A bioimpressão 3D tem emergido como uma abordagem inovadora para superar as limitações da engenharia de tecidos, proporcionando a organização precisa de componentes biológicos em redes vasculares e o controle espacial de moléculas bioativas. Nesse contexto, a gelatina, derivada da desnaturação parcial do colágeno, destaca-se por sua semelhança com a matriz extracelular. Um de seus derivados, o metacrilato de gelatina (GelMA), combina propriedades físico-químicas favoráveis com grande versatilidade biomédica. No entanto, o GelMA apresenta limitações intrínsecas, como baixa rigidez mecânica e taxa de degradação descontrolada, o que exige estratégias complementares para potencializar seu desempenho. Para abordar essas limitações, a combinação do GelMA com outros componentes tem se mostrado eficaz. A Laponita (LAP), uma argila sintética em escala nanométrica, contribui para melhorar a impressão 3D, além de estimular a proliferação e diferenciação celular. Paralelamente, o peróxido de cálcio (CPO) tem demonstrado alta eficiência na liberação controlada e prolongada de oxigênio, aspecto essencial para a viabilidade celular e a angiogênese. Essa integração estratégica visa ampliar as propriedades físico-químicas dos scaffolds, fortalecendo sua aplicabilidade na engenharia de tecidos. Neste trabalho, foram desenvolvidos hidrogéis e impressos scaffolds baseados em GelMA e seus complexos com gelatina, LAP e CPO, voltados para a regeneração óssea. Os hidrogéis resultantes apresentaram melhorias significativas em retenção hídrica, estabilidade térmica e controle da liberação de oxigênio. Ensaios de intumescência confirmaram a integridade estrutural dos hidrogéis em meios aquosos, enquanto análises por FTIR validaram as composições químicas das formulações. Estudos térmicos (TGA e DSC) destacaram a estabilidade aprimorada dos materiais e a liberação controlada de oxigênio, indicando sua viabilidade para suportar processos celulares críticos. Adicionalmente, os ensaios de angiogênese evidenciaram que os scaffolds promovem um ambiente adequado para a proliferação celular e a formação de novos vasos sanguíneos, fatores fundamentais para a regeneração óssea. A impressão 3D possibilitou a criação de estruturas geométricas complexas, reforçando o potencial da abordagem para aplicações personalizadas. Em síntese, os scaffolds desenvolvidos, compostos por GelMA, gelatina, LAP e CPO, demonstraram características promissoras para aplicações na engenharia de tecidos ósseos. Esses resultados ressaltam o potencial do método como uma solução inovadora e eficaz para o tratamento de defeitos ósseos, contribuindo para o avanço da biotecnologia regenerativa.