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Banca de QUALIFICAÇÃO: CAMILA PEREIRA DE SOUSA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAMILA PEREIRA DE SOUSA
DATA: 29/06/2025
HORA: 15:00
LOCAL: PARECER TÉCNICO CAPÍTULO TEÓRICO
TÍTULO: A linguagem do trauma na literatura juvenil brasileira: a criança e o estado de exceção dos anos de chumbo em O meu amigo pintor (1987), O voo da arara azul (2007) e Clarice (2018)
PALAVRAS-CHAVES: Literatura juvenil brasileira; ditadura civil-militar; estética do trauma; infância e memória;
PÁGINAS: 28
GRANDE ÁREA: Lingüística, Letras e Artes
ÁREA: Lingüística
RESUMO:

Esta tese tem como objetivo analisar os aspectos das memórias da infância e da adolescência em narrativas da literatura juvenil brasileira, com foco na elaboração estética do trauma no contexto da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). Dada a recorrência da memória sob a perspectiva infantil/adolescente nessas narrativas e a relação desses sujeitos com a repressão e a violência do período, foram selecionadas três obras para compor o corpus desta pesquisa: O meu amigo Pintor (1987), de Lygia Bojunga, O voo da arara-azul (2011), de Maria José Silveira, e Clarice (2018), de Roger Mello. Essas narrativas, narradas por crianças/adolescentes ou por adultos que relembram essa fase da vida, evidenciam o impacto da ditadura sobre a formação de suas subjetividades, refletindo os traumas causados pelo regime autoritário. A pesquisa também se propõe a investigar a visão de mundo da personagem infantil diante do regime de exceção, destacando a forma como a censura, a violência e o medo são percebidos por essa perspectiva. Nesse sentido, possui como hipótese que experiência traumática, muitas vezes inenarrável ou fragmentada, é elaborada por meio da imaginação, de metáforas e simbologias que traduzem o impacto da censura e da violência sobre os personagens. Para embasar a análise, a pesquisa dialoga, a princípio, com os estudos crítico-teóricos de autores como Maurice Halbwachs (2003), Michael Pollak (1992; 1989), nos estudos acerca de memória; Jaime Ginzburg (2010), Márcio Selligman-Silva (2003) acerca do trauma; Michel Foucault (2004), David Le Breton (2007) e Maria Nikolajeva (2023) sobre poder e controle; Phillip Ariès (2006), Colin Heywood (2004), Contardo Calligaris (2000), acerca da infância e adolescência.  Essas narrativas além dos impactos psicológicos e sociais da ditadura sobre os sujeitos em formação, também refletem como a arte torna-se essencial na ressignificação do trauma. A pintura, a literatura e outras formas de criação artística surgem nessas obras como estratégias de resistência simbólica, permitindo que as personagens reelaborem suas experiências traumáticas e reconfigurem sua visão de mundo.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 481.***.***-00 - DIOGENES BUENOS AIRES DE CARVALHO - UESPI
Interno - 1550705 - LUIZIR DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - 538.***.***-15 - MARINÊS ANDREA KUNZ - UFPB
Notícia cadastrada em: 13/06/2025 08:40
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