O presente trabalho objetiva analisar os diálogos imagéticos que compõem a cinebiografia Mary Shelley (2017) e os discursos que circulam na sociedade da época e atual em relação à dominação masculina e à resistência feminina. Para essa análise, o corpus utilizado é constituído por planos desse filme que acentuem a temática proposta, com a transcrição dos diálogos das cenas. Tem-se como aporte teórico-metodológico a Análise de Discurso Crítica (ADC), dentro da abordagem dialético-relacional de Fairclough (1989; 2001). Essa abordagem considera o discurso como prática social espaço de disputa de sentido e, porque possui característica transdisciplinar, alia-se à análise fílmica que também funciona para investigar o filme, por apresentar uma linguagem audiovisual que produz sentidos midiáticos. Para a análise, são utilizadas as categorias de Bakhtin, a constar, dialogismo, polifonia e alteridade. Assim, têm-se as relações dialógicas dominação masculina e resistência entre o contexto histórico do filme e o atual através da polifonia, ou seja, a orquestração de vozes no filme, como a voz da diretora e da personagem principal, o que configura a alteridade: a relação autor- personagem que se completa uma na outra.