Jornalismo em mutação: Estudo sobre a produção de conteúdo na fase do capitalismo avançado
Jornalismo, capitalismo avançado, economia política, indústrias culturais, mutações.
RESUMO
Nas últimas décadas do século XX e primeiras do século XXI os meios de comunicação adquirem papel central em processos econômicos, políticos, sociais e culturais. Isso acontece num cenário condicionado pela reestruturação capitalista global, notadamente neoliberal, que dá ênfase a fenômenos como a concentração e a mercantilização, aliados ao reposicionamento das indústrias culturais. Que comunicação e que tipo de jornalismo resultam de todas essas mudanças? Esta pesquisa investiga a produção jornalística afetada por transformações da reconfiguração capitalista global. Defende-se a hipótese de que as mudanças do capitalismo avançado conduzem a mudanças na prática jornalística, sugerindo a emergência de um modelo prevalecente de jornalismo, adaptado às condições históricas contemporâneas: menos próximo do conceito de informação relevante e de interesse público e mais próximo do entretenimento e da prestação de serviços. Toma-se como base de análise o referencial teórico e vertente crítica da Economia Política da Comunicação (EPC). Para revelar a extensão da lógica capitalista para a comunicação, apresenta-se a proposta de sistematizar as “Mutações no jornalismo”, processos praticados geralmente de modo acrítico, tomados como naturalizados, mas que se constituem em mutações em práticas clássicas do jornalismo entendido como atividade de bem social e auxiliar da democracia.