O câncer de mama é a neoplasia que mais acomete mulheres em todo o mundo. No Brasil, a sua incidência vem aumentando significativamente, tendo sido estimado para o ano de 2018-2019 cerca de 59.700 novos casos e 14.206 mortes pela doença. O estudo de biomarcadores no carcinoma mamário vêm se destacando como uma ferramenta importante na avaliação de estratégias prognósticas e principalmente terapêuticas, pois os biomarcadores, tais como os relacionados à proliferação e metástases, apresentam a vantagem de sofrerem alterações em seus níveis antes de qualquer resposta clinica ao tratamento, e assim poderiam selecionar melhor as pacientes que se beneficiariam do tratamento adjuvante. A propósito, as metaloproteinase de matriz (MMP) têm sido sugeridas como potencial biomarcador no câncer de mama, em particular as metaloproteinase de matriz 2 (MMP-2) e metaloproteinase de matriz 9 (MMP-9), cujo papel é degradar o colágeno IV que reveste a matriz extracelular dos tecidos neoplásicos, favorecendo o crescimento e disseminação de células tumorais. A literatura sobre a matéria é escassa e controvertida. Todavia, a maioria dos estudos sobre a expressão das MMP-2 e MMP-9 no carcinoma mamário e fibroadenoma são comumente em níveis séricos, com escassez de comparação imunoistoquímica entre os dois tumores, o que nos levou à concepção do presente estudo. Esta tese foi estruturada em dois capítulos. O capítulo I que teve como objetivo detalhar na literatura estudos disponíveis em várias bases de dados que investigam o impacto dos níveis de expressão de MMP-2 e MMP-9 em mulheres com câncer de mama. As evidências científicas reunidas nesta revisão sugerem que o aumento da expressão de metaloproteinases pode levar a uma maior agressividade do tumor e, conseqüentemente, a um pior prognóstico do câncer de mama. O capítulo II teve como objetivo comparar a expressão das MMP-2 e MMP-9 em mulheres com câncer de mama e com fibroadenoma, que mostrou uma expressão positiva de MMP-2 em 41,67% e 86,11% em fibroadenoma e carcinoma mamário, respectivamente (p<0,0009), enquanto que a MMP-9 mostrou 66,67% e 93,33%, nos grupos controle e estudo, respectivamente (p <0,0138). O presente estudo mostra que a expressão da MMP-2 e MMP-9 foi significativamente maior no câncer de mama do que no fibroadenoma.