No Brasil, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos se faz desde muito tempo, e a partir da década de 80 começou a se intensificar a implantação da fitoterapia no serviço público de saúde. Em todo o mundo plantas medicinais são estudadas e tem se aumentado o interesse em explorar propriedades bioquímicas dos metabólicos secundários (MS), os flavonoides são exemplos desses metabólitos e possuem inúmeras propriedades como antioxidantes, antiinflamatórias, anticancerígenas, antivirais e analgésicas. Além de serem responsáveis pela ação farmacológica da planta, alguns desses MS, também podem ser tóxicos, assim testes de toxicidade são de extrema importância e nesse contexto o estudo teve objetivo de avaliar a toxicidade da esterubina em modelos in vitro e in sílico. A obtenção da esterubina foi realizada em colaboração com o grupo de pesquisa do Prof. Dr. Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida (UNIVASF). Para avaliação in sílico foi utilizada a plataforma ADMETLab 3.0, onde o smile da substancia foi adicionado e a partir disso dados físico químicos e de toxicidade foram coletados, para avaliação in vitro da toxicidade em larvas de Zophobas morio a análise foi feita em duplicata com diluição da substância para obtenção das doses de 300, 30 e 3 mg/kg que foram administradas na hemocele do tenébrio, no teste de hemólise foram utilizados eritrócitos de Canis lupus familiaris, com análise em triplicata as amostras foram centrifugadas a 3000 rpm por 5 minutos e quantificada a presença de hemoglobina, na análise in vitro da toxicidade pelo método MTT foram utilizadas linhagens celulares L929 (fibroblastos de camundongos) e B16F10 (melanoma murino) e avaliados quanto a viabilidade celular. A previsão de toxicidade pelo ADMETlab 3.0 trouxe resultados promissores, mostrando a molécula de esterubina com valores favoráveis de propriedades como genotoxicidade, mutagenicidade no teste AMES, irritação ocular, e valores com toxicidade média que não impedem seu uso, mas merecem atenção especial como carcinogenicidade. No teste com larvas de Zophobas morio apresentou boa taxa de sobrevivência em doses como 30 e 300 mg/kg, assim como no teste de hemólise os resultados foram muito bons apresentando porcentagem menor que 10%. Na avaliação de citotoxicidade pelo método MTT, a molécula não apresentou seletividade, porém, teve eficácia em reduzir a viabilidade quando comparadas ao controle negativo assim como também o valor de IC 50 de 15,07 µg/mL (12,55 a 18,10 µg/mL) em células B16F10, mostrando também um bom potencial em reduzir a viabilidade desse tipo de célula. Com base nos resultados a esterubina se mostra uma molécula promissora com bom perfil de segurança demonstrado nos testes in silico e in vitro e se mostrando segura para testes in vivo, porém com atenção especial a alguns parâmetros que não impedem seu uso, podendo ser realizadas algumas mudanças.