O novo coronavírus gerou muitas mudanças na sociedade. Novos padrões de
consumo e novas interações sociais - como a educação a distância, o home office,
distanciamento social e entre outros - passaram a ser adotados para coibir a expansão do
vírus e evitar o agravamento da pandemia. Contudo, nem todas as pessoas tiveram
condições de adotar essas medidas e isso acabou escancarando um problema já antigo
no país, que é a desigualdade social. Nesse sentido, o jornalismo possui o papel não só
de informar sobre a Covid-19, mas também de dar visibilidade aos problemas
enfrentados pela população e cobrar medidas cabíveis para a resolução deles. Dessa
forma, a evidência ou o negligenciamento no jornalismo da temática desigualdade social
pode ser crucial para a construção da realidade pandêmica na sociedade. A partir desse
cenário, nota-se que um dos fatores que podem acarretar o negligenciamento ou não da
temática é o enquadramento jornalístico. É nesse sentido que o presente trabalho
enxerga a necessidade de se debruçar sobre a cobertura deste período de pandemia e,
assim, responder a seguinte pergunta: quais os enquadramentos dados às notícias sobre
a temática da desigualdade social durante a pandemia da Covid-19 nos portais Folha de
S. Paulo e Estadão? Assim, o estudo se alça como uma iniciativa de promover uma
análise comparativa entre os observáveis, os portais Folha de S. Paulo e Estadão, sites
de notícias provenientes de jornais impressos, pertencentes a empresas de alta
credibilidade tanto no mercado quanto para o público e que apresentam alto alcance.O
enquadramento será abordado nesta pesquisa sob o aporte teórico de Entman (1993),
Reese (2001) e Matthes e Kohring (2008). Em relação ao webjornalismo, serão
utilizados autores como Barbosa (2001, Canavilhas (2014) e Mielniczuk (2003).