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Banca de DEFESA: VICENTE DE PAULA SOUSA JUNIOR

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: VICENTE DE PAULA SOUSA JUNIOR
DATA: 25/02/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Remota: meet.google.com/igi-yced-myd
TÍTULO: A Caatinga em transformação: As mudanças no uso da terra, biomassa e economia causados pela mundialização do capital no Complexo de Campo Maior
PALAVRAS-CHAVES: Caatinga, Capitalismo, Apropriação e destruição da Natureza, Sensoriamento Remoto.
PÁGINAS: 182
GRANDE ÁREA: Outra(s)
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO:

Este estudo investiga os impactos socioeconômicos, ambientais e territoriais da expansão agrícola e energética no Complexo Campo Maior (CMC), no Piauí, analisando como o capital globalizado transforma os territórios e redefine as dinâmicas locais. Utilizando uma abordagem metodológica interdisciplinar, o estudo combina o mapeamento de uso e cobertura da terra por meio de imagens de satélite Landsat processadas na plataforma Google Earth Engine, a estimativa de biomassa acima do solo (AGB) com base em índices de vegetação e modelagem estatística, e a análise de dados socioeconômicos e fundiários extraídos de fontes como IBGE, MapBiomas, Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) e Cadastro Ambiental Rural (CAR). É contextualizada em diferentes recortes do período posterior à crise econômica global de 2008, que intensificou a inserção do Brasil nos fluxos de capital internacional, promovendo a expansão de monoculturas de commodities, como a soja, e o avanço de grandes empreendimentos de energia solar fotovoltaica, ambos sustentados por investimentos estrangeiros e por políticas que incentivam o uso intensivo de terras no bioma Caatinga. Os resultados revelam que a expansão agrícola tem sido marcada pelo aumento expressivo da área cultivada com grãos, especialmente soja, consolidando a fronteira agrícola no CMC e promovendo transformações significativas no uso da terra, muitas vezes em detrimento da vegetação nativa. A perda de cobertura vegetal compromete a biodiversidade local, afeta o habitat de diversas espécies e altera o ciclo do carbono, agravando os impactos das mudanças climáticas. Paralelamente, o crescimento do setor de energia solar, com a instalação de grandes usinas fotovoltaicas, também demanda extensas áreas, intensificando as pressões sobre o território. Esses processos estão associados à concentração fundiária, com indícios de irregularidades na apropriação de terras e no avanço de atividades econômicas sobre áreas de vegetação nativa da Caatinga, aumentando desigualdades socioeconômicas e conflitos fundiários. Apesar de contribuir para o crescimento econômico regional, a expansão desordenada desses empreendimentos revela uma ausência de planejamento integrado e políticas públicas capazes de equilibrar os interesses econômicos com a preservação ambiental e os benefícios sociais. Conclui-se que as transformações territoriais no CMC, impulsionadas pela mundialização do capital, têm gerado vulnerabilidades socioambientais e econômicas, ameaçando a sustentabilidade do bioma Caatinga. Nesse contexto, destaca-se a necessidade de políticas que promovam o desenvolvimento sustentável, conciliando a transição energética e o avanço agrícola com a proteção da biodiversidade, a justiça fundiária e a garantia de condições de vida dignas para as populações locais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2098982 - GIOVANA MIRA DE ESPINDOLA
Interno - 302.***.***-53 - FRANCISCO SOARES SANTOS FILHO - UESPI
Interno - 1760027 - MARCOS ANTONIO TAVARES LIRA
Externo ao Programa - 2284564 - SONIA MARIA RIBEIRO DE SOUZA
Externo à Instituição - 071.***.***-08 - Carolina Moutinho Duque de Pinho - UFABC
Externo à Instituição - 019.***.***-20 - Andréa da Silva Gomes - UESC-BA
Externo à Instituição - 204.***.***-29 - NOELY VICENTE RIBEIRO - UFG
Notícia cadastrada em: 27/01/2025 18:01
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