Na presente pesquisa se investigou as representações das masculinidades em perfis de jovens homens trans no Instagram, como também contemplou os conceitos sobre gênero, masculinidades e transexualidades evocados a partir das referências teóricas e do material coletado e comparou as narrativas discursivas encontradas nos perfis de jovens homens trans à questões contemporâneas dos estudos de gênero e masculinidades. A pesquisa utilizou-se de uma abordagem teórico- metodológica à luz da Análise do Discurso Crítica- ADC (FAIRCLOUGH, 2001, 2003; RAMALHO E RESENDE, 2011; VAN LEEUWEN, 1997;VAN LEEUWEN, 2003) que fundamentou as análises das representações das masculinidades considerando as postagens dos perfis de jovens homens trans no Instagram como material discursivo desses atores sociais .Desta forma, selecionamos 5 perfis de homens trans entre 18 a 35 anos, em que foram analisadas 10 postagens de cada perfil no período de 6 meses, iniciando em dezembro de 2019 até maio de 2020. Em relação ao referencial teórico, temos na temática das sexualidades, transexualidades e gêneros uma perspectiva da Teoria queer encontrada em Bluter (2002, 2003,2010) Scott (1995),Preciado (2011,2017) e masculinidades nomes como, Bento (2006,2015), Connell,(1995,2013) e Zurian (2011), e mais especificamente sobre homens trans e transmasculinidades, temos Almeida (2012) e Ávila (2014), entre outros. Sobre representação, encontramos as na conceituação de Hall (1997, 2000, 2006, 2016) que traz uma conexão entre cultura, identidade, linguagem e discurso, bem como a relação com a imagem em Flusser (1985). Ainda destacamos a escrita de si na contemporaneidade, nas reflexões teóricas de Foucault (1992; 1984; 1980; 1994), Thompson (1990), Hjarvard (2008) e Braga (2006) .Consideramos que o trabalho apontou reflexões importantes sobre as representações das masculinidades em homens trans jovens encontradas nas postagens do Instagram , sendo identificadas em três principais categorias: 1- “Posto, logo existo: as transmasculinidades midiatizadas”, na qual aborda uma autoreferência da transexualidade como autoafirmação de uma masculinidade possível e dissidente ; 2- “No corpo, retratos de quem sou: uma corporeidade masculina?” Que dispõe da relação entre masculinidade e corpo performático; 3- “Entre rupturas e encaixes: desafios em superar modelos hegemônicos de masculinidades” que traz uma reflexão das representações das masculinidades como um movimento pendular que ora legitima uma masculinidade hegemônica ou tradicional, ora rompe com esse paradigma. Dessa forma, o estudo mostrou satisfatório em seus objetivos e as hipóteses consideradas inseridas dentro das discussões atuais das masculinidades como plurais e co-existentes. As postagens assumem um produção de sentidos contemporânea de masculinidade na sociedade ocidental, através da mídia social Instragram que apontam para movimentos de encaixe e desencaixe entre os modelos hegemônicos e dissidentes de masculinidade, bem como sua pluralidade na contemporaneidade.