O trabalho propõe uma reflexão sobre os impactos do home office associado à prática
jornalística em tempos de pandemia de Covid-19. Ao trazer essa perspectiva para o cenário
local, escolheu-se a Rede Clube de Televisão para ambientar o projeto, tendo como objeto de
estudo os jornalistas da emissora que foram submetidos à modalidade remota em suas rotinas
de produção no início da pandemia. O home office, como fruto da combinação entre avanços
tecnológicos e revolução informativa, já era uma realidade do fazer jornalístico. Todavia, no
contexto pandêmico, essa configuração de trabalho ganhou força e foi adotada de forma brusca
e emergencial pelos profissionais e pelas organizações, para estancar os efeitos da crise sanitária
no mundo do trabalho. No entanto, são muitas as contradições que permeiam essa modalidade,
revelando aspectos de vulnerabilidade no que se refere à saúde física e mental dos
trabalhadores, invasão de privacidade, aumento das jornadas laborativas, violação e
desregulamentação dos direitos trabalhistas, além da intensificação da precarização do trabalho.
O estudo tem como base teórica a Economia Política da Comunicação, a partir de sua
adordagem crítica. Diante do exposto, faz-se necessário avaliar os desdobramentos dessa
modalidade nas rotinas de produção da classe trabalhadora, à medida que essa reconfiguração
laboral avança, causando efeitos das mais diversas ordens no mundo do trabalho
contemporâneo.