O presente estudo analisa criticamente os discursos e as práticas institucionais de Educação Ambiental (EA) no Instituto Federal do Piauí (IFPI), à luz da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e da Análise de Discurso Crítica (ADC). Em um contexto de crise socio ambiental, a pesquisa busca compreender a EA não apenas como exigência normativa, mas como eixo transversal para a formação de uma cidadania crítica e transformadora. A investigação configura-se como estudo de caso exploratório, de natureza aplicada, com abordagem quali quantitativa e delineamento de métodos mistos. Foram utilizadas revisão de literatura, análise documental (PDI e PPCs), pesquisa de campo e aplicação integrada da ADC e da Análise de Conteúdo. O objetivo geral foi desvelar tensões, contradições e potenciais de reorientação crítica da EA no IFPI. Especificamente, buscou-se articular a ADC à compreensão da EA e da cidadania ambiental frente às tensões entre sustentabilidade e lógicas neoliberais; analisar a representação da EA nos documentos institucionais em confronto com a PNEA; interpretar as percepções de diretores, docentes e discentes, considerando o silêncio como gesto discursivo; e propor diretrizes para a consolidação de uma EA crítica e transformadora. Os resultados revelam um campo marcado por tensão discursiva. De um lado, documentos institucionais valorizam formalmente a EA; de outro, práticas fragmentadas e insuficientes comprometem sua efetivação. Os Diretores de Ensino reconhecem avanços, mas apontam lacunas de clareza e avaliação das políticas. Já os docentes demonstram disposição para integrar a temática, embora indiquem carências formativas, ausência de capacitação e limitações estruturais. E os discentes associam cidadania ambiental à prática profissional e à sustentabilidade coletiva, mas percebem superficialidade curricular e invisibilidade das ações institucionais. O silêncio e o não-posicionamento emergem como gestos discursivos reveladores dessas lacunas. Conclui-se que a consolidação da EA no IFPI enfrenta barreiras curriculares, estruturais e discursivas, mas também apresenta potencialidades latentes. Assim, o estudo oferece diagnóstico crítico que subsidia debates e orienta políticas, contribuindo para o fortalecimento da cidadania ambiental e para práticas educativas transformadoras no ensino superior.