgem nossos objetivos específicos: identificar o perfil do jornalismo cultural do jornalVanguarda; verificar quais as temáticas mais recorrentes do jornalismo cultural do jornal Vanguarda; investigar, ainda, o relacionamento entre o jornalismo cultural e a conjuntura político-social da época, e, por fim, analisar o relacionamento do jornal Vanguarda com a cultura local e nacional. Para consecução dos nossos objetivos adotamos como referencial metodológico a AC-Análise de Conteúdo na perspectiva de Bardin (1977) e utilizamos tanto uma vertente quantitativa intencionando traçar um perfil do veículo de comunicação analisado, como qualitativa com o intuito de compreender a prática do jornalismo cultural neste periódico.