Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) é caracterizada como um agregado de alterações no metabolismo de um indivíduo, como obesidade abdominal, hipertensão arterial, hipertrigliceridemia, baixa concentração de lipoproteínas de alta densidade (HDL-c) e intolerância à glicose, que aumentam o risco de desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares (DCV) e Diabetes Mellitus (DM). Essas alterações metabólicas aumentam o risco de desenvolvimento de problemas associados e/ou lesão em algum órgão-alvo, o que consequentemente, pode resultar na utilização de múltiplos medicamentos. Objetivos: O objetivo desse estudo foi identificar indicadores bioquímicos e antropométricos como preditores de SM e calcular o Índice de Complexidade da Farmacoterapia (ICFT) em hipertensos do município de Bocaina - PI. Metodologia: O estudo tem delineamento transversal e 61 indivíduos foram selecionados aleatoriamente por meio de sorteio. Inicialmente foram coletados os dados sociodemográficos e os parâmetros antropométricos de cada participante. Na segunda etapa do estudo, foi executada a coleta sanguínea, em jejum de 12 horas, para a análise dos seguintes parâmetros bioquímicos: Colesterol Total (CT), HDL-c, Lipoproteína de Baixa Densidade (LDL), glicose em jejum, ácido úrico, creatinina, sódio e potássio. A SM foi definida com base nos critérios preconizados pela NCEP - ATP III. A análise estatística meio do cálculo de odds ratios foi conduzida para identificar parâmetros associados à SM. Resultados:Dos 61 hipertensos que aceitaram fazer parte do presente estudo, foram incluídos no estudo 40 hipertensos que compareceram às duas etapas de coleta de dados e parâmetros antropométricos e bioquímicos. Dentre os parâmetros estudados, os que apresentaram diferença estatística significante foram a circunferência abdominal (p < 0,05), o HDL (p < 0,01) e o LDL (p < 0,05), demonstrando forte associação ao risco de SM. Utilizando os critérios da NCEP - ATP III, observou-se que 57,5% dos participantes apresentavam 3 ou mais critérios de diagnóstico para SM, isso representa uma alta de prevalência de SM e dentre eles, o gênero mais prevalente, foi o sexo feminino (58,82%.). Em relação a terapia farmacológica dos participantes do estudo, o número médio de medicamentos por indivíduo foi de 1,6 medicamentos, com variação de no mínimo 1 (n = 21) e no máximo 4 (n = 1) medicamentos utilizados concomitantemente. Após serem realizados os cálculos de ICFT para cada regime terapêutico, o número médio de complexidade encontrado foi de 5,1. Conclusão: Este estudo demonstrou que a circunferência abdominal, o HLD e o LDL estão significativamente associados ao risco de SM. Em relação ao regime terapêutico utilizado pelos participantes, apesar da idade, da hipertensão arterial e de outras comorbidades associadas, os dados mostraram um baixo índice de complexidade da farmacoterapia e um baixo número de medicamentos por pessoa.