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Banca de QUALIFICAÇÃO: OSIEL CÉSAR DA TRINDADE JÚNIOR

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: OSIEL CÉSAR DA TRINDADE JÚNIOR
DATA: 09/08/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de reunião TROPEN
TÍTULO: Etnobiologia Evolutiva de plantas alimentícias tradicionais em comunidades rurais do cerrado maranhense, Brasil
PALAVRAS-CHAVES: Etnobiologia; Etnobotânica; Comunidades rurais; Memória biocultural
PÁGINAS: 160
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

A Etnobotânica é uma ciência ampla que se propõe a estudar, classificar e identificar
espécies de plantas nativas, exóticas e naturalizadas, que fazem parte da alimentação em
comunidades rurais no Brasil, dentre elas as Plantas Alimentícias Tradicionais (PATs).
Associado ao conhecimento Etnobotânico das PATs, a Etnobiologia Evolutiva (EE)
busca entender e integrar as diversas áreas do conhecimento, a fim de que possa resultar
na formação de traços bioculturais. Nesta perspectiva, objetivou-se compreender a
relação entre as PATs e a Etnobiologia Evolutiva em comunidades rurais no município
de Codó, estado do Maranhão. A pesquisa foi realizada nas comunidades Barra do Saco,
Saco e na Associação do Fomento. As informações foram coletadas no período de 2021
a 2023, mediante levantamento bibliográfico, pesquisas de campo, por meio da técnica
de Rapport, entrevistas semiestruturadas com o uso de formulários, turnê-guiada, check-
list de entrevistas e coletas botânicas. Os entrevistados foram homens e mulheres,
maiores de 18 anos, autodeclarados agricultores rurais, contabilizando 117 participantes.
As PATs foram classificadas em nativas e exóticas, caracterizadas pelas formas de uso e
consumo. Utilizou-se dos Índices de Shannon e Simpson, Valor de Uso (VU) e
Frequência Relativa de Citação (FRC) para as análises estatísticas. Foram citadas 92
espécies de PATs, pertencentes a 49 famílias e 80 gêneros. As famílias com maior
número de espécies foram Solanaceae (7%), Cucurbitaceae (6,5%), Arecaceae e
Malvaceae (5,4%) e Fabaceae (4,35%). As nativas contabilizaram 49 e as exóticas 43.
Entre as nativas, a FRC de Eryngium foetidum L. (coentrão-caboclo), Euterpe oleracea
Mart. (açaí) e Manihot esculenta Crantz (macaxeira), foram respectivamente 0,63; 0,6 e
0,54. Entre as exóticas, Hibiscus sabdariffa L. (vinagreira) foi citada 100% nas três
comunidades como a mais consumida em refogados e cozidos, apresentando o maior
VU (1,52). As médias dos índices de Shannon (4,12) e Simpson (0,98) revelaram
diversidade e dominância de PATs nas três comunidades. Sobre o consumo, in natura,
cozido com arroz e carne, uso em saladas e sucos, foram as formas mais citadas pelos
entrevistados. Além disso, fez-se um estudo panorâmico dos artigos científicos que
abrangessem o construto da temática, com o qual levantou-se o estado da arte e a
bibliometria das principais produções no interstício de 2011 a 2023. Foram obtidos 32
artigos, nacionais e internacionais, publicados em inglês, categorizados de acordo com
os periódicos, autores, filiações, países e regiões, áreas de pesquisa e objetivos do
desenvolvimento sustentável (ODS). Como principal resultado, tem-se a incipiência dos

trabalhos publicados a nível internacional. Sobre as produções nacionais, há um grande
quantitativo de publicações na região Nordeste do Brasil, destacando-se a Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Outro resultado obtido diz respeito ao conhecimento
sobre a vinagreira (Hibiscus sabdariffa L.), sendo o mesmo para homens e mulheres.
Apenas as folhas mais jovens e verdes são colhidas, pois deixam o sabor menos amargo
no preparo do cuxá. Os frutos são consumidos in natura ou em forma de doces. O uso e
o preparo do cuxá, prato típico da culinária maranhense, é preferencialmente realizado
pelas mulheres. Foi possível resgatar informações culturais em comunidades rurais, por
meio do uso e conhecimento da vinagreira, além de informar que as populações têm
ricas histórias e crenças culturais que podem promover a geração de novas hipóteses.
Na percepção dos agricultores, as PATs alimentam as famílias por muitas gerações,
sendo os conhecimentos repassados dos pais para os demais membros da família. As
comunidades conhecem e utilizam as plantas alimentícias, evidenciando-se a
importância do resgate da memória evolutiva e dos saberes Etnobotânicos na
comunidade Barra do Saco. Os saberes na Etnobiologia Evolutiva devem ser
construídos, a fim de intensificar as informações para a sobrevivência e sustentabilidade
em ambientes rurais, além de permitir o resgate das memórias botânicas associadas com
os saberes, tradições e costumes em comunidades rurais.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - Andrea Leme da Silva - UFRN
Externo à Instituição - CAIO VELOSO - IFMA
Interno - 302.181.523-53 - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Externo à Instituição - MAURICIO EDUARDO CHAVES E SILVA - IFMA
Presidente - 1167785 - ROSELI FARIAS MELO DE BARROS
Notícia cadastrada em: 18/07/2024 08:48
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