O câncer é uma doença responsável por inúmeras mortes ao ano e um problema global. Desta forma, é importante investigar novos compostos terapêuticos mais seletivos, que possam ajudar a minimizar esse cenário. As investigações toxicológicas de substâncias são essenciais no processo de descoberta de fármacos, pois permitem direcionar outras investigações que possam contribuir para a procura de substâncias com atividade antitumoral. Dentro desse contexto, a Crisina é um flavonoide de origem natural com propriedades biológicas de importância terapêutica como atividade anti-inflamatória, antioxidante, antigenotóxica, apoptótica, entre outros. Visando contribuir para as possibilidades de aplicação da Crisina dentro do contexto oncológico, o presente estudo teve o objetivo de avaliar sua toxicidade em teste de A. salina, seus possíveis efeitos genotóxicos em células de A. cepa, efeitos antiproliferativos em células tumorais e normais bem como prever seu perfil de semelhança à fármacos e toxicidade em análise in silico. A toxicidade da Crisina avaliada por Artemia salina, nas concentrações de 1000; 500; 250; 125; 62,5 e 31,25 µM nos períodos de 24h e 48h tiveram a CL50 determinada em 657 µM e 258,9 µM respectivamente. No ensaio de Allium Cepa a Crisina apresentou efeito citotóxico nas duas maiores concentrações entre as avaliadas (250, 125 e 62,5 µM), entretanto, não foi identificado efeitos genotóxicos. O efeito antiproliferativo com base no ensaio de MTT frente as linhagens MCF-7 e MCF-10 apresentou valores de IC50 de 53,4 e 120,8 µM respectivamente, não foi possível determinar o valor de IC50 nas linhagens B16F10 e U87 sendo estimando como superior as maiores concentrações utilizadas (>125 µM e >200 µM respectivamente). As previsões in silico demonstraram que a Crisina não viola nenhuma das regras pré-estabelecidas para compostos candidatos à fármacos e apresentou toxicidade relativa baixa. Diante dos resultados, conclui-se que a Crisina apresenta efeitos citotóxicos que podem explicar sua ação antiproliferativa em células cancerígenas, as previsões in silico ainda demonstram que ela possui, em uma análise inicial, a características físico-químicas fundamentais para fármacos com biodisponibilidade oral compatível.