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CARLIANE DA CONCEIÇÃO MACHADO SOUSA
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PREVALÊNCIA DE ANTÍGENOS E ANTICORPOS CONTRA SARS-CoV-2: inquérito domiciliar EpiCOVID-Piauí, 2022
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Orientador : MARCIO DENIS MEDEIROS MASCARENHAS
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Data: 18/12/2024
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Introdução: Estudos que estimam a prevalência de antígenos e anticorpos na população em geral são importantes fontes de informações sobre o comportamento do SARS-CoV-2 e contribuem para a melhor compreensão da pandemia de covid-19. Objetivo: Analisar fatores associados à prevalência de antígenos e anticorpos contra SARS-CoV-2 no estado do Piauí. Métodos: Inquérito populacional de base domicilar, conduzido de março a novembro de 2022 no estado do Piauí, com pessoas a partir de um ano de idade residentes em domicílios urbanos, selecionados por amostragem probabilística de múltiplos estágios. Realizaram-se entrevistas domiciliares e coleta de secreção nasofaríngea e de sangue venoso para detecção qualitativa de antígenos do SARS-CoV-2 e de anticorpos imunoglobulina G da proteína spike (IgG-S), imunoglobulina G do nucleocapsídeo (IgG-N) e imunoglobulina M da proteína spike (IgM-S) por meio de imunocromatografia (Abbott®) e quimioluminescência, respectivamente. Foram calculadas prevalências de antígenos e anticorpos, razões de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio da regressão de Poisson com variância robusta. A associação estatística foi verificada pelo teste qui-quadrado de Pearson, ao nível de significância de 5%. As análises foram realizadas no programa Stata, versão 16.1. Resultados: Foram entrevistadas 2.141 pessoas, das quais 1.638 forneceram amostras biológicas. A prevalência de antígenos contra SARS-CoV-2 foi de 2,5% (IC95%: 1,3-4,6). A prevalência de anticorpos foi de 10,5% (IC95%: 8,8-12,6) para IgM-S, 50,9% (IC95%:47,3-54,6) para IgG-N e 99,3% (IC95%: 98,7,-99,7) para IgG-S. A prevalêncoa de IgM-S foi associada à população de idosos (RP=7,52; IC95%: 1,98-28,58) e de adultos 40-59 anos (RP=5,65; IC95%: 1,55-21,36). A prevalência de todos os tipos de anticorpos foi significativamente maior em pessoas que referiram ter tido covid-19. A prevalência de antígeno contra o SARS-CoV-2 foi associada positivamente com renda familiar mensal acima de 2 salários-mínimos (RP=3,38; IC95%: 1,24-9,24) e referência a sintomas relacionados à covid-19 (RP=9,37; IC95%: 2,87-30,56), enquanto foi menor em pessoas de cor de pele parda (RP=0,40; IC95%: 0,18-0,88) e entre os que receberam auxílio financeiro do governo federal (RP=0,22; IC95%: 0,08-0,63). Conclusão: Verificou-se elevada prevalência de anticorpos e baixa prevalência de antígenos contra SARS-CoV-2 no Piauí em 2022, o que pode ser decorrente de ampla cobertura vacinal e recrudescência da pandemia de covid-19 no período do estudo. Apesar da elevada prevalência de anticorpos contra a doença, faz-se necessário manter medidas de prevenção e controle da covid-19.
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LIANA OSÓRIO FERNANDES
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PREVALÊNCIA DE ANTIGENOS E ANTICORPOS CONTRA SARS-COV-2 EM PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NO PIAUÍ
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Orientador : MARCIO DENIS MEDEIROS MASCARENHAS
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Data: 20/11/2024
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Introdução: No período de 2020 a 2022, a pandemia de Covid-19 afetou a população de maneira heterogênea. Entre os grupos mais vulneráveis estão as pessoas privadas de liberdade (PPL), onde enfrentam condições insalubres nas Unidades Prisionais (UP). Objetivo: Estimar a prevalência de antígenos e anticorpos contra o SARS-COV-2 nas PPL no estado do Piauí. Métodos: Trata-se de um inquérito sorológico e transversal, realizado com as PPL de ambos os sexos, em sete UP, localizadas em quatro municípios do estado do Piauí, no período abril a outubro de 2022. A amostragem foi probabilística por conglomerado, as UP, com um estágio de seleção. Selecionadas por meio de um sorteio estratificado, considerando a distribuição geográfica e o tamanho da PPL. Realizaram-se entrevistas e testes rápido de antígeno e sorológicos com a utilização do método de quimioluminescência para a detecção de anticorpos IgG N/S e IgM S contra o SARS-CoV-2. As entrevistas foram efetuadas por meio de um questionário eletrônico padronizado e semiestruturado, instalado em tablets, que abordou aspectos clínicos, sociodemográficos e as condições das celas. O teste qui-quadrado de Pearson foi utilizado para comparar as proporções entre os grupos. A magnitude da associação entre as variáveis foi avaliada por meio de regressão de Poisson. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer n. 4.578.002/2021). Resultados: Foram entrevistadas 857 PPL, homens (90%), etária de 25 a 34 anos (40,6%), até o ensino fundamental completo (62,1%), negros (84,4%), sem parceiros conjugais (62,1%) e tempo de encarceramento de até 2 anos (76,3%). Em relação aos aspectos clínicos 37,1% relatou possuir doenças crônicas sendo as mais frequentes outras doenças respiratórias (10%), asma (9,9%) e hipertensão arterial (8,8%). Em relação ao ambiente da cela, 56,9% das PPL compartilhavam cela com 1 até 9 detentos, 53,3% acesso a máscaras faciais e 93,9% água e sabão para higiene das mãos. ma minoria foi beneficiada com orientações ou palestras sobre medidas preventivas contra a Covid-19 (22,9%). O antigeno por SARS-CoV-2 foi identificado em 1,1% (n=10). A presença de anticorpos IgG Anti-N foi identificada em 55,4% dos indivíduos (n=442), IgG Anti-S em 98,9% (n=802) e de IgM Anti-S em 6,5% (n=51). Entre os vacinados, a prevalência de anticorpos IgG Anti-N foi significativamente maior (RP=1,26; IC95%: 1,08-1,46) em relação aos não vacinados (RP=1,00; IC95%). Conclusão: Conclui-se que as medidas de vacinação e controle foram eficazes em conter a disseminação do SARS-CoV-2, resultando em baixa prevalência de infecção ativa e alta exposição prévia entre as PPL no Piauí. É fundamental que as autoridades de saúde e justiça desenvolvam programas de educação em saúde e vacinação, além de garantir o acesso a testes diagnósticos e tratamento.
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KATIA CILENE DE OLIVEIRA PEREIRA
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RISCO DE SUICÍDIO EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS: VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA
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Orientador : CÁSSIO EDUARDO SOARES MIRANDA
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Data: 19/11/2024
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Introdução: O suicídio é um fenômeno complexo, universal e um grave problema de saúde pública global, sendo um ato deliberativo realizado pelo próprio indivíduo, de forma consciente e intencional, com o intuito de provocar a própria morte. Mundialmente, nas últimas décadas, o suicídio cresceu significativamente na população jovem (15 a 29 anos) aparecendo como a quarta causa de morte mais recorrente para esse público. No Brasil, constitui a terceira causa de óbitos ocorridos na faixa etária de 15 a 19 anos. Existem fatores de risco para a manifestação desse fenômeno: transtornos mentais, violência, desemprego, aspectos socioeconômicos, falta de apoio social e eventos estressantes. Objetivo: Analisar o risco de suicídio em adolescentes vítimas de violência, a partir da própria percepção de escolares do ensino médio da rede pública de Teresina (PI); identificar as variáveis socioeconômicas que constituem risco ao comportamento suicida; interpretar o risco do comportamento suicida em adolescentes vítimas de violência física e sexual e, compreender a associação entre comportamento relacionado à violência e risco de suicídio na adolescência. Métodos: Estudo quantitativo não experimental transversal descritivo e correlacional-causal, com amostra de 208 (duzentos e oito) adolescentes do Ensino Médio de escolas públicas urbanas de Teresina (PI), obtida a partir do cálculo amostral, considerando o nível de confiança de 95%, a margem de erro de 5% e a prevalência de 14,54% para a população de 20.007 alunos matriculados no ensino médio das escolas públicas de Teresina. Para a coleta de dados, utilizou a combinação de dois instrumentos: questionário socioeconômico e Youth Risk Behavior Survey (YRBS), a amostra foi estabelecida de forma proporcional a quantidade de alunos matriculados nos diferentes estratos: Norte, Sul, Leste, Sudeste e Centro. A análise utilizou o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 26.0, aplicou a estatística descritiva, com a frequência absoluta e relativa para os dados qualitativos e, média, mediana e desvio padrão para as variáveis quantitativas. Aplicou o intervalo de confiança tanto para a média quanto para a frequência relativa. Para avaliar a associação entre as variáveis relacionadas a violência e suicídio, utilizou o teste qui-quadrado com correção de Yates para as variáveis categóricas e o modelo de regressão logística binária para calcular a razão de chances. Considerou um índice de confiabilidade de 95% (p < 0,05). Realizou correlações e interpretações comparativas dos resultados, fazendo uso de teorias acerca da temática. Resultados: Identificou-se uma associação estatística entre: ideação e tentativa suicida com as variáveis gênero, renda familiar, violência física e violência sexual (p-valor>0,05). A violência sexual apresentou-se como fator precipitante significativamente potencializador da ideação e tentativa suicida. Conclusão: Abordar o risco do comportamento suicida requer concebê-lo como um problema social de saúde pública evitável, implicando na articulação de diferentes políticas públicas de áreas prioritárias: saúde, educação e, emprego e renda, com foco na integralidade e intersetorialidade das ações, com vistas ao seu enfrentamento e à promoção da saúde e bem-estar dos adolescentes.
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NEYLANY RAQUEL FERREIRA DA SILVA
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CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS RELACIONADOS À PREVENÇÃO DA COVID-19: inquérito populacional EpiCOVID-Piauí
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Orientador : MARCIO DENIS MEDEIROS MASCARENHAS
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Data: 25/09/2024
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Introdução: Inquéritos sobre conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) podem contribuir na investigação de doenças de transmissão respiratória como a covid-19 e influenciar as medidas de prevenção recomendadas. Objetivo: Analisar conhecimentos, atitudes e práticas relacionados à prevenção da covid-19 em adultos residentes no Piauí. Métodos: Estudo transversal analítico com dados de adultos (≥18 anos de idade) participantes do inquérito sorológico de base populacional sobre infecção pelo novo coronavírus (EpiCOVID-Piauí) no período de março a novembro de 2022. Adotou-se amostragem probabilística por conglomerado em três estágios (setor censitário, quadra, domicílio). As entrevistas ocorreram durante visitas domiciliares, utilizando formulário digital do programa EpiCollect®. Foram obtidos dados sociodemográficos, aspectos clínicos, além dos conhecimentos (16 questões), atitudes (7 questões) e práticas (11 questões) em relação à covid-19. As perguntas foram adaptadas de instrumentos utilizados em inquéritos de saúde previamente realizados no Brasil durante a pandemia de covid-19. Foram calculadas frequências ponderadas, prevalências, razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio da regressão de Poisson. Utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson, ao nível de significância de 5%, para verificar a associação entre as variáveis independentes e o desfecho. As análises foram realizadas no programa Stata, no módulo svy. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI, conforme parecer nº. 4.644.991. Resultados: Foram entrevistados 1.806 adultos. O conhecimento adequado (85,0%) foi associado a residir no interior (RP=1,09; IC95%: 1,03-1,15), ter escolaridade de nível superior (RP=1,14; IC95%: 1,06-1,22) e covid-19 prévia (RP=1,07; IC95%: 1,02-1,12). A atitude positiva (87,4%) associou-se a residir no interior do estado (RP=1,06; IC95%: 1,01-1,12), ter 40-59 anos (RP=1,06; IC95% 1,01-1,13) ou ≥60 anos de idade (RP=1,09; IC95%:1,03-1,14), ter recebido ≥2 doses de vacina contra covid-19 (RP=1,36; IC95%: 1,12-1,66) e ter conhecimento adequado (RP=1,46; IC95%: 1,29-1,64). A prática adequada (70,2%) foi associada a ter 40-59 anos de idade (RP=1,21; IC95%: 1,10-1,34), ter recebido ≥2 doses de vacina contra a covid-19 (RP=1,96; IC95%: 1,32-2,91), ao conhecimento adequado (RP=1,58; IC95%: 1,39-1,80) e à atitude positiva (RP=1,66; IC95%: 1,40-1,96). Conclusão: Houve bom desempenho em relação a conhecimentos e atitudes, com desempenho inferior em relação às práticas de prevenção da covid-19 entre adultos no Piauí. O melhor conhecimento foi observado no sexo feminino e escolaridade médio completo ou incompleto. A atitude foi influenciada positivamente pelo aumento da idade, vacinação contra a covid-19 e conhecimento adequado sobre a doença. A prática foi influenciada positivamente pelo aumento da idade, vacinação, conhecimento adequado e atitude positiva. Os resultados do estudo podem subsidiar políticas públicas mais eficazes para prevenir a propagação da covid-19 no Piauí, reduzir a morbidade e mortalidade associada à doença.
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BEATRIZ CAROLINE LEÃO LIMA
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ANÁLISE TEMPORAL E ESPACIAL DAS NOTIFICAÇÕES DE LESÕES AUTOPROVOCADAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL, DE 2013 A 2022
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Orientador : JOSE WICTO PEREIRA BORGES
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Data: 20/09/2024
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Introdução: No Brasil, a saúde mental de crianças e adolescentes vem apresentando danos ao longo do tempo e as notificações de lesões autoprovocadas nessa população podem seguir a tendência mundial de crescimento. Lesão autoprovocada é uma forma de lesão auto-infligida, podendo ter intencionalidade suicida ou não. A análise do padrão temporal e espacial desse agravo é fundamental, tendo em vista a conjuntura social atual que reverbera na saúde mental da sociedade e a necessidade de conhecer a magnitude e o comportamento do agravo, podendo ter relação com o espaço e os respectivos fatores socioeconômicos no contexto em que o indivíduo está inserido. Objetivo: Analisar a ocorrência temporal e espacial das lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes no Brasil, entre 2013 e 2022. Métodos: Estudo transversal e ecológico misto sobre lesões autoprovocadas na faixa etária de 5 a 19 anos, no Brasil. Utilizaram-se as variáveis: sexo, faixa etária, método, local de ocorrência, caráter repetitivo, ano, região, município e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). O modelo de análise de Prais-Winsten foi utilizado para análise de tendência temporal. O software QGIS foi utilizado para a construção de mapas temáticos para análise espacial. Neste estudo, o nível de significância considerado foi de < 5%. Resultados: Houve 234.190 notificações de lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes ao SINAN, no período estudado. Os casos notificados tinham como características predominantes: sexo feminino (77,1%), faixa etária de 15 a 19 anos (70,3%) e ocorrência na região Sudeste (45,5%). O Brasil e suas regiões apresentaram crescimento das taxas no período, exceto em 2020. Observou-se tendência crescente no Brasil [variação percentual anual (VPA): 28,7; IC95% 19,9; 38,2; p: < 0,001)] e nas regiões Norte (VPA: 26,6; IC95% 18,5; 35,3; p: < 0,001), Nordeste (VPA: 32,7; IC95% 24,4; 41,5; p: < 0,001), Sudeste (VPA: 27,8; IC95% 20,1; 36,1; p: < 0,001), Sul (VPA: 26,5; IC95% 12,8; 41,8; p: 0,001) e Centro-Oeste (VPA: 31,5; IC95% 23,5; 40,0; p: < 0,001). A distribuição espacial apresentou incremento na concentração das taxas de lesão autoprovocada, com destaque para o ano de 2022. Observou-se dependência espacial em todos os períodos (2013-2015: 0,331 p: <0,001; 2016-2018: 0,447 p: <0,001; 2019-a2021: 0,475 p: <0,001; 2022: 0,431 p: <0,001). Observou-se correlação global das taxas de lesão autoprovocada com o IDHM (2013-2015: 0,139 p: <0,001; 2016-2018: 0,242 p: <0,001; 2019-2021: 0,300 p: <0,001; 2022: 0,248 p: <0,001). Conclusão: O estudo apontou tendência temporal crescente, incremento na concentração espacial e dependência entre aglomerados de altas ou baixas taxas de lesões autoprovocadas em crianças e adolescentes entre os municípios no Brasil, ao longo do período estudado. Observou-se correlação entre o IDHM e as taxas de lesões autoprovocadas, sendo possível verificar altos índices de IDHM e baixas taxas de lesões autoprovocadas em municípios localizados na região Sudeste, enquanto baixos índices de IDHM e altas taxas de lesões autoprovocadas estavam localizados em municípios da região Nordeste.
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CLÁUDIO FERNANDO GOMES GONÇALVES
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RELAÇÃO ENTRE ATIVIDADE FÍSICA E DEPRESSÃO PRÉ-NATAL EM ADOLESCENTES
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Data: 20/09/2024
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Introdução: A depressão pré-natal é um grave problema de saúde pública que afeta as gestantes, especialmente adolescentes. A atividade física pode promover uma melhor saúde mental, porém os níveis de atividade física entre esse público costumam ser insatisfatórios. Objetivo: Analisar a relação entre a atividade física e a depressão pré-natal em adolescentes do município de Teresina, Piauí. Métodos: Trata-se de estudo transversal e analítico, realizado entre abril de 2023 a março de 2024, com adolescentes grávidas entre 10 e 19 anos que residiam e faziam acompanhamento pré-natal no município. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista estruturada, utilizando formulário sobre aspectos sociodemográficos, comportamentais, obstétricos e relacionados à situação conjugal. Utilizou-se a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo para verificar a prevalência de depressão pré-natal e o Questionário de Atividade Física para Gestantes para as informações sobre hábitos de atividade física. A associação entre a variável dependente e as independentes foi avaliada pelo teste do qui-quadrado de Pearson/teste exato de Fisher. Todas as variáveis que mostraram p<0,20 foram incluídas na análise multivariada, realizada por meio de regressão logística múltipla e cálculo de odds ratio ajustada (ORaj) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Resultados: Foram entrevistadas 182 adolescentes. O risco de desenvolver depressão pré-natal foi de 31,3%. A maioria não praticava exercícios físicos (67,6%), mas se considerava levemente ativa/ativa durante a gestação (73,6%). Contudo, a maior parte delas era sedentária (85,7%). Grande parte dos profissionais de saúde (78,0%) não recomendou prática de atividade física durante a gravidez e apenas 8,5% das adolescentes o fazia sob orientação de um profissional de educação física. A caminhada foi o tipo de exercício predominante (83,0%) e a maior parte do tempo era gasto em tarefas domésticas (55,0%) e de lazer (65,9%). Houve aumento da chance de depressão pré-natal nas consideradas sedentárias no deslocamento (ORaj=2,40; IC95% 1,01-5,68). Por outro lado, aquelas que praticavam exercício físico (ORaj=0,22; IC95% 0,05-0,94) e tiveram gasto energético leve em atividade domésticas (ORaj=0,26; IC95% 0,07-0,98) apresentaram menor chance de desenvolver depressão pré-natal. Conclusões: A prevalência de depressão pré-natal e de sedentarismo durante a gravidez foi elevada. Praticar exercício físico e ser ativa em atividades domésticas combatem os sintomas de depressão pré-natal. Os achados revelam a necessidade de promover políticas públicas que ofereçam suporte e orientação profissional adequada para essa população, visando aumentar os níveis de atividade física e, consequentemente, reduzir a prevalência de depressão pré-natal.
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KALINY VIEIRA DOS SANTOS ALVES PEREIRA
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DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA EDUCATIVA DIGITAL A RESPEITO DA DOENÇA DE CHAGAS.
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Orientador : VAGNER JOSE MENDONCA
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Data: 18/09/2024
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Introdução: A doença de Chagas é uma doença infecciosa com fase aguda ou crônica causada pelo vetor Triatoma infestans, mais conhecido como barbeiro. É considerada uma doença negligenciada, gerando a necessidade de intervenções de caráter de saúde pública. Objetivo: Desenvolver e validar uma tecnologia educativa a respeito da doença de Chagas. Métodos: Pesquisa metodológica de natureza quantitativa, que possui três fases: Pré-produção, produção e pós-produção de um vídeo educativo. O processo de validação contou com 15 juízes especialistas (9 em conteúdo e 6 técnicos) além da validação do público-alvo (17 adolescentes). Os dados foram analisados por meio do programa Microsoft Office Excel e do programa estatístico SPSS versão 25. Na avaliação dos juízes, foi mensurado o Índice de Validade de Conteúdo. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com parecer n. 5.878.972 e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido. Resultados: Quanto a validação dos especialistas em conteúdo, observou-se que 66,7% possuem doutorado na área de interesse, 33,3% mestrado e 44,4% possuem especialização. Além disso, 55,6% tem experiência na área de doença de Chagas e 44,4% atenção primária à saúde e/ou no programa saúde na escola. A distribuição de concordância entre os especialistas de conteúdo a respeito das categorias e subcategorias do instrumento do roteiro do vídeo educativo foi avaliada de forma positiva e em nenhuma das subcategorias, a proporção de concordância foi inferior a 80% e nenhum item recebeu avaliação menor que 0,8 no Índice de Validade de Conteúdo. Na validação dos especialistas técnicos foi possível observar que 83,3% eram doutores na área de interesse, 16,7% mestres, 83,3% possuem especialização, 50% dos profissionais participantes possuem experiência de Tecnologias Educativas e/ou Validação de Instrumento, 66,7% tem experiência na área de Cinema/Comunicação social e 83,3% possuem publicações relacionadas a Tecnologias Educativas e/ou Validação de Instrumento. Na distribuição de concordância entre os especialistas de conteúdo a respeito das categorias e subcategorias do instrumento do roteiro do vídeo educativo, os participantes expressaram uma parcial unanimidade em suas análises, demonstrando um alto nível concordância nas suas avaliações (100%) exceto na categoria eficiência, onde a subcategoria “tempo proposto” alcançou uma porcentagem de 83,3%. Apesar do item ter apresentado uma concordância acima de 80%, as sugestões foram acatadas visando a melhor qualidade do material. Nenhum item recebeu avaliação menor que 0,8 no Índice de Validade de Conteúdo. Nas evidências de validade do conteúdo do roteiro pelo público-alvo, o sexo feminino foi o mais predominante (58,8%), com uma porcentagem igual de alunos que estudavam no 7º e 8º ano (23,5%). Na distribuição de concordância, todos os itens atingiram porcentagem acima de 80%. O vídeo foi divulgado no ambiente escolar através da ação educativa “Conhecendo a doença de Chagas”. Conclusão: Por se tratar de uma tecnologia de fácil acesso, a mesma poderá ser utilizada nas práticas educativas por profissionais da saúde e da educação, fornecendo informações relevantes sobre a temática e contribuindo para a promoção da saúde.
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LUZIA CLEIA DA SILVA
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EXCESSO DE PESO E FATORES ASSOCIADOS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NO PIAUÍ: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL
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Orientador : CARLOS EDUARDO BATISTA DE LIMA
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Data: 13/09/2024
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Introdução: O excesso de peso está se tornando cada vez mais prevalente globalmente, afetando todas as faixas etárias e condições socioeconômicas. Essa condição, provoca sérios problemas de saúde e representa um desafio significativo para a saúde pública em todo o mundo. Além disso, a pandemia da COVID-19 pode ter aumentado ainda mais essa situação, devido às restrições sanitárias implementadas. Dado o aumento da prevalência de excesso de peso entre crianças e adolescentes juntamente com o crescente consumo de alimentos ultraprocessados e a adoção de medidas restritivas que foram realizadas para combater o avanço da pandemia da COVID-19, torna-se essencial intervir na prevenção da obesidade ao abordar seus fatores de risco. Objetivo: analisar o excesso de peso e fatores associados em crianças e adolescentes durante a pandemia da COVID-19 no Piauí, Brasil. Métodos: Estudo transversal, analítico, de base populacional domiciliar e abordagem quantitativa, realizada por meio de um inquérito sorológico no Piauí, denominada EpiCOVID-Piauí no período de março a novembro de 2022. A amostra foi 314 crianças e adolescentes de 5 a 19 anos. Foram investigadas variáveis sociodemográficas, econômicas, situação de saúde, consumo alimentar e estilo de vida. As entrevistas foram realizadas durante visitas a domicílios sorteados, utilizando um formulário digital padronizado com o programa EpiCollect5. Foram calculadas frequências ponderadas, prevalências, razões de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio uma regressão Logística, com correção robusta da variância. A diferença entre os sexos foi avaliada através do teste de qui-quadrado (χ2) de Pearson ajustado Rao-Scott. O limiar de significância adotado foi de 5%. As análises foram realizadas no programa Statistical Package for Social Science, versão 20.0, no módulo svy. A pesquisa seguiu todas as recomendações éticas e houve aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa (nº. 4.644.991). Resultados: A prevalência de excesso de peso foi de 34,1%, compreendendo 12,2% de casos de sobrepeso e 21,9% de casos de obesidade, sendo maior no sexo masculino (38,4%) do que o sexo feminino (30,6%). O excesso de peso foi associado à idade de 5 a 9 anos no sexo feminino (RP=14,66; IC95%=2,84 - 75,54), idade entre 5 a 9 anos no sexo masculino (RP=17,08; IC95%=2,66 - 109,93), 10 a 14 anos no sexo masculino (RP=8,14; IC95%=2,07 - 32,08). A prevalência de excesso de peso foi associada ao nível de escolaridade mais baixo 94,5 (OC95%61,2 - 99,5). Não houve diferenças significativas em relação à cor da pele, infecção da COVID-19 e consumo de frutas, legumes, verduras, alimentos enlatados, processados ou congelados. Conclusão: O excesso de peso é mais comum em crianças de 5 a 9 anos do que em adolescentes de 15 a 19. O sexo, cor da pele, consumo alimentar e COVID-19 não tiveram impacto significativo. Esses resultados destacam a necessidade de estratégias de prevenção e mais pesquisas sobre o excesso de peso.
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NÁGILA SILVA ALVES
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CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICA DE PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE SOBRE PREVENÇÃO E CONTROLE DA COVID-19 E FATORES ASSOCIADOS
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Orientador : MALVINA THAIS PACHECO RODRIGUES
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Data: 30/08/2024
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Introdução: Em todo o mundo, as pessoas privadas de liberdade apresentam inúmeras condições de vulnerabilidade sanitária e de adoecimento devido às condições de confinamento inadequadas em que vivem. Tal realidade amplia a predisposição ao risco de contágio e transmissão da covid-19, o que requer que ações preventivas de enfrentamento devam ser realizadas para controlar o número de casos e prevenir contaminação em massa. Objetivo: Analisar os conhecimentos, atitudes e prática de pessoas privadas de liberdade em relação à prevenção e controle da covid-19. Métodos: Estudo transversal e analítico de base institucional realizado em sete unidades prisionais do Piauí, com uma amostragem probabilística por conglomerado. A coleta de dados ocorreu de abril a outubro de 2022, por meio da aplicação de um formulário adaptado constituído por perguntas referentes a variáveis sociodemográficas, características da cela, conhecimentos, atitudes e prática em relação à covid-19, sendo as três últimas classificadas por escores. As análises dos dados foram realizadas com o uso do Stata. Foram calculados razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio de regressão de Poisson com variância robusta. A pesquisa seguiu todas as recomendações éticas e houve aprovação de um Comitê de Ética em Pesquisa (nº 4.578.002). Resultados: Foram entrevistados 857 detentos. A população privada de liberdade apresentou bom desempenho quanto à prevenção e controle da covid-19. A melhor classificação foi na dimensão atitude, seguida da prática. O conhecimento sobre a doença e sua forma de prevenção e controle obtiveram menor escore comparado aos demais. O conhecimento adequado demonstrou associação com a faixa etária de 25 a 34 anos (RP=1,09; IC95%=1,01-1,19; p=0,043), religião evangélica (RP=1,10; IC95%=1,01-1,20; p=0,021) e nível de escolaridade fundamental completo ou mais (RP=1,12; IC95%= 1,04-1,20; p=0,002). A atitude positiva associou-se ao sexo masculino (RP=0,89; IC95%=0,84-0,94; p=0,001) e com pessoas que se declararam amarelas e indígenas (RP=1,18; IC95%=1,09-1,28; p=0,001). A prática adequada foi associada ao sexo masculino (RP=0,73; IC95%=0,61-0,88; p=<0,001), não ter religião (RP=0,78; IC95%=0,67-0,92; p=0,003), escolaridade fundamental completo ou mais (RP=1,10; IC95%=1,01-1,21; p=0,039), possuir companhia conjugal (RP=1,14; IC95%=1,01-1,29; p=0,037), disponibilidade de água (RP=1,45; IC95%=1,03-2,06; p=0,035) e sabão (RP=2,47; IC95%=1,46-4,19; p=0,001) para a higienização das mãos e o recebimento de máscaras faciais (RP=1,26; IC95%=1,11-1,43; p=<0,001). Conclusão: Os achados demonstram a necessidade da adoção de estratégias a fim de que as pessoas privadas de liberdade possam ter conhecimentos, atitudes e prática adequadas em relação à prevenção e controle da covid-19 e reduzir os riscos de adoecimento. Esta pesquisa pode contribuir para a elaboração de políticas públicas de modo a favorecer com o direito à saúde no sistema prisional.
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CLEIANA FRANCISCA BEZERRA MESQUITA
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IDEAÇÃO SUICIDA NO PERÍODO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO PIAUÍ: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS
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Orientador : MALVINA THAIS PACHECO RODRIGUES
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Data: 23/08/2024
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Introdução: A ideação suicida é uma das fases dos comportamentos suicidas que requer atenção e intervenção, uma vez que o surgimento de ideias suicidas pode aumentar o risco para a efetivação do suicídio. Objetivo: Analisar a prevalência e fatores associados à ideação suicida durante a pandemia da Covid-19 no estado do Piauí, Brasil. Métodos: Inquérito de base populacional realizado em 24 municípios piauienses (EpiCOVID-Piauí) no período de março a novembro de 2022. Foram entrevistados 1.806 adultos (≥18 anos de idade) quanto a características sociodemográficas, econômicas e clínicas durante visitas domiciliares. Aspectos da saúde mental, incluindo a ideação suicida, foram obtidos por meio do Self Report Questionnaire (SRQ-20). Foram calculadas a prevalência e razão de prevalência (RP) da ideação suicida, com intervalo de confiança de 95% (IC95%), por meio da regressão de Poisson. O teste Qui-quadrado de Pearson foi utilizado para avaliar a associação entre as variáveis independentes e presença de ideação suicida. O nível de significância adotado para os testes foi de p < 0,05. As análises foram realizadas no programa Stata, versão 16.1, utilizando-se o módulo survey. Resultados: Foram entrevistados 1.806 indivíduos. A prevalência de ideação suicida foi de 5,8% (IC95% 4,6-7,2), significativamente menor entre residentes fora da capital (RP=0,36; IC95% 0,21-0,60), idosos (RP=0,43; IC95% 0,25-0,70), com companhia conjugal (RP=0,63; IC95% 0,43-0,90) e renda familiar maior que 3 salários-mínimos (RP=0,42; IC95% 0,23-0,70). A ideação suicida foi significativamente maior em evangélicos (RP3=3,40; IC95% 2,08-5,50), pessoas que perderam emprego (RP=2,85; IC95% 1,60-5,00), beneficiários do governo federal (RP=1,59; IC95% 1,04-2,40), presença de comorbidades (RP=2,69; IC95% 1,77-4,09), aumento do consumo de álcool (RP=1,98; IC95% 1,02-3,86) e sofrimento mental (RP=17,6; IC95% 8,67-33,56). Conclusão: A ideação suicida deve ser priorizada a partir da identificação e envolver toda a rede intersetorial, colocando-a como prioridade no cotidiano dos profissionais que atuam nesses serviços.
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MANUELA FERNANDES DA SILVA PEREIRA CONCEIÇÃO
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NECESSIDADES FORMATIVAS DE COORDENADORES PEDAGÓGICOS NA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO SEXUAL COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO DO HPV: PESQUISAR E FORMAR
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Orientador : HILDA MARIA MARTINS BANDEIRA
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Data: 09/07/2024
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Introdução: Saúde e educação são constantemente evocadas quando a questão gira em torno das condições da qualidade de vida das pessoas, em especial dos jovens e adolescentes em idade escolar. Nesse caso, a vacina contra o HPV apresenta-se como uma estratégia eficaz de promoção da educação sexual. Para isso, é necessário que pais, profissionais de saúde e educadores orientem crianças e adolescentes sobre comportamento sexual e HPV como estratégia para promover saúde e qualidade de vida e idealizar adultos saudáveis a partir de criação de políticas públicas que passem a instituir a educação sexual como grade curricular e que envolva todos os sujeitos envolvidos. Objetivo: Analisar as necessidades formativas na promoção da educação sexual como estratégia de prevenção do HPV na perspectiva dos coordenadores pedagógicos nas escolas de Piripiri/PI. Métodos: Pesquisa qualitativa, do tipo explicativa com coordenadores pedagógicos de 12 escolas públicas de ensino fundamental anos finais (6º ao 9º ano) de Piripiri-PI. Na produção de dados, foi utilizado o questionário para caracterização pessoal e profissional dos coordenadores pedagógicos, realizado em setembro de 2023 e o grupo focal para identificar as manifestações tipológicas de necessidades formativas, realizado em setembro de 2023. A pesquisa foi dividida em cinco etapas: diagnóstico, planejamento, implementação, análise e síntese. Os dados coletados foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo. O estudo apresentou como resultado as manifestações tipológicas de necessidade como discrepância ou lacunas, diagnóstica, sistema e possibilidades. A manifestação tipológica de necessidade do sistema, considerando a falta de oferta de cursos de formação específica para coordenadores pedagógicos pela SEDUC que contemplem a atuação como coordenador pedagógico em suas dimensões: articuladora, formadora e transformadora. Os coordenadores pedagógicos relatam que o principal desafio enfrentado no exercício da profissão é o excesso de atribuições. Eles possuem formação inicial em alguma licenciatura, que não possui relação alguma com a função de coordenador pedagógico, um trabalho essencialmente administrativo que exige formação técnica sobre as múltiplas faces dos fazeres pedagógicos. Ao concluir o grupo focal, observou-se a escassez de discussões sobre sexualidade, especialmente aquelas relacionadas à prevenção do HPV, o que evidenciou as necessidades formativas como lacunas. Levando em conta também a campanha de vacinação contra o HPV no município, fomos incentivados pelos partícipes da pesquisa a desenvolver uma proposta formativa que abordasse distintos aspectos da sexualidade. A pesquisa possibilitou constatar que os assuntos que careciam de uma formação mais peculiar eram: conceitos em sexualidade (sexo, sexualidade e relações de gênero); educação sexual – por quê, para que e como ensinar trabalho intersetorial na promoção da saúde no contexto escolar e infecções sexualmente transmissíveis, em especial o HPV. Conclusão: Com a realização do grupo focal, os coordenadores pedagógicos puderam compartilhar suas vivências e experiências, manifestar suas necessidades formativas, bem como repensar suas práticas e seu papel como CP. Ainda, foi desenvolvida uma proposta formativa em Educação Sexual nas escolas: currículos e práticas para atender suas necessidades em como trabalhar com essa temática no ambiente escolar.
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ANA LYS MARQUES FEITOSA
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PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS A HESITAÇÃO VACINAL CONTRA COVID-19 ENTRE ESCOLARES NO PIAUÍ: um estudo de base populacional
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Orientador : FERNANDO FERRAZ DO NASCIMENTO
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Data: 19/06/2024
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Introdução: A pandemia de covid-19 teve um grande impacto em todo o mundo, afetando diversos setores da sociedade, inclusive a educação. Nesse contexto, a prevalência da hesitação vacinal é particularmente alta entre crianças e adolescentes entre diferentes faixas etárias, regiões e países, pois os mesmos apresentam uma variedade de razões e preocupações que influenciam sua decisão de não se vacinarem, contribuindo assim, para a resistência das famílias quanto à eficácia e segurança das imunizações contra a covid-19. Objetivo: Estimar a prevalência e fatores associados à hesitação ao uso da vacina contra covid-19 na população de crianças e adolescentes no estado do Piauí, segundo as características sociodemográficas, econômicas e de situações de saúde, consoante relato dos responsáveis pelo domícilio. Metodologia: Este estudo se caracteriza como transversal, analítico, de base populacional domiciliar, com dados de entrevistas que ocorreram durante visita a domicílios sorteados, por meio de formulário eletrônico que compreenderam uma subamostra de 313 crianças e adolescentes de 5 a 19 anos de idade – integrando uma pesquisa mais ampla, participante de um inquérito sorológico no estado do Piauí (EpiCOVID-Piauí), realizado no período de março a novembro de 2022. Estimou-se a prevalência de indicadores, segundo características sociodemográficas, econômicas, situação de saúde, por meio das diferenças estatísticas, através do teste que-quadrado de Pearson. Calculou-se a estimativa de prevalência da hesitação vacinal e a razão de prevalência (RP), com intervalo de confiança de 95% (IC 95%), estimado pela regressão de Poisson. O nível de significância adotado para os testes foi de p < 0,05. As análises do plano amostral complexo foram realizadas no programa STATA (versão 16.1). Resultados: A prevalência de hesitação vacinal foi de 9,8% (IC95% 5,2-18,0), não apresentando diferenças significativas entre a capital e o interior (9,3% e 10,1%, respectivamente, com um Risco Proporcional - RP - de 1,09), sexo masculino (9,9 %; RP = 1,03; IC95% (0,43-2,42), faixa etária de 5 a 9 anos apresenta a maior taxa de hesitação (22,2%; RP = 1,00; IC95% 10,4-41,2) de escolaridade, com ensino fundamental completo (18,8%; RP = 1,00; IC95% 4,4-53,9) pertencentes às religiões de denominação evangélica (20,1 %; RP = 3,32; IC95% 0,72-15,42) e diferenças significativas também foram observadas em relação ao número de ≤4 moradores no domicílio (16,6%; RP = 1,00; IC95% 0,74-63,51) e que possuem acesso à rede de esgoto (19,5%; RP = 3,40; IC95% 0,99-11,58). No entanto, algumas características socioeconômicas e demográficas, assim como região e raça/ cor da pele, não tiveram diferença estatística. Percebeu-se que, em relação às condições de saúde dos entrevistados, aqueles que não possuem um plano de saúde apresentam uma taxa de hesitação vacinal de 10,6%. Com relação à razão de prevalência, a faixa etária, tanto entre os indivíduos 10 e 14 anos, quanto os de 15 a 19 anos, apresentaram menor prevalência (respectivamente 13% e 11%) de hesitação vacinal (RP: 0,13; IC95%: 0,04-0,45; RP: 0,11; IC95%: 0,03-0,35). Ter 5 ou mais moradores no domícilio também apresentou cerca de 15% menor prevalência de ter hesitação vacinal (RP:0,15; IC95%: 0,04-0,55), assim como ter doenças cardiovasculares apresentou 4,48 maior razão de prevalência para hesitação vacianal (RP:4,48; IC95%: 1,13-17,72). Conclusão: Mediante o exposto, observa-se que a prevalência de hesitação vacinal na população de crianças e adolescentes apresenta associação com fatores individuais, contextuais e clínicos que revelam os grupos etários e contextos mais resistentes, devendo merecer atenção especial das estratégias públicas para garantir a ampla vacinação dessa população.
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JULIÊTA LOPES FERNANDES
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ADOLESCENTES DE UMA COMUNIDADE QUILOMBOLA: FATORES ASSOCIADOS AO PADRÃO DE USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
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Orientador : OLIVIA DIAS DE ARAUJO
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Data: 29/05/2024
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Introdução: O racismo estrutural no Brasil, que perpetua a discriminação e a exclusão racial, tem impactos diretos na vida dos quilombolas, inclusive entre os adolescentes. O estigma associado à identidade étnica e às marcas de ancestralidade racial não apenas perpetua a desigualdade social, mas também contribui para o aumento da vulnerabilidade ao uso de substâncias psicoativas entre esses jovens. Em comunidades quilombolas, onde as condições de pobreza são prevalentes, o risco de envolvimento com drogas é exacerbado por fatores socioeconômicos e pela instabilidade social. Entretanto, há escassez de estudos sobre a temática. Objetivo: Analisar os fatores associados ao padrão uso de substâncias psicoativas em adolescentes de uma comunidade quilombola. Métodos: Trata-se de estudo transversal, realizado com adolescentes quilombolas da comunidade Mimbó, Piauí, Brasil. Considerou-se o padrão de uso de substâncias psicoativas nos últimos 12 meses como variável dependente, avaliado pelo questionário DUSI. As variáveis independentes foram características sociodemográficas. Na Análise univariada (ou regressão logística univariada) utilizou-se o teste qui-quadrado de Pearson, teste t de Studente e teste de wald para avaliar a associação entre as variáveis explicativas (preditoras) e as variáveis respostas do estudo (o padrão de uso de substâncias psicoativas nos últimos 12 meses), e a razão de chance bruta, para associar as variáveis independentes. E a regressão de logística múltipla para explicar o efeito conjunto das variáveis preditoras sobre a variável dependente. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Resultados: Participaram deste estudo 78 adolescentes. As substâncias psicoativas mais usadas foram as lícitas álcool (74,6%) e tabaco (61,0%) respectivamente. E a maconha foi a substância ilícita de maior uso (35,6%). O padrão de uso experimental foi o mais prevalente entre os adolescentes quilombolas (48,7%). A média de idade de 15,8 anos (ORaj=1,87; IC95% 1,15-3,03), não possuir religião (ORaj=3,85; IC95% 1,14-13,01) e trabalho remunerado (ORaj= 2,94; IC95% 1,04-8,31) aumentou a chance de uso abusivo ou de indícios de dependência de substâncias psicoativas. Conclusões: Houve associação significativa entre os padrões de uso abusivo ou indícios de dependência de substâncias psicoativas e fatores como a média de idade de 15,8 anos, ausência de religião e trabalho remunerado. Assim, torna-se necessário incentivar estratégias institucionais locais que previnam o uso de substâncias psicoativas entre adolescentes.
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MANOEL BORGES DA SILVA JUNIOR
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SAÚDE MENTAL E SOBRECARGA DE TRABALHO EM CUIDADORES INFORMAIS DE SOBREVIVENTES DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL: ESTUDO DE MÉTODOS MISTOS
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Orientador : JOSE WICTO PEREIRA BORGES
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Data: 16/05/2024
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Introdução: O cuidado após a alta hospitalar do sobrevivente do Acidente Vascular Cerebral exige a presença de um cuidador, geralmente informal, que desempenha papel fundamental no atendimento de necessidades humanas básicas e no processo de reabilitação. As demandas cotidianas do cuidador informal geram sobrecarga de trabalho que repercute na saúde mental dessas pessoas. Objetivo: Avaliar a saúde mental e a sobrecarga de trabalho de cuidadores informais de sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral. Metodologia: Estudo de métodos mistos, do tipo convergente, concomitante, em que dados quantitativos e qualitativos foram coletados simultaneamente, havendo igual destaque a ambos os conjuntos de dados. Os participantes do estudo quantitativo foram 76 cuidadores informais de sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral. Desses, 11 participaram da fase qualitativa, respondendo a entrevista semiestruturada. A saturação teórica foi aplicada nesta fase. Para investigar o sofrimento mental, utilizou-se o instrumento Self Reported Questionnaire (SRQ-20), e para a sobrecarga de trabalho, o instrumento de Zarit. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, parecer n. 5.981.191. Resultados: Observou-se que 63,2% dos cuidadores informais tinham entre 20 a 59 anos, 72,4% não eram alfabetizadas, 85,5% residiam no endereço e 97,4% possuiam parentesco com o sobrevivente de Acidente Vascular Cerebral. Os pacientes cuidados por eles tinham acima de 60 anos (94,5%), eram do sexo masculino (76,8%), sem companheiro (58,3%) e não alfabetizados (88,2%). O sofrimento mental e sobrecarga de trabalho estiveram presentes, respectivamente, em 44,7% e 64,5% dos cuidadores. A média do escore SRQ-20 foi de 6,97 pontos e 31,42, na escala de Zarit, com forte correlação (r=0,707, p<0,000). O sofrimento mental mostrou associação estatisticamente significativa com ter comorbidade (p=0,003) e paciente não alfabetizado (p=0,04), mas não teve com a sobrecarga. Três categorias temáticas foram obtidas: descrição do trabalho habitual, efeitos na vida do cuidador informal e redes de estratégia de cuidado. O trabalho habitual mostrou rotina repetitiva com dupla carga de trabalho, doméstico e atividades de cuidado, com jornada em torno de 17 horas diárias. Os efeitos do trabalho na vida do cuidador foi de sofrimento, com sintomas relacionados ao desgaste físico e emocional decorrente da alta carga de trabalho. A rede de estratégia de cuidado perpassa a família e vizinhos, que substitui o cuidador apenas quando ele busca a Estratégia Saúde da Família. O elo do Agente Comunitário de Saúde é reconhecido como forte, porém, nas visitas domiciliares, os profissionais de saúde se atentam apenas para o sobrevivente de Acidente Vascular Cerebral (AVC). A análise do perfil dos cuidadores e dos sobreviventes converge às categorias do trabalho habitual e dos efeitos na vida dos cuidadores. A rede de estratégia de cuidado ultrapassa os resultados quantitativos e explica as dificuldades para (auto)cuidado dessas pessoas advindas da sobrecarga de trabalho que resulta no sofrimento mental. Considerações finais: Evidenciou-se sobrecarga de trabalho e sofrimento mental nos cuidadores informais e dificuldade para a realização de (auto)cuidado pelo pouco suporte social encontrado. Os resultados tensionam para a elaboração de propostas e promoção de mudanças estruturais em programas sociais e de saúde para os cuidadores.
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SÉRGIO MENDES RODRIGUES
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COBERTURA VACINAL DO ESQUEMA BÁSICO PARA O PRIMEIRO ANO DE VIDA NO ESTADO DO PIAUÍ ENTRE 2000 E 2021
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Orientador : OSMAR DE OLIVEIRA CARDOSO
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Data: 29/04/2024
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Introdução: A imunização está entre as estratégias de saúde públicas mais eficazes para o controle das doenças imunopreveníveis. No contexto das crianças menores de um ano, diversos motivos podem proporcionar uma baixa Cobertura Vacinal (CV) entre essa população, tais como a necessidade de conscientização à população, dos pais ou responsáveis oferecerem cuidados, e motivos intrínsecos como a forma de organização do sistema de saúde. Objetivo: Analisar a tendência temporal da cobertura vacinal no primeiro ano de vida nas macrorregiões de saúde do Piauí entre o período de 2000 e 2021. Métodos: Estudo analítico de séries temporais, com abordagem quantitativa, que utilizou dados secundários sobre as CV dos imunobiológicos ofertados para o primeiro ano de vida, extraídos do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) no período de 2000 a 2021, nas macrorregiões do Piauí. Foram analisadas as vacinas da BCG, hepatite B, pentavalente, poliomielite, rotavírus, pneumocócica 10, meningocócica C e febre amarela. Os dados coletados foram inseridos e tabulados no Software Microsoft Office Excel® (2019). Posteriormente foram importados para o Software Joinpoint Regression Program®, versão 5.0, onde foi analisada a tendência das taxas de CV, e a Variação Percentual Anual (VPA), foi considerado o nível de significância de 5% (p<0,05) e o Intervalo de Confiança de 95% (IC95%). Resultados: Os resultados evidenciaram que dentre os oito imunizantes disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação para menores de um ano, todos apresentaram redução na CV nas quatro macrorregiões de saúde do Piauí. As taxas de cobertura das vacinas Hepatite B e Pneumocócica-10 mantiveram estabilidade na série temporal analisada para todas as macrorregiões do estado (p>0,05). Enquanto as vacinas poliomielite (VIP) e meningocócica C foram decrescentes (VPA<0,0 e p<0,05) em todas as regiões. A CV para a vacina BCG foi estatisticamente decrescente em três das quatro macrorregiões: Litoral (VPA= -3,3%); Meio Norte (VPA= -1,4); e Semiárido (VPA= -1,6%). As VPA da CV para pentavalente (VPA= -3,8%), rotavírus (VPA= -1,1) e febre amarela (VPA= -1,0) foram decrescentes apenas na macrorregião do Meio-Norte. Conclusão: Houve diminuição consistente nas taxas de CV, com nenhuma das vacinas apresentando tendência para crescimento nas macrorregiões de saúde do Piauí. Desta forma, evidencia-se a necessidade da elaboração e implantação de políticas públicas específicas para as quatro macrorregiões de saúde, a fim de contemplar todo o estado e reverter as tendências estacionárias e decrescente das vacinas.
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ZILDÂNYA DA SILVA BARROS
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CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICA DE ADOLESCENTES SOBRE SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA: evidências de validade de inquérito
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Orientador : FERNANDO FERRAZ DO NASCIMENTO
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Data: 22/04/2024
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Introdução: O início precoce da vida sexual é cada vez mais frequente entre adolescentes, o que aumenta os riscos de infecções sexualmente transmissíveis (IST) e de uma gravidez indesejada. Assim, há a necessidade de desenvolver um instrumento que permita mensurar os conhecimentos, as atitudes e a prática em saúde dessa população, a fim de que estratégias sobre promoção da saúde sexual e reprodutiva e prevenção de IST e gravidez sejam planejadas e implementadas. Objetivo: Identificar as evidências de validade do inquérito de conhecimentos, atitudes e prática (CAP) de adolescentes sobre saúde sexual e reprodutiva. Métodos: Estudo metodológico, desenvolvido em três fases: construção do inquérito CAP; evidências de validade de conteúdo; e evidências de validade do processo resposta. Na primeira fase, foi realizada uma revisão integrativa de literatura buscando as principais evidências científicas. As evidências de validade de conteúdo e as evidências de validade baseadas no processo de resposta foram avaliadas por 15 especialistas e 15 adolescentes, respectivamente. Para a análise de dados, foi utilizado o programa Software Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 25. Na avaliação dos especialistas, foi mensurado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e na avaliação dos adolescentes o Índice de Concordância. Realizou-se o teste de distribuição binomial em ambas. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com parecer n. 5.981.228. Resultados: A amostra final da revisão integrativa foi de 46 artigos, que permitiram, após análise, a proposição de três categorias temáticas que nortearam a construção do inquérito, com 38 questões (19 Conhecimentos, 9 Atitudes e 10 Prática). Quanto aos especialistas consultados para segunda fase da pesquisa, 86,7% eram sexo feminino, 60,0% tinham entre 30 e 42 anos de idade, 86,7% graduados em enfermagem, 60,0% possuíam entre 10 e 18 anos de formados, 100,0% eram doutores, 46,6% possuíam de 3 a 11 anos de experiência na área, 20,0% tinham publicações na área de construção e/ou validação do inquérito e 46,7% participaram de pesquisas de validação na área. Quanto aos itens do CAP, nenhum item recebeu avaliação menor que 0,8 no IVC-I e, em todo, foi identificado p<0,05. O IVC do critério clareza foi de 0,95; do critério relevância, 0,96; e o global, também 0,96. Na descrição geral dos critérios de avaliação, 87,0% julgaram os itens suficientes (p=0,007), 80,0% disseram que mede o que se propôs (p=0,035) e 93,0% que atende a dimensionalidade conhecimentos, atitudes e prática (p=0,001). Em relação aos participantes da terceira fase, as evidências de validade do processo resposta, verificou-se que 86,7% possuíam de 17 a 18 anos de idade, 46,7% eram pardos, 93,3%, solteiros, 100% não possuíam filhos, 73,3% eram alunos do 3º ano e 66,7% realizavam curso técnico integrado ao médio. O Índice de Concordância foi superior a 80,0% e todos os itens apresentaram p<0,05. Conclusão: O instrumento possui evidência de validade, de modo que pode ser aplicado em pesquisas posteriores com intuito de avaliar conhecimentos, atitudes e práticas de adolescentes sobre saúde sexual e reprodutiva.
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PALLYSSON PAULO DA SILVA
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ANÁLISE DA COBERTURA VACINAL DE CRIANÇAS AOS 24 MESES EM TERESINA-PI: Inquérito Domiciliar
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Orientador : LUISA HELENA DE OLIVEIRA LIMA
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Data: 27/03/2024
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Introdução: A cobertura vacinal é um indicador fundamental para a avaliação da efetividade dos programas de vacinação, e historicamente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) manteve por longos anos taxas de vacinação superiores a 95%, o que permitiu conquistas exitosas. Contudo, desde 2016, identifica-se declínio nas coberturas, fato que, nenhuma das metas previstas para a vacinação infantil foram alcançadas pelos estados brasileiros no período de 2016-2021. Entretanto, estimar as coberturas vacinais adequadamente, depende de quão próximos os dados estão da realidade. Para isso, inquéritos domiciliares surgem como uma alternativa eficaz, pois proporcionam a extração de informações mais acuradas, e possibilitam compreender fatores e determinantes sociais associados a não vacinação. Objetivo: Analisar a cobertura vacinal aos 24 meses de crianças nascidas na coorte de 2017 e 2018 e residentes em Teresina-PI. Métodos: Estudo analítico, transversal, do tipo inquérito domiciliar, com amostragem por conglomerado de setores censitários, estratificados segundo condições socioeconômicas (A: nível alto, B: médio, C: baixo e D: muito baixo). Foram coletadas informações socioeconômicas da criança, mãe, responsável, família e domicílio, mediante entrevista estruturada, e dados vacinais através da fotografia da caderneta vacinal. Estimou-se os indicadores de cobertura, acesso, adesão e abandono vacinal, por frequências percentuais e intervalo de confiança de 95% (IC95%), com pesos amostrais atribuídos aos estratos de residência. Realizou-se regressão logística uni e multivariada com razão de chances bruta (OR-b) e ajustada (OR-a) ao modelo, para associar a incompletude vacinal para o esquema básico e completo, com as características socioeconômicas da criança, mãe e família. Resultados: Amostra final, de 899 crianças, apresentou cobertura completa de 63,6% (IC95%=55,49;71,07%). Entre os estratos, a maior cobertura foi observada no estrato B [74,9% (IC95%=60,65;85,31%), e as menores entre os estratos mais extremos, 57,7% (IC95%=36,7;76,27%) no A, e 60,5% (IC95%=50,81;69,46%) no D. A incompletude vacinal para o esquema básico associou-se a crianças que frequentaram berçário ou creche (OR-b=1,47), que foram o segundo, terceiro, quarto ou mais filho na ordem de nascimento (OR-b=1,51; 1,73; 1,82, respectivamente), e consequentemente, às mães em média mais de um filho (OR-b=1,29; OR-a=1,21), escolaridade materna entre 9-12 anos (OR-a=1,55), e ao estrato B (OR-b=1,59; OR-a=1,41). Para o esquema completo, associou-se à incompletude a crianças que foram o segundo filho na ordem de nascimento (OR-b=1,38), às mães com média superior a um filho (OR-b-a=1,17), e a famílias com renda superior a 8.000 reais (OR-b=2,22; OR-a=2,81) ou que não informaram a renda (OR-a=1,68). Enquanto houve menor chance de associação em crianças que utilizaram o serviço privado para vacinação (OR-b=0,70), escolaridade materna >=16 anos (OR-a=0,64) e aos estratos mais baixos: B, C e D (OR-b=0,61). Conclusão: Evidenciou-se coberturas ineficazes e heterogêneas para as vacinas analisadas, divergências entre os estratos socioeconômicos e entre o esquema básico e completo. Houve considerável acesso ao serviço, contudo, com altas taxas de abandono para os esquemas multidoses. Portanto, suscita-se melhorias na interoperabilidade entre os sistemas de informação, maiores investimentos para qualificação dos profissionais, e que os resultados apontados sirvam de base para melhoria efetiva nas coberturas vacinais.
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CARINA NUNES DE LIMA
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SITUAÇÃO VACINAL E CONHECIMENTO DE ADOLESCENTES ESCOLARES SOBRE A COVID-19
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Orientador : ANA ROBERTA VILAROUCA DA SILVA
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Data: 19/03/2024
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INTRODUÇÃO: Com a pandemia COVID-19, que se espalhou por todo território mundial, a busca pelo imunizante para doença tornou-se um objetivo compartilhado entre todos os países, estendendo-se para todas as faixas etárias. Tendo em vista os impactos negativos causados pela pandemia covid-19, conhecimento e a situação vacinal devem ser abordados, principalmente em âmbito escolar, onde o público desta faixa etária é mais abrangente. OBJETIVO: Avaliar o conhecimento e situação vacinal dos adolescentes escolares acerca da COVID-19. MÉTODO: Estudo descritivo de caráter observacional, com abordagem quantitativa. Realizado em 08 escolas públicas do município de Valença do Piauí, com 834 estudantes entre 10 e 19 anos. A coleta de dados aconteceu nas escolas, de março à agosto de 2023, utilizando um instrumento composto por cinco etapas, adapta a um estudo realizado por Viegas et al., 2019. Para a análise de dados, foi utilizado o programa SPSS Versão 26. Para a associação entre as variáveis quantitativas do estudo, utilizou-se os testes não-paramétricos Teste Qui-Quadrado, com correção de yates, ao nível de 5% e Teste U de Mann-Whitney, ao nível de 5%. Este estudo, foi submetido à avaliação de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), através da Plataforma Brasil em conformidade com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 466/2012, e obteve o parecer de número 5.889.416. RESULTADOS: A maioria eram do sexo feminino (50,8%), com faixa etária acima de 13 anos (78,5%). Em relação ao conhecimento, o espirro caracterizou-se como a maior meio de transmissão (91,7%). Os sintomas mais citados foi dores de cabeça (79,4%). Relataram já ter se contaminado (9,1%). A internet foi o meio de conhecimento sobre a vacina covid-19 mais citado (97%). Sobre a importância da vacinação (84,2%) consideraram importante, dentre eles (86,8%) tomaram o imunizante, (35,1%) foi por vontade própria. A dor no local foi a reação mais citada (67,5%). Sobre as doses da vacina, enfatiza-se (13,5%) ainda não tomaram nenhuma dose. Aqueles escolares que não tomaram a vacina (54,1%), foi por influência religiosa. Ter tomado ou não a vacina contra a Covid-19, não esteve associado as informações (p>0,05). Os adolescentes que receberam a vacina contra a Covid-19, apresentaram associação com o conhecimento sobre as vias de transmissão do vírus (p<0,005). Os participantes que indicaram tosse, febre, dores de cabeça, fraqueza, diarreia, e a coriza, como sintomas, tiveram mais chances de terem tomado a vacina (OR>1). Os participantes que informaram não conhecer os sintomas apresentam menos chances de terem recebido o imunizante contra a covid-19 (OR=0,015). Entre as comorbidades estudadas, apenas 8 adolescentes possuíam diabetes, dentre eles, (0,8%) tomaram a vacina. Os adolescentes asmáticos, (3%) fizeram uso do imunobiológico. Em relação a obesidade, 10 adolescentes relatam possuir a comorbidade, a maioria tomou a vacina (p<0,0115). CONCLUSÃO: Os adolescentes apresentam um conhecimento relevante sobre a covid-19, entretanto ainda existe indivíduos dessa faixa etária sem o uso de nenhuma dose do imunizante contra a doença.
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ANNE RAFAELE DA SILVA MARINHO
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IMPACTOS DA COVID-19 NA GUSTAÇÃO, OLFAÇÃO E NO PADRÃO ALIMENTAR DE ESCOLARES
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Orientador : REGILDA SARAIVA DOS REIS MOREIRA ARAUJO
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Data: 08/03/2024
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Introdução: A pandemia da doença coronavirus infectious disease (COVID-19) teve um impacto marcante e de longo prazo em toda população. As consequências para a saúde de indivíduos de todas as idades se manifestam de médio e longo prazo, denominando-se Síndrome pós COVID-19. Destacando as disfunções olfativas e gustativas. Dessa forma, observou-se poucos estudos desses sintomas em crianças. Objetivo: Avaliar os impactos da COVID-19 na gustação, olfação e no padrão alimentar de escolares. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, domiciliar e analítico, parte de um macro projeto, denominado EPICOVID. Foram entrevistados escolares de 5 a 19 anos, entre março e novembro de 2022. Foram coletados dados socioeconômicos, idade, sexo, escolaridade e situação de saúde, por meio da aplicação de um formulário digital padronizado, usando o programa EpiCollect/RedCap. Para análise dos resultados, um banco de dados foi criado e analisado no software SPSS. Foi utilizado teste binominal, qui-quadrado de Mantel Hanszel e teste do qui-quadrado de Pearson para as variáveis nominais. O limite de significância mantido foi de 5 %. Resultados: Foram incluídos 314 crianças e adolescentes. 65% eram domiciliados na capital. Prevaleceu o grupo de adolescentes no intervalo de 10 a 19 anos do sexo feminino em Teresina, representando 65,4%, cor parda 68,5% e renda familiar de um salário mínimo 39,3%. Entre os pesquisados, a maioria relatou não ter adquirido COVID-19, sendo 78,7% eram do interior e 51,2% capital. Quando comparados com os testes sorológicos para IgG pode-se observar que a maioria dos indivíduos já havia tido contato com o vírus, 47,9%. 65 dos pesquisados apresentaram alguns sintomas para COVID-19, 13 referiram ter disfunção gustativa e 13 referiram alteração olfativa. Quanto a frequência alimentar, pode- se observar que o consumo ≥5 dias na semana pelos escolares se concentrou nos alimentos feijão com 63,9%, arroz/macarrão 80,8%, Leites/derivados 57,2% Frango 42,9%, enquanto que o consumo de ultraprocessados tiveram elevado consumo 2 a 4 vezes na semana. Conclusão: Crianças e adolescentes são assintomáticas na maioria dos casos e, consequentemente, poucos relataram anosmia e ageusia após infecção pelo vírus. Com relação a frequência de consumo alimentar, os indivíduos apresentaram-se em situação de insegurança alimentar devido a redução do consumo de alimentos importantes para sua alimentação regular. Seja por questões socioeconômica ou pela perda sensorial.
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FRANCISCA RAYANE OLIVEIRA DE SOUSA
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CONSUMO ALIMENTAR, ESTADO NUTRICIONAL E COMORBIDADES DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19 NO PIAUÍ
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Orientador : REGILDA SARAIVA DOS REIS MOREIRA ARAUJO
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Data: 07/03/2024
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Introdução: A COVID-19 é considerada um problema de Saúde Pública. Esta doença acomete crianças e adolescentes, além de ter impactos indiretos na saúde deste público, afetando o estado nutricional e consumo alimentar desta população, desta forma, é indispensável a identificação precoce de fatores associados à inadequação da alimentação para estabelecer estratégias que possam viabilizar ações de saúde pública. Objetivo: Analisar o consumo alimentar, estado nutricional e comorbidades de crianças e adolescentes durante a pandemia da COVID-19 no Piauí. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, domiciliar, de caráter quantitativo, analítico, um recorte de uma pesquisa mais ampla, conduzida por meio de um inquérito sorológico em todo o Piauí, denominada EpiCovid. O estudo foi realizado no estado do Piauí e incluiu crianças e adolescentes de 04 a 18 anos. Assim, foram investigadas as variáveis: sociodemográficas e socioeconômicas, estado nutricional, comorbidades e consumo alimentar. Resultados: Das 296 crianças e adolescentes, 60,8% residiam em Teresina, onde 52,2% eram do sexo feminino, a faixa etária com maior número de participantes foi de 14 a 18 anos tanto na capital (18,5%) como no interior (20,6%), a maioria da população tinha renda familiar de até um salário mínimo (36,8%). 85,8% das crianças estavam matriculadas em instituição de ensino, sendo a maior parte em ensino remoto. Em relação ao peso houve um incremento de peso de 0,8g entre os homens e 2,5Kg entre as meninas durante a pandemia. As crianças de 04 a 05 anos foram classificadas com peso adequado para idade antes e durante a pandemia, 60% e 80% respectivamente, assim como 75% estavam com estatura adequada para idade. As crianças de 05 a 10 anos de idade também foram classificadas com eutrofia em sua maioria, antes da pandemia (41,2%) e depois (33,4%), porém houve aumento da taxa de sobrepeso durante a pandemia (20,5%). 29,9% dos adolescentes estavam eutróficos antes da pandemia e 37,2% durante a pandemia, também houve aumento de sobrepeso para 9,8%. Houve consumo regular de FLV, arroz e feijão, ovos, sendo o frango a carne mais consumida pelos entrevistados, assim como houve elevado consumo de alimentos industrializados. Em relação as comorbidades as mais prevalentes foram: asma, outras doenças respiratórias e obesidade. Conclusões: As crianças e adolescentes residiam em sua maior parte na capital, a maioria era do sexo feminino, e adolescentes, estavam eutróficos, estatura adequada para idade e houve menor prevalência de excesso de peso e obesidade. O estudo apontou consumo regular em relação aos alimentos básicos do hábito alimentar regional (arroz, feijão), assim como consumo de ovos, em relação a carnes houve maior consumo de frango, o consumo de frutas foi considerado regular enquanto consumo de alimentos ultraprocessados foi considerado inadequado. As comorbidades mais prevalentes foram: asma e obesidade.
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BRUNA GRAZIELLE MENDES RODRIGUES
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ASSOCIAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ALIMENTOS IN NATURA/ MINIMAMENTE PROCESSADOS E ULTRAPROCESSADOS COM A SÍNDROME METABÓLICA: ESTUDO DE BASE POPULACIONAL ISAD-PI
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Orientador : KAROLINE DE MACEDO GONCALVES FROTA
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Data: 07/02/2024
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INTRODUÇÃO: O comportamento alimentar inadequado é um dos principais fatores etiológicos para a síndrome metabólica (SM). Diante disso, o maior risco para desenvolver a SM está associado a ingestão excessiva de gorduras saturadas, carboidratos simples, açúcares, sódio, os quais estão presentes nos alimentos ultraprocessados (AUP). Em contrapartida, a dieta rica em alimentos in natura e minimante processados atua de forma benéfica nessa patologia. OBJETIVO: Verificar a associação entre consumo de alimentos ultraprocessados e a síndrome metabólica em adultos e idosos. METODOLOGIA: Estudo de natureza transversal, de base populacional e domiciliar, realizado com a subamostra do Inquérito de Saúde Domiciliar nos municípios de Teresina e Picos (ISAD – PI). Participaram deste estudo 262 indivíduos com idade ≥ 20 anos, de ambos os sexos residentes em Teresina, Piauí. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, estilo de vida, antropométricos, bioquímicos e de pressão arterial. O consumo alimentar foi obtido por meio da aplicação de Recordatório 24 horas (R24h). O diagnóstico da SM foi realizado conforme os critérios do National Cholesterol Education Program Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III). O teste do qui-quadrado e a regressão de Poisson, expressa em Razão de Prevalência (RP), foram utilizados para verificar as associações. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (nº 2.552.426). RESULTADOS: Dos 262 participantes, 38,2% (n=100) dos indivíduos possuíam idade de 20 a 39 anos e 61,8% (n=162) com ≥ 40 anos, sendo a maior parte do sexo feminino (72,5%). Em relação ao diagnóstico da SM e seus componentes, observou-se que os indivíduos de ≥ 40 anos possuíam maior prevalência de SM (57,4%), bem como apresentaram elevada a glicemia (13,0%), a pressão arterial (54,9%) e a circunferência da cintura. Em indivíduos de ≥ 40 anos que possuíam maior prevalência do diagnóstico de SM (54,3%), estavam com maior circunferência da cintura (50,6%) e pressão arterial (54,9%). Com relação ao consumo alimentar, a ingestão calórica de AUP foi de 20% das calorias totais e a ingestão energética total de AUP foi maior entre o grupo mais jovem (24,4%). Verificou-se que indivíduos com ≥ 40 anos apresentaram 35% maior prevalência de SM, enquanto os que consumiam quantidades de alimentos in natura/ minimamente processados tinham proteção de 34% para o diagnóstico de SM. CONCLUSÃO: A prevalência de SM no municipio foi elevada e mais comum em individuos de maior faixa etária. O maior consumo de AUP e alimentos in natura/minimamente processados encontra-se associado a individuos com maior e menor risco de diagnóstico da SM, respectivamente. Desse modo, ressalta-se a importância de monitorar esse consumo, estimular a criação de politicas públicas que desestimulem o consumo de AUP, através da disseminação de informações sobre seu conteúdo e conscientização para adoção de estilo de vida mais saudável, visando tratamento e prevenção das doenças crônicas não-transmissíveis e melhora na qualidade de vida.
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HAYLANE NUNES DA CONCEIÇÃO
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RELAÇÃO ENTRE DESRESPEITO E ABUSO DURANTE O PARTO E DEPRESSÃO PÓS-PARTO
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Data: 05/02/2024
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Introdução: O desrespeito e abuso no parto (DAP) constitui uma grave violação dos direitos humanos, afetando muitas mulheres nas instituições de saúde em todo o mundo. Mulheres expostas ao DAP podem apresentar maiores probabilidades de problemas de saúde mental, como a depressão pós-parto (DPP). Entretanto, há escassez de estudos sobre a temática. Objetivo: Analisar a relação entre desrespeito e abuso durante o parto e depressão pós-parto. Métodos: Trata-se de estudo transversal, realizado com mulheres residentes na zona rural e urbana de Caxias, Maranhão, e que receberam atendimento durante o trabalho de parto e parto na maternidade pública do município. Considerou-se a DPP como variável dependente, sendo avaliada pela Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo. As variáveis independentes foram características sociodemográficas, antecedente de saúde mental, aspectos comportamentais relacionados à saúde no período gestacional, características obstétricas e autopercepção do DAP (abuso físico; abuso verbal; abuso sexual; discriminação; não cumprimento de normas profissionais recomendadas; relações inadequadas entre mulheres e profissionais de saúde; e condições do sistema de saúde e restrições). O teste do qui-quadrado de Pearson foi empregado para avaliar a associação entre o desfecho (DPP) e a ocorrência de DAP. Além disso, utilizou-se a regressão logística múltipla, com cálculo de odds ratio ajustada (ORaj) e intervalos de confiança de 95% (IC95%). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí. Resultados: Foram entrevistadas 190 mulheres. A DPP apresentou prevalência de 16,6%. A ocorrência de pelo menos um tipo de DAP foi de 97,4%, com predomínio das condições do sistema de saúde e restrições (94,7%). Mais da metade das mulheres (66,3%), foram submetidas simultaneamente a dois tipos de DAP, enquanto três ou mais formas foram relatadas por aproximadamente um quarto das entrevistadas (22,6%). Sofrer dois (ORaj=3,01; IC95% 1,08-8,33) ou três ou mais formas de DAP (ORaj=3,41; IC95% 1,68-24,40) aumentaram de 3 a 3,4 vezes a chance da ocorrência de DPP, respectivamente. Conclusões: A experiência de dois ou três ou mais tipos de DAP aumentou em aproximadamente 3 vezes a chance de desenvolver DPP, evidenciando associação significativa entre DAP e DPP. Nesse sentido, é necessário a elaboração de estratégias institucionais locais para melhorar a assistência durante o parto, para garantir atendimento digno e respeitoso às mulheres e reduzir a chance de desenvolver DPP.
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SÉRGIO HENRIQUE DA ROCHA SOUSA
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TRABALHO NA PANDEMIA DA COVID-19 E SAÚDE DOS DOCENTES
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Orientador : JESUSMAR XIMENES ANDRADE
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Data: 05/02/2024
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Introdução: No processo de ensino-aprendizagem, o professor sempre esteve à frente da transmissão de conhecimento, com o desenvolvimento de atividades pedagógicas e docentes. Com a chegada da pandemia da COVID-19, estes trabalhadores foram colocados à prova com novos desafios atrelados ao processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, foi iniciada uma corrida aos meios digitais, pelos docentes, para viabilizar o ensino remoto. Acredita-se que estas condições possam contribuir para o adoecimento dos docentes e/ou podem ter atuado como intensificador de distúrbios ou agravos relacionados ao trabalho. Objetivo: Analisar as mudanças ocorridas nas condições e processo de trabalho decorrentes da pandemia da Covid-19 e os impactos na saúde dos docentes. Métodos: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, desenvolvida em uma escola da rede pública, de nível fundamental de ensino, localizada no município de Floriano-PI, com participação de 06 professores que atuavam no ensino fundamental I (1° ao 5º ano) da unidade escolar. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas individuais, realizadas de forma presencial em sala reservada dentro da unidade escolar, com os dados coletados com uso de gravador manual de voz, e avaliados pela análise de conteúdo de Bardin, em apreciação sob à luz do que propõe a teoria da ergonomia da atividade. Quanto aos procedimentos éticos foi solicitada autorização junto à secretaria municipal de educação de Floriano–PI e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (UFPI), sob CAAE nº 66423222.3.0000.5214. Resultados: Ocorreram mudanças no processo de realização de trabalho, como também do local de trabalho, levando à invasão do ambiente domiciliar e sobrecarga de trabalho, causando impactos na saúde física e mental dos professores. Nos domínios físicos da saúde, diante das novas formas de trabalhar, foram gerados e/ou agravados desordens osteomusculares, como lombalgias e lesões por esforço repetitivo. Assim como, na saúde mental, onde se destacam a ocorrência de quadros de ansiedade, estresse e medo. Considerações Finais: As alterações ocasionadas pelo ensino remoto emergencial contribuíram com a intensificação de agravos que já se apresentavam na precarização do trabalho docente anterior a pandemia, com desordens tanto na saúde física quanto mental, sob a influência de diversos fatores como a quebra de vínculo profissional, a pressão psicológica sofrida, aumento de carga horária e as condições inadequadas de trabalho. Tendo em vista que esses impactos foram analisados em curto prazo, entre o cessamento da pandemia e o retorno à rotina ao ambiente escolar, o que pode impedir a detecção de impactos cuja a latência seja superior ao tempo em que foi realizado esse estudo, ressalta-se a necessidade de acompanhamento com novas pesquisas.
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