Doenças infecciosas são um importante problema de saúde em todo o mundo. Dentre essas, as arboviroses se destacam pelos surtos explosivos, alta carga de pacientes acometidos, custos relacionados aos serviços de saúde e incapacitação para o exercício de atividades laborais e/ou do cotidiano de indivíduos infectados. No Brasil, elas são uma questão de Saúde Pública há décadas, com surtos e epidemias de ampla magnitude ocorrendo em todos os Estados do país. Além da dengue, doença endêmica e a arbovirose mais comum no país, nos últimos anos tem se destacado a infecção pelo Alphavirus chikungunya (CHIKV). A Febre Chikungunya (CHIKF) é uma doença caracterizada por febre alta, artralgia e exantema e é dividida em duas fases, aguda e crônica. Ela está relacionada com a perda da produtividade e redução da qualidade de vida dos pacientes acometidos. No presente estudo, avaliamos o perfil clínico-epidemiológico da CHIKF nas fases aguda e crônica no Piauí em 2017. 256 pacientes com doença febril aguda foram testados para o CHIKV por RT-PCR e/ou teste rápido IgM anti-CHIKV. Acompanhamento telefônico e visitas domiciliares foram realizados para avaliar a evolução da doença. 181 pacientes foram positivos, predominantemente mulheres (74,03%). Febre, mialgia, erupção cutânea, dor retrorbital e edema foram positivamente associados com CHIKF. 68 pacientes evoluíram para a fase crônica. A intensidade da dor foi leve em 57,57% dos participantes. Em sua maioria, os pacientes apresentaram um padrão de acometimento bilateral (93,94%) e artralgia recidivante (86,36%). 45 (66,2%) pacientes apresentaram limitações na realização de atividades cotidianas e 35 (51,5%) pacientes relataram afastamento do trabalho. Estes achados caracterizam o perfil epidemiológico da CHIKF aguda e crônica no Piauí, o que poderá contribuir para a identificaçãoprecoce do vírus, além de auxiliar no desenvolvimento de políticas de prevenção de novos casos da infecção.