As últimas décadas testemunharam o aumento do interesse dos pesquisadores do campo
da comunicação pelo estudo das transformações do jornalismo frente ao contexto
onipresente das mídias sociais digitais. Hoje, os jornais impressos, emissoras de rádio e
TV, além de contarem com sites e portais, agora passam a contar também com perfis em
redes sociais digitais, o que evidencia a essencialidade da busca pelo estreitamento dos
laços com o público por parte das mídias tradicionais nessa “nova” realidade. É consenso
entre os pesquisadores que poucas áreas tiveram seus modelos de negócio tão afetados
pela inserção das tecnologias digitais como o jornalismo, principalmente porque um dos
maiores desafios vem sendo manter os índices de audiência. Dentro desse cenário, o
fenômeno da “plataformização da internet” é crucial para entendermos a reestruturação
dos modelos de negócios do jornalismo. Frente ao cenário construído, o objetivo maior
desta dissertação consiste em analisar como as TVs Clube e Meio Norte estão utilizando
a rede social Instagram para se adaptarem ao contexto jornalístico de convergência de
conteúdos. Para tanto, utilizamos os estudos de Jenkins (2022), Silva (2019), Silva; Alves
(2016), Recuero (2009) e outros para abordar os aspectos da convergência midiática,
redes sociais digitais e telejornalismo expandido. Além disso, os aportes da Economia
Política da Comunicação (EPC) chegam para embasar nossas percepções acerca da
reestruturação dos modelos de negócios do jornalismo frente à essas plataformas - Brittos
(1999); Bolaño e Santos (2020); Mosco (1998); Silva (2020) e outros. Ademais, a
presente pesquisa caracteriza-se como descritiva e exploratória e utilizará a técnica de
Análise Descritiva Crítica Analítica, finalizando com um estudo comparativo dos dois
observáveis (@redeclube e @redemeionorte no Instagram). Elegemos um recorte
temporal de 07 dias para a coleta de dados, determinados com base no que chamamos de
“semana artificial ou semana construída”.