O presente trabalho se propôs a compreender como acontecem as relações entre a
construção das identidades dos jovens do campo e a mídia, mais especificamente por meio do uso
de dispositivos móveis (smartphones). Para isso, tem como observáveis e participantes da pesquisa,
jovens que se identificam como do campo ou jovens rurais. Dentre os critérios de seleção para os
participantes, leva em consideração o fato de serem residentes ou oriundos de comunidades rurais,
tendo como um dos pontos de vinculação entre si a passagem, como estudantes ou egressos, por
escolas familiares agrícolas. Dentro do marco teórico, discute a construção social da categoria
juventudes e as juventudes do campo, e a comunicação no âmbito dos vínculos e das identidades.
Por meio de 8 entrevistas semiestruturadas com jovens, a análise contempla categorias nos aspectos
do discurso e das identidades. O trabalho traz um diálogo teórico-metodológico com a Análise de
Discurso Crítica (ADC), a partir de Fairclough (2016). Como referenciais, destaca-se autores como: Groppo (2010; 2017) – juventudes; Carneiro (1997; 2008) e Castro (2005; 2012; 2013) – juventudes
do campo; Hall (2014; 2016; 2020) e Castells (2018; 2020) – identidades; Sodré (2002; 2007; 2010)
– comunicação. Nesse sentido, conclui-se que a mídia é parte das transformações nos modos de ser,
expressar e perceber-se como jovem do campo no mundo contemporâneo, de uma forma que não
vise o rompimento com as origens, mas dando sentidos de pertencimento e vinculação nas relações
estabelecidas e na identificação com os aspectos das novas ruralidades.