Em Copper Sun, escrito pela autora estadunidense Sharon Mills Draper epublicadoem 2006, a protagonista Amari é uma jovem mulher africana de 15 anos que, em1738, é vítima de tráfico humano e passa a ser escravizada nos Estados Unidos, sofrendo variadas violências. Logo, minha proposta é analisar a formaçãodaidentidade desta personagem, nos níveis individual, partindo do conceitoderomance de formação, e coletivo, a partir do pensamento sobre Amefricanidade. Considerando os acontecimentos na narrativa, é necessário tambéma utilizaçãodacaracterização da neonarrativa de escravidão, da InterseccionalidadeedoAfropessimismo. Como embasamento teórico, nesta fase, faço uso principalmentedas ideias de Bell (1987), Rushdy (1999), Keizer (2004), Nehl (2016) e Goyal (2019)para a caracterização da neonarrativa de escravidão; de Lukács (2000), Maas(2000), Moretti (2020), Rishoi (2003), LeSeur (1995), Graham (2019), Dawson(2022)e Hall (2011) sobre a formação da identidade da protagonista; de Collins(2019), hooks (2020) e Kilomba (2019), sobre o estudo da identidade da mulher negra(escravizada) incluindo suas opressões; e de Hartman (2021) e WildersonIII (2020), que tratam do pensamento afropessimista. Esta pesquisa é de cunho bibliográfico, qualitativo e elaborada a partir do método hipotético-dedutivo. A tese foi construídaapartir da leitura de textos teóricos e textos acadêmicos referentes ao tema. Observei que a lacuna se revela na ausência de uma pesquisa que tenha comportadoamesma proposta. Como resultados parciais, até este momento, confirmoasseguintes hipóteses: 1) A formação da protagonista é permeada de violênciase, aocontrário do romance de formação tradicional, não lhe proporciona redenção; 2) namaior parte de sua jornada, Amari é ensinada a se conformar coma escravidão; 3)Amari tem marcado em seu corpo a hegemonia racista e sexista; 4) a mulher negrae escravizada tem identidade apátrida; 5) as estruturas narrativas nas neonarrativasde escravidão e a formação no romance protagonizado por mulheres negrasexpressam oposição à tradição literária anteriores dos gêneros literários, exigindonovas reconfigurações literárias e históricas