A construção de protótipos por impressão 3D tem se destacado como uma abordagem promissora na engenharia de tecidos para o tratamento de defeitos teciduais. A policaprolactona (PCL), um polímero amplamente utilizado em medicina regenerativa, possui propriedades que a tornam ideal para essa aplicação. A incorporação de cerâmicos, como a Laponita (LAP), à matriz de PCL permite a criação de enxertos biomiméticos capazes de replicar a porção inorgânica do tecido ósseo, atuando como suporte estrutural e adjuvante para a regeneração por meio da atividade celular. A adição de altas concentrações de LAP à matriz polimérica melhora as propriedades bioativas do scaffold, promovendo sinalização química para diferenciação celular, aumento da resistência mecânica, maior molhabilidade e melhor resolução durante o processo de impressão 3D. Neste estudo, scaffolds de PCL enriquecidos com LAP em altas concentrações foram produzidos por impressão 3D e submetidos a modificações químicas por hidrólise com NaOH e aminólise utilizando 1,6-hexametilenodiamina. Os scaffolds foram caracterizados por Difração de Raios X (DRX), Espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Termogravimetria (TGA) e Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC). A eficácia das modificações químicas foi confirmada por Espectroscopia Raman e Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS). As propriedades aprimoradas foram avaliadas por ensaios de degradação, teste de molhabilidade (ângulo de contato), ensaio de hemólise em ágar e o teste de membrana córialantóica (HET-CAM). Os resultados demonstraram que a modificação química foi eficiente, resultando na introdução de grupos amino (NH2) na superfície dos scaffolds. A hidrofilicidade dos scaffolds foi significativamente aumentada após o tratamento, o que contribuiu para a aceleração do processo de degradação. Além disso, os scaffolds exibiram satisfatória biocompatibilidade, sem atividade hemolítica ou irritante. A análise histológica por HET-CAM revelou boa integração entre o enxerto e o tecido vivo, com baixa atividade inflamatória. Os achados deste estudo apontam para nova abordagem de produção de enxertos poliméricos bioativos e de ágil degradação aplicáveis em medicina regenerativa.