Esta tese instiga a pesquisa em farmácia clínica envolvendo indivíduos soropositivos para o HIV através de uma revisão sistemática e um estudo observacional. A revisão sistemática foi realizada seguindo a construção do guia PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Cujo a pergunta norteadora do estudo foi: "Quais as discrepâncias mais encontradas no acompanhamento farmacoterapêutico de pessoas vivendo com HIV hospitalizadas?". A estratégia de busca foi baseada no critério PICOS (P: População, Paciente ou Problema; I: Interesse ou Intervenção; C: Comparativo; O: Desfecho; S: Estudos). A busca resultou em 21 artigos com publicações entre os anos de 2004 e 2022, em diferentes localidades, idades e protocolos. A maioria dos pacientes eram do sexo masculino, com média de idade de 42 anos. Os erros encontrados foram categorizados em três tipo: tempo, na admissão no hospital ou durante a internação do paciente; fonte, prescrição médica, distribuição na farmácia ou na administração dos medicamentos; e tipo, interação medicamentosa, erro de dosagem, posologia inadequada, omissão ou delay dos medicamentos e medicamento equivocado. A intervenção farmacêutica de orientação mostrou ser a mais adequada e eficiente forma de adesão ao tratamento com antirretrovirais e resolução de problemas envolvendo os procedimentos terapêuticos contra o HIV. Estes trabalhos ressaltaram a importância da instrução ou intervenção dos farmacêuticos clínicos para a minimização dos erros nos tratamentos farmacológicos, reforçando a necessidades destes profissionais para a aplicação correta da terapia. A parte experimental foi conduzida através de um estudo transversal prospectivo, realizado em um hospital de ensino em Tocantins. A amostra foi composta por 53 pacientes, dos quais 71% eram do sexo masculino e 29% do sexo feminino. Destes pacientes, 14% eram tabagistas e 39% etilista. Em relação as comorbidades apresentadas pelos participantes, 5% tinham hipertensão arterial sistêmica, 7% diabetes mellitus e 5% com outras enfermidades do coração. Os principais motivos de internação dos pacientes foram: leishmaniose visceral (11,43%) e pneumonia (11,43%). Os principais motivos de internação dos pacientes foram: leishmaniose visceral (LV), 9 (12,68%) pacientes, pneumonia, 8 (11,27%) pacientes, e pneumocistose, 6 (8,47%) pacientes. No que se refere ao tratamento com antirretrovirais, 21% indivíduos faziam uso de medicamentos em domicílio, 12% pacientes que não faziam uso de medicamentos tiveram o diagnóstico do HIV durante a internação, 12% pacientes estavam em abandono de tratamento, 24% pacientes faziam uso irregular do medicamento e 51% pacientes estavam em terapia regular, essas informações foram confirmadas com as retiradas dos medicamentos consultadas no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos. Com a aplicação da escala de Morinsk 34% pacientes relatam ter uma alta adesão ao tratamento, 36% média e 30% baixa. . Quanto aos problemas relacionados a medicamentos (PRM), nas prescrições de 50% dos pacientes tiveram algum PRM. A “Insegurança não quantitativa do medicamento” foi o motivo mais comum, representando 51,85% dos problemas. Em seguida, “Receber um medicamento desnecessário” foi o segundo motivo mais frequente, correspondendo a 29,63%. Assim, os resultados desta pesquisa identificaram o perfil sociodemográfico, durante o período de estudo, dos pacientes com HIV internados nesse hospital, identificou os principais motivos de internação dessa população bem como os problemas relacionados a farmacoterapia.