Dissertações/Teses

2024
Descrição
  • LORENA PAOLA FERRARO
  • PROPOSTA DE AÇÃO NA GESTÃO DE RECURSOS CULTURAIS DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO AGUAS ARRIBA - CÂNION TALAMPAYA – PARQUE NACIONAL TALAMPAYA – PROVÍNCIA DE LA RIOJA – ARGENTINA
  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 29/02/2024
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  • O objetivo do estudo é se aproximar ao estabelecimento da cronologia relativa do sítio
    arqueológico Aguas Arriba, Parque Nacional Talampaya, La Rioja, Argentina. Justifica-se o
    estudo de sua arte rupestre na necessidade de conhecer a materialidade do local para
    contribuir com a gestão do patrimônio cultural na Administración de Parques Nacionales e
    fornecer respostas à comunidade local (especialmente Pagancillo) sobre aspectos científicos
    relacionados à significação cultural, de forma ampla. A equipe interdisciplinar convocou
    estudiosos da Universidade Federal do Piauí, da Administración de Parques Nacionales, da
    Universidade de Tucumán e pesquisadores independentes para realizar estudos
    arqueométricos e do campo da arqueologia tradicional (escavações, documentação da arte
    rupestre, análise ceramológica). Foram feitos no laboratório decalques digitais com o software
    Adobe Illustrator, um racontosobre os estudos macroscópicos de cerâmica, análises
    elementares por Fluorescência de Raios X para o tratamento do verniz do deserto, da mesma
    forma que estudos visuais por microscopia óptica digital e Munsell Soil Color Chart para o
    mesmo fim, bem como análises estatísticas. Os resultados mais significativos da aplicação
    dessas técnicas foram os que enumeraremos a seguir. Entre os aspectos culturais,
    encontramos, do ponto de vista cronológico-estilístico e temático, motivos rupestres
    atribuíveis às culturas arqueológicas Ciénaga e Sanagasta, sustentadas pela presença de
    cerâmica atribuível a esta última. Os depósitos culturais, no entanto, estiveram ausentes,
    sendo assumidos processos tafonômicos. Essas informações deveriam ser cruzadas com os
    dados oferecidos pelos estudos e análises arqueométricos (como via independente de análise)
    para a abordagem do verniz do deserto. A nossa grande motivação foi fornecer com a
    Fluorescência por Raios X portátil informações que permitissem aportar à noção cronoestilística
    e temática uma maior confiança a partir do estudo do verniz do deserto. Embora, ela
    se viu tomada pelas próprias limitações da técnica cujo processamento de dados demandou
    idades conhecidas ou supostas, concebidas com aquelas ferramentas da arqueologia
    tradicional. De qualquer forma, tem sido um dado relevante conhecer a taxa de acúmulo de
    Manganês, aportando aos modelos que tratam acerca da velocidade de re-envernizamento de
    superfícies rochosas que podem ser compartilhados, aumentado os dados a nível mundial.

  • JOSÉ WEVERTON LIMA DE SOUSA
  • Um sítio na margem da estrada e um esboço do contexto arqueológico regional de Piripiri
  • Orientador : LUIS CARLOS DUARTE CAVALCANTE
  • Data: 26/02/2024
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  • O município de Piripiri localiza-se no norte do Piauí, Nordeste do Brasil, tendo um considerável acervo de sítios arqueológicos, majoritariamente de arte rupestre. O objetivo principal deste trabalho é contribuir para o conhecimento mais aprofundado sobre o contexto arqueológico regional da área que atualmente corresponde ao citado município, a partir da investigação do sítio Entrada do Caminho da Caiçara, único da região cujos vestígios arqueológicos não estão diretamente ligados à arte rupestre, tendo sido os materiais encontrados em uma planície, a céu aberto. Os vestígios estudados consistem essencialmente de fragmentos de cerâmicas, de vidros e de louças. Como arcabouço teórico para sustentar a discussão dos dados, são usadas abordagens próprias da Arqueologia Histórica, no tocante a sítios de baixa visibilidade, da Antropologia da Tecnologia, assim como da Teoria do Design. A estratégia metodológica adotada abrange, entre outras etapas, a análise tecnológica da cultura material (cerâmicas e vidros), a análise químico-mineralógica de amostras representativas das cerâmicas, a obtenção de idade radiocarbônica para uma amostra de cerâmica e uma de carvão, bem como a busca de informações em fontes bibliográficas sobre a etnohistória regional e sobre a história local. O conjunto de evidências obtidas da análise do sítio investigado, com destaque para os dados obtidos a partir dos vestígios cerâmicos, possibilita apontá-lo como um sítio histórico de habitação, com baixa incidência de material, enquadrando-se como um sítio de baixa visibilidade. Os remanescentes cerâmicos são oriundos de pelo menos quatorze vasilhas e um cachimbo. Trata-se essencialmente de utensílios usados na preparação de alimentos, para armazenamento e para servir, além do cachimbo usado para fumar. Os vestígios de vidro são uma intrusão de material recente. A análise química de amostras representativas das cerâmicas indicou a ocorrência de cinco tipos diferenciados de pastas. A identificação de fases minerais diagnósticas nessas amostras cerâmicas possibilitou inferir que uma peça foi queimada em temperatura inferior a 500 °C e que as demais foram queimadas entre 550 e 950 °C. O contexto arqueológico de Piripiri atualmente está configurado pela ocorrência de vinte e nove sítios pré-coloniais e três sítios históricos.

2023
Descrição
  • VICTOR GEOVANI FERNANDES CARRERA BRASIL
  • Contextualização paleoecológica e o legado da paisagem antropogênica no sítio arqueológico PA-AT-331 (Mangangá), Sudeste Amazônico
  • Orientador : CLAUDIA MINERVINA SOUZA CUNHA
  • Data: 21/08/2023
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  • A diversidade de espécies botânicas na floresta amazônica possivelmente é resultado das transformações das paisagens pelo manejo humano ao longo de milênios. No sudeste amazônico, região de Carajás, foram encontrados sítios arqueológicos com datações pleistocênicas de 11.125 a 550 AP. Esses contextos possuem a presença de espécies vegetais úteis a essas populações, evidenciando indícios do legado cultural nesses nichos identificados. Neste trabalho foram analisados vestígios microbotânicos de seis trincheiras no sítio PA-AT-331 Mangangá. Os fitólitos identificados (<250 μm) mostram a diferença de contextos paleoecológicos, sobretudo a presença da família Arecaceae (palmeiras), na qual possivelmente foram manejadas por esses grupos humanos Outros pontos e camadas estratigráficas revelaram a preservação desfavorável da sílica biogênica, na qual pode estar associada à dois processos decorrentes no sítio: atividades pós-deposicionais devido a geomorfologia do sítio arqueológico ser heterogênea e as condições físico-químicas da matriz dos solos da região.

  • YAN DIAS FERREIRA
  • Onde estão os sítios: a Cartografia Histórica aplicada aos métodos de prospecção arqueológica
  • Orientador : GREGOIRE ANDRE HENRI MARIE GHISLAIN VAN HAVRE
  • Data: 17/08/2023
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  • Até o início do século XVIII, de forma geral, o conhecimento geográfico colonial era limitado. Em 1750, para o Tratado de Madri, tornou-se necessário delimitar as terras portuguesas, e a cartografia colonial brasileira passar a ter um maior rigor. O que conhecemos atualmente como Piauí esteve sobre a governo da capitania de Pernambuco e posteriormente do Maranhão-Grão-Pará. Em 1718, foi criada a capitania de São José do Piauhy, que continuou a ser administrada pelo Governador do Maranhão até 1758. Nesta data, é nomeado João Pereira Caldas como Governador para administrar o Piauí. Durante o primeiro governo, em 1760, foi realizado o primeiro mapa da região. O “Mappa Geográfico da Capitania do Piauhy”, do Ajud. Engenheiro Henriques Antônio Galúcio, contém informações topológicas bem definidas na legenda. Entre fazendas, freguesias, sítios, cidades estão dez povoações destruídas, objetos desta pesquisa. As povoações estão localizadas ao redor do rio Gurguéia e do riacho da Prata, e não aparecem em nenhum outro local da Capitania. De acordo com a historiografia do Piauí, no vale do Gurguéia até a data de confecção do mapa, ocorreram pelo menos cinco campanhas armadas de colonização portuguesa. Como resposta à invasão, os grupos indígenas também investiam contra as fazendas e as povoações coloniais. A partir de uma perspectiva da Arqueologia da Paisagem, que visa entender as micro histórias para então compreender uma história regional, procuramos identificar e localizar estas dez povoações destruídas. A metodologia utilizada para alcançar esse objetivo parte da Cartografia Histórica, da cartometria, da iconografia e da toponímia, juntamente com análises espaciais em mapas e outros documentos históricos. Sobrepomos dados históricos, observamos mudanças culturais que afetaram diretamente as populações que ali residiram, sejam elas indígenas ou coloniais. A partir dessa linha teórica e metodológica torna-se possível compreender os processos históricos, culturais e espaciais como horizontes sobrepostos.

  • BARBARA EDUARDA BARBOSA DE ABREU
  • Arqueologia Urbana: uma análise socioespacial do Mercado José Lopes da Silva, Oeiras – PI
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 27/07/2023
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  • Oeiras foi a primeira capital do Piauí, com isso carrega estruturas valiosas, caminhos que nos remetem ao passado e à própria história viva. Dentre todo o seu centro histórico tombado o local escolhido como base para o estudo foi o mercado público José Lopes da Silva, conhecido na cidade como mercado velho. O Mercado público foi um local de grande trânsito de pessoas, onde muitas famílias trabalharam, enquanto outras usufruíram dos serviços prestados. O principal objetivo dessa pesquisa é o estudo do mercado de Oeiras, que possui forte ligação entre os habitantes e o local, que antigamente servia como feira. Essa interação surgiu antes mesmo ao início da sua construção em 1934 e perdura até os dias de hoje, apesar do encerramento das atividades no local. Outros objetivos estão ligados à análise do processo socioespacial ao longo do tempo de funcionamento do mercado velho de Oeiras e suas adjacências. Estabelecemos uma relação entre o mercado a cidade e a sua comunidade, com a finalidade de entender a importância da memória coletiva e individual que se construiu nas relações entre as pessoas na coletividade em que cresceram como sujeitos. Apesar de muito importante para o crescimento da cidade o mercado perdeu espaço para o desenvolvimento urbano. Com isso um novo local foi construído para abrigar o polo comercial do município, sendo rejeitado por grande parte da população. Com base nisso levantamos as hipóteses que levaram o novo mercado a ter um impacto negativo no novo arranjo comercial, estaria relacionado às relações da população com o ambiente e a paisagem? ou as interações sociais que os indivíduos estabeleceram naquela sociedade? Usamos como etapas metodológicas pesquisas de modo quantitativo, sendo realizado esse método de pesquisa para coleta de informações e tratamento dos dados em gráficos e tabelas, tais dados referentes as interações com a população. Pesquisa qualitativa, uma abordagem relacionada a aspetos subjetivos que não são quantificados e faz referência às interações sociais. As etapas descritivas e exploratórias foram responsáveis por colocar em prática o conhecimento teórico e as informações adquiridas em campo, no caso estabelecer uma relação entre descrever as características da cidade de Oeiras e o seu mercado, enquanto identificamos os fatores que levaram ao encerramento das atividades no local. Além do levantamento bibliográfico sobre questões como preservação do patrimônio, tombamentos, projetos de requalificações em centros históricos, memória e Arqueologia Urbana. Para analisar a estrutura arquitetônica do mercado público, observamos como a área do mercado foi estruturada, sua organização e ocupação e quais problemas foram encontrados no espaço. Realizamos uma análise de como e quais produtos eram comercializados, desde a sua inauguração até o encerramento das suas atividades, para compreender como ocorreu a preservação do patrimônio histórico e da memória. A discussão a respeito do mercado e a população foi realizada com base  em pesquisas de campo e entrevistas principalmente com antigos feirantes que já trabalharam no  local e hoje foram realocados para um novo centro de comércio e com responsáveis pela atual gestão da área. Assim foi possível estabelecer uma relação da história de um mercado com a sua comunidade e a paisagem.

  • ANDRÉ FREITAS IBIAPINA
  • Do Tupi ao Tabajara: arqueologia como história de longa duração na Ibiapaba.
  • Orientador : ANGELO ALVES CORREA
  • Data: 30/03/2023
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  • O presente trabalho tem por objetivo expor os resultados obtidos a partir das pesquisas arqueológicas desenvolvidas na região da Ibiapaba. Buscamos mostrar um quadro atualizado sobre a arqueologia da região, a partir do levantamento de fontes bibliográficas, como trabalhos de arqueologia desenvolvidos na área, seja por meio do licenciamento ambiental via banco de portarias arqueológicas do IPHAN e pesquisas em trabalhos acadêmicos. A região da Ibiapaba constitui-se como um local de suma importância para a história cultural brasileira, por ter sido um local densamente povoado por populações indígenas, desde os primórdios da colonização este território já chamava a atenção da coroa portuguesa, devido a esse e outros fatores. Por sua localização favorecer em vários aspectos os assentamentos de populações humanas ao longo do tempo e do espaço, buscamos entender o contexto arqueológico da região, e como os fatores coloniais influenciaram no mesmo. O intuito maior é compreender como se deu o processo de ocupação e permanência na região da Ibiapaba por populações filiadas ao tronco linguístico Tupi, conhecidos como Tabajaras, na documentação histórica, escrita a partir do século XVII. Em face dessas questões pressupõe-se para a região um amplo quadro arqueológico e cultural dentro da longa duração dessas populações indígenas na Ibiapaba a partir da análise de vasilhames cerâmicos. Orientando-me pelas conclusões de arqueólogos, linguistas, historiadores e de etnólogos, sobre as migrações dos Tupi.

  • ANDRÉ FREITAS IBIAPINA
  • Do Tupi ao Tabajara: arqueologia como história de longa duração na Ibiapaba
  • Orientador : ANGELO ALVES CORREA
  • Data: 30/03/2023
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  • O presente trabalho tem por objetivo expor os resultados obtidos a partir das pesquisas arqueológicas desenvolvidas na região da Ibiapaba. Buscamos mostrar um quadro atualizado sobre a arqueologia da região, a partir do levantamento de fontes bibliográficas, como trabalhos de arqueologia desenvolvidos na área, seja por meio do licenciamento ambiental via banco de portarias arqueológicas do IPHAN e pesquisas em trabalhos acadêmicos. A região da Ibiapaba constitui-se como um local de suma importância para a história cultural brasileira, por ter sido um local densamente povoado por populações indígenas, desde os primórdios da colonização este território já chamava a atenção da coroa portuguesa, devido a esse e outros fatores. Por sua localização favorecer em vários aspectos os assentamentos de populações humanas ao longo do tempo e do espaço, buscamos entender o contexto arqueológico da região, e como os fatores coloniais influenciaram no mesmo. O intuito maior é compreender como se deu o processo de ocupação e permanência na região da Ibiapaba por populações filiadas ao tronco linguístico Tupi, conhecidos como Tabajaras, na documentação histórica, escrita a partir do século XVII. Em face dessas questões pressupõe-se para a região um amplo quadro arqueológico e cultural dentro da longa duração dessas populações indígenas na Ibiapaba a partir da análise de vasilhames cerâmicos. Orientando-me pelas conclusões de arqueólogos, linguistas, historiadores e de etnólogos, sobre as migrações dos Tupi.

  • CARLOS PEREIRA DE ARAUJO NETO
  • Estudo arqueológico da bacia do Rio Poti: ensaio de modelos preditivos
  • Orientador : FLAVIO RIZZI CALIPPO
  • Data: 22/03/2023
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  • O presente trabalho tem como objetivo apresentar o Modelo Preditivo para a Bacia do Rio Poti, área que abrange os estados do Piauí e Ceará. A partir dos levantamentos arqueológicos realizados para a área de estudo, deu-se início a organização sistemática dos dados digitais, viabilizados por um Sistema de Informação Geográfica (SIG) que reúne as informações sobre os sítios arqueológicos registrados (variáveis dependentes) e os compartimentos ambientais (geológicos, geomorfológicos, hidrográficos e solos) que representam as variáveis independentes do modelo. A construção do Modelo Arqueológico Preditivo ocorre conjuntamente pelo uso dos softwares livres QGIS 3.16 e Programa R, sendo selecionado o algoritmo Random Forest com sua abordagem baseada em árvores de decisões. Este algoritmo é capaz de realizar análise sobre um grande conjunto de dados e envolve o método de Machine Learning, que possibilita aprender com os dados e assim realizar as previsões, indicando os graus de probabilidade de identificar sítios arqueológicos ao longo da bacia. Com base nestas correlações e produtos, foram avaliados e discutidos as possibilidades, as áreas, os potenciais e o implemento de um ou mais modelos preditivos para a Bacia do rio Poti.

  • RONIEL DE ARAÚJO IBIAPINA
  • Arte rupestre nos Carnaubais: documentação e problemas de conservação
  • Orientador : BENEDITO BATISTA FARIAS FILHO
  • Data: 17/03/2023
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  • O presente trabalho teve como objetivo contribuir para a preservação e proteção do patrimônio cultural por meio da análise e documentação do grau de integridade da arte rupestre e do suporte rochoso da área arqueológica do Território dos Carnaubais, região localizada no Centro Norte do estado do Piauí, compreendendo os municípios de Boa Hora, Capitão de Campos, Campo Maior e Nossa Senhora de Nazaré. As pinturas rupestres e o suporte rochoso apresentam vários problemas de conservação provocados por diversas situações ligadas ao próprio meio natural, bem como provenientes da ação humana. Desenvolver trabalhos de conservação implica diretamente no reconhecimento de que os sítios arqueológicos de arte rupestre são entendidos como um campo de representação gráfico-cultural, o que eleva o reconhecimento de que se trata de um sistema visual estruturado e socializado com vários significados, podendo ser pertencentes a um grupo social específico ou compartilhados por populações diversas que tinham o Território dos Carnaubais como espaço de estadia ou passagem. O percurso metodológico, da presente pesquisa, se estruturou em leituras bibliográficas baseadas no aporte teórico sobre arte rupestre, aspectos geomorfológicos da área estudada e conservação de arte rupestre; pesquisa de campo, com a utilização de vários instrumentos, a exemplo de ficha de documentação, escala de cinco centímetros, medidor de comprimento digital, câmera digital, Microscopia Óptica, notebook, escala de códigos Munsell e Sistema de Posicionamento Global – GPS, que aprimoraram o levantamento de informações sobre as condições gerais dos sítios arqueológicos pesquisados. A pesquisa contou, também, com o uso de gabinete como processo metodológico, pois foram realizadas centenas de fotografias dos sítios, dos painéis, das pinturas e dos problemas de conservação, necessitando de escolha de imagens para melhorar os dados do estudo. Os resultados apontaram para um estado avançado de degradação dos sítios de arte rupestre do Território dos Carnaubais, com a presença de desplacamento, fissuras, escamação, eflorescência salina, casas de térmitas, vespas, micro-organismos com diferentes tonalidades, raízes de plantas trepadeiras, fezes e urinas de animais de médio e grande porte, com destaque para caprinos e bovinos, além da presença de alterações provocadas pelas sociedades humanas, interferindo direta ou indiretamente nos sítios arqueológicos, como pichação, fuligem e depósito de lixos domésticos. Diante desses resultados, considera-se urgente a necessidade de realizar trabalhos de intervenção, a fim de retardar a ação dos agentes deteriorantes de origem físico-químico-biológico e, educação patrimonial, por meio de uma Arqueologia Colaborativa, com o desígnio em dialogar com a comunidade por meio de ferramentas que possam provocar o interesse pelo cuidado e preservação da memória de nossos antepassados.

  • RAFAELA MARIA CARVALHO RODRIGUES
  • Caminhos antigos: um olhar sobre a paisagem no contexto piauiense: 1750 – 1850
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 31/01/2023
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  • A ocupação do Brasil representou uma remodelação da paisagem já modificada e construída pelas populações indígenas que antes a abrigavam, consequentemente causando impactos na conjuntura territorial. Estes impactos são percebidos principalmente quando se observa o desenvolvimento das estradas durante o período colonial. Muitas dessas estradas consistiam em caminhos indígenas que apresentavam uma noção individual e íntegra de deslocamento que foram alterados para uma noção mais coletiva de transporte e conexões políticas. Através dessa perspectiva, com enfoque do contexto colonial que se estende entre 1750 e 1850 no Piauí, o presente trabalho trata-se de um fragmento dessa história através do estudo dos caminhos antigos remanescentes encontrados nas cidades de Valença do Piauí, Aroazes e Inhuma em uma investigação na cartografia colonial de António Galúzzi em a Carta Geográfica da Capitania do Piauí e suas adjacentes, 1761, assim como o uso de ferramentas de análise espacial como Qgis e GeoTracker na confecção de novos mapas tornou possível relacionar com a prospecção realizada nos locais. Sendo assim, a adoção das abordagens teóricas da Arqueologia Histórica e Arqueologia da Paisagem apresentaram-se relevantes na medida em que se faz possível abranger uma fundamentação voltada para os documentos históricos e cartografia colonial. E dessa maneira contribuir para a narrativa voltada aos vestígios arqueológicos que contam sua versão através da manifestação da paisagem especificamente dos elementos naturais, antrópicos e simbólicos, relevando os efeitos causados pelas camadas de habitação. Desta forma contextualiza o cenário da época e as consequências na dinâmica espacial e cultual piauiense.


  • FABÍULA MARTINS FERRER
  • Análise das gravuras do Parque Nacional da Serra das Confusões - Piauí, Brasil: uma abordagem espacial inter e intra-sítios rupestres
  • Orientador : GREGOIRE ANDRE HENRI MARIE GHISLAIN VAN HAVRE
  • Data: 20/01/2023
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  • Esta pesquisa teve como intenção investigar e dar visibilidade às gravuras rupestres de três sítios (Toca do Olho d’água das Andorinhas, Toca do Moquém e Toca da Baixa Verde do Cajueiro) da área do PARNA da Serra das Confusões, do município de Guaribas, no Estado do Piauí. As gravuras nestas regiões, mostram um potencial significativo para compreender as escolhas geográficas e as formas estilísticas das gravuras. Logo, buscou-se um estudo comparativo intra e inter-sítios de forma espacial, utilizando-se de três escalas (micro, semi-micro e macro). Observando as particularidades de forma metódica destes sítios, podemos mediar se houve ou não escolhas ou padrões na inserção de determinados traços estilísticos de gravuras nestes sítios e em relação à paisagem.

2022
Descrição
  • ANA VIRGINIA VIANA DE SOUSA
  • REVISÃO E REANÁLISE DOS VESTÍGIOS ZOOARQUEOLÓGICOS DOS SÍTIOS COSTEIROS DO LITORAL PIAUIENSE
  • Orientador : FLAVIO RIZZI CALIPPO
  • Data: 29/09/2022
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  • O litoral Piauiense possui apenas 66 km2 de extensão, nos quais são presentes diversos sítios costeiros. Os sítios presentes no litoral Piauiense ainda são poucos explorados do ponto de vista da arqueologia e principalmente da zooarqueológia. Com isso, o presente trabalho abordará a sistematização com a revisão e reanálise zooarqueológica realizada em dezoito sítios, ambos localizados sob dunas, sendo fixas, estabilizadas e móveis e faixas de pós-praia, nos municípios de Luís Correia e Cajueiro da Praia/PI. Todos os sítios são caracterizados pela presença de moluscos e em menores quantidades vestígios ósseos de animais de pequeno a médio porte, como os terrestres e peixes estuarinos, onde há ocorrência de pequenas lagoas, principalmente em épocas chuvosas, quando há maior diversidade de recursos. O trabalho abordou os vestígios faunísticos com possíveis transformações relacionadas as alterações térmicas, em que existe a presença de modificações com quebras irregulares, processos tafonômicos, utilizações de moluscos gastrópodes como possíveis percutores /furadores como a sua utilização para caça dos animais/processamento, ou outras utilidades como simbologia.

  • IASMIN MARIA RODRIGUES DE SALES VIEIRA
  • Arte rupestre e cosmologia indígena: proposta de análise interpretativa para sítios arqueológicos do município de Castelo do Piauí (PI)
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 14/09/2022
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  • A arte rupestre enquanto materialidade é uma importante fonte para o conhecimento e construção da história das sociedades humanas que as elaboraram. Desde sua descoberta, as preocupações em torno dessas expressões simbólicas trouxeram questionamentos persistentes que levaram a diversas interpretações na tentativa de entender qual teria sido a função atribuída pelo indivíduo, ou grupo, que as produziu, seu significado, o material utilizado e/ou as razões pelas quais elas foram feitas. Ao longo dos anos, essas tentativas de entender o que são e os motivos que deram origem a estes grafismos acabaram abrindo margens para diversas interpretações. Enquanto resultado de expressões culturais de sociedades pretéritas que possuíam um mundo próprio de crenças específicas, nesta pesquisa, os sítios de arte rupestre são pensados do ponto de vista de um agrupamento de propriedades humanas e não-humanas, contestando a ideia de que as pinturas e as gravuras parietais compreendem apenas uma dimensão passiva e unidirecional que atribui a/ao artista que as produziu toda a agência. Por meio do estudo de caso de dois sítios distintos localizados no município de Castelo do Piauí (PI) definimos como nosso objetivo geral identificar aspectos socioculturais do grupo, ou grupos, que esteve, ou estiveram, nos locais em que se encontram os vestígios arqueológicos investigados. Para tanto, estabelecemos etapas in situ e ex situ que buscaram compreender o conteúdo da arte rupestre estudada, os contextos arqueológicos dos quais essas fazem parte e o sentido por trás das informações adquiridas como um todo ao longo desses processos. Ao todo, foram executadas 13 etapas metodológicas que englobaram levantamento bibliográfico, documentação fotográfica dos painéis, tratamento de imagens, vetorização dos grafismos, análises químicas da arte rupestre por meio de Espectrometria de Fluorescência de Raios X (FRX) e Raman, coleta, preparo e análise de amostras sedimentológicas, prospecção e coleta de superfície e curadoria e análise de materiais arqueológicos encontrados. Como resultado de todas essas etapas pudemos observar que, provavelmente, os grupos que ocupavam o território onde hoje está situado o município de Castelo do Piauí possuíam em sua estrutura social espaços e momentos específicos reservados para realização de práticas simbólicas coletivas, além de haver indícios de uma possível liderança espiritual designada para orientação e realização destas práticas.

  • DANIELLE GOMES SAMIA
  • Fluidez das Paisagens: Arqueologia na Confluência dos Rios Parnaíba e Poti
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 19/08/2022
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  • Todo rio corre de montante a jusante, num fluxo constante e unidirecional, pelo menos podemos dizer isto de suas águas, mas apenas de suas águas. Um rio, portanto, pode ser bidirecional e porque não multidirecional, já que como fenômeno se expande para muito além “do rio abaixo, rio acima” de suas margens. Para quem navega sempre rio abaixo, só resta seguir o fluxo..., ou sair dele. Para quem enfrenta a corrente rio acima sempre terá de escolher o caminho nas confluências. E assim me posiciono contra a corrente buscando ter mais caminhos do que simplesmente seguir a corrente. Nas últimas décadas a Arqueologia tem repensado sua prática e seu comprometimento com as pesquisas e narrativas, considerando múltiplas epistemologias e buscando romper paradigmas. No presente algumas pesquisas arqueológicas têm buscado atuar de forma reflexiva e fluída perante as construções das teses e antíteses, devido ao imbricamento de conhecimentos das humanidades e saberes locais. Assim, a perspectiva adotada nesta pesquisa se baseia no desenvolvimento do mapeamento profundo para especializar eventos, com intuito de compreender a continuidade da ocupação na confluência. Partindo dos conceitos das geohumanidades e incitado pela virada espacial o mapeamento profundo vem trazendo interpretações profícuas para as narrativas multivocais. Os resultados aqui apresentados se referem ao levantamento e estudo de quarenta sítios arqueológicos correlacionados aos eventos de ocupação humana na confluência. Considerando os dados numa perspectiva decolonial e crítica a historiografia positivista busquei a compreensão do fluxo de ocupação humana na Confluência e suas relações com a paisagem. Os resultados foram expostos em forma de textos, planilhas, mas também explorando a abordagem do mapeamento profundo e ArcGis Story Maps (ERSI). Durante o percurso do estudo foi possível perceber como o fluxo dos rios, coisas e pessoas +nos permitem compreender os processos de ocupação humana na confluência.

  • ANA LIGIA TORRES COSTA CORREIA LIMA
  • Arqueologia urbana e identidade religiosa: estudo sobre a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição em Barras PI
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 25/07/2022
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  • A partir de uma abordagem da Arqueologia Histórica a proposta de pesquisa em tela tem como objetivo geral compreender a relação entre religião e cidade para moradores do entorno da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e para os escritos de intelectuais sobre a cidade de Barras. E objetivos específicos: Observar a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e as suas transformações ao longo do tempo, levantando registros fotográficos e analisando as técnicas construtivas do prédio. Identificar os moradores que residiram e os que ainda residem no entorno da Paroquia de Nossa Senhora da Conceição. Identificar fontes historiográficas locais cuja escrita servirá nesta pesquisa. Verificar se existem registros e legislações de conservação patrimonial a nível municipal e estadual da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Analisar a importância da Paroquia de Nossa Senhora da Conceição enquanto lugar de memória no surgimento da Cidade de Barras. Investigar sobre o calendário de atividades da igreja católica e a sobre a relação entre esta instituição e as políticas públicas notadamente as que lidam a questão do patrimônio. A metodologia deste estudo está ancorada nos registros materiais e imateriais. Utiliza-se o método etnográfico da Descrição Densa (GEERTZ 1978) e o método da Arqueologia Histórica (FUNARI, 2002) e por meio de imagens de edificações e das memórias de pessoas que acompanharam as suas construções ou que passaram a habitar a cidade nestes primórdios do seu surgimento. A hipótese levantada trata a Paróquia N. Sra. Da Conceição como um lugar de memória religiosa e política à medida que se encontra intimamente relacionada ao processo de elevação desse povoado a categoria de cidade. E busca compreender a importância desta igreja enquanto lugar de memória popular do surgimento da Cidade de Barras e para além de um patrimônio de pedra e cal pretende-se registrar o patrimônio imaterial (memoria), que corre risco de desaparecimento.

  • LAIANE PEREIRA DA COSTA
  • O Flagelo da Cor: Memórias e Tecnologias da Punição de Escravizados no Piauí
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 28/04/2022
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  • A escravidão no Piauí se concretizou com a expansão das atividades pecuaristas ainda no período colonial, com o surgimento de fazendas e currais. Essas atividades se sustentaram com a mão de obra escrava. Uma quantidade imensa de cativos foi enviada para trabalharem em fazendas na lida com o gado, plantações e outras atividades. Esta pesquisa teve como objetivo identificar e analisar objetos ou materiais utilizados para o suplício de escravos e contextualizar o cotidiano dos mesmos, além de ressaltar as formas de resistência à escravidão nas fazendas de gado. Nos ambientes das antigas fazendas além de objetos e estruturas, também podemos encontrar o intangível através de histórias passadas de geração em geração, o que não é registrado materialmente como as narrativas que envolvem muros de pedras e cotidiano dos cativos nas casas de fazendas.  Almejamos colaborar com o levantamento de dados sobre as pesquisas em Arqueologia da Escravidão no Piauí. Um dos motivos que despertou o interesse por este tema foi verificar que existem poucas pesquisas com uma abordagem arqueológica sobre a escravidão no Piauí. A metodologia utilizada consistiu em um levantamento de fontes existentes na biblioteca da UFPI e em fontes manuscritas do poder Executivo, Judiciário dentre outros, além de fontes hemerográficas do acervo do Arquivo Público do Estado do Piauí, em publicações relacionadas à escravidão em fazendas do século XIX. Também um estudo dos artefatos de tortura do Museu do Piauí através das técnicas de Fluorescência de Raios-X e Microscopia Óptica, e foram realizadas prospecções de superfície nas fazendas: Olho D’água dos Negros, Serra Negra, Tapera, Jauí, Brejo de Baixo e Brejo de Cima para um levantamento dos vestígios materiais utilizados na prática de suplício de pessoas escravizadas, tais como: tronco, gargalheiras e possíveis senzalas e análise de marcas de uso nos artefatos de torturas do Museu do Piauí. A partir de pesquisas realizadas por Tânia Brandão (1999), Solimar Oliveira Lima (2005), Luiz Mott (2010) e outros foi constatado que a escravidão foi uma realidade presente no Piauí desde o início da colonização, assim como em todo o nordeste do Brasil. E isto é confirmado pela presença de senzalas, materiais de torturas, como pelos relatos de tradição oral nas fazendas mencionadas sobre maus tratos a pessoas negras escravizadas. E mesmo que houvesse diferenças no tratamento dos cativos ao longo dos anos, a violência sempre esteve presente e foi a principal forma de controle e manutenção do sistema escravista.

  • CAROLINE CARVALHO ALMEIDA
  • Sobre o material e o intangível: a Fábrica de Manteiga e Queijo das Fazendas Nacionais do Piauí
  • Orientador : SONIA MARIA CAMPELO MAGALHAES
  • Data: 26/04/2022
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  • A Fábrica de Manteiga e Queijo das Fazendas Nacionais do Piauí foi implantada em 1897, no povoado Campos, à época território de Oeiras, hoje pertencente ao município de Campinas do Piauí. Visava aproveitar a grande quantidade de leite produzido nas terras das Fazendas Nacionais do Estado para a fabricação de manteiga e queijo, empreendimento que traria desenvolvimento ao Piauí. Instalada no meio do sertão piauiense, esta foi a primeira fábrica de laticínios do Nordeste e a segunda do Brasil, configurando-se como um marco da industrialização nacional. Até os dias de hoje é referência para a cidade de Campinas do Piauí, tendo em vista que a ocupação humana da área se desenvolveu no entorno da fábrica e está intimamente ligada à sua instalação, ápice e declínio. Sob o viés da Arqueologia Industrial, e utilizando uma perspectiva transdisciplinar, busquei, neste trabalho, compreender este superartefato enquanto modificador da paisagem regional e da vida local, considerando aspectos como a própria edificação e as atividades ali desenvolvidas, no período fabril e posterior. Para além disso, procurei investigar, a partir da oralidade, a fábrica como modificador social, construtor de relações, envoltas em memórias e histórias, compreendendo sua representatividade e a relação de proximidade que a comunidade campinense mantém com a mesma. A edificação, que ao longo dos anos passou por diversas apropriações, é elemento participante da vida cotidiana local, sendo um elo que estabelece uma constante conexão com o passado e continua a criar vínculos no presente. Observei que somente as memórias afetivas dos diferentes momentos de ocupação da antiga Fábrica de Manteiga e Queijo resistiram ao longo do tempo e se mantêm vivas na comunidade, motivo que anima os moradores a lutarem insistentemente pela restauração do prédio e por uma proveitosa destinação, que priorize a inclusão social local.

  • DANYEL DOUGLAS MIRANDA DE ALMEIDA
  • Análise arqueométrica e proposta de conservação no sítio arqueológico Morro do Letreiro, Palmeirais, Piauí, Brasil
  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 24/01/2022
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  • A presente pesquisa objetiva propor medidas de conservação de arte rupestre a partir da documentação e caracterização químico-mineralógica dos pigmentos e depósitos de alteração encontrados no sítio arqueológico Morro do Letreiro, município de Palmeirais, Piauí, Brasil. Justifica-se o tema por se tratar do estabelecimento de metodologias que possam ser aplicadas na etapa de intervenção e remoção dos depósitos de alteração, tanto do sítio em questão como de outros sítios arqueológicos com problemas similares, uma vez que sítios com arte rupestre apresentam valor inestimável como patrimônio da humanidade e que geram conhecimentos sobre o passado. As visitas de campo ao sítio arqueológico tiveram a aplicação de metodologias já conhecidas pelo grupo de pesquisa em Arqueometria da Universidade Federal do Piauí, na busca da documentação do painel gráfico, bem como dos problemas de conservação. Os dados coletados foram tratados em laboratório, sendo organizadas as imagens dos exames obtidos por microscopia óptica, tratamento de imagem com a utilização de filtros DStretch®, análises químicas por Fluorescência de Raios X por Dispersão de Energia (EDXRF) (análise elementar) e espectroscopia Raman (análise molecular) e as medidas microclimáticas do sítio arqueológico. A partir disso, entendeu-se o contexto etnohistórico do aldeamento de São Gonçalo do Amarante, marcado pelo genocídio indígena dos povos Acaroás e Gueguês. Quanto a paisagem do sítio arqueológico, foram debatidos aspectos como acessibilidade, visibilidade, visualização e arqueoacústica, que foram determinantes para ocupação do sítio, ocorrendo apropriações e usos dessas variáveis. A relação e localização do painel gráfico, no teto do abrigo, foram interpretadas como influenciadores dos motivos desenhados. Ademais, de acordo com as observações, foram identificadas duas técnicas na confecção das pinturas, uma formada pelo preparo de tinta e outra pela fricção direta da matéria-prima, crayon. A tinta foi aplicada de forma irregular no suporte rochoso, sendo diluída de uma forma mais pastosa e outra mais líquida, quando observada por microscopia óptica portátil. Nas análises por EDXRF, observou-se que o principal elemento químico constituinte das pinturas é o Ferro (Fe) responsável pela variação de tonalidade de cor das tintas. As análises obtidas por espectroscopia Raman identificaram a hematita (α-Fe2O3) como componente mineral das tintas e que as eflorescências salinas encontravam-se silicificadas pois detectou-se apenas o mineral quartzo (SiO2). A avaliação da dinâmica climática (temperatura da rocha e umidade relativa) mostrou grandes variações ao longo do dia, sendo essas uma das grandes responsáveis pelos problemas de conservação, ainda mais quando considerada a influência das águas e a condução de sais para o exterior da rocha, causando pressão que agravaram o desplacamento rochoso do sítio. Por fim, observou-se que os principais agentes de degradação tratam-se de fenômenos naturais, como o já mencionado, e de ninhos de vespas, sendo que esse último é mais fácil de ser controlado, enquanto o primeiro ainda representa um grande problema, fazendo que seja necessário o monitoramento constante do sítio arqueológico. Desta forma, recomenda-se que sejam utilizadas principalmente técnicas mecânicas para remoção dos depósitos de alteração, que podem ser complementadas com o auxílio de reagentes (água e álcool), como pautados nas cartas patrimoniais.

2021
Descrição
  • GRACILENE EUFIGÊNIA DOS SANTOS COELHO
  • Uma paisagem recriada? Reconhecimento de sistemas de assentamentos de sítios arqueológicos associados à diáspora africana no território quilombola Lagoas-PI
  • Data: 30/11/2021
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  • O presente trabalho tem como finalidade, realizar o reconhecimento dos sistemas de assentamentos dos sítios arqueológicos associados à diáspora africana de espaços de presença escrava e dos grupos remanescentes pós-abolição no território quilombola Lagoas-PI. Buscando compreender as mudanças e permanências na cultura material e o processo de ressignificação da paisagem na passagem do período escravagista para o pós-abolição. Abordando como a interação do homem com o meio ambiente molda a paisagem, sobretudo produzindo uma paisagem cultural. A paisagem arqueológica dos sistemas de assentamentos de sítios associados à diáspora africana no território quilombola Lagoas pode ser interpretada a partir de diferentes perspectivas de estudo: a paisagem como um sistema, de padrões estilísticas de atividade inter e intra sítios, a paisagem como poder, de manipulações ideológicas de dominação e resistência do sistema colonial e uma paisagem recriada, a partir da permanência dos grupos remanescestes nesses locais e o processo de ressignificação desses espaços. Nesta perspectiva, discutiremos como podemos reconhecer os sistemas de assentamentos de sítios e espaços associados à diáspora africana no território quilombola Lagoas-PI nos dois períodos: da escravidão e pós-abolição, a partir da caracterização da área e suas alterações na paisagem e das escolhas técnicas de organização espacial. Buscando inferir sobre o estilo tecnológico para entender as escolhas dos padrões de assentamentos que constitui a paisagem dos sistemas de assentamentos. Coadunando com essas interpretações o uso da paisagem e a organização espacial pode ser estilista, pois ela envolve escolhas culturais, portanto são os estilos culturais estabelecidos no padrão de escolhas de tipos de assentamentos que nos permite intepretações sobre as mudanças/recriação da paisagem, o padrão de comportamento humano e entender os sistemas de assentamentos.

  • NATÁLIA DE SOUSA SANTOS
  • “A Pedra dos Encantados”: Fazendo Arqueologia Pública no Sítio Arqueológico Pedra do Letreiro, Batalha-Piauí
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 30/08/2021
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  • A presente pesquisa tem como foco principal abordar a Arqueologia Pública como um instrumento que em seus  métodos e técnicas possibilita a troca de conhecimentos entre pesquisadoras/es da área de Arqueologia e os membros da comunidade do município de Batalha, estado do Piauí tendo como foco  o desenvolvimento de ações baseadas na decolonização do pensamento arqueológico, ou seja, em um estudo simétrico, horizontal e aberto a diferentes narrativas sobre o bem arqueológico, possibilitando  que a interculturalidade de conhecimentos, tendo como consequência a valorização e preservação de vestígios rupestres do sítio arqueológico Pedra do Letreiro.

  • DALINE LIMA DE OLIVEIRA
  • As ocupações humanas na microrregião Brejo Santo, Estado do Ceará, Brasil: dados arqueológicos e etno-históricos
  • Orientador : ANGELO ALVES CORREA
  • Data: 23/08/2021
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  • Este trabalho realiza um levantamento dos sítios arqueológicos com características históricas e pré-coloniais, tendo como objetivo caracterizar o processo de ocupação humana pretérita na microrregião Brejo Santo, estado do Ceará, a partir dos estudos da distribuição espacial desses sítios arqueológicos na paisagem. Para tanto, realiza consulta bibliográfica preliminar sobre pesquisas arqueológicas efetuadas na microrregião e consultas a relatórios técnicos de arqueologia preventiva realizadas na área. Consta na base de dados Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a existência de sessenta e um sítios arqueológicos na paisagem da microrregião Brejo Santo. A partir da plotagem geográfica desses sítios arqueológicos e análise de sua distribuição espacial, foi elaborada a Carta Arqueológica da Microrregião Brejo Santo, estado do Ceará, Brasil. Os resultados apontam para a existência de oitenta e seis sítios arqueológicos cujas datações. Datações obtidas em escavações arqueológicas realizadas em sete desses sítios no século XXI, indicam ocupações humanas desde o quarto milênio (AP). Os dados etno-históricos levantados indicam também ocupações indígenas e não indígenas do século XVIII em diante.

  • BRUNA GOMES BRITO
  • Para além do olhar: estudo sobre a ocupação humana pretérita do Complexo Arqueológico Pedra do Mocó, em Independência, Ceará
  • Orientador : SONIA MARIA CAMPELO MAGALHAES
  • Data: 25/06/2021
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  • Neste trabalho foi investigado o Complexo Arqueológico Pedra do Mocó, situado na área rural do município de Independência, Estado do Ceará, Brasil, visando entender como se deu a ocupação humana pretérita do mesmo, ou quais atividades foram realizadas no local. Os procedimentos metodológicos adotados constaram: (i) do levantamento convencional do sítio arqueológico em si, dos blocos rochosos que contêm as pinturas rupestres e manchas vestigiais de tinta, e de vestígios de cultural material em superfície, realizado com interesse particular na avaliação de aspectos da paisagem; (ii) da coleta de amostras com resíduos de tintas de pinturas rupestres; (iii) do monitoramento in loco de parâmetros ambientais; (iv) da determinação da composição química elementar dos filmes pictóricos e do substrato granítico; (v) do tratamento de imagens digitais dos painéis de arte rupestre com os softwares DStretch e GIMP. A Pedra do Mocó consiste em um grande inselberg granítico, de fácil acesso, visível na paisagem desde longa distância, e que permite, a partir de seu topo, ampla visibilidade do ambiente do entorno. A ocorrência de diversos pontos com pinturas rupestres demonstra que o sítio foi um importante centro de atividade pictórica. A identificação de artefatos líticos com marcas de abrasão encontrados em diversos pontos do entorno do sítio, assim como a constatação de que a superfície dos blocos graníticos que serviram de suporte às pinturas rupestres foi preparada antes de recebê-las, são fortes indícios de que tais ferramentas foram utilizadas na preparação do suporte dos painéis pictóricos. As elevadas proporções de fósforo encontradas nos filmes pictóricos são sugestivas de que material ósseo pode igualmente ter sido empregado na preparação do suporte rochoso. As pinturas rupestres encontram-se em acentuado estado de degradação, especialmente pelo intenso efeito térmico causado pelas altas temperaturas atuantes na área do sítio, de forma diferenciada no ar ambiente e no suporte rochoso. A utilização dos softwares DStretch e GIMP muito contribuiu para uma visualização mais fidedigna da morfologia das pinturas rupestres dos painéis III, V, VIII e IX, e ainda foram úteis para a evidenciação de figuras não perceptíveis a olho nu, como nos painéis IV e VI. O software DStretch apresentou melhor desempenho no tratamento digital dos painéis. Não foram encontradas evidências nítidas que apontem para o uso do Complexo Arqueológico Pedra do Mocó como local de moradia, embora o arranjo de alguns blocos graníticos sugira pequenos abrigos para uso temporário. A identificação de materiais líticos e cerâmicos no entorno do inselberg aponta para uma exploração mais ampla do ambiente contíguo ao sítio. Considerando o exposto, é razoável propor que o assentamento, ou a habitação permanente, poderia estar em terra firme, na vasta planície que circunda a Pedra do Mocó, onde erguer uma estrutura para moradia seria menos complicado do que em um local com piso rochoso.

  • LUCIANA COSTA FERREIRA
  • Análise arqueométrica de Pinturas rupestres por Fluorescência X portátil do Sítio arqueológico Baixão do Perna I, Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí
  • Orientador : FRANCISCO ERONI PAZ DOS SANTOS
  • Data: 23/04/2021
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  • Agregando à área arqueológica do Parque Nacional Serra da Capivara, localizado na região sudeste do Piauí, onde se concentra grande número de sítios arqueológicos com pinturas rupestres da América, esta pesquisa se enquadra no contexto de uma investigação mais ampla, iniciada há mais de 30 anos, com redação da Professora Drª. Maria Conceição Soares Meneses Lage. Neste estudo, a técnica utilizada para a caracterização de pigmentos, e suporte rochoso de sítio arqueológico Toca do Baixão do Perna I, localizado no Parque Nacional Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, Piauí, foi a Fluorescência de Raio X  portátil (FRX-p ou XRF-p), que ao longo dos anos tem se tornado uma ferramenta muito útil para a caracterização das substâncias presentes em sítios arqueológicos de arte rupestre. Os efeitos desse estudo, sobre o Sítio Arqueológico Toca do Baixão do Perna I, serão atualizados os resultados dos trabalhos realizados anteriormente, este sítio já fora escavado e com cronologia estabelecida. Em suma, neste trabalho, que se coloca como ponto de partida para outras pesquisas pontuais, busca-se esclarecer os problemas relativos à conservação dos vestígios, a correlação entre as unidades classificatórias, destacadas pela arte rupestre do sudeste do Piauí, e a composição química dos pigmentos.  O interesse dessa abordagem reside também na aplicação de uma nova metodologia de estudo em arte rupestre, utilizando-se de softwares para auxiliar na compreensão e realce das imagens, buscando utilizar essas ferramentas para ampliar a visão do suporte rochoso, para assim, realçar a imagem do estilo de pintura e / ou para descobrir novas.

2020
Descrição
  • JÉSSICA BARROS DE PAULA
  • Um Lugar de Memória: As transformações da Praça Pedro II a partir doolhar dos seus transeuntes
  • Orientador : GIOVANA MIRA DE ESPINDOLA
  • Data: 27/11/2020
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  • O presente trabalho tem como finalidade apresentar as transformações espaciais,materiais,culturais e sociaisdo espaço urbano da Praça Pedro II,por meiodas relações sociais construídas no convívio pessoal,e recuperadas pelo uso de fontes orais,com a realização de entrevistaspré-estruturadas, enquanto metodologia para trabalhos de Arqueologia Histórica e Arqueologia Urbana. Assim, propomos uma leitura dos espaços urbanos da Praça Pedro II a fim de compreendere entendercomo esses espaços foram criados, recriados ou transformados ao longo dos anos, tendo como recorte temporal, oinício do século XX atéo início do século XXI, entre os anos de 1930-2019, elencando pontos como o cotidiano, a paisagem, a dispersão dos espaços, o entorno, e a própria praça em si. Localizada no centro da cidade de Teresina, capital do Piauí, a Praça Pedro II vem desdeasua implantação demonstrando sua vocação para a cultura e o lazer. Além de seu espaço físico, que foi bastante consumido pela população, abriga no seu entornoteatros, cinemas, espaços culturais, com dança, música, artesanato, dentre outros, confirmando assim sua vocação cultural. Paramelhor compreender o estudo da praça, utilizamoscomometodologiaum levantamento teórico acerca da Arqueologia Histórica e Arqueologia Urbana, e sobre a referida praça para compreender as transformações físicas, sociais e culturais, construídas pela sociedade teresinense no seu espaço. Por meio das entrevistas realizadas, se fez um registro da memória de lembranças e vivências de transeuntes daPraça Pedro II e das transformações deste espaço.

  • LUCINEIDE MARQUIS DE SOUZA
  • Evidências da dispersão da Tradição Nordeste de pinturas rupestres em Quiterianópolis, Ceará
  • Orientador : LUIS CARLOS DUARTE CAVALCANTE
  • Data: 11/09/2020
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  • Neste trabalho foram estudados cinco sítios arqueológicos atribuíveis à Tradição Nordeste de pinturas rupestres, localizados na área rural do município de Quiterianópolis, no Estado do Ceará, Nordeste do Brasil, enfatizando a relação da comunidade Angical com o vizinho Complexo de Sítios Arqueológicos Expulsar. Buscou-se ainda realizar uma análise morfológica das figuras existentes em cada um dos sítios investigados, com foco na identificação e análise de cenas emblemáticas, buscando relacioná-las com as de outros sítios arqueológicos atribuídos a essa mesma Tradição de pinturas, visando propor possíveis rotas de dispersão para os povos que produziram essas pinturas rupestres. A análise morfológica das figuras representadas nos sítios arqueológicos de Quiterianópolis possibilitou a identificação de Sub-tradições e Estilos da Tradição Nordeste nos abrigos rochosos investigados, nomeadamente a Sub-tradição Várzea Grande (Estilos Serra da Capivara, Serra Branca, Angelim e Salitre) e a Sub-tradição Central (Estilo Aquitã), não tendo sido encontradas pinturas rupestres da Sub-tradição Seridó. O exame minucioso dos painéis pictóricos encontrados nesses sítios arqueológicos possibilitou a identificação de algumas cenas emblemáticas típicas da Tradição Nordeste de pinturas, tais como “cenas de família”, ”cenas da árvore”, “cenas frente-perfil”, “cenas de caça com cerca” e “antropomorfos horizontais, em filas e em agrupamentos”. Rotas de dispersão dos povos autores das pinturas rupestres de Tradição Nordeste, incluindo os sítios arqueológicos de Quiterianópolis, no Ceará, foram traçadas a partir (i) da análise das pinturas rupestres em cenas emblemáticas típicas dessa Tradição de pinturas, (ii) abundância de sítios arqueológicos com pinturas dessa Tradição em determinadas áreas geográficas do Nordeste Brasileiro e do Estado de Minas Gerais e (iii) avaliação de aspectos ambientais.

  • REBECA JADE DOS SANTOS SILVA
  • Estudo arqueométrico de pigmentos rupestres dos sítios arqueológicos Toca do Enoque e Toca do Alto da Serra do Capim, Parque Nacional Serra das Confusões-PI
  • Orientador : BENEDITO BATISTA FARIAS FILHO
  • Data: 27/01/2020
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  • A presente dissertação consiste no estudo dos sítios arqueológicos Toca do Enoque e Toca do Alto da Serra do Capim localizados na região do Parque Nacional Serra das Confusões, a fim de buscar padrões de similaridades entre os grafismos rupestres dos dois sítios, bem como analisar através de técnicas arqueométricas os pigmentos de maneira a entender se os grupos pré-coloniais que habitaram a região possivelmente foram contemporâneos ou do mesmo grupo. Para alcançar os objetivos propostos os pigmentos, em diferentes tonalidades de vermelho, foram documentados e selecionados aquelas mais representativas e recorrentes nos dois sítios para serem analisados in situ utilizando técnicas arqueométricas não destrutivas. Os pigmentos foram investigados para determinação química elementar por meio da Fluorescência de Raios X portátil (FRX), para caracterização morfológica foi utilizada a microscopia óptica e tratamento de imagem por DStretch® para estudo do estado de conservação da arte rupestre. Os resultados dos dados arqueométricos bem com o perfil gráfico das pinturas dos dois sítios arqueológicos foram correlacionados a fim de observar padrões de similaridades entre os grafismos estudados. A composição química elementar das pinturas rupestres apresentou como elemento principal o Ferro, sugerindo o uso de óxido de ferro como material pigmentante. As arte rupestre dos dois sítios se diferenciam em sua composição química elementar, como por exemplo a presença de vanádio nas amostras de pigmentos rupestres do sítio arqueológico Toca do Alto da Serra do Capim e ausentes nos pigmentos da Toca do Enoque. Além disso, foi possível observar elementos marcadores de diferentes matérias-primas utilizadas dentro do mesmo sítio. A avaliação morfológica das tintas rupestres mostrou uma camada pictórica fina sugerindo que a maioria das tintas foram aplicadas no estado líquido. Os tratamentos de imagem mostraram que a arte rupestre dos dois sítios se encontra em um estado de deterioração avançada, o que justifica a importância de estudos desta natureza para a realização de ações de monitoramento e interventivas.

2019
Descrição
  • VIRGINIA MARQUES DA SILVA NETA
  • Arqueologia Digital: Um Experimento Colaborativo na Práxis da Educação Patrimonial
  • Orientador : GREGOIRE ANDRE HENRI MARIE GHISLAIN VAN HAVRE
  • Data: 29/11/2019
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  • As pesquisas arqueológicas no Brasil, nas últimas décadas, aumentaram expressivamente, sejam por iniciativa acadêmica ou da Arqueologia por Contrato (Arqueologia Preventiva), inserida no licenciamento ambiental. Consequentemente tem – se um quantitativo quase que imensurável dos resultados desses estudos, que contribuem de forma significativa para o incremento do conhecimento da História em tempos pretéritos, do período pré-colonial ou a partir da colonização do nosso território. No entanto, a diversidade de informações arqueológicas e a divulgação desses resultados ainda é incipiente e não consegue chegar de forma mais
    abrangente a comunidade ou ao grande público, apesar da tecnologia disponível que temos na atualidade. É nesse contexto que proponho a presente pesquisa, a partir de um estudo investigativo e experimental sobre o uso das mídias sociais como ferramentas eficientes na divulgação do patrimônio arqueológico. Para tanto
    realizei uma experiência colaborativa entre alunos do ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s), em dois Campus: Caxias (MA) e Teresina (PI). A observação das atividades realizadas ocorreu, no que denominei de Laboratório Colaborativo, no qual os alunos escolheram edificações coloniais de seus respectivos centros históricos. O objetivo principal foi medir o nível de interação entre os participantes na criação, manipulação e avaliação das plataformas digitais criadas. Dessa forma, a pesquisa apresenta a metodologia e os resultados alcançados com as atividades realizadas para a extroversão do conhecimento arqueológico em meio digital.

  • MARCELO ALVES RIBEIRO
  • Arqueologia da Paisagem: Materialidades do movimento de Pau de Colher (1937-1938)
  • Orientador : GREGOIRE ANDRE HENRI MARIE GHISLAIN VAN HAVRE
  • Data: 30/07/2019
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  • O Movimento Pau de Colher, inserido entre os movimentos messiânicos milenaristas, ocorreu entre os anos de 1937 a 1938, em um povoado pertencente ao município de Casa Nova, sertão da Bahia. Nesse período, o local estava situado na fronteira com o município de São Raimundo Nonato, Estado do Piauí, hoje Dom Inocêncio. Conhecido como “Guerra do Pau de Colher” ou “Guerra dos Caceteiros”, esse movimento sociorreligioso foi sufocado pelo exército e forças policiais dos Estados da Bahia, Piauí e Pernambuco durante o início de implantação do Estado Novo (governo de Getúlio Vargas), resultando em mortos, feridos, órfãos e na destruição do adjunto. Com o objetivo de investigar o movimento sociorreligioso do Pau de Colher na perspectiva arqueológica, procuramos identificar e mapear os espaços de antagonismos, a cultura material remanescente e suas influências na percepção da paisagem, bem como as ressignificações e apropriações daquele lugar e do movimento na contemporaneidade. Para isso, inicialmente realizamos o estudo do contexto de formação do povoado e os aspectos socioeconômicos a partir de estruturas atreladas ao chamado ciclo do gado, visto que, refletimos neste estudo que Pau de Colher já estaria inserido nessa dinâmica. Desse modo, além das fontes escritas e orais, do estudo das narrativas históricas e da materialidade resguardada por moradores e também localizada na área do massacre, consideramos os espaços relativos ao adjunto e ao massacre ocorrido nos primeiros dias do ano de 1938, enquanto aspectos da cultura material e da paisagem.

     

     

  • RÔMULO RODRIGUES LACERDA
  • DAS VICISSITUDES DO PASSADO AOS ESCOMBROS E RUÍNAS DE UM PRESENTE - USINA SANTANA: UM ESTUDO DE ARQUEOLOGIA INDUSTRIAL
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 30/07/2019
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  • O presente trabalho tem por finalidade trabalhar na verve da Arqueologia Industrial, trazendo como seu objeto de estudo a Usina Santana S/A, uma fábrica de açúcar fundada no início do século XX em Teresina, no estado do Piauí. A Usina Santana foi fundada pelo Industrial Gil Martins no ano de 1906, sendo sinônimo de arrojo e progresso no período em que foi inaugurada até meados da década de 1980, quando fecha as portas. Inserida na ambiência da Arqueologia Histórica por afinar-se a feições que compõem o processo de formação do mundo moderno, nos é possível enxergá-la a partir das consequências desse processo, levando em conta não apenas questões ditas técnicas, como a preservação da estrutura do edifício, mas sim enxergando-a também a partir das relações sociais que foram lapidadas naquele espaço, construído e utilizado por pessoas que vivenciaram as transformações ocorridas na região paralelo a preocupação que há com relação ao deterioramento que se agrava decorrente do quadro de esquecimento ao qual presencia as ruínas da Usina Santana S/A.

  • RENATA LARISSA SALES QUARESMA LAGE
  • ENTRE SABERES, ARTEFATOS E FÓSSEIS: UMA LEITURA SOBRE A DINÂMICA DA EXPOSIÇÃO E A COMUNICAÇÃO COM O PÚBLICO NO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA DA UFPI
  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 19/06/2019
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  • O museu tendo uma função cultural ao longo dos séculos, a partir da prática de coletar, estudar, conservar e organizar fragmentos da natureza e materialidade produzida pelo homem, diante das transformações relacionadas à compreensão das sociedades sobre os seus fenômenos culturais, ampliou suas funcionalidades, passando a considerar a dimensão educacional, que ganhou força e se estabeleceu como resposta à busca por sua democratização. Recentemente os museus propuseram novas abordagens, constituindo-se como meio de comunicação entre vários públicos. Este estudo concentrou-se num projeto pedagógico a partir da influência e relevância do serviço educativo museológico, especificamente sobre o trabalho desenvolvido no Museu de Arqueologia e Paleontologia da UFPI (MAP), localizado no Centro de Ciências da Natureza (CCN 2) da Universidade Federal do Piauí, Campus Ministro Petrônio Portella, em Teresina, que foi inaugurado em 2012, e ainda está em fase de estruturação. A comissão administrativa do MAP, constituída por professores dos cursos de Arqueologia e de Biologia, está a formular uma nova exposição e ainda uma nova dinâmica de funcionamento. A exposição atual contém vestígios arqueológicos e fósseis, e atende ao público proveniente principalmente de escolas. A prática educativa realizada é ainda pouco sistemática, só desenvolvida quando as escolas agendam as visitas. Pretende-se com esta pesquisa, formular ações educacionais vinculadas diretamente às exposições, sejam atuais e/ou futuras do Museu, possibilitando experimentações integradas que alcancem a experiência do público, de forma que promova ao visitante um lugar absolutamente central no processo de aprendizagem, em que todas as ações proporcionadas pelo museu através de suas exposições, mediadores e recursos didáticos possibilitem a estes a compreensão da temática musealizada, assim como, as diferenças entre Arqueologia e Paleontologia, e que mesmo com suas diferenças muitas vezes são apresentadas juntas nos museus. Assim, esse trabalho está sendo desenvolvido com o intuito de potencializar a aprendizagem e promover diversas experiências aos visitantes.

  • FRANCISCO DOS SANTOS CARVALHO JUNIOR
  • Entre Cascudos, Morros e Areais – Arqueologia e Paisagem no litoral do Piauí/Brasil
  • Orientador : FLAVIO RIZZI CALIPPO
  • Data: 30/04/2019
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  • Nas últimas décadas houve um crescimento significativo das pesquisas arqueológicas no litoral do Piauí. Os trabalhos desenvolvidos resultaram na formulação de diferentes hipóteses em torno do processo de ocupação indígena na região. Neste contexto, buscando contribuir para as pesquisas desenvolvidas, o presente trabalho consiste em discutir as estratégias adotadas na escolha dos lugares de ocupação, a partir da caracterização dos processos e fenômenos que compreendem a paisagem costeira e suas implicações no contexto arqueológico. Esta perspectiva baseia-se na proposta de que os sítios arqueológicos do litoral piauiense se caracterizam por lugares que historicamente foram mantidos e reutilizados de distintas maneiras, demonstrando assim, a persistência e significância dos lugares e o caráter histórico que envolve a paisagem. Para a realização desta pesquisa, as atividades consistiram em levantamentos amostrais, não-interventivos, que possibilitaram a caracterização do contexto arqueológico, o mapeamento dos sítios e a identificação de fenômenos decorrentes da dinâmica geoambiental. Os resultados obtidos demonstraram a complexidade envolvida em torno da caracterização dos sítios dunares, além disso, foi possível discutir a importância dos lugares na composição dos territórios indígenas, demonstrando assim, que os estudos de paisagem em arqueologia contribuíram como vetores interpretativos na investigação da trajetória história de ocupação indígena na costa piauiense.

  • DALINA MARIA RODRIGUES DE OLIVEIRA DIOGENES
  • Um caminho pelo centro: rede de conexões entre arqueologia, simetria e gênero.
  • Orientador : FRANCISCA VERONICA CAVALCANTE
  • Data: 31/01/2019
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  • Na presente pesquisa, a autora nos convida a habitar a arquitetura da Casa do Neco Coelho ou como também chamada casa do avô do senhor Nivaldo, sitio arqueológico, localizado dentro da área do Parque Nacional Serra da Capivara-PI, que ao longo dos anos vêm tornando rica fonte para o entendimento espaço temporal do povoamento e ocupação histórica da Região da Serra da Capivara. Essa atenção a contextos específicos e regionais, emergiu com a chegada da Arqueologia Contextual ou Arqueologia interpretativas, sendo a responsável por dar luz a entendimentos antes negados na produção das pesquisas Arqueológicas e, consoante com a arqueologia que no mundo afora têm se tornado não apenas um refúgio de materialidades estáticas, mas também, um exímio mecanismo de reivindicação de direitos por parte dos grupos subalternos e marginalizados das histórias tradicionais e, que sem dúvidas, se fazem presentes; estão presentes; pertencem a história e estórias; armazenam memórias; assentam e acumulam passados; resgatam ancestralidade; produzem, constroem e resignificam materialidade (…) buscando serem vistos, lembrados, pesquisados, estudados , compreendidos . Potencializando esses pressupostos com a conjuntura histórica, social, ambiental e arqueológica sitio/museu casa do Neco Coelho, a autora pretende, em linhas gerais investigar e interpretar a casa, considerando-a como um vestígio arqueológico marcador de memória significativo durante o processo de ocupação histórica do Parque Nacional Serra Da Capivara-PI. Ademais, para fins de alcançar a ação de interpretar, a autora utilizou-se de embasamentos teóricos fornecidos a partir de uma atitude simétrica capaz de romper com a balança dos dualismos existentes dentro da própria ciência arqueológica que tanto distanciaram a relação entre pessoas x coisas, sujeito x objetos, humano x não humano. E assim sendo, pretende-se inserir contribuições da arqueologia simétrica nos estudos de gênero, que preze o entendimento das relações e conexões existentes no interior dos espaços de interação da unidade doméstica. 



  • RUAN NERY GONÇALVES
  • O SOL DO PAJÉ: CONTRIBUIÇÕES ARQUEOASTRONÔMICAS EM SETE CIDADES
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 31/01/2019
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  • Este trabalho busca fortalecer a arqueoastronomia dentro do contexto arqueológico brasileiro, retirando o véu que cobre os vestígios arqueológicos com indícios de observações astronômicas e trazendo novos olhares a cerca dessa temática tão polêmica. São pesquisados dois sítios localizados no Parque Nacional de Sete Cidades, Piracuruca, Piauí. O primeiro, denominado Furo Solsticial, é um monumento geológico natural que foi adaptado pelos antigos habitantes da região para marca o nascer do sol no dia 21 de junho (solstício de inverno no hemisfério sul) e ser utilizado como observatório astronômico. O segundo, é a Toca do Pajé, uma gruta com duas aberturas que a presenta uma pintura rupestre solifome alinhada precisamente com o pôr do sol no solstício de inverno, e
    outra alinhada com o nascer do sol no solstício de verão, além de outras pinturas que fazem referência a estrelas e a Lua. Os estudos desses dois sítios e os relatos etnográficos brasileiros revelam que os grupos humanos que habitaram o Brasil detinham de um amplo conhecimento astronômico passado oralmente e registrado na arte rupestre e em monumentos rochosos.

  • MARLENE DOS SANTOS COSTA
  • ENTRE HUMANOS E COISAS ESTÃO OS CERAMISTAS PRÉ COLONIAIS DA CHAPADA DO ARARIPE PIAUÍ
  • Orientador : ANGELO ALVES CORREA
  • Data: 22/01/2019
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  • A presente dissertação tem como objetivo compreender como os grupos ceramistas Tupi no período pré-colonial se “estabeleceram e viveram” em regiões interioranas do Piauí. Para isso fiz uso do conjunto de coisas arqueológicas evidenciadas e resgatadas em sítios arqueológicos na Mesorregião Sudeste do Estado do Piauí. Concatenando dados arqueológicos, etnohistóricos, antropológicos e da história indígena de modo a auxiliar na identificação dos grupos humanos pré-coloniais especificamente na Chapada do Araripe no território piauiense, assim como esquematizar novas discussões. Percebendo estas “coisas” como mediadoras das relações humanas e agências diversas, humanas e não humanas, pretendeu-se dialogar as relações e interações humanas a partir do conjunto de “coisas”, uma vez que, os artefatos são produções humanas, logo esses deixam de ser objetos por objetos para aqui serem tratados como as coisas essenciais para o estabelecimento e relações humanas, adotando o conceito das coisas proposto por Ingold (2012) e Miller (2013). Como metodologia para esse diálogo foram selecionadas “coisas” de três sítios arqueológicos do conjunto de 8 sítios, nos quais apresentam fragmentos de cerâmica policroma, perceptíveis para uma análise tecnológica e morfológica, baseada nos preceitos teóricos da Antropologia da Tecnologia proposta por Lemonier (1986, 1992). A partir da análise tecnológica e morfologia de alguns desses conjuntos de coisas foram feitas as reconstituições hipotéticas dos vasilhames cerâmicos verificando as tecnologias empregadas na confecção dos mesmos, assim como as técnicas de tratamento de superfície, percebendo similaridades e diferenças. O resultado possibilitou a construção de uma narrativa sobre as experiências humanas (cotidianas e ritualísticas), reafirmando os Tupi no Piauí, entendendo como as coisas interagiram enquanto expressões da materialidade de um estilo introduzido e compartilhado em uma história de longa duração por comunidades tradicionais, percebendo estes entrelaçados no processo de ensino aprendizagem, contribuindo para o estabelecimento dos indivíduos naquele território.

  • BIANCA ROCHA PIMENTEL
  • Levantamento e analise sobre história e memória através da oralidade e cultura material na Fazenda Grande do Arraial, em Brejo, Maranhão – Brasil
  • Orientador : ANGELO ALVES CORREA
  • Data: 22/01/2019
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  • Esta dissertação de mestrado tem como objetivo principal interpretar, em uma perspectiva histórica através da oralidade, memória, cultura material, estruturas arquitetônicas e documentação, a história da Fazenda Grande do Arraial, como também as mudanças ocorridas nas estruturas físicas. Dentre os objetivos específicos, esta pesquisa tenta estabelecer um mapa arqueológico da fazenda com os pontos mais importantes através da entrevistas com a população local, como também entender o contexto espacial, o modo e modelo de construção das estruturas, suas atividades econômicas, dentre outros. Para a realização desse trabalho de memória e história oral, desenvolveu-se uma metodologia a partir da valorização das lembranças, sistematizando e apontando temas, como indicadores de estudos bem como o estabelecimento de um diálogo entre o entrevistado – pesquisador - leitor, buscando alcançar um ponto de ligação, para alcance desse ponto, foram realizadas entrevistas com moradores da localidade do Arraial, no município de Brejo – Maranhão. Em relação as estruturas arquitetônicas e cultura material, foram realizados caminhamentos na área da Fazenda, levantamentos fotográficos e medições para que pudesse montar as plantas das estruturas. O locus objeto desta pesquisa insere-se em um contexto histórico e econômico escravista nos séculos XVIII e XIX a partir da implantação da cultura da cana de açúcar na região. Este trabalho se justifica pelo grau de degradação dos vestígios materiais, como também pela perca da história local, assim tornando necessária a publicidade dos levantamentos realizados e sistematizações das histórias do local, uma vez que a região é inexplorada em estudos arqueológicos, assim como uma busca para a conscientização da preservação local.

  • LUZIA MARIA DE SOUSA CARVALHO
  • O que nos dizem os Mortos? Aspectos alimentares inferem modos de vida dos povos pretéritos na Serra da Capivara.
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 15/01/2019
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  • Compreender as populações pretéritas e seus comportamentos culturais é um dos grandes desafios da
    Arqueologia. Uma das formas mais concretas de se entender um contexto arqueológico é o contexto
    funerário, onde é possível chegar às escolhas dos indivíduos a partir dos aspectos culturais atribuídos,
    os povos que habitaram o Sudeste do Piauí em especial a região da Serra da Capivara, tem como
    consequência um desafio maior, uma vez que não usufruímos da Etnografia devido ao rápido
    extermínio nativo pela colonização. Com isso, estudos de dieta alimentar tem contribuído para
    entender as práticas cotidianas dessas populações pretéritas, seus hábitos culturais e
    socioeconômicos, através de seus estudos arqueométricos (FRX, DRX) e arqueobotânicos (pólen,
    fitólitos, amido) aderidos aos remanescentes humanos datados de 450  40 e 230  50 anos BP do
    sítio arqueológico Toca da Baixa dos Caboclos (8°26’66”S; 42°05’03”W), PARNA Serra da
    Capivara - Piauí, os quais evidenciaram um intenso e diversificado uso de plantas. Os grãos de pólen
    de angiospermas (Ilex, Fabaceae, Serjania, Schinus, Cedrela, Malpighiaceae, Anacardiaceae,

    Caryocar, Bromeliaceae, Poaceae, Gomphrena, Asteraceae, Rhamnaceae-juazeiro, Piptadenia-
    jurema, Anadenanthera-angico-branco, Mimosa-jurema lisa, Sida-malva-benta, Hyptis-alfazema-de-
    caboclo, Astronium-aroeira), esporos de fungos coprófilos e parasitas de plantas (Sordariaceae e

    Curvularia), fitólitos (equinado-Arecaceae e bilobado-Poaceae) e grãos de amido (Capsicum sp.-
    pimenta, Zea mays-milho, Fabaceae, Ipomoea patatas-batata-doce, Manihot sp.-mandioca) aderidos
    às cavidades oral e pélvica de esqueletos humanos sugerem que tais plantas foram empregadas na
    dieta alimentar, uso farmacológico e ritualístico, confirmados pelos métodos de isótopos estáveis de
    carbono (δ

    13C) identificados através de fragmentos de costelas humanas evidenciam a ingestão de
    plantas C4, como milho e outras gramíneas cultivadas e através do nitrogênio (δ15N) identificou-se a
    ingestão de proteína animal de alto nível trófico. Estes dados contribuem no entendimento das práticas
    domésticas e funerárias, corroborando a hipótese do sedentarismo por parte dessas populações, além
    de detectar o ambiente e o clima na ocasião da morte desses grupos humanos.

2018
Descrição
  • VANESSA COSMA DA SILVA MELLO IGUATEMY
  • PAISAGEM SOCIAL ENTRE CONTEXTOS: SENTO SÉ NO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 17/12/2018
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  • Assim como na compreensão da cultura material, o estudo do contexto arqueológico deve
    sustentar-se em um sistema de conceitos que possibilitam a avaliação dos seus resultados.
    Para isso, sua análise deverá ser feita com parâmetros derivados de um complexo de
    elementos que permitam compreendê-la. Para entendermos um conjunto de fragmentos
    preservados na paisagem arqueológica e natural, atribuídos a fatores correspondentes a
    modificações e construção da paisagem sócio-cultural, propomos a análise fundamentada nas
    referências teóricas da arqueologia da paisagem da qual deriva os parâmetros arqueológicos e
    socioambientais. Com a adoção desses parâmetros, abordamos as ações de preservação e a
    construção da memória atribuída à identidade do município de Sento Sé – BA, Submédio São
    Francisco, na Região Nordeste do Brasil. A área de estudo se destaca por haver, em vários
    povoados locais, a existência de 136 feições de relevo com evidências arqueológicas tais
    como, instrumentos líticos, almofarizes em rochas fixas e portáteis, assim como painéis de
    pintura rupestre que se deterioram devido a agentes físico-químicos e mecânicos como, vento,
    radiação solar, efeitos da chuva, degradação por raízes de plantas fixas no suporte, sal, fogo,
    insetos, pichação e desplacamento. Na perspectiva da arqueologia contextual, onde as vozes
    das comunidades também influenciam o olhar acadêmico, incitamos a ampla divulgação do
    patrimônio arqueológico, conscientizando e conclamando, com os preceitos da população
    local, a sua preservação e etinitude da memória sociocultural do patrimônio arqueológico e
    natural.

  • ANNE KARENINNE SOUZA CASTELO BRANCO
  • ARQUEOLOGIA EM CAMPOS DE BATALHA: acampamento, caminhos antigos das tropas da Batalha do Jenipapo.
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 26/11/2018
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  • RESUMO

    O presente trabalho apresenta um estudo arqueológico sobre a Fazenda Alecrim e o trajeto dos caminhos antigos desde esta fazenda até a Vila de Campo Maior. A referida fazenda é considerada nesta pesquisa como acampamento das tropas portuguesas antes da Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823 em Campo Maior-PI, liderado pelo Major Fidié, no contexto da Independência do Brasil. Nesta localidade a comunidade conta histórias sobre alguns lugares que ficaram na memória como pontos de encontros das tropas portuguesas quando retornavam da Vila de Parnaíba, assim como indicam os antigos caminhos que conduziam à Vila de Campo Maior, onde se julga terem sido percorridos por tropas portuguesas antes da batalha ocorrida às margens do rio Jenipapo. Nesta pesquisa investigou-se os dados históricos e se mapeou este lugar, assim como os caminhos antigos partindo da localidade chamada Angelim até a Vila de Campo Maior, considerando especialmente neste percurso o campo onde se diz ter ocorrido a Batalha do Jenipapo. Tentaremos compreender como a Arqueologia Histórica e especialmente a Arqueologia em Campos de Batalha podem auxiliar na formulação dos argumentos, na compreensão dos conceitos, e na metodologia adequada para este tipo de pesquisa. A metodologia utilizada consistiu em levantamento histórico de documentos sobre a localidade, sobre os caminhos antigos, visitas à localidade para reconhecimento de áreas, levantamento da oralidade, mapeamento dos principais pontos do possível acampamento e dos caminhos, coletas de imagens fotográficas e imagens aéreas feitas por Drone. Nesta pesquisa se discutiu com alguns autores como Andrade Lima (1993), Albuquerque (2009), Carvalho (2014), Cavalcante (2014), Constantino (1993), Johny (2012), Ramos (2014), Najjar (1993), Landa e Lara (2014), Enríquez (2014), dentre outros. Ao final desta pesquisa apresentamos o mapeamento do acampamento conhecido como Capão do Fidié e o percurso das tropas desde o acampamento na localidade Angelim até a Vila de Campo Maior.

  • LUDIANE DAS CHAGAS VILELA
  • TERRITÓRIO E EMPODERAMENTO INDÍGENA: POR UMA CARTOGRAFIA DOS ESPAÇOS ARQUEOLÓGICOS E COTIDIANOS COM OS TREMEMBES DE ALMOFALA - CEARÁ - BRASIL
  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 30/07/2018
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  • Este trabalho, “Território e empoderamento indígena: Por uma Cartografia Social dos espaços arqueológicos e cotidianos com os Tremembés de Almofala – Ceará – Brasil”, é uma narrativa que tece a luta de um povo por seu direito a um território. Os índios Tremembés possuem uma relação ancestral com o território indígena, situado no distrito de Almofala, atribuindo relações de parentesco, descendência, histórica, memorial, cultural e tradicional à antiga área do Aldeamento Nossa Senhora da Conceição de Almofala, estabelecido na região no início do século XVIII.

  • JUAN MARCELO CARDOSO DE SANTANA
  • Arqueologia das instalações de produção: A Dinâmica das casas de farinha e os caminhos percorridos pela produção no Centro-Norte piauiense
  • Orientador : GREGOIRE ANDRE HENRI MARIE GHISLAIN VAN HAVRE
  • Data: 27/07/2018
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  • Essa dissertação busca entender como estruturam-se as unidades de produção tradicionais de farinha e outros derivados de mandioca entre os munícipios de União, José de Freitas e Miguel Alves, procurando reconhecer as interações entre as comunidades farinheiras e aos caminhos percorridos pela produção de farinha e outros derivados de mandioca, no período de meados do século XIX ao século XX. Visamos analisar a espacialidade, a formação cultural e a materialidade das casas de farinhas, sua dinâmica e o alto grau de mobilidade que essas unidades apresentam nessa região. Na área abordada por essa dissertação, o cultivo de mandioca e a produção de farinha configuram elementos culturais notáveis, presentes desde tempos pretéritos, e mantem um papel sócio-econômico relevante até os dias atuais, fazendo das casas de farinhas um cenário de destaque de diversas relações sociais. A hipótese central dessa dissertação repousa na ideia de que na região em questão as casas de farinha sofrem mudanças, sejam estruturais ou de localização. Pretende-se analisar os impactos que tais mudanças levaram à dinâmica da cadeia produtiva de farinha e outros produtos provenientes da mandioca.

  • ANA JOAQUINA DA CRUZ OLIVEIRA
  • A COMIDA ESTÁ SERVIDA! UM ESTUDO DAS PRÁTICAS ALIMENTARES NA FAZENDA PRAZERES, BERTOLÍNIA – PI
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 26/07/2018
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  •  

     

    A alimentação é um tema muito abordado nas pesquisas arqueológicas, tanto
    naquelas que versam sobre períodos mais antigos ou pré-históricos, quanto nas que
    abrangem épocas consideradas recentes, como é o caso da arqueologia do Mundo
    Moderno (SOARES,2016). Em geral, essa temática tem sido explorada em seu sentido
    biológico, associada a nutrição ou a subsistência, e raramente em seu viés social e cultural
    (CRUZ,2010). Buscando compreender como as como a prática alimentar interfere e
    conforma as relações sociais transpondo a visão da alimentação enquanto um fenômeno
    biológico e incluindo a cultura material como principal fonte de informação me propus a
    realizar o estudo das louças advindas das escavações da Fazenda Prazeres (CONTRERAS
    e GRACIA, 2011, MARSCHOFF, 2007;2010). Esse sítio histórico e arqueológico está
    localizado no município piauiense de Bertolínia, cuja ocupação inicial remete ao final do
    século XVIII. Em 2014, esse sítio integrou o Projeto de Resgate Arqueológico no trecho
    da BR 135 entre os municípios de Bertolínia e Eliseu Martins, no Estado do Piauí,
    executado pela equipe de pesquisadores da Habitus Bio Consultoria. Foram realizadas
    escavações que resultaram em um acervo composto por 8007 artefatos de diversas
    categorias de materiais como: louça, vidro, metal, cerâmica e ossos de fauna. O conjunto
    referente a louça foi analisado de acordo com o Número Mínimo de Peças (NMP)
    resultando em um conjunto de 580 artefatos que foram classificados em fichas
    tipológicas, quantificados e interpretados (LIMA,1989). Os resultados obtidos foram
    cruzados com as informações obtidas através de outras fontes, como os documentos
    escritos, os relatos de viajantes, os inventários post mortem e demais pesquisas históricas.
    A pesquisa permitiu concluir que esse grupo doméstico desenvolveu estratégias próprias
    para incorporar as mudanças que ocorreram durante o século XIX e, consequentemente,
    se integrar ao Mundo Moderno.

  • SHIRLEY SOUSA MARTINS
  • IGREJA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE ALMOFALA-CE: PATRIMÔNIO TREMEMBÉ DE HISTÓRIA, MEMÓRIAS E LUTAS.
  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 04/04/2018
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  • Esta dissertação tem por objetivo analisar e discutir a relação identitária, simbólica e histórica entre os índios Tremembé do Ceará, a Igreja Nossa Senhora da Conceição de Almofala, ou Igreja dos Índios e as marcas indígenas (vestígios arqueológicos) espalhados na região do antigo aldeamento e atual lugar de moradia dos Tremembé. Para tanto, intenciona-se mostrar a relevância da Igreja como sinal diacrítico do grupo para a luta pela posse da terra e reconhecimento étnico. Assim, busca-se articular quatro categorias de análise, os índios Tremembés (suas relações com a Igreja), a Igreja de Almofala (enquanto patrimônio), conflitos sociais (disputa pelo território e reconhecimento da identidade indígena) e a proteção do patrimônio arqueológico (gestão patrimonial). O presente trabalho buscou subsídios teórico-metodológicos na arqueologia (a igreja como superartefato) e história oral (oralidade como prática social) para entender como se reelabora o universo de histórias, memórias, lutas desse povo. 

  • HERALDA KELIS SOUSA BEZERRA DA SILVA
  • Análise químico-mineralógica de ocres e a busca por correlações arqueológicas com os pigmentos de pinturas rupestres do sítio Pedra do Cantagalo I
  • Orientador : LUIS CARLOS DUARTE CAVALCANTE
  • Data: 28/02/2018
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  • Neste trabalho foi realizada a análise arqueométrica de ocres vermelhos e amarelos do sítio arqueológico Pedra do Cantagalo I, localizado na área rural do município de Piripiri, no norte do Piauí, Brasil. Amostras desses materiais foram investigadas no laboratório por fluorescência de raios X por dispersão de energia; análise elementar de carbono por CHN; difração de raios X pelo método do pó; espectroscopia Mössbauer do 57Fe nas geometrias de transmissão e de retroespalhamento de raios gama; e espectroscopia de absorção no infravermelho com transformada de Fourier. Ensaios magnéticos com ímã permanente de mão também foram realizados. Prospecções foram efetuadas nas proximidades do abrigo rochoso, com o interesse especial na localização de jazidas-fonte de pigmentos minerais. A composição químico-mineralógica dos ocres foi correlacionada com dados correspondentes, obtidos das análises dos pigmentos minerais oriundos das jazidas do entorno e das camadas de tintas das pinturas rupestres existentes nas superfícies areníticas decoradas do sítio. Os dados Mössbauer obtidos para os ocres vermelhos e amarelos indicam que esses materiais contêm óxidos e oxidróxidos de ferro com diferentes tamanhos de partículas, alguns com tamanho consideravelmente grande e alta cristalinidade e outros com tamanho relativamente menor, campos magnéticos hiperfinos relativamente mais baixos e linhas de ressonância mais alargadas, apontando para frações dessas espécies ferruginosas com diferentes graus de substituição isomórfica do ferro por outros cátions, na estrutura cristalina. De modo geral, os ocres vermelhos são constituídos predominantemente por hematita, ou uma mistura de hematita com goethita ou ainda de hematita com maghemita; quartzo, muscovita, ilita e caulinita também foram encontrados. Os ocres amarelados contêm essencialmente goethita, quartzo e caulinita. Os resultados obtidos para os ocres vermelhos mostram evidências consideravelmente nítidas de que as fases ferruginosas, assim como os minerais contendo alumínio, foram enriquecidos no material final (ocre vermelho), aparentemente às expensas da eliminação de minerais silicatados, a partir do material retirado das jazidas. Os dados obtidos para os ocres amarelos também revelam evidências consideravelmente claras de enriquecimento das fases ferruginosas no material final (ocre amarelo), virtualmente às expensas de eliminação de minerais contendo alumínio e de fases ricas em enxofre e fósforo, a partir do material oriundo das jazidas. A ocorrência de material magnético em algumas amostras de ocres vermelhos e a não detecção de espécies ferruginosas correspondentes nos pigmentos minerais das jazidas pressupõe o uso provável de aquecimento na preparação desses ocres, a partir dos precursores recolhidos das jazidas próximas ao sítio arqueológico.

  • HELOISA BITU FERRAZ
  • O Sítio Rupestre de Santa Fé-CE: Documentação e Diagnóstico Técnico de Conservação
  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 05/01/2018
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  • A presente dissertação expõe os problemas de conservação do Sítio de Arte
    Rupestre Santa Fé, município de Crato, situado na Chapada do Araripe, região do
    Cariri cearense. Importante referência da presença humana pré-colonial e de suas
    relações com o ambiente da Chapada, o sítio apresenta conjuntos de gravuras
    pintadas que demonstram elementos técnicos, forma e tema singulares, em
    avançado desgaste bio-físico-químico natural. Por apresentarem-se incompletas,
    fato que expõem exponencialmente sua estabilidade rochosa interna, encontram-se
    sob ameaça precoce de desaparecimento. Ciente que a documentação é uma etapa
    fundamental para o estudo da arte rupestre e que a qualidade desta auxiliará na
    conservação do potencial informativo do sítio, serviu-se de métodos da fotogrametria
    e de recursos tecnológicos de captura da realidade para elaboração de decalques
    digitais dos motivos, do suporte e de seus problemas de conservação relacionando-
    os aos agentes degradativos envolvidos nos processos de intemperismo das rochas.
    Os resultados apresentam a interdependência dos fenômenos provocados pela
    elevada umidade ali presente, revelando a proeminência do intemperismo químico
    nos 59 grafismos perceptíveis atualmente no sítio.

2017
Descrição
  • ROSIVÂNIA DE CASTRO AQUINO
  • Entre o Sagrado e o Profano: Um Mundo por trás das Grades
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 18/12/2017
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  • O que você estava fazendo antes de começar a ler as primeiras páginas desta
    dissertação? Estava em alguma reunião importante? Lendo um livro talvez? Vendo
    sua caixa de e-mails ou trocando mensagens no WhatsApp ou em suas redes
    sociais? Como está o clima lá fora? Ensolarado ou nublado? Na nossa correria diária
    temos que dividir nosso tempo ocidental em tantas coisas e mesmo assim ainda nos
    falta tempo para fazer tudo que precisamos ou gostaríamos... E se algo ruim
    acontecesse e de repente você acordasse em uma cela de uma prisão, o que faria?
    Como aproveitaria o seu tempo? Não sei bem o que faria, ou como aproveitaria seu
    tempo, mas em São Raimundo Nonato-PI, os detentos da Penitenciária Tenente
    Zéca Ruben (1967-2007) deixaram marcas da transformação do seu espaço
    prisional, a partir da criação de desenhos e murais de palavras, frutos de suas
    memórias e visões de mundo, nos mais variados tipos de suportes presentes nos
    banheiros, pátio e principalmente nas paredes e teto das celas. É neste cenário que
    voltaremos nossa atenção nas próximas páginas, na tentativa de compreender como
    os presidiários significaram e (re) significaram este espaço carcerário em uma
    redescrição linguística que se origina, possivelmente, na experiência sensorial. Além
    de perceber os sentidos que podem estruturar e influenciar no ato de registrar nas
    paredes e no teto das celas, visões de mundo específicas, identidades, memórias e
    recordações por meio da análise de duas temáticas: Apelo Religioso e Sexualidade,
    configurando o Sagrado e o Profano deste “mundo” que está além das grades.
    Nesta dissertação iremos conhecer juntos como a Arqueologia trará respostas para
    os sentidos destes grafismos, tendo conceitos da Fenomenologia husserliana,
    heiddegeriana e pontyana como base teórica, pois se pressupõe que no ato de
    desenhar e escrever nas paredes e tetos das celas, estão concebidas ações
    cognitivas e perceptivas, emoções, fenômenos e sentidos, conceitos fortemente
    trabalhados por estas correntes filosóficas. Assim, tal estudo poderá representar um
    passo a mais no registro testemunhal, na valorização social e na reflexão coletiva
    sobre a experienciação e vivência humana no espaço carcerário, contribuindo para
    construção e/ou reconstrução do passado, mesmo o mais recente.

  • ANNA CAROLINA FERREIRA BORGES
  • ENTRE OS REGISTROS RUPESTRES ESTÃO ÀS ORAÇÕES: a Pedra do Castelo-PI como espaço de ressignificação na Arqueologia
  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 29/08/2017
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  • O presente trabalho busca analisar a Pedra do Castelo, localizada no norte do estado do Piauí, na cidade de Castelo do Piauí.  A Pedra do Castelo está localizada na bacia sedimentar do Parnaíba, cravada em rocha sedimentar arenítica da Formação Cabeças.O acelerado processo de erosão diferencial no arenito provocou nos estratos da formação a feição atual do monumento, que é atribuída pelo imaginário popular a um castelo em ruinas.

    No local podemos perceber vestígios de ocupações de tempos diferenciados, através da presença de pinturas e gravuras rupestres, além de sepultamentos do século XX e objetos depositados no local de diferentes matrizes religiosas. Além disso, a Pedra do Castelo apresenta-se como um espaço de utilizações e atribuições diferenciadas ao longo do tempo. Dessa forma buscamos analisar as atuais ressignificações que o local recebe pelas comunidades do município de Castelo e áreas adjacentes.



     

  • JURANDIR BARROS DA SILVA JÚNIOR
  • Cadeia Operatória Lítica dos Sítios Arqueológicos Seu Bode, Dunas I e Dunas II, no Município de Luís Correia, litoral do estado do Piauí, Brasil
  • Orientador : FLAVIO RIZZI CALIPPO
  • Data: 29/08/2017
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  • Este estudo tem como principal propósito a identificação das técnicas utilizadas na confecção dos artefatos líticos presentes nos sítios arqueológicos Seu Bode, Dunas I e Dunas II, localizados no Município de Luís Correia, Piauí, Brasil. Para a realização desse estudo foram analisados artefatos que se encontravam depositados na reserva técnica do Núcleo de Antropologia Pré-Histórica da Universidade Federal do Piauí (NAP/UFPI), coletados em projetos desenvolvidos entre os anos de 2001 e 2011. A proposta metodológica baseou-se no estabelecimento de uma análise laboratorial detalhada dos atributos formais e descritivos dos artefatos, acompanhada de uma verificação, in situ, dos tipos de artefatos e das paisagens em que os sítios se inserem. Desse modo, com base nas técnicas de produção artefatual e da análise da percepção da performance dos artesãos, foi possível identificar diversos tipos de artefatos líticos e suas recorrências.

  • LUCAS SILVA DE OLIVEIRA
  • "Um ateliê no Extremo sul piauiense: uma abordagem inclusiva da produção lítica no município de Corrente, Piauí"
  • Orientador : ABRAHAO SANDERSON NUNES FERNANDES DA SILVA
  • Data: 25/08/2017
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  • A exceção do complexo arqueológico da Serra da Capivara, as indústrias líticas do Estado do Piauí ainda são pouco conhecidas e aos poucos vem sendo trabalhadas. Esta pesquisa trata-se de um sítio lítico a céu aberto onde ocorrem artefatos em superfície e subsuperfície com presença de fosséis de um indivíduo incompleto, Eremotherium
    laurillardi, datado em 12.000 anos AP. O sítio de cujo nome Araçá está localizado no povoado Porta do Araçá, zona rural do município de Corrente, Extremo sul piauiense. Tendo em vista os pressupostos metodológicos da Escola Francesa, a coleção foi analisada de acordo com a abordagem tecnológica (INIZAN, M.-L, REDURON, M.,
    ROCHE, H., TIXIER, J, 1995), e do conceito de estilo tecnológico definido a partir dos trabalho de Sackett (1982), as intenções produtivas e os comportamentos técnicos produtivos dos grupos pré-históricos que ocuparam esta região. As coleções apresentadas abordam uma indústria com produção de instrumentos unifaciais e bifaciais, num contexto de ocupação de atividades diversas, cujas características tecnológicas remontam ao Holoceno inicial.

  • LAIZE CARVALHO DE SOUSA
  • Arqueologia Pública e sua Práxis Social: uma contribuição necessária para a preservação de recursos arqueológicos e interação
  • Orientador : ABRAHAO SANDERSON NUNES FERNANDES DA SILVA
  • Data: 24/08/2017
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  • A presente dissertação discute a temática da Arqueologia Pública, entendida como uma disciplina destinada a interagir e dialogar com a sociedade. Busca destacar, conteúdos relacionados a perspectivas de Arqueologia Pública em projetos arqueológicos identificando o atual panorama das ações desenvolvidas entre 2011 a 2015 nos estados do Piauí e Rio Grande do Norte, refletindo sobre a relação da Arqueologia Pública num contexto capitalista e a preservação de recursos arqueológicos. O estudo é resultado de uma pesquisa documental e contará com a análise e interpretação gráfica. Os resultados obtidos apontam um número pequeno de projetos com perspectivas em Arqueologia Pública em solo piauiense e potiguar, em destaque tem-se as ações de Educação Patrimonial. Sendo assim, propõe que é necessário refletir sobre a socialização do conhecimento arqueológico através da interação social para a preservação de recursos arqueológicos.

  • LORIANE ROCHA ALVES GUSMÃO
  • NOS RASTROS DOS INDIOS DO SUDESTE DO PIAUÍ: A ARQUEOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE VISIBILIDADE HISTÓRICA
  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 17/04/2017
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  • O objeto da pesquisa é a materialidade evidenciada e datada no sítio arqueológico Toca da Baixa dos Caboclos proveniente de duas campanhas de escavação. Ao longo de quarenta anos pesquisas foram e ainda são realizadas no Parque Nacional Serra da Capivara e seu entorno, dentre essas pesquisas, predominam às correspondentes às cronologias “pré- históricas” e por isso, vê-se uma emergência na realização de pesquisas relacionadas a cronologias mais recentes. A partir deste sítio, unindo a documentação histórica, os vestígios arqueológicos e à história viva na forma da história oral, acredita- se ser possível que os indígenas no Piauí, em específico nesta região não foram aniquilados conforme a história oficial, mas sim resistiram e foram invisibilizados. A arqueologia, então, possui um papel decisivo ao demonstrar a presença indígena na região até tempos recentes, presentes nos modo de fazer, na cultura material e na memória das pessoas locais.

  • MAURO JUNIO RODRIGUES SOUSA
  • Análise morfológica dos registros rupestres do Complexo de sítios arqueológicos Poço da Onça, Piracuruca-PI
  • Orientador : SONIA MARIA CAMPELO MAGALHAES
  • Data: 31/03/2017
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  • Esta dissertação se propõe apresentar um estudo dos registros rupestres do complexo de sítios arqueológicos Poço da Onça, localizado no município de Piracuruca, no norte do Piauí, dando-se ênfase ao aspecto morfológico dos grafismos, a fim de verificar a existência, ou não, de padrões gráficos. No levantamento dos sítios levou-se em conta a participação da comunidade do entorno, que expressou sua opinião sobre os vestígios arqueológicos. Com a finalidade de levantar informações através de relatos orais dos moradores vizinhos aos sítios, foram aplicados alguns questionários e utilizado equipamento para registro audiovisual. Além da análise voltada para a verificação da existência de simetria na forma dos grafismos, os realizados em cavidades foram considerados como sendo indicadores da noção de profundidade. Nesta proposta os sítios arqueológicos com registros rupestres equivalem a unidades de análise gerais e os grafismos a unidades picturais de análise. Na reprodução dos grafismos empregou-se ferramentas ou recursos digitais e manuais, que possibilitaram o realce das unidades picturais, facilitando a percepção das formas no campo visual. A análise revelou a predominância de grafismos não reconhecidos, ou não figurativos, e uma tendência à reprodução de formas simétricas bilaterais, apontando para a confirmação da proposta de existência de uma Tradição Geométrica de pinturas rupestres na região norte do Piauí.

  • ANNA GABRIELLA SILVA VAZ BARRETO
  • O viver em arte rupestre: marcas ritualísticas em manifestações do Parque Nacional Serra da Capivara - Pi
  • Orientador : ANA LUISA MENESES LAGE DO NASCIMENTO
  • Data: 26/01/2017
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  • Essa pesquisa apresenta os resultados de um estudo que teve como finalidades identificar na arte rupestre pré-histórica as identidades sociais de figuras antropomórficas, assim como referência às relações de gênero e às diferentes atividades ritualísticas as quais se encontram ligados. Há uma ênfase especial em determinados aspectos da iconografia da imagem humana e às características atribuídas a cada gênero, revelando uma estrutura binária de oposições (esquerda/direita, dominante/dominado/ grande/pequeno). Tendo como base informações etnográficas oriundas de grupos indígenas brasileiros, realizou-se uma analogia comparativa a fim de interpretar um valioso acervo imagético que tornou evidentes diferentes, conflitantes, usos para as duas técnicas gráficas: na pintura rupestre, o papel ritualisticamente dominante do homem, e nas gravuras, a dominância da simbologia feminina. Foi possível relacionar ainda determinadas cenas parietais com importantes atividades ritualísticas realizadas por nativos, que são partes dos chamados ‘ritos de passagem’, entre os quais estão incluídos o rito da iniciação feminina, da fertilidade e do nascimento. Como local de pesquisa foram escolhidos sítios arqueológicos do Parque Nacional Serra da Capivara, localizado na região Sudeste do Estado do Piauí, sendo selecionados por possuírem um corpus de figuras parietais extremamente ricas, tanto pintadas quanta gravadas. 

2016
Descrição
  • WALDYR LUIZ BORIM JUNIOR
  • Arqueologia histórica. Fazenda São Domingos. Alimentação. Cultura material
  • Orientador : ABRAHAO SANDERSON NUNES FERNANDES DA SILVA
  • Data: 16/12/2016
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  • A realização de pesquisas na Fazenda São Domingos em José de Freitas – PI, possibilitou observar uma série de evidências materiais e imateriais, as quais remetem à memória, hábitos e costumes relacionados às práticas alimentares de matizes diferenciadas, sobretudo africana, indígena e europeia. A partir da relação entre os vestígios identificados através da escavação de uma área do quintal da casa sede, infere-se a possibilidade de estudo de práticas culturais relacionadas ao cotidiano dessa habitação. Dentre tais práticas procura-se perceber os tipos de alimentos consumidos, os processos de preparo, a distinção social e cultural representada pelos recipientes e ingredientes nas escolhas de cada receita e seus fins específicos. O reconhecimento dessa cultura material através da observação, análise e constatação de elementos materiais, visou buscar a recorrência desses vestígios como indicadores de processos culturais relacionados a alguns momentos de ocupação dessa fazenda (séculos XVIII e XIX), sua relação com as práticas cotidianas ligando-as a processos mais abrangentes, evidenciando a força de trabalho mantenedora dessas estruturas, com marcas ainda pouco registradas.

  • JÉSSICA GADELHA MORAIS
  • AQUI JAZEM MUITAS HISTÓRIAS: UM ESTUDO ARQUEOLÓGICO DO ACERVO HISTÓRICO DO CEMITÉRIO SANTO ANTÔNIO EM CAMPO MAIOR-PIAUÍ (1804-1978)
  • Orientador : MARIA DO AMPARO ALVES DE CARVALHO
  • Data: 05/08/2016
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  • O cemitério abriga elementos materiais e imateriais das manifestações do homem diante dos mais diversos assuntos e, portanto, não deve ser visto simplesmente como o espaço destinado

    ao sepultamento do corpo sem vida, mas como uma potencial fonte de informação da
    sociedade na qual está inserido. Partindo dessa premissa o questionamento que norteia a
    presente pesquisa é de que forma o cemitério Santo Antônio, através de sua arquitetura
    fúnebre e dos seus artefatos, pode informar sobre como viviam as sociedades do passado. Ele
    está localizado a 86 km da capital Teresina, no município de Campo Maior - Piauí, e o último
    enterramento nele realizado data de 1978. A escolha desse lugar é atribuída ao fato de ter sido
    provavelmente a primeira necrópole da cidade. O objetivo da dissertação é investigá-lo
    destacando o potencial contido em seu acervo como instrumento para tecer reflexões sobre o
    patrimônio funerário piauiense. A investigação é feita através de descrição e análise
    interpretativa de seus artefatos e enxoval funerário cuja ênfase é dada as lápides sepulcrais em
    virtude da variedade de informações que agregam. Nelas existem elementos iconográficos
    (desenhos, gravuras, signos etc.) e elementos gráficos (o texto escrito) que revelam ou
    ocultam a história dos mortos para os vivos, ou seja, permitem identificar possíveis mudanças
    da representação da morte e também podem ser considerados como documentos (fontes de
    informações) que possibilitam diferentes análises sobre a comunidade a qual pertencem. O
    percurso metodológico partiu de: pesquisa in loco, com o levantamento de dados por unidade
    de sepulturas através de elaboração e preenchimento de fichas técnicas, cujo trabalho de
    inventários realizados por Castro (2014) foi de crucial importância; pesquisa documental, com
    consulta dos Livros de Tombo da Freguesia de Campo Maior N°1 e 2, de batismo, de
    casamento, e de registro de óbitos; e pesquisa bibliográfica, consistindo no levantamento de
    publicações sobre estudos cemiteriais, pela abordagem de distintos campos do saber
    (Patrimônio, História, Arqueologia histórica, Artes plásticas), incluindo o levantamento da
    produção local sobre o cemitério Santo Antônio. As atitudes e representações da morte, por
    serem temas afins, também foram contempladas. Entre os autores que se destacam por tais
    publicações estão Reis (1991); Lima (1994); Borges (2002b) e Grassi (2014), entre outros
    apresentados no decorrer do texto. Os estudos sobre o tema possibilitaram evidenciar aspectos
    singulares desse espaço funerário em meio a uma história plural (como o seu período de
    implantação, iconografias peculiares), além de múltiplas histórias, expressas ou silenciadas.
    Palavras-chave: Cemitério. Patrimônio fúnebre. Campo Maior - Piauí.

  • ÁRLON FACYNEK DE OLIVEIRA CARVALHO
  •  

    Sítio Covão do Jaburu: registro de um patrimônio arqueológico e da memória popular

  • Orientador : SONIA MARIA CAMPELO MAGALHAES
  • Data: 30/07/2016
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  • A pesquisa a que se refere o texto dissertativo ora apresentado tem como objeto de estudo o sítio arqueológico Covão do Jaburu. Além de possuir um rico acervo de gravuras na estrutura rochosa que lhe serve de suporte, o sítio em questão foi escolhido para estudo por encontrar-se em área prevista para ser impactada pela construção de uma barragem no Rio Poti, do qual o Riacho do Covão é afluente, fato que torna ainda mais urgente a documentação e o estudo das gravuras, e justifica a ação a que se denominou de “resgate da memória”.Pretendeu-se, com a pesquisa, mostrar a alta relevância do sítio e propor o “salvamento” das gravuras, destacando-o como “lugar de memória”, justificando assim a necessidade de sua preservação para as comunidades próximas e sociedades do presente e do futuro. Por que “preservar” este sítio, especificamente? Para responder a essa questão três hipóteses, que servem também como justificativas, são apresentadas: deve-se documentar o sítio, pois a iminência da perda requer atitudes urgentes; o sítio corresponde a um lugar de memória de populações pretéritas, portanto é referência do passado; é igualmente um componente da memória coletiva das populações atuais. Retomando o trabalho iniciado naGraduação,voltamos-nos agora, em termos de metodologia, para uma arqueologia mais social e mais preocupada com as comunidades atuais, sendo que todo o trabalho desenvolvido foi pensado no sentido de auxiliá-las no reconhecimento de suas relações com o lugar, assim comona socializaçãodo sítio.As considerações sobre o processo investigativo envolvendo entrevistas com indivíduos das comunidades atuais e o emprego da Gestaltcomo auxiliar nas análisesrevelamque o sítio é tão importante para as populações atuais quanto deve ter sido para as populações autoras das gravuras, e que o elemento mais destacado é a água, mais especificamente o olho d’água, fonte perene e ao mesmo tempo elemento simbólico, evocativo de acontecimentos.

     

     

  • ADOLFO YUJI OKUYAMA
  • CONTEXTO ARQUEOLÓGICO DO VALE DO RIO GURGUÉIA: UMA ANÁLISE A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DE MODELOS PREDITIVOS EM SIG

  • Orientador : JACIONIRA COELHO SILVA
  • Data: 16/03/2016
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  • No presente trabalho, objetiva-se utilizar de recursos geotecnológicos para a elaboração de um Modelo Preditivo de localização de sítios arqueológicos em uma região pouco estudada do Estado do Piauí. O Vale do Rio Gurgúeia é uma sub-bacia tributária da Bacia do Parnaíba, localizada no sudeste do Estado, de limites fronteiriços com importantes áreas arqueológicas, como por exemplo, o Parque Nacional Serra da Capivara. Para a elaboração do modelo preditivo é imprescindível a criação de um banco de dados em Sistema de Informações Geográficas, onde o contexto ambiental é considerado variável importante para as análises juntamente com os sítios arqueológicos já conhecidos na região. Além de contribuir para as pesquisas arqueológicas na região, a pesquisa poderá ser utilizada para avaliação da eficiência sobre o método utilizado.

  • AGNELO FERNANDES DE QUEIRÓS
  • Os grafismos rupestres da Lagoa das Pedras Pintadas, Alto Santo, região do Jaguaribe, Ceará: documentação, pré-diagnóstico de conservação  e análise contextual preliminar

  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 29/02/2016
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  • O sítio arqueológico Lagoa das Pedras Pintadas fica localizado no município de Alto Santo, Ceará, sendo situado na microrregião do Médio Jaguaribe. Esse sítio arqueológico apresenta cerca de 151 matacões graníticos decorados com gravuras rupestres feitas em diferentes técnicas e com distintas temáticas gráficas. O presente estudo visou realizar a documentação em caráter amostral, um pré-diagnóstico do estado de conservação e uma análise preliminar com o intuito de identificar o potencial interpretativo do sítio e do seu acervo gráfico aos olhos da arqueologia contextual. Quanto ao estado de conservação, como todos os suportes rochosos gravados encontram-se expostos a intempéries, passando por processos acelerados de degradação, constatamos que é imprescindível dar continuidade aos trabalhos no sentido de desacelerar a ações intempéricas geradas pela água, nos períodos de invernos intensos e a incidência solar direta nos matacões gravados em épocas de estiagem, e, sobretudo, pelas mudanças térmicas geradas.O estudo também permitiu evidenciar características da paisagem de inserção do sítio quanto à sua acessibilidade, visualização e visibilidade. Com relação aos grafismos rupestres foram observadas diversas técnicas de elaboração das gravuras, tendo a raspagem simples como técnica majoritária. Nas temáticas, há predominantemente motivos gráficos com representações de reconhecimento diferido, mas há também alguns reconhecidos. Entre os motivos de reconhecimento diferido há representações rupestres recorrentes cuja proposta de reconhecimento foi realizada por meio de associações e de semelhanças iconográficas, bem como etnográficas em analogias transculturais. Pode-se observar também uma seleção de suportes rochosos com características audiométricas especiais para efetuar um determinado tipo de grafismo. Desse modo, foi possível pensar sobre a abordagem teórico-metodológica da arqueologia contextual e dissertar a respeito de suas aplicabilidades no sítio estudado. 

  • BRUNO MESQUITA SANTOS
  •  

    Além da Pedra: caminhos de uma história revivida


  • Orientador : JACIONIRA COELHO SILVA
  • Data: 29/02/2016
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  • O sítio arqueológico Pedra Lavrado do Ingá é constituído por um bloco de rocha granítica gravada, no leito do Rio Ingá localizado no município homônimo, no Estado da Paraíba, Brasil. Esta pesquisa procurou entender as populações que habitavam o território próximo a este sítio. Neste estudo objetivou-se caracterizar os artefatos elaborados na pedra, a fim de identificar sua provável relação na elaboração das gravuras, buscando obter informações e dados sobre marcas culturais dessas populações, para maior compreensão da ocupação da área das gravuras da Pedra do Ingá.

  • HEBERT ROGÉRIO DO NASCIMENTO COUTINHO
  • GEOARQUEOLOGIA NO LITORAL DO PIAUÍ: PENSANDO OS PROCESSOS FORMATIVOS DE UM SÍTIO SOBRE DUNAS

  • Orientador : FLAVIO RIZZI CALIPPO
  • Data: 25/02/2016
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  • Este trabalho tem como propósito principal repensar os processos envolvidos na formação do registro arqueológico (WATERS, 1992, STEIN, 1992, 2001; RAPP & HILL, 1998; GOLDBERG & MACPHAIL, 2006; CALIPPO, 2010) dos sítios do litoral do Piauí e, a partir daí, estabelecer um outro modo de se compreender o contexto arqueológico dessa região. A partir dessa perspectiva procurou-se identificar e analisar evidências arqueológicas e geoarqueológicas que fossem capazes de fundamentar novas reflexões a respeito do contexto sociocultural que se formou a partir da interação entre o nativo e o colono (KENT LIGHTFOOT, 1995; FUNARI et. al., 1999) na costa do Piauí, durante o período inicial do processo de colonização europeia. Para a realização de tais análises foram adotados, principalmente, os conceitos de “temporalidade” de Tim Ingold (1993, 2000) e as perspectivas da Arqueologia Pluralista de Kent Lightfoot (1995). Com base nessas propostas e no estudo do sítio arqueológico Três Marias, propõe-se que o contexto arqueológico do litoral do Piauí, relativo a esses primeiros momentos, não pode ser unicamente explicado a partir da perspectiva da abundância dos recursos costeiros. O estudo desse sítio aponta que a ocupação de certos pontos da costa foi também fortemente influenciada pela importância estratégica que tais estrutura garantiriam às populações nativas. No sítio Três Marias, os vestígio arqueológicos encontrarem-se depositados sobre dunas de marcado destaque na paisagem (e não distribuídos ao longo da coluna sedimentar dessa feição costeira). Este registro nos leva a crer que, ao permanecerem sobre as dunas, os indivíduos poderiam estabelecer um melhor controle visual sobre a região costeira adjacente e, se necessário, mostrarem-se ao invasor, tornando claro que aquele território era ocupado.

2015
Descrição
  • ALEXANDRE RODRIGUES COSTA
  • Vale do Jacaré: paisagem e patrimônio em estudo arqueológico no município de Regeneração, Piauí, Brasil

  • Orientador : JACIONIRA COELHO SILVA
  • Data: 30/11/2015
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  • Este trabalho buscou registrar os vestígios arqueológicos existentes no município de Regeneração - PI, com destaque para a dinâmica da ocupação espacial no vale do Jacaré, ao longo do tempo, sob a abordagem da construção da paisagem. Partindo-se das evidências já conhecidas, procurou-se identificar novas ocorrências arqueológicas, marcas da ação antrópica, desde os primórdios da ocupação humana local até os dias atuais, testemunhos da modificação e transformação da paisagem, antes natural. De locais de ocupação de grupos pretéritos à instituição da vila e criação do município, passando pelo aldeamento de indígenas Acaroá e Gueguê, através de artefatos indígenas a ruínas de edificações, promoveu-se o resgate da memória da área de estudo. Estudos anteriores de um projeto pedagógico que desenvolveu ações de resgate histórico-cultural no município, tratando das origens de Regeneração na missão de São Gonçalo de Amarante, inspiraram esta proposta de estudo, desenvolvida através de levantamento bibliográfico e prospecção de campo na região.

  • JAIME DE SANTANA OLIVEIRA
  • Memória e patrimônio arqueológico: vozes sertanejas na área do Parque Nacional Serra da Capivara

  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 24/08/2015
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  • Este trabalho tem como objetivo discutir a valorização e visibilidade da memória de sertanejos da área do Parque Nacional Serra da Capivara em relação aos seus espaços e o patrimônio arqueológico. A partir da década 1970 a região ganhou destaque no cenário nacional por conta da grande quantidade de sítios arqueológicos descobertos e pesquisados pela Missão Franco Brasileira. Com a instalação do Parque Nacional Serra da Capivara, o processo de desapropriação gerou uma situação de conflito entre instituições gestoras do Parque e as comunidades tradicionais em vista de práticas culturais cotidianas que “ameaçavam a preservação do patrimônio arqueológico”. Apesar de a área ser pesquisada há mais de quarenta anos, existe uma lacuna de pesquisas sobre a memória das comunidades tradicionais que ocupam a região. Partindo desta perspectiva levantamos o problema: qual a relação de memória das comunidades do entorno do Parque Nacional Serra da Capivara com o patrimônio arqueológico e com o PARNA? Como se pode estabelecer uma valoração simétrica em relação à memória das pessoas daquela região e a conservação dos espaços arqueológicos? Para responder estas questões propostas estruturamos nossa metodologia no campo da história oral temática, concentrando a pesquisa nas comunidades Sítio Mocó e Novo Zabelê onde entrevistamos três tipos de sujeitos: sertanejos das comunidades tradicionais, sujeitos que participaram de ações sócioeducativas e pesquisadores. Como resultado foi possível construir um histórico das comunidades, apresentar as ações socioeducativas e, a partir disto, propomos como alternativa para as comunidades Sítio Mocó e Novo Zabelê uma preservação pautada na noção de custodia tradicional e etnomanejo.

  • ANDRÉ DOS SANTOS GONÇALVES
  • Arqueologia no Quintal e os Desafios da Conservação de Sítios Arqueológicos no Município de São José do Piauí

  • Orientador : LUIS CARLOS DUARTE CAVALCANTE
  • Data: 08/08/2015
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  • Neste trabalho foram investigados os sítios arqueológicos Morro do Letreiro e Morro do Letreiro III, situados na área urbana do município de São José do Piauí, Nordeste do Brasil, devido ao rico acervo de inscrições rupestres neles contidas e, ao mesmo tempo, pelo avançado estado de degradação em que se encontram. Os registros gráficos consistem majoritariamente de motivos geometrizados, embora sejam observados alguns poucos antropomorfos e zoomorfos, pintados quase exclusivamente em diferentes tonalidades de cor vermelha, havendo também inscrições nas cores amarela e branca. Há registros bicrômicos em vermelho e amarelo e em vermelho e branco, ocorrendo raros casos de sobreposições. A existência de respingos de tinta vermelha em um dos sítios arqueológicos permite inferir que o pigmento foi aplicado na forma líquida. Além das pinturas rupestres, o sítio Morro do Letreiro III contém também motivos gravados, delicadamente elaborados em um bloco rochoso que repousa no piso da área abrigada. Os sulcos foram efetuados por picoteamento e consistem de algumas cúpulas, um motivo geometrizado em forma de grade, além de uma pegada de ave. Os problemas de conservação de origem natural consistem principalmente de trincas, escamações e desplacamentos do suporte rochoso, um arenito muito friável e em estado avançado de decomposição; ninhos e galerias de cupins; plantas trepadeiras; ninhos de vespas-marimbondo e vespas-maria pobre; espessas camadas de eflorescências salinas; manchas negras, causadas pela ação da água e por micro-organismos. Os principais problemas de origem antrópica são pichações, realizadas com diferentes materiais; utilização dos sítios como área de lazer, inclusive com utilização de fogueiras; deposição de lixo; e as sérias degradações resultantes do mito do tesouro. Os problemas de conservação foram monitorados em diversas campanhas de campo, inclusive com a realização de medidas experimentais para avaliar temperatura, umidade relativa do ar ambiente e velocidade dos ventos, tanto ao longo do dia quanto em diferentes períodos do ano. Na interação com a comunidade do entorno observou-se que a mesma não reconhece os sítios arqueológicos investigados como parte de sua herança cultural. Portanto, os moradores locais não têm um sentimento de pertencimento em relação às inscrições rupestres e aos momumentos geológicos, aspecto que infelizmente tem gerado/agravado diversos problemas de conservação de origem antrópica. Após o processamento e avaliação dos dados e informações gerados neste trabalho, recomenda-se a Conservação Integrada como o tipo de medida de conservação que mais se adequa a este caso, visto que busca incluir a comunidade local em todas as etapas de conservação e proteção ao patrimônio. Devido ao caráter emergencial, aconselha-se a realização de conservação in situ e educação patrimonial.

  • ANTONIO JOSINALDO SILVA BITENCOURT
  • (Con)vivendo com a pré-história: levantamento, documentação e aproveitamento turístico da arte rupestre de Cocal de Telha-Piauí


  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 29/06/2015
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  • A região Norte do Piauí apresenta grande número de sítios de arte rupestre, entretanto, a maioria deles, ainda são desconhecidos de pesquisadores e muito pouco foi estudado. O presente estudo objetivou efetuar o levantamento, a documentação e a análise descritiva de parte deles, principalmente os situados no município de Cocal de Telha, ou seja, os sítios: Candeeiro I, Candeeiro II, Candeeiro III e Letreiro Colher de Pau. Complementando o estudo e considerando a necessidade de desenvolver ações de Educação Patrimonial e retorno a população atual propô-se a fabricação e comercialização de produtos com os motivos gráficos rupestres locais, despertando o interesse para investimentos futuros e incentivando ações que promovam a realização de projetos de infraestruturas a fim de possibilitar futuras visitações de maneira organizada e sistemática aos sítios arqueológicos. Os produtos serão disponibilizados no próprio município, pois sua sede é cortada pela BR 343, importante ponto de passagem de visitantes que se deslocam para o litoral e ou ao Parque Nacional de Sete Cidades.

  • LEANDRO MADEIRA MARTINS
  • A cultura material como instrumento para compreensão de passados históricos: a Fazenda Casa-Grande de São Domingos, José de Freitas, PI

  • Orientador : JACIONIRA COELHO SILVA
  • Data: 19/06/2015
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  • A Fazenda Casa-Grande de São Domingos representa uma parte da materialização histórica de acontecimentos relacionados à economia pecuarista que se desenvolveu no território piauiense ao longo do século XIX, configurando-se como objeto de análise da presente pesquisa. O estudo primeiramente sintetiza aspectos da Arqueologia Histórica, suas perspectivas e abordagens no tratamento do estudo da paisagem, relacionando o processo de desenvolvimento da disciplina e alguns dos delineamentos conceituais e de pesquisa. A categoria paisagem é apresentada em seus múltiplos conceitos e abordagens, a partir de leituras e tratamentos que a Geografia e a Arqueologia conferem a mesma. São discutidos os conceitos de patrimônio, identidade e memória, com ênfase para as escolhas de meios propícios à instalação de fazendas históricas e os fatores que impulsionaram a ocupação do espaço. São elencados os aspectos da História do Piauí relativos à temática discutindo diferenças, similitudes e marcas de ocupação que remanescem na paisagem piauiense. A pesquisa demonstra o caso específico da Casa-Grande de São Domingos, sua gênese, seu processo de formação e desenvolvimento, além de relacionar as marcas da paisagem presentes nesta fazenda, os elementos de sua cultura material são analisados e interpretados no intuito de buscar a compreensão dos passados históricos relacionados a este núcleo produtivo e habitacional oitocentista.

  • ALEXANDRE RODRIGUES COSTA
  • Vale do Jacaré: do passado ao presente, a construção de uma paisagem arqueológica em Regeneração, Piauí, Brasil

  • Orientador : JACIONIRA COELHO SILVA
  • Data: 29/05/2015
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  • Este trabalho buscou registrar os vestígios arqueológicos existentes no município de Regeneração - PI, com destaque para a dinâmica da ocupação espacial no vale do Jacaré, ao longo do tempo, sob a abordagem da construção da paisagem. Partindo-se das evidências já conhecidas, procurou-se identificar novas ocorrências arqueológicas, marcas da ação antrópica, desde os primórdios da ocupação humana local até os dias atuais, testemunhos da modificação e transformação da paisagem, antes natural. De locais de ocupação de grupos pretéritos à instituição da vila e criação do município, passando pelo aldeamento de indígenas Acaroá e Gueguê, através de artefatos indígenas a ruínas de edificações, promoveu-se o resgate da memória da área de estudo. Estudos anteriores de um projeto pedagógico que desenvolveu ações de resgate histórico-cultural no município, tratando das origens de Regeneração na missão de São Gonçalo de Amarante, inspiraram esta proposta de estudo, desenvolvida através de levantamento bibliográfico e prospecção de campo na região.

  • LARISA DE MOURA FONTES
  • Sitio das Moendas: marcas da presenca humana na pre-historia de Ipiranga do Piaui

  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 25/05/2015
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  • Esta pesquisa se propos a estudar as marcas da presenca humana na pre-historia do municipio de Ipiranga do Piaui, refletindo a partir de um aspecto: a falta de pesquisas arqueologicas no municipio. A partir dessa perspectiva, buscou-se catalogar de forma sistematica o sitio arqueologico das Moendas, gerando dados consistentes para futuras pesquisas, assim como estreitar os lacos entre a comunidade e o patrimonio cultural representado pelos registros rupestres. Para alcancar os objetivos foram realizados levantamentos bibliograficos da area em questao, considerando que nao foram realizadas ainda pesquisas na area, apenas o cadastro de outros sitios. Outra etapa foi a elaboracao de fichas tecnicas de cadastro que contemplaram informacoes sobre o sitio, tecnicas de execucao dos registros, localizacao, contexto ambiental e geologico, problemas de conservacao, alem de dados para a formulacao de futuras pesquisas. O levantamento de campo foi realizado a fim de produzir documentacao fotografica e outros dados coletados exclusivamente in situ. A realizacao dessas etapas supracitadas proporciona um avanco em direcao a democratizacao do conhecimento, logo, implica na preservacao deste patrimonio pela comunidade local.

  • FRANCISCA REGINA MARQUES PASSOS
  • Arqueologia, História e Luta: os tremembés, um sítio arqueológico e a ausência de políticas de conservação

  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 10/04/2015
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  • Desde o século XVII os Tremembés habitavam a costa norte brasileira. Em vários relatos de cronistas e em documentos históricos são retratados como um povo guerreiro, que preservou certa autonomia até o século XVIII, mantendo seus territórios desde os primeiros séculos de colonização, realizando negociações com os estrangeiros que aportavam em suas praias. Os territórios dos Tremembés de Almofala (CE) hoje são marcados pela presença de inúmeros sítios arqueológicos, localizados à céu aberto, os quais adquiriram significados especiais para os Tremembés da atualidade. Os sítios arqueológicos são interpretados como pertecentes aos seus antepassados e "encantados". Além do valor espiritual atribuído pelos índios, devido a experiências de transe, os sítios também são vistos por eles como "documentos" que atestam a antiguidade do seu povo na região, como informa o Senhor Estevão Henrique. Tal argumento é uma marca de como utlizam o patrimônio de maneira dinâmica, usando o conceito como uma maneira de defesa contra os posseiros e empresas locais, frente à usurpação de suas terras. A metodologia empregada para a realização desse trabalho foi à pesquisa documental e entrevistas com a comunidade. Buscou-se valorizar a interpretação da comunidade em relação aos sítios, investigando-se os significados dos sítios e objetos neles dispostos. A partir da pesquisa se procurou compreender as relações entre a comunidade e um sítio em especial: Duas Moitas. O trabalho foi realizado através do conhecimento da comunidade, a fim de incorporar, nas pesquisas arqueológicas, elementos da oralidade e memória dos mais velhos, os quais, repassando seu modo de viver, forneceram subsídios para valorizar, além da cultura material presente nos sítios arqueológicos, seu patrimônio imaterial que na maioria das vezes não é valorizado, pois, muitas vezes o que está em perigo não é os vestígios, mas os valores atribuídos pela comunidade.

  • DUCILENE MARIA PINHEIRO DE ARAGÃO
  • Socialização do conhecimento arqueológico na área da Capela da Mata Fresca, Aracati-CE: redescobrindo com o povo do Vale do Jaguaribe

  • Orientador : ABRAHAO SANDERSON NUNES FERNANDES DA SILVA
  • Data: 06/04/2015
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  • Neste trabalho buscou-se compreender a amplitude que os estudos de Arqueologia podem ter em contextos de sítios históricos nos quais haja a coexistência de práticas religiosas do presente com as políticas públicas voltadas para a conservação de sítios arqueológicos, especificamente no caso da Capela Nossa Senhora da Soledade ou Capela da Mata Fresca, Aracati-CE. A referida capela passou pela etapa de escavação arqueológica que serviu como medida preliminar ao projeto de restauro da mesma. O sítio em questão é repleto de ressignificações religiosas por se tratar de um marco cristão importante para os moradores das regiões correspondentes ao Vale do Jaguaribe, especificamente os da comunidade Mata Fresca que participaram da escavação e contribuíram para as discussões sobre o papael público da Arqueologia e as alternativas de divulgação científicas mais eficazes, fazendo emergir uma relação entre ciência arqueológica e comunidade que favorece a conservação do sítio. Ainda são exploradas questões teóricas sobre Arqueologia e sociedade que direcionam o trabalho desde a primeira intervenção no sítio, realizada em julho de 2014.

  • ZAFENATHY CARVALHO DE PAIVA
  • “Uma baforada sim sinhô”: cachimbos de escravos e as dinâmicas socioculturais da Diamantina oitocentista

  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 27/03/2015
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  • O presente trabalho tem como objetivo apresentar os cachimbos associados a escravos como elementos importantes no entedimento das tramas socioculturais no contexto escravista, especificamente em Diamantina, estado de Minas Gerais, entre os séculos XVIII e XIX. A pesquisa é realizada a partir da análise de 104 exemplares de cachimbos, tanto fragmentos como inteiros, coletados em escavação arqueológica no quintal de uma residência do século XVIII, que dentre seus moradores teve a negra Chica da Silva, ex-cativa que obteve fama ao ascender à elite mineira. Qual a importância dada aos cachimbos em diferentes contextos? Teriam os mesmos adquirido protagonismo no cenário sociocultural diamantinense? Para tanto, procura-se demonstrar a dinamicidade em torno da relação entre esses objetos cotidianos e os grupos de africanos e afro-americanos no contexto minerador diamantinense, ressaltando-se a (re) estruturação identitária vivenciada por esses grupos e as táticas pensadas por esses diante das estratégias senhoriais.

  • ROSEANE DA CONCEIÇÃO SANTOS SERRA
  • Musealização da Arqueologia: um estudo sobre o Museu Dom Avelar Brandão Vilela e a coleção de moedas romanas da dinastia Constantiniana

  • Orientador : ABRAHAO SANDERSON NUNES FERNANDES DA SILVA
  • Data: 20/01/2015
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  • Os museus há muito tempo deixaram de ser um espaço apenas de apreciação para se tornarem um local de pesquisa. Em uma simples visita a um museu muitas são as curiosidades ou estranhamentos pelos quais pode passar um visitante. Curiosidade por observar os objetos do seu uso contemporâneo em ‘versões antigas’, e estranhamento associado às peças completamente desconhecidas por ele. No caso de coleções arqueológicas, o estranhamento se torna ainda maior devido ao reduzido número de pesquisas voltadas para a área. Poucos são os arqueólogos que privilegiam o estudo de peças arqueológicas expostas em museus no Brasil, e mais reduzido ainda, quando nos reportamos às coleções arqueológicas históricas e ao estudo e análise de moedas. Nessa dissertação, abordamos a interface entre coleção/colecionismo e museus, os processos de musealização da arqueologia e o potencial informativo e comunicativo das moedas através de análises das características morfológicas e identificações iconográficas do acervo numismático, especialmente a coleção de moedas romanas da dinastia Constantiniana, presentes no Museu Dom Avelar Brandão Vilela, Teresina, Piauí. Além de apresentar propostas de ações educativas direcionadas para a comunidade e escolas, permitindo a esses identificar e valorizar aquilo que for considerado enquanto referências culturais, de forma a contribuir para que esse patrimônio arqueológico seja preservado.

2014
Descrição
  • LUZIA LEAL DE OLIVEIRA
  • Estudo de Arqueologia Industrial nas Fábricas Cortez – Parnaíba/PI

  • Orientador : ABRAHAO SANDERSON NUNES FERNANDES DA SILVA
  • Data: 29/09/2014
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  • A presente dissertação estuda a cultura material associada às Fábricas Cortez por meio de pesquisa teoria e prática. A discussão proposta vincula-se ao campo da Arqueologia Industrial e pretende contribuir para a compreensão da importância da instalação e do funcionamento da Fábrica para o desenvolvimento e a transformação de uma área rural em uma paisagem urbanizada, desse modo, os “[...] restos da fábrica”, assim como a análise de sua localização espacial, no bairro Rosápolis, são ferramentas para compreender a importância da fábrica no processo de industrialização e de desenvolvimento econômico da cidade de Parnaíba-PI. O estudo evidencia os critérios de escolha do comendador Francisco Gonçalves Cortez para instalar suas Fábricas no bairro Rosápolis e demonstra as transformações ocorridas na paisagem. Para alcançar os objetivos propostos no projeto de pesquisa, foram estudadas as teorias e os métodos da Arqueologia Industrial, bem como os modelos de trabalhos desenvolvidos no Brasil; foi feito levantamento documental e de fontes orais e iconográficas, e os trabalhos de campo consistiram em abordagens arqueológicas interventivas e não interventivas. Os resultados obtidos foram positivos na medida em que foi possível responder a todos os objetivos propostos no início da pesquisa, além de levantar novas questões que possibilitaram um maior entendimento da temática e a expansão do campo de pesquisa para outras problemáticas.

  • HERLA MARA DE CARVALHO FREITAS
  • "Cacos que contam histórias": síntese de pesquisas e análises da cerâmica do Sítio Seu Bode (PI)

  • Orientador : JOINA FREITAS BORGES
  • Data: 29/08/2014
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  • No litoral piauiense encontram-se vários sítios arqueológicos, em sua maioria, caracterizados como dunares. Dentre eles, destaca-se o Sítio Seu Bode, situado entre dunas móveis e fixas, o qual apresenta uma quantidade expressiva de material arqueológico, disposto sobre a superfície, composto principalmente por: líticos, cerâmicas e conchas. O presente trabalho tem por objetivo caracterizar a cerâmica do sítio em questão, além de fornecer uma síntese sobre os estudos arqueológicos realizados no litoral piauiense. Foram coletadas amostras cerâmicas a fim de um estudo investigativo por meio de análises e exames laboratoriais, sendo as técnicas utilizadas: a Fluorescência de Raios X por Energia Dispersiva (EDXRF), a Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier (FITIR), com a Difração de Raios X (DRX) complementando os resultados.

  • PABLO ROGGERS AMARAL RODRIGUES
  • Motivo Rupestre como Indicativo Cronológico: Análise Morfológica, Contextual e Intercultural

  • Orientador : ANA CLELIA BARRADAS CORREIA
  • Data: 22/08/2014
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  • Um dos objetos desse estudo é identificar pinturas rupestres como representação de propulsores de dardos em sítios arqueológicos localizados no estado do Piauí, e em outros países das Américas dos Sul e do Norte. Tal motivo é interpretado por alguns pesquisadores do Nordeste brasileiro como ornitomorfo, o que difere radicalmente da identificação feita nos demais países, baseada em dados etnográficos. Por meio da análise iconográfica das figuras, observou-se que tais motivos podem ser identificados como instrumentos de caça, pois a tipologia apresentada da representação de aves na arte rupestre em geral difere da utilizada nessa figura. O registro recorrente e destacado desse instrumento evidencia a importância do mesmo no cotidiano de grupos pré-históricos, que perdura junto a determinados grupos indígenas contemporâneos, com um valor simbólico. Com essa pesquisa, pretende-se ainda contribuir para a ampliação da discussão sobre o uso de registros rupestres como indicativos cronológicos (o uso do propulsor antecede ao do arco e flecha), bem como para a possível confiabilidade de tais inferências. O trabalho deteve-se mais incisivamente em sítios arqueológicos dos municípios de Piripiri e de Pedro II e do Parque Nacional de Sete Cidades, nos quais foram morfologicamente identificados pelo menos 36 diferentes tipos de propulsores. Além da elevada recorrência do motivo citado nos painéis pictóricos em apreço, a avaliação dos aspectos estruturais desse instrumento de caça (esporão; adereço central/peso/pedra mágica; apoio para a mão) evidenciou uma frequente estilização em sua elaboração gráfica.

  • AUREMILIA DA COSTA SILVA
  • Turismo e Conservação na Pedra do Ingá, Paraíba-Brasil

  • Orientador : MARIA CONCEICAO SOARES MENESES LAGE
  • Data: 18/08/2014
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  • Este trabalho tem como principal objetivo levantar uma discussão sobre o estado de conservação do sítio arqueológico Pedra Lavrada do Ingá, considerando a atual situação em que se encontra, principalmente devido ao turismo praticado. Deste modo, propomos uma avaliação do impacto que o turismo, da forma como está sendo desenvolvido no local, está causando. Um diagnóstico técnico sobre o estado geral de conservação do painel principal do sítio foi elaborado em 2013 intervenções de conservação neste painel. Também realizadas a fim de minizar os problemas de líquens, desplacamento do suporte rochoso, exposição do sítio ao sol e a chuva, porém é necessário intervir também nas ações antrópicas, principalmente o turismo desordenado já praticado. Diante desta situação é importante se desenvolver medidas preventivas para a proteção do sítio, como: limpeza do suporte rochoso, consolidação e controle do fluxo turístico. Vale ressaltar que o turismo pode ser um importante aliado não só na divulgação do patrimônio arqueológico, como também na preservação deste, mas para que isso ocorra é necessário que seja bem gerido e planejado. O turismo, a arqueologia e a conservação devem estar sempre dialogando e adequando métodos e técnicas para a melhor execução de suas atividades de proteção do patrimônio histórico-cultural, natural e arqueológico.

  • IGOR LINHARES DE ARAUJO
  • O que os olhos não veem, os dados revelam: estudo arqueométrico de cerâmicas arqueológicas do sítio Lagoa do Portinho I
  • Orientador : LUIS CARLOS DUARTE CAVALCANTE
  • Data: 30/05/2014
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  • A investigação sobre cerâmica arqueológica está diretamente atrelada a associação com os caracteres culturais de grupos e artesãos. Em uma área em que os princípios tradicionais de arqueologia não podem ser aplicados, especialmente no que tange ao contexto do próprio sítio, o estudo dos vestígios ganha papel fundamental para a elaboração de conhecimento sobre aqueles grupos humanos que habitaram, acamparam, passaram nestes espaços. Assim é o panorama do sítio Lagoa do Portinho I, localizado em uma área de lagoa dulcícola homônima, situada no norte do estado do Piauí, mais precisamente nos limites entre os municípios de Luís Correia e Parnaíba. Portanto, a abordagem na busca de identificação de traços que possam elucidar de maneira mais abrangente a vivência dos homens que por lá estiveram voltou-se para o uso de técnicas de exames e de análises arqueométricas, como fluorescência de raios X por dispersão de energia, difração de raios X e espectroscopia Mössbauer do 57Fe. Os artefatos cerâmicos não foram encontrados em sua estrutura completa, sendo coletados apenas fragmentos, que representam sua totalidade. A triagem dos cacos permitiu observar que alguns deles se interconectavam, sendo componentes de peças individualizadas. Efetuou-se uma descrição visual das características principais das cerâmicas, voltada especialmente para a identificação dos tipos de queima, e a avaliação pormenorizada foi realizada em exames sob lupa. Os padrões cromáticos das peças foram catalogados com código Munsell. Após os exames, elaborou-se um esboço esquemático contendo as principais características de queima identificadas nas pastas cerâmicas. As análises arqueométricas apontaram as diferenças entre as porções oxidadas ou reduzidas. A espectroscopia Mössbauer revelou que em uma das peças esse fenômeno foi muito intenso. Os resultados demonstraram que uma das possibilidades interpretativas é a de que os grupos humanos que produziram esses artefatos, provavelmente não conheciam bem a área litorânea, embora detivessem um conhecimento elevado sobre a produção cerâmica, pois mesmo sem terem domínio sobre as influências ambientais, como o período ideal de secagem das peças, conseguiram produzir cerâmicas com alta resistência e qualidade.

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