A pesquisa investiga a construção social e midiática do corpo como mercadoria nas
sociedades contemporâneas, com ênfase nas dinâmicas de visibilidade, consumo e poder
nas redes sociais digitais. Parte-se da compreensão de que o corpo ultrapassou sua
dimensão biológica para tornar-se um espaço simbólico de disputa e performance, sendo
explorado pelas lógicas do mercado e da mídia. A atuação da influenciadora Thaís Carla
no Instagram constitui o objeto empírico da investigação, permitindo refletir sobre os
tensionamentos entre ativismo corporal, padrões estéticos hegemônicos e mercantilização
da autoimagem. A análise ancora-se na perspectiva da Economia Política da
Comunicação, articulada ao materialismo histórico-dialético, com base nas contribuições
de Karl Marx, Pierre Bourdieu, Michel Foucault, César Bolaño, Valério Brittos e Vincent
Mosco. Ao problematizar o papel das plataformas digitais na difusão de ideais estéticos
normativos e nas estratégias de influência, a pesquisa propõe uma reflexão crítica sobre
as contradições que atravessam a representação do corpo nas mídias sociais,
especialmente diante de eventos que revelam o entrelaçamento entre resistência simbólica
e adesão às exigências do mercado. O estudo contribui para o debate sobre as formas de
dominação e exclusão presentes no culto ao corpo e nos discursos de autoaceitação,
questionando os limites e as possibilidades de ruptura frente às estruturas capitalistas que
sustentam o mercado do corpo.