Notícias

Banca de QUALIFICAÇÃO: SIMONE SOARES LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SIMONE SOARES LIMA
DATA: 16/12/2024
HORA: 10:00
LOCAL: Departamento de Biofísica e Fisiologia/UFPI
TÍTULO: Estudo da eficácia e segurança do ácido tranexâmico para o tratamento da fibrinólise associada leishmaniose visceral
PALAVRAS-CHAVES: leishmaniose visceral, coagulação, sangramento, inflamação, coagulação intravascular disseminada, ensaio clínico
PÁGINAS: 257
GRANDE ÁREA: Ciências da Saúde
ÁREA: Medicina
RESUMO:

LIMA, S.S. Estudo de eficácia e segurança do ácido tranexâmico para o tratamento da fibrinólise associada à leishmaniose visceral. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, RENORBIO/UFPI, 2024.A leishmaniose visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada caracterizada por febre, perda de peso, hepatoesplenomegalia e anemia. A infecção por Leishmania spp leva a uma resposta inflamatória sistêmica mediada por citocinas, que está associada aos distúrbios da coagulação, especialmente nos pacientes mais graves. Os sangramentos ocorrem com hiperfibrinólise, sem eventos trombóticos e estão associados ao prognóstico dessa doença. Neste cenário, é possível que o uso doácido tranexâmico (TXA), um antifibrinolítico seguro e de baixo custo possa corrigir a coagulopatia e reduzir a morte por sangramentos na LV. Objetiva-se avaliar a eficácia e a segurança do TXA para o tratamento da fibrinólise associada à LV e o seu impacto na redução do risco de sangramento e de morte por sangramento na LV, além de correlacionar os marcadores de coagulação, fibrinólise e inflamação com a carga parasitária e com a evolução clínica e laboratorial. No capítulo um foi realizada uma revisão narrativa com busca sistemática em duas bases de dados sobre os distúrbios da coagulação associados a essa doença. Foram identificados 349 artigos e 73 destes foram selecionados para a revisão. No capítulo dois foi realizado um ensaio clínico, composto por 35 voluntários internados com LV, randomizados para receber, por via endovenosa, dose única de TXA, 15 mg/kg de peso corporal, máxima de 1g controlado por placebo no primeiro dia de tratamento anti-Leishmania. Foi realizada evolução médica diária e dosados pré-tratamento e nos sete dias após a terapia anti- Leishmania: hemograma, Tempo de Atividade da Protrombina (TAP), dímero D, fibrinogênio, proteína C reativa (PCR) e armazenadas amostras de plasma, -20 oC, para análise posterior da carga parasitária por tecnologia de reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR). Foram incluídos 35 voluntários com LV, a maioria era do sexo masculino (68,6%) e idade adulta (62,9%), média de 38 anos. Vinte (57,1%) voluntários foram randomizados para grupo placebo e 15 (42,9%) para o TXA. Pessoas com HIV representaram 48,9% dos participantes. As manifestações clínicas mais comuns foram: mucosas hipocoradas (100%), perda ponderal (91,4%), febre (85,7%), fraqueza (85,3%), esplenomegalia (76,5%), anorexia (67,6%) e sangramentos cutaneomucosos (42,8%). A esplenomegalia foi menos evidente nos voluntários com HIV (42,8% versus 100%). A maioria dos voluntários apresentou níveis elevados de PCR (92,8%) e de dímero D (91,2%), além de prolongamento do TAP (51,5%). Um escore de coagulação intravascular disseminada (CID) igual ou superior a cinco, caracterizando a CID evidente, foi observado em 23,3% dos voluntários, com maior frequência no grupo TXA. Na primeira semana de tratamento anti-Leishmania houve melhora significativa da frequência de febre, fraqueza, anorexia, dor abdominal; aumento na contagem de plaquetas, leucócitos e neutrófilos, além de redução dos níveis de PCR, dímero D e do escore de CID. Foi observado correlação positiva entre níveis de PCR e também de dímero D com a presença de febre, enquanto os sangramentos nos locais punção, petéquias e sufusões hemorrágicas apresentaram correlação positiva com o TAP em segundos e com o escore de CID e correlação negativa com níveis de fibrinogênio. O marcador de inflamação, PCR, estava correlacionado de forma positiva com os marcadores de coagulação, dímero D e com o escore de CID. E a contagem de plaquetas apresentou uma correlação negativa em relação aos níveis de dímero D. A maioria dos voluntários recebeu alta médica (80%) e houve cinco óbitos (14,3%). Na amostra estudada, o uso de TXA não modificou de forma significativa a evolução dos parâmetros clínicos, dos marcadores de coagulação ou o desfecho clínico nos voluntários com LV. No entanto, é possível que a avaliação feita em uma amostra de voluntários maior possa evidenciar resultados diferentes


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2714919 - DANIEL DIAS RUFINO ARCANJO
Externo à Instituição - 185.***.***-44 - DORCAS LAMOUNIER COSTA - UFPI
Interno - 1247107 - SEMIRAMIS JAMIL HADAD DO MONTE
Notícia cadastrada em: 11/12/2024 15:45
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação - STI/UFPI - (86) 3215-1124 | © UFRN | sigjb06.ufpi.br.instancia1 13/03/2025 18:19