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ALYNE PEREIRA LOPES
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INVESTIGAÇÃO DOS EFEITOS ANTIMICROBIANO, MODULATÓRIO E ANTIBIOFILME DO TRANS-TRANS-FARNESOL, SOBRE CEPAS BACTERIANAS E FÚNGICAS DE IMPORTÂNCIA PARA A SAÚDE HUMANA
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Orientador : MARIA JOSE DOS SANTOS SOARES
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Data: 22/12/2020
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A resistência antimicrobiana, desenvolvida pelos microrganismos se configura como um dos grandes problemas de saúde pública mundial, exigindo a investigação de opções terapêuticas que possam subverter os mecanismos de resistência e/ou virulência que estes patógenos podem expressar. Assim, diante do problema da resistência antimicrobiana, neste trabalho, a ação antimicrobiana, modulatória e antibiofilme do trans-trans-Farnesol (tt-Farnesol) foi investigada, frente a diferentes bactérias e fungos, que possuem elevado potencial patogênico humano e animal. Foram realizadas avaliações antimicrobianas in vitro para a determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM), pela técnica de microdiluição em caldo. Por meio deste ensaio foram também testadas a ação antibiofilme e modulatória sobre diferentes fármacos utilizados na prática clínica. Dentre as 31 linhagens bacterianas avaliadas somente as espécies Gram-positivas, demonstraram perfis de susceptibilidade ao tt-Farnesol, variando a CIM de 128 µg/mL a 8 µg/mL, não se observando ação significativa sobre bactérias Gram negativas ou entre as espécies de Candida analisadas. Quanto ao ensaio de modulação, a associação entre as concentrações subinibitórias (1/4 e 1/8 da CIM) do tt-Farnesol e antibióticos de primeira escolha para as cepas multirresistentes testadas, não apresentou efeitos sinérgicos ou antagônicos e consequentemente não houve efeito na diminuição da resistência microbiana. Contudo, a ação modulatória deste sesquiterpeno nas concentrações de 1/2 e 1/4 da CIM foi observada em associação com antibiótico β-lactâmico oxacilina, que é ineficaz sobre cepas resistentes a meticilina, provocando ação inibitória e diminuição de oito vezes a CIM desse antibiótico. No ensaio antibiofilme bacteriano o tt-Farnesol demonstrou efeitos promissores, sendo capaz de inibir a produção do biofilme sob concentrações que variaram de 128 µg/mL a 2 µg/mL. Por meio de análise de docagem molecular a interação da molécula tt-farnesol com as proteínas IcaA, SrtA e OmpR, envolvidas na produção de biofilmes foi avaliada, revelando notável afinidade de ligação de -7,76; -6,61 e - 4,67 Kcal/mol, respectivamente com estas proteínas, corroborando os resultados observados no ensaio de inibição da formação de biofilmes. Neste trabalho, além de cepas multirresistentes de uso consagrado em testes de atividade antimicrobiana, pela primeira vez foram avaliadas a ação antimicrobiana do tt-Farnesol sobre Streptococcus pyogenes e Streptococcus agalactiae, revelando CIMs de 16 µg/mL para ambas as cepas. Os dados obtidos demonstram o potencial antibacteriano do tt-Farnesol para auxiliar no combate de quadros graves de processos infecciosos, uma vez que este sesquiterpeno mostrou-se ativo contra diversas cepas bacterianas com perfis de multirresistência, inclusive estirpes resistentes a meticilina. A ação modulatória positiva desta molécula foi observada sobre o antibiótico oxacilina, restituindo a ação inibitória sobre cepa resistente a este fármaco. A ação antibiofilme deste álcool também foi observada, revelando especialmente inibição sobre proteína IcaA, que contribui para a adesão microbiana, evento este importante na formação do biofilme de S. aureus. Logo, os resultados desta pesquisa são promissores em virtude das diversas enfermidades que podem vir a ser enfrentadas pela exploração da molécula tt-Farnesol em drogas futuras.
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PEDRO SIMÃO DA SILVA AZEVEDO
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AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE (-) - BORNEOL NOS PARÂMETROS VASCULARES, HEMOSTÁTICOS E METABÓLICOS EM RATAS
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Orientador : ALDEIDIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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Data: 25/08/2020
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Estudos prévios mostraram que (-)-borneol tem efeito no sistema cardiovascular: promove efeito vasorrelaxante em anéis de artéria aorta e induz hipotensão em ratos hipertensos. Neste estudo, objetivou-se avaliar o efeito do (-)-borneol sobre agregação plaquetária e vasorrelaxamento em aorta de ratos (machos e fêmeas) e ratas OVX de maneira in vivo e in vitro. Para realização dos experimentos com plaquetas, o sangue dos animais foi coletado com o anticoagulante citrato de sódio 3,2% (9:1), após a coleta o sangue foi centrifugado para obtenção de PRP e plasma pobre em plaquetas (PPP), o método utilizado foi agregometria por transmissão de luz (ATL). Os resultados mostram que em ratas hígidas, a concentração que apresentou melhor agregação plaquetária frente ao ADP e CaCl2 foi (20 µM), respectivamente, (43,80 ± 2,86% e 39,40 ± 2,50%), enquanto em ratos o ADP promoveu agregação plaquetária de (68,50 ± 5,08%) na mesma concentração. Por outro lado, em ratas OVX, o ADP (20 µM) promoveu agregação de (8,50 ± 2,07%), ao passo que em ratas velhas e obesas esse valor foi de (7,83 ± 2,14%). A adição de (-)-borneol ao PRP de ratas na maior concentração (10-8 M) promoveu agregação espontânea de cerca de 14%, porem em menores concentrações observou-se efeito antiagregante plaquetário significante: 10-9M (67,65 ± 3,90%); 10-10M (69,19 ± 2,37%) e 10-11M (59,20 ± 3,27), esses valores consideram a agregação do ADP como 100%. No estudo da atividade vasorrelante, em anéis sem endotélio de aorta de ratas, a adição cumulativa de (-)-borneol (10-9- 10-3 M) induziu um vasorrelaxamento dependente de concentração, tanto em ratas normais (pD2= 5,61 ± 0,12 M) quanto em ratas OVX (pD2 = 4,65 ± 0,21 M). Em outra série de experimentos, as ratas foram divididas em 3 grupos e tratadas por via oral, por 7 dias com: AAS 50 mg/Kg, (-)-borneol 50 mg/Kg e grupo (salina) controle para análise da atividade antiagregante plaquetária, reatividade vascular, peso, consumo de alimento e água. Na dose testada de (-)-borneol a agregação promovida por ADP diminuiu para (9,60 ± 0,55%) em relação ao grupo controle (43,81 ± 2,86%), com valores próximos ao controle positivo AAS (3,20 ± 1,30%). Em relação a reatividade vascular em anéis de aorta o AAS apresentou uma inibição da contração induzida por fenilefrina caracterizado por um desvio da curva concentração-resposta para a direita apresentando (pD2=7,32 ± 0,08 M), enquanto que o (-)-borneol apresentou valores de (pD2=9,05 ± 1,08 M), valores próximos ao controle (pD2=8,35 ± 0,28 M). O consumo de agua e o peso dos animais não sofreram diferença estatística ao longo dos 7 dias de tratamento, porem a ingestão de ração dos animais tratados com (-)-borneol teve diminuição significativa. Os resultados nos permite concluir que, em ratos a resposta ao agente agregante (ADP) é maior que em fêmeas normais ou OVX, o (-)-borneol apresenta efeito agregante em maiores concentrações e antiagregantes (in vitro) em menores concentrações, aliando a este fato o tratamento por 7 dias com (-)-borneol foi capaz de inibir a agregação plaquetária por ADP bem como melhorar a reatividade vascular e diminuir a quantidade de ração consumida pelos animais.
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RITA DE CÁSSIA VIANA DE CARVALHO
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ASSOCIAÇÃO LIMONENO-CARVACROL: COMPOSTO COM ATIVIDADE ANTILEISHMANIA E IMUNOMODULADORA
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Orientador : FERNANDO AECIO DE AMORIM CARVALHO
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Data: 15/07/2020
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As leishmanioses são parasitoses de elevada incidência em países em desenvolvimento, de difícil tratamento e os medicamentos utilizados apresentam elevada toxicidade, em virtude disso não despertam interesse das indústrias farmacêuticas. Estima-se que ocorra 2 milhões de novos casos anualmente em 85 países com 350 milhões de pessoas em risco de contrair a infecção. Assim, a busca por novos compostos antileishmania tem incentivado o isolamento de substâncias a partir de espécies vegetais de uso popular como Chenopodiumm amborsioides, Citrus sinensis, Citrus limonum. Nesse contexto, limoneno e carvacrol, monoterpenos presentes em plantas com atividade antiparasitária, podem, em terapia combinada, constituir uma alternativa para o tratamento dessas doenças, com foco na redução de doses, na resistência a componentes individuais e na duração da terapia. Esse trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antileishmania, citotóxica e imunomoduladora da associação do limoneno-carvacrol (Lim-Car). Para tanto, mistura de Lim-Car foram preparadas nas proporções de: 5:0; 1:1; 1:4; 2:3; 3:2; 4:1 e 0:5, respectivamente. Após, foram realizados os ensaios de atividade sobre promastigotas de Leishmania major; citotoxicidade; hemólise e avaliação da infecção e infectividade de macrófagos por L. major. Além disso foi realizado estudo da interação do Lim-Car através do isobolograma e testes de danos a membrana do parasito, além de docagem molecular, objetivando os alvos enzimáticos: tripanotiona redutase (TryR) e polimerase beta (Poli β). Ensaios de imunomodulação também foram realizados, como atividade lisossomal; capacidade fagocítica e avaliação da indução na produção de óxido nítrico em macrófagos. As associações de Lim-Car apresentaram potencial atividade antileishmania, com concentração inibitória média (CI50) de 16,0; 14,2; 13,5; 19,0; 15,2; 15,4 e 5,8 µg.mL-1, respectivamente. Apresentaram concentração citotóxica média (CC50) de 158,9; 118,9; 112,2; 73,6; 154,2; 176,0 e 94,1 µg.mL-1, respectivamente. As combinações não apresentaram efeito hemolítico significante, pois todos os valores de CH50 foram >800 µg.mL-1. As misturas Lim-Car também foram responsáveis por reduzir a infecção e a infectividade de macrófagos murinos parasitados, apresentando índice de seletividade (IS) significantes para todas as amostras. Na investigação de interação sinérgica entre os monoterpenos pode-se observar que a mistura 4:1 Lim-Car foi a que apresentou melhor atividade sobre amastigotas, bem como o melhor IS obtido. Quanto aos danos causados na membrana, observamos que os monoterpenos e a associação 4:1 Lim-Car provocaram danos consideráveis à membrana do parasita. Os resultados de docagem molecular demonstraram que a atividade dos monoterpenos parece estar mais relacionada à interação com a enzima TryR e que a associação de ambos pode, ainda, potencializar esse efeito. A interação dos monoterpenos estimulou a atividade lisossomal e fagocítica. No entanto não incrementou a produção de óxido nítrico. O limoneno e o carvacrol apresentaram significativa atividade sobre L. major, baixa citotoxicidade, bom índice de seletividade, expressiva atividade imunomoduladora e a associação 4:1 Lim-Car foi a mais promissora pelos índices apresentados. Contudo, estudos complementares deverão ser realizados para investigar sua eficácia no tratamento da leishmaniose.
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IAN JHEMES OLIVEIRA SOUSA
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EFEITO DOS ÓLEOS VOLÁTEIS DE PLANTAS DO GÊNERO Cinnamomum FRENTE A MUCOSITE INTESTINAL INDUZIDA POR 5-FLUOROURACIL EM CAMUNDONGOS
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Orientador : RITA DE CASSIA MENESES OLIVEIRA
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Data: 30/04/2020
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Com sua falta de seletividade, o tratamento quimioterápico sempre está associado a várias reações adversas, apresentando efeito deletério a todos os tecidos proliferativos. As mucosas do trato gastrintestinal, dada sua taxa proliferativa, acabam sendo alvo da agressividade dos quimioterápicos. Neste contexto, a mucosite intestinal induzida por 5-Fluorouracil (5-FU), é um processo inflamatório degenerativo da mucosa intestinal, que atualmente não possui intervenção curativa e causa um alto impacto na efetividade global do tratamento oncológico. Assim, tem se buscado alternativas terapêuticas, especialmente com base em produtos naturais. Neste estudo, utilizamos o 5-FU para induzir a mucosite intestinal em camungondos swiss e co-tratamos os animais com dois óleos essenciais da casca plantas da família Lauraceae e de mesmo gênero; Cinnamomum cassia Blume (OCC) e Cinnamomum zeylanicum Blume (OCZ). Os óleos essenciais foram analisados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS), os parâmetros ponderais, histopatológicos e morfométricos foram avaliados por análise às cegas e/ou técnicas de processamento de imagens, os parâmetros bioquímicos foram avaliados por reações cromogênicas doseáveis espectrofotometricamente, parâmetros imunológicos foram avaliados por imunoturbidimetria e as citocinas foram quantificadas por ensaio imunoenzimático. Os dados foram analisados por ANOVA, seguido de teste de comparações múltiplas de Bonferroni, significâncias foram calculadas para p<0,05*. Os resultados da análise química por CG-MS, mostra perfis distintos de composição quali-quantitativa dos óleos essenciais, porém, ambos compartilham uma similaridade de composição, onde o OCC e OCZ contêm ~80% do fenilpropanóide cinamaldeído. Na análise ponderal, o OCC foi capaz de atenuar a perda de massa corporal (17,9±1,6* e 19,3±5,4* %) nas doses de 50 e 100 mg/kg/dia, já o OCZ atenuou a perda ponderal (21,5±9* %) apenas na dose de 50mg/kg/dia. Na avaliação da diarréia e morfologia intestinal, o OCC foi capaz de atenuar a diarréia e perda da arquitetura intestinal nas doses de 50 e 100 mg/kg/dia, enquanto o OCZ foi capaz de atenuar estes parâmetros apenas na dose de 50 mg/kg/dia (p<0,05), mostrando um comportamento do tipo U-Shape. Para as análises morfometricas, o OCC conseguiu atenuar a redução da morfometria das vilosidades em 63,6±4*; 41,8±3* e 65,9±3* % nas doses 25, 50 e 100 mg/kg/dia, respectivamente. Já o OCZ reduziu a perda das vilosidades em 36,1±3* e 68,9±4* %, respectivamente para 50 e 100 mg/kg/dia. Na análise das criptas intestinais, o co-tratamento com OCC atenuou a redução do tamanho das criptas em 27,0±2* e 33,19±3* % para as doses de 50 e 100 mg/kg/dia e 21,4±4* e 33,2±3* % nas doses 50 e 100 mg/kg/dia de OCZ, respectivamente. Para a disrruptura epitelial, avaliada através da liberação luminal da enzima Lactato Desidrogenase (LDH), o co-tratamento com OCC exibiu redução de 48,9±5*; 52,6±3* e 38,1±5* % da LDH nas respectivas doses de 25, 50 e 100 mg/kg/dia, e para o OCZ a atenuação foi de 39,3±14*; 46,7±11* e 49,0±15* % nas mesmas doses. O aumento dos níveis séricos de Proteína C Reativa (PCR) também foi atenuado pelas co- administrações de OCC (31,4±3*; 26,7±3* e 58,2±4* %) e OCZ (34,8±5*; 50,6±4* e 51,7±3* %) para as doses 25, 50 e 100 mg/kg/dia, respectivamente. Para leucopenia induzida pelo 5-FU, o OCC elevou a leucometria em 214,5±10* e 112,3±11* % para as doses de 50 e 100 mg/kg e o OCZ em 140,4±14* % na dose de 100 mg/kg/dia. Vale ressaltar, que na melhor dose testada (50 mg/kg/dia), os repectivos óleos essenciais OCC e OCZ, foram capazes de atenuar o aumento de Mieloperoxidase (52,1±9* e 56,9±2* %), Fator de Necrose Tumoral Alfa (66,9±26* % e 52,1 ±11* %), Interleucina 1β (94,2±29* % e 61,5±22* %) e Interleucina 4 IL-4 (40,2±8*; 48,8±8* %) no tecido intestinal de animais com mucosite induzida por 5-FU. Dessa forma, pode-se postular que os derivados voláteis do gênero Cinnamomum, guardam potencial promissor para o desenvolvimento de agentes adjuvantes da quimioterapia, no sentido de combater
efeitos adversos de origem inflamatória, como no caso da mucosite intestinal induzida por 5-FU.
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IAN JHEMES OLIVEIRA SOUSA
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EFEITO DOS ÓLEOS VOLÁTEIS DE PLANTAS DO GÊNERO Cinnamomum FRENTE A MUCOSITE INTESTINAL INDUZIDA POR QUIMIOTERA
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Orientador : RITA DE CASSIA MENESES OLIVEIRA
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Data: 25/03/2020
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Com sua falta de seletividade, o tratamento quimioterápico sempre está associado a várias reações adversas, apresentando efeito deletério a todos os tecidos proliferativos. As mucosas do trato gastrintestinal, dada sua taxa proliferativa, acabam sendo alvo da agressividade dos quimioterápicos. Neste contexto, a mucosite intestinal induzida por 5-Fluorouracil (5-FU), é um processo inflamatório degenerativo da mucosa intestinal, que atualmente não possui intervenção curativa e causa um alto impacto na efetividade global do tratamento oncológico. Assim, tem se buscado alternativas terapêuticas, especialmente com base em produtos naturais. Neste estudo, utilizamos o 5-FU para induzir a mucosite intestinal em camungondos swiss e co-tratamos os animais com dois óleos essenciais da casca plantas da família Lauraceae e de mesmo gênero; Cinnamomum cassia Blume (OCC) e Cinnamomum zeylanicum Blume (OCZ). Os óleos essenciais foram analisados por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-MS), os parâmetros ponderais, histopatológicos e morfométricos foram avaliados por análise às cegas e/ou técnicas de processamento de imagens, os parâmetros bioquímicos foram avaliados por reações cromogênicas doseáveis espectrofotometricamente, parâmetros imunológicos foram avaliados por imunoturbidimetria e as citocinas foram quantificadas por ensaio imunoenzimático. Os dados foram analisados por ANOVA, seguido de teste de comparações múltiplas de Bonferroni, significâncias foram calculadas para p<0,05*. Os resultados da análise química por CG-MS, mostra perfis distintos de composição quali-quantitativa dos óleos essenciais, porém, ambos compartilham uma similaridade de composição, onde o OCC e OCZ contêm ~80% do fenilpropanóide cinamaldeído. Na análise ponderal, o OCC foi capaz de atenuar a perda de massa corporal (17,9±1,6* e 19,3±5,4* %) nas doses de 50 e 100 mg/kg/dia, já o OCZ atenuou a perda ponderal (21,5±9* %) apenas na dose de 50mg/kg/dia. Na avaliação da diarréia e morfologia intestinal, o OCC foi capaz de atenuar a diarréia e perda da arquitetura intestinal nas doses de 50 e 100 mg/kg/dia, enquanto o OCZ foi capaz de atenuar estes parâmetros apenas na dose de 50 mg/kg/dia (p<0,05), mostrando um comportamento do tipo U-Shape. Para as análises morfometricas, o OCC conseguiu atenuar a redução da morfometria das vilosidades em 63,6±4*; 41,8±3* e 65,9±3* % nas doses 25, 50 e 100 mg/kg/dia, respectivamente. Já o OCZ reduziu a perda das vilosidades em 36,1±3* e 68,9±4* %, respectivamente para 50 e 100 mg/kg/dia. Na análise das criptas intestinais, o co-tratamento com OCC atenuou a redução do tamanho das criptas em 27,0±2* e 33,19±3* % para as doses de 50 e 100 mg/kg/dia e 21,4±4* e 33,2±3* % nas doses 50 e 100 mg/kg/dia de OCZ, respectivamente. Para a disrruptura epitelial, avaliada através da liberação luminal da enzima Lactato Desidrogenase (LDH), o co-tratamento com OCC exibiu redução de 48,9±5*; 52,6±3* e 38,1±5* % da LDH nas respectivas doses de 25, 50 e 100 mg/kg/dia, e para o OCZ a atenuação foi de 39,3±14*; 46,7±11* e 49,0±15* % nas mesmas doses. O aumento dos níveis séricos de Proteína C Reativa (PCR) também foi atenuado pelas co- administrações de OCC (31,4±3*; 26,7±3* e 58,2±4* %) e OCZ (34,8±5*; 50,6±4* e 51,7±3* %) para as doses 25, 50 e 100 mg/kg/dia, respectivamente. Para leucopenia induzida pelo 5-FU, o OCC elevou a leucometria em 214,5±10* e 112,3±11* % para as doses de 50 e 100 mg/kg e o OCZ em 140,4±14* % na dose de 100 mg/kg/dia. Vale ressaltar, que na melhor dose testada (50 mg/kg/dia), os repectivos óleos essenciais OCC e OCZ, foram capazes de atenuar o aumento de Mieloperoxidase (52,1±9* e 56,9±2* %), Fator de Necrose Tumoral Alfa (66,9±26* % e 52,1 ±11* %), Interleucina 1β (94,2±29* % e 61,5±22* %) e Interleucina 4 IL-4 (40,2±8*; 48,8±8* %) no tecido intestinal de animais com mucosite induzida por 5-FU. Dessa forma, pode-se postular que os derivados voláteis do gênero Cinnamomum, guardam potencial promissor para o desenvolvimento de agentes adjuvantes da quimioterapia, no sentido de combater
efeitos adversos de origem inflamatória, como no caso da mucosite intestinal induzida por 5-FU.
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ALINE JEANE COSTA SOUSA
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE GASTROPROTETORA E CICATRIZANTE DO ACETATO DE HECOGENINA EM ROEDORES
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Orientador : RITA DE CASSIA MENESES OLIVEIRA
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Data: 18/03/2020
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As úlceras pépticas são lesões na mucosa gástrica e duodenal geradas por um desequilíbrio entre os fatores protetores (secreção de muco gastroduodenal, produção de bicarbonato, fluxo sanguíneo adequado) e lesivos (excesso de pepsina ou ácido clorídrico). A causa pode ser por vários fatores, desde elementos ambientais (álcool e nicotina) bem como fatores genéticos. Alguns medicamentos empregados na terapêutica das úlceras pépticas estão associados a efeitos adversos como hipersensibilidade, deficiência de vitamina B12 e ferro. Dessa maneira, estudos estão sendo desenvolvidos em busca de terapias alternativas mais eficaz e com menos efeitos adversos. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade gastroproprotetora e cicatrizante do acetato de hecogenina (AH) em modelos agudo e crônico de lesões gástricas em roedores (CEEA/UFPI nº 516/2018). Inicialmente, a atividade antiulcerogênica do AH foi avaliada em modelos de lesões gástricas induzidas por etanol absoluto, em que camundongos swiss (n=6) foram pré-tratados com veículo (água destilada + 2% de tween 80), AH (2,5; 5; 10 mg/kg, v.o) ou carbenoxolona (100 mg/kg, v.o), e no etanol acidificado foram pré-tratados com veículo, AH (5; 10 e 20 mg/kg, v.o) ou e carbenoxolona (100 mg/kg, v.o). Após 1 h foram administrados o agente ulcerogênico (etanol absoluto ou etanol acidificado - 0,2 ml/animal), respectivamente. Após 30 min da administração do etanol absoluto e 1 h do etanol acidificado, os animais foram eutanasiados e o percentual da área ulcerada de lesões gástricas foram determinados. Para o modelo de lesões gástricas induzidas por isquemia e reperfusão foram usados ratos wistar (250-300g) os quais foram pré-tratados com AH (5; 10, 20 mg/kg, v.o) e N-acetilcisteína (200 mg/kg, v.o). Após 30 min foram anestesiados. Em seguida, foram submetidos a 30 min de isquemia, seguido por 1 h de reperfusão. Após esse período, os ratos foram eutanasiados, o percentual da área ulcerada de lesão gástricas foram determinadas. Para avaliação da atividade cicatrizante os animais (ratos de 250-300g) foram divididos em 04 grupos (n=6) e anestesiados com cetamina (100 mg/kg, i.p.) e xilazina (5,0 mg/kg, i.p.) para a realização do processo cirúrgico para indução de úlcera gástrica usando o ácido acético (80%, 70 μL) como agente indutor. A área lesada foi delimitada utilizando um tubo de vidro de 8 mm de diâmetro e 2 cm de altura, em contato com a serosa do estômago. Após 24 h os mesmos foram tratados por 7 dias seguidos com AH (10 e 20 mg/kg, v.o) ou Cimetidina (200 mg/kg, v.o). Para análise de possíveis sinais de toxicidade, o peso corporal foi avaliado a cada 2 dias. No 8º dia foram anestesiados para a coleta de sangue e eutanasiados para a medida das lesões com o auxílio de um paquímetro, seguida da retirada dos órgãos vitais para a pesagem e análise histológica. O AH reduziu significativamente (*p<0,05) a área da lesão em 94,5%; 61,2%; 67,3%, e 39,6%; 89,7%; 57,1% para as doses (2,5; 5 e 10 mg/kg) e (5; 10 e 20 mg/kg), nos modelos de etanol e etanol acidificado, respectivamente, quando comparados com o veículo. A carbenoxolona reduziu a lesão gástrica em 72,2% e 84% em relação ao veículo. No modelo de lesões gástricas induzidas por isquemia e reperfusão o AH (5; 10 e 20 mg/kg) reduziu a área da lesão 84,9%; 71,8%; 92,2%, respectivamente, e o N-acetilcisteína reduziu a lesão gástrica 78%, comparados com o veículo. Com relação a cicatrização o AH (5 e 10 mg/kg) reduziu a área da lesão em 70% e 73%, respectivamente. A cimetidina reduziu as lesões em 85,6%. Com relação a deposição de colágeno, a presença e aumento deste, demonstra um efeito para o processo de cicatrização. O grupo tratado com acetato de hecogenina na dose de 10 mg/kg (5,16 ± 0,92) e cimetidina 200 mg/kg (8,14 ± 0,98), durante sete dias, no modelo de cicatrização, apresentaram consideráveis aumento das fibras de colágeno quando comparados com o grupo veículo (0,37 ± 0,10). O grupo sham a presença de colágeno (8,26 ± 0,95), mostrou-se fisiológica. Diante dos resultados apresentados, o AH tem potencial antiulcerogênico e cicatrizante demonstrado pela diminuição da lesão gástrica e presença de fibras de colágeno, respectivamente.
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ALDA CÁSSIA ALVES DA SILVA
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INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO MODERADO SOBRE OS NÍVEIS DE IL-1Β, IL-6, TNF-Α E BIOMARCADORES DO ESTRESSE OXIDATIVO NO TRATO GASTRINTESTINAL DE RATOS HIPERTENSOS 2R1C
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Orientador : MOISES TOLENTINO BENTO DA SILVA
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Data: 28/02/2020
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INTRODUÇÃO: O sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) é uma via de sinalização envolvida na manifestação da hipertensão arterial sistêmica (HAS). Modelos experimentais, como 2rim-1clipe (2R1C), foram desenvolvidos para elucidar os mecanismos envolvidos nessa doença. Uma repercussão importante da HAS diz respeito às alterações no trato gastrintestinal, com envolvimento do SRAA. O exercício físico é considerado terapia não farmacológica no controle das alterações gastrintestinais induzidas pela angiotensina II. OBJETIVO: Investigar a influência do exercício físico sobre os níveis de citocinas e biomarcadores de estresse no trato gastrintestinal de ratos hipertensos 2R1C. MÉTODOLOGIA: Foi induzida HAS em ratos Wistar por modelo 2R1C. Pressão arterial sistólica (PAS) foi monitorada por pletismografia de cauda. Iniciou-se treinamento em esteira, 5x/semana, 60min, 50-60% da capacidade máxima do animal, durante 5 semanas. O efeito do exercício no fundo gástrico, duodeno, colón e plasma foram investigados por responsividade ao carbacol, quantificação de citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-1β, IL-6) e estresse oxidativo (Nox, MPO, GSH, MDA, SOD). RESULTADOS: O grupo 2R1C apresentou aumento (p<0,05) dos valores pressóricos (Sham:117,5±2,1mmHg vs. HAS-2R1C:164,1±14,5mmHg) na semana 1. Houve efeito protetor sobre a PAS (p<0,05) no grupo Exercício+HAS-2R1C quando comparado ao HAS-2R1C (125,8±4,2mmHg vs. 147,3±9,9mmHg). O treinamento promoveu melhora (p<0,05) dos parâmetros velocidade, distância, tempo de exaustão em comparação ao HAS-2R1C. Houve redução (p<0,05) da responsividade ao carbacol no grupo HAS-2R1C comparadas ao grupo Sham nas tiras de fundo -7M(21,1±13% vs. 46,2±4,7%) e duodeno -7M(18,4±6,1% vs. 59,4±10,4%). Foi verificado aumento (p<0,05) no grupo HAS-2R1C quando comparado ao Sham nas concentrações de IL-1β (104,7±13,0 pg/mg tecido vs. 41,3±10,9pg/mg tecido), IL-6 (93,8±12,2pg/mg tecido vs. 30,9±10,9 pg/mg tecido) e TNF-α (14,3±2,5pg/mg tecido vs. 3,7±0,7pg/mg tecido) no duodeno. O grupo Exercício+HAS-2R1C apresentou redução (p<0,05) da IL-6 no duodeno, quando comparados ao HAS-2R1C (37,9±7,6pg/mg tecido vs. 93,8±12,2pg/mg tecido). Além disso, foi observado aumento significativo (p<0,05) da atividade de MPO no duodeno do grupo HAS-2R1C em comparação ao grupo Sham (78,9±18,0UMPO/mg tecido vs. 16,4±11,5UMPO/mg tecido) e redução (p<0,05) no grupo Exercício+HAS-2R1C em comparação ao HAS-2R1C (22,04±5,9UMPO/mg tecido vs. 78,9±18,0UMPO/mg tecido). Houve redução (p<0,05) das concentrações de GSH do grupo HAS-2R1C em comparação ao Sham no duodeno (26,7±3,53mgGSH/g tecido vs. 90,9±11,8mgGSH/g) e colón (52,9±13,7mgGSH/g tecido vs. 150,8±41,1mgGSH/g). CONCLUSÃO: Os resultados mostram efeito protetor do exercício no controle da pressão arterial de ratos com hipertensão 2R1C. A indução da hipertensão 2R1C promoveu exacerbação do processo inflamatório e estresse oxidativo, sendo que o tratamento com exercício físico foi capaz de reduzir marcadores de inflamação e estresse oxidativo, bem como melhorar a função antioxidante.
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LORRANYA EVELI PEREIRA FEITOSA ARAUJO
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Efeito do acetato de nerila sobre a pressão arterial e a frequência cardíaca de ratos
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Orientador : ALDEIDIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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Data: 18/02/2020
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A hipertensão arterial sistêmica é a doença cardiovascular de maior impacto epidemiológico no mundo em virtude de sua elevada prevalência na população e por representar o principal fator de risco para o desenvolvimento de patologias cardiovasculares. Embora existam diversas classes de medicamentos anti-hipertensivos, a taxa de controle da doença é baixa devido ao elevado número de pacientes que abandonam o tratamento farmacológico por causa dos efeitos colaterais. O acetato de nerila (AcN) é um monoterpeno alvo de estudos científicos que possui atividades vasorrelaxante, antinociceptiva e antioxidante comprovadas. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito do AcN sobre a pressão arterial média (PAM) e a frequência cardíaca (FC) de ratos não anestesiados. Para tanto, foram utilizados ratos wistar (Rattus norvegicus), provenientes do Biotério Setorial da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e todos os protocolos experimentais foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais da UFPI sob n o 400/17. A administração intravenosa (i. v.) de AcN nas doses de 12,5; 25 e 50 mg promoveu hipotensão (ΔPAM(%) = -18,077±4,76, - 26,601±6,95, -47,72±2,6 mmHg, respectivamente) associada a bradicardia (ΔFC (%) = - 22,49±5,4, -43,35± 8,14, -62,96± 2,53 b. p. m., respectivamente). Na investigação do mecanismo de ação, o bloqueio dos receptores ganglionares com hexametônio (20 mg/kg, i. v.) não alterou a resposta hipotensora (ΔPAM (%)= 12,5 mg/kg: -33,22±5,41; 25 mg/kg: - 37,85±4,04; 50 mg/kg: -53,3±3,25 mmHg) e bradicárdica (ΔFC (%)= 12,5 mg/kg: -30,77 ±9,3; 25 mg/kg: -39,73±10,17; 50 mg/kg: -58,6±8,84 b. p. m.) promovida pelo AcN. A inibição dos receptores muscarínicos com atropina (2 mg/kg, i. v.) também não modificou a hipotensão (ΔPAM(%)= 12,5 mg/kg: -27,41±7,7; 25 mg/kg: -26,29±3,9; 50 mg/kg: - 38,75±9,84 mmHg, respectivamente) e bradicardia (ΔFC(%)= 12,5 mg/kg: -41,94±8,68; 25 mg/kg: -48,45±4,13; 50 mg/kg: -52,1±4,93 b. p. m, respectivamente) induzidas por esse monoterpeno. Na presença de propranolol (1,5 mg/kg, i. v.), um antagonista dos receptores β- adrenérgicos, houve potencialização de maneira significativa do efeito hipotensor do AcN nas doses de 12,5 e 25 mg (ΔPAM(%)=-62,021±4,86; -58,15±8,17 mmHg, respectivamente), sem alteração da bradicardia (ΔFC (%)= -63,54±9,29; -74±4,13 b. p. m., respectivamente). A inibição dos receptores α 1 -adrenérgicos com prazosina (1 mg/kg, i. v.) não alterou a resposta hipotensora (ΔPAM (%)= 12,5 mg/kg: -42,88±9,83; 25 mg/kg: -51,35±6,7; 50 mg/kg: - 53,28±2,36 mmHg) e bradicárdica (ΔFC (%)= 12,5 mg/kg: -63,54±9,29; 25 mg/kg: - 74±4,13; 50 mg/kg: -66,95±4,51 b. p. m.) induzida pelo AcN. Por outro lado, o bloqueio dos receptores α 2 -adrenérgicos com ioimbina (2 mg/kg, i. v.) potencializou significativamente a hipotensão promovida pelo AcN nas doses de 12,5 e 25 mg (ΔPAM (%) = -47,06±6,46; - 51,97±4,47 mmHg, respectivamente), sem alteração do efeito bradicárdico (ΔFC (%)= - 71,33±2,61; -70,47±0,98 b. p. m., respectivamente). Resposta semelhante foi obtida com indometacina (5 mg/kg, i. v.), um anti-inflamatório não esteroidal que promove inibição da cicloxigenase (COX), evidenciada por hipotensão acentuada nas doses de 12,5 e 25 mg/kg (ΔPAM (%)= 12,5 mg/kg: -39,44±5,46; 25 mg/kg: -42±6,27; 50 mg/kg: -38±6,97 mmHg), sem alteração significativa da ação bradicárdica (ΔFC (%)= 12,5 mg/kg: -56,46±5,35; 25 mg/kg: -66,71±6,56; 50 mg/kg: -68,76±3,67 b. p. m.). Com base em tais resultados, conclui- se que o AcN promove efeitos hipotensor e bradicárdico em ratos não anestesiados. Contudo, tal resposta não envolve a participação dos receptores nicotínicos, muscarínicos e adrenérgicos, tampouco das prostaglandinas. Ademais, constatou-se que a inibição dos receptores β-adrenérgicos e α 2 -adrenérgicos, bem como da COX, potencializa a resposta hipotensora do AcN.
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JOSÉ VÍTOR MENEZES LACERDA
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EFEITO ANTIAGREGANTE DO FARNESOL LIVRE E COMPLEXADO À β-CICLODEXTRINA
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Orientador : ALDEIDIA PEREIRA DE OLIVEIRA
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Data: 27/01/2020
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A agregação plaquetária constitui um processo essencial para a manutenção da homeostase. No entanto, quando associada a fatores de riscos pode resultar em alterações endoteliais, culminando na formação de trombos, podendo resultar em quadros como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico. Os terpenos são produtos naturais formados a partir da união de duas ou mais unidades de isopreno. O farnesol é um sesquiterpeno encontrado naturalmente em óleos essenciais de diversas plantas, como capim-limão, camomila, milho e citronela. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial antiagregante plaquetário do farnesol livre e complexado à β-ciclodextrina. Neste estudo, utilizou-se ratas Wistar (Rattus norvegicus) com peso entre 230-250g provenientes do Biotério Central da Universidade Federal do Piauí (CEUA sob Nº 549/19). Após anestesiadas, foi realizada a coleta de sangue em tubos contendo citrato de sódio a 3,2% (9:1), seguida da centrifugação para obtenção do plasma rico em plaquetas (PRP) (1650 rpm por 10min) e do plasma pobre em plaquetas (PPP) (3500 rpm por 15min), seguida da contagem de plaquetas em câmara de Neubauer para a realização dos estudos de atividade antiagregante plaquetária, sendo considerado um PRP quando a quantidade de plaquetas/ mL foi ≥ a 250.000. Alíquotas de PRP (300 µL) foram acondicionadas em cubetas siliconizadas e analisadas em agregômetro (EasyAgreg®). As substâncias testes foram pré-incubadas por 5 minutos antes da adição do ADP (20µM). A agregação plaquetária foi expressa em percentual de agregação para o agonista ADP. Os resultados obtidos neste estudo foram expressos como média ± erro padrão da média (e.p.m). Utilizou-se o teste t de Student não pareado ou ANOVA one-way seguido de teste de Tukey, para análise de significância, p< 0,05 considerado significante (GraphPad Prism versão 6.0). Os resultados demonstram que o farnesol livre promoveu uma agregação plaquetária espontânea de ± 10% e o farnesol complexado promoveu uma agregação espontânea de ± 4%, comparando-se com o ADP (controle positivo) (± 70%). Na avaliação do efeito antiagregante do farnesol livre (10µM), observou que o mesmo inibiu a agregação induzida pela adição de 20µM de ADP em (± 35%), enquanto o farnesol complexado com β-CD (10µM) promoveu uma inibição em torno de (± 40%), quando comparados ao controle (ADP). Na investigação do mecanismo de ação antiagregante do farnesol, incubou-se as preparações por 5 min antes da adição do agente agregante, com calmidazolium (10µM), um inibidor da calmodulina, com nitroprussiato de sódio (NPS) (10µM), um doador de óxido nítrico (NO) ou com H-89 (5 µM), um inibidor da PKA. Os resultados demonstram que, com a inibição da calmodulina não houve um aumento da inibição da agregação plaquetária do farnesol livre (±25%), no entanto, farnesol/β-CD promoveu uma potencialização da inibição da agregação plaquetária (±10%), ambos em relação ao controle (p<0,05). Tanto o farnesol livre (± 5%), quanto o farnesol/β-CD (± 20%) tiveram seu efeito inibitório potencializado na presença do NPS, quando comparados ao controle (p < 0,05). Com a inibição da PKA, tanto o farnesol livre (± 5%) quanto o complexado (± 2%) tiveram seus efeitos potencializados, quando comparados ao controle (p < 0,05). Além disso, o farnesol livre promoveu efeito antiagregante plaquetário após tratamento por 7 dias, além de ter seu efeito potencializado na presença do ácido acetilsalicílico, quando comparados ao controle (p < 0,05). Conclui-se que o farnesol livre e o complexado com β-CD provocam discreta agregação espontânea, porém ambos são capazes de inibir a agregação induzida por ADP, tanto in vitro quanto in vivo, no entanto apenas o farnesol/β-CD parece ter a calmodulina envolvida no seu o mecanismo de ação antiagregante plaquetário, além disso, os resultados demonstram que ambos parecem ter a via do óxido nítrico envolvida no seu mecanismo de ação antiagregante, bem como a via da ciclooxigenase plaquetária.
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MONIQUE LUANA FRAZÃO RAMOS
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Efeito do extrato etanólico de Simaba ferruginea A.St.-Hil em modelo experimental de disfunção erétil em ratos induzida por diabetes
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Orientador : ROSIMEIRE FERREIRA DOS SANTOS
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Data: 16/01/2020
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A disfunção erétil (DE) é definida como a incapacidade consistente ou intermitente de obter/manter ereções penianas que permitam uma relação sexual satisfatória. O crescente reconhecimento de sua relação com comorbidades clínicas revelou uma base orgânica na maioria dos casos, incluindo o diabetes mellitus (DM). Os inibidores da fosfodiesterase 5 (iPDE-5), principais agentes na terapia farmacológica da DE, apresentam falta de eficácia em 50% dos pacientes com DE relacionada ao DM. Isso mostra a importância de novos agentes terapêuticos que beneficiem esses pacientes. Entre espécies com potencial efeito terapêutico pode-se citar a Simaba ferrugínea A.St.-Hil (Simaroubaceae), popularmente conhecida como calunga, que já apresentou diversas atividades farmacológicas, entretanto não há relato de efeitos na DE relacionada ao DM. O objetivo do estudo foi investigar o efeito da administração do extrato etanólico, obtido das folhas de S. ferruginea (Sf-EtOH) em parâmetros envolvidos na ereção peniana induzida por apomorfina, em ratos normais e STZ. Foram utilizados ratos Wistar, de 200 a 300 g e 12 a 14 semanas. O DM foi induzido pela administração única de estreptozotocina (STZ) 60 mg/kg/i.p. em animais em jejum. Para o tratamento posterior, os animais foram separados em 6 grupos: controle normal (G1) e STZ (G2), que receberam apenas veículo, STZ tratados com Sf-EtOH nas doses de 25 (G3), 50 (G4), e 100 (G5) mg/kg/v.o. dose única diária por 14 dias e G6 que recebeu insulina NPH 6 UI/dia/s.c. Para a avaliação das ereções, administrou-se apomorfina (80 µg/kg/s.c.) na região do dorso e observou-se o número, tempo de duração e latência para a primeira ereção. Avaliou-se também os parâmetros bioquímicos dos grupos, concentração plasmática de nitrito e malondialdeído (MDA), reatividade contrátil e relaxante dos corpos cavernosos (CC), possíveis alterações teciduais por análise histopatológica e o efeito relaxante de Sf-EtOH sobre contrações tônicas dos CC. A comparação entre grupos foi realizada por análise de variância e teste de Tukey. A pesquisa foi aceita sob parecer CEUA/UFPI 454/18. RESULTADOS: G1 apresentou-se diferente a G2 no número de ereções (4,0 ± 0,54 x 2,0 ± 0,44) e latência para a primeira ereção (5,0 ± 0,89 x 12,4 ± 0,87). Não houve diferença entre G2 X G3, G4 e G5 para os mesmos parâmetros. O tratamento realizado com Sf-EtOH em G3 (12,2±1,02) e G4 (11,8±0,96) reestabeleceu o tempo de duração das ereções obtidas para valores iguais ao de G1 (10,0 ± 1,26) assim como G6 (10,80 ± 0,86). Sf-EtOH diminuiu a glicose em jejum em G3 (146,3± 20,36), G4 (161,2±15,64) e G5 (111,3±10,56) vs G2 (431,0±10,25). Não houve diferença entre o colesterol de G1 (65,83 ± 4,99) e G2 (71,0 ± 5,56), porém Sf-EtOH em G3 (53,67 ± 1,70) e G4 (54,67 ± 2,53) diminuiu os níveis do mesmo em relação a G2. Houve aumento nos triglicerídeos de G2 (140,0 ± 35,07) x G1 (32,67 ± 5,83) e Sf-EtOH em G3 (28,67 ± 4,35), G4 (39,67 ± 4,80) e G5 (38,17 ± 4,31) diminuiu esses níveis. Sf-EtOH aumentou o HDL em G3 (41,33 ± 13,08) e G4 (43,67 ± 1,56) em relação a G2 (32,0 ± 2,91). A concentração de nitrito diminuiu em G2 (27,99 ± 2,30) vs G1 (45,76±2,42) e apenas G5 (49,34 ± 2,91) restabeleceu o parâmetro. Houve aumento de MDA em G2 (2,68± 0,06) vs G1(2,40± 0,029) e o Sf-EtOH diminuiu o mesmo em todos os grupos. Quanto à reatividade contrátil à fenilefrina, não houve diferença entre G1 e G2. A resposta relaxante à acetilcolina foi diferente entre G1 e G2 (log CE50-7,13±0,08 x log CE50 -6,61±0,13) o que não foi alterado pelo tratamento. O Sf-EtOH produziu relaxamento em contrações tônicas induzidas por fenilefrina (log CE50 1,07 ± 1,29M) e esse efeito foi atenuado na presença de L-NAME (log CE50 2,31 ± 0,17M). O tratamento com Sf-EtOH reestabeleceu parâmetros bioquímicos, concentrações de nitrito e MDA para valores próximos ao normal. Observou-se envolvimento da via do óxido nítrico no efeito relaxante do mesmo nas contrações tônicas no CC. Assim, pode-se concluir que o Sf-EtOH apresenta uma ação preventiva sobre as alterações ocorridas na DM e esse efeito pode contribui para a reversão de alterações da função erétil decorrentes desse quadro.
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